Fanfic: Corações em dívida - adaptada - TERMINADA

E não queria estragar o sonho, a única vez que poderia estar com ele.
Porque Christopher era exactamente isso, um sonho. Não podia ser mais do que isso, uma fantasia maravilhosa, como aquele filme de Woody Allen, A rosa púrpura do Cairo, em que a estrela de repente estica a mão para atrair uma espectadora para aquele mundo de glamour.
No dia seguinte enfrentaria os seus problemas.
Mas não agora.
- Dulce?
- Desculpa, não te ouvi.
- Quero mostrar-te uma vista linda - sorriu, levando-a para o terraço.
A vista do porto era, certamente, fantástica, com os seus iates amarrados, o ar perfumado, as estrelas a brilhar no céu.
Cris estava atrás dela, acariciando os seus braços. Dulce não se mexeu, não podia mexer-se. O universo inteiro parecia concentrado naquelas mãos masculinas que a faziam sentir arrepios.
-Christopher! Finalmente encontrei-te!
A interrupção foi como uma bofetada. Christopher soltou-a imediatamente.
- Pat... fico contente por te ver.
Um homem aproximava-se deles. Vestia um elegante casaco branco e tinha um copo de uísque na mão.
- Pensaste no que te disse no outro dia? - perguntou-lhe, com sotaque irlandês.
- Claro que sim - respondeu Christopher.
A proposta de Pat O`Hanran parecia muito boa sobre o papel: um clube de golfe exclusivo que combinaria o prestígio de O`Hanran como desportista com o bom gosto do El Paraíso.
- Se te parecer bem, irei amanhã com o meu arquiteto para dar uma vista de olhos.
- Ótimo. Ao meio-dia?
- Ao meio-dia.
- Desculpa - disse Christopher quando o homem voltou a entrar na sala.
- Não quero monopolizar-te - sorriu Dulce.
- Mas está. E eu gosto disso. Diz-me, o que gostarias de fazer agora?Queres voltar a jogar? Preferes ficar aqui um momento, a admirar a paisagem?
Quer jantar?
- Eu gostaria de jantar qualquer coisa, sim.
- Ótimo - sorriu Christopher.

"O que estou fazendo?", perguntou-se Dulce, sentada em frente a Christopher, no restaurante do cassino. Estava cheio de gente, mas o empregado levou-os para
uma mesa afastada e era quase como se estivessem sozinhos.
A comida era soberba. O pedaço de marisco parecia derreter-se na sua boca, regada com um delicioso vinho branco. Há séculos que não comia assim. Não tinha voltado a fazê-lo desde...
Mas não queria pensar nisso. Aquela noite passaria depressa e, no dia seguinte, teria que enfrentar a realidade.
Mas ainda não.
Dulce perguntou-lhe pelo El Paraíso, fascinada com o funcionamento de um lugar como aquele. Christopher falou-lhe do turismo...
- É uma bênção e uma maldição ao mesmo tempo. Oferece muito, mas leva muito também.
- É uma bênção para os britânicos que não suportam o frio de Inglaterra - sorriu Dulce.
- Estás há muito tempo em Espanha, não estás?
- Sim, há quase três anos.
- veio pra cá de férias?
- Uma coisa assim. Vim com uma pessoa...
- E continua com ela?
- Não, já não - respondeu Dulce, desviando o olhar.
Christopher sorriu novamente.
O jantar foi longo. Algumas vezes, Dulce reparou que uma ou outra pessoa tentava chamar a atenção de Christopher. Empregados ou clientes, supôs. Mas, além de cumprimentar quem se aproximava, Christopher Uckermann não deixou de olhar para ela.
Até quando quem procurava a sua atenção era uma loira impressionante.
Estava com outro homem, mas enquanto ele pagava a conta, aproximou-se da sua mesa com um claro propósito.
- Christopher, querido...
Tinha a voz rouca, com sotaque nórdico. E tinha um vestido muito caro de algum estilista italiano, com um grande decote. E um colar de diamantes.
- Há séculos que não te vejo - disse a loira, inclinando-se para lhe dar um beijo no rosto.
- Vick.
Deveríamos nos ver agora que voltei para Espanha. No iate, sozinhos. Como dantes.
- Ultimamente tenho trabalhado muito- Vick sorriu para Christopher.

Comentem plixxx *-*

bjix da Naty