Fanfic: Corações em dívida - adaptada - TERMINADA

Por exemplo, ver como Dulce Maria tentava fingir que não pensava nos prazeres que os esperavam...
O seu "Não, em nada" quase o tinha feito rir. Estava a pensar nele e no que aconteceria mais tarde, de certeza. Sabia quando uma mulher estava excitada e Dulce Maria mostrava todos os sinais: o rubor das maçãs do rosto, as pupilas dilatadas, o tremor nas mãos...
Christopher não conseguia parar de sorrir. Mas, como um garanhão selvagem sob um cavaleiro mestre, o seu desejo começava a fazer-se notar.
"Daqui a pouco", disse para si. "Mas ainda não."
- Diga-me, o que veio fazer na Espanha desde quando estas aqui? Ou só gosta da costa?
Aliviada por voltar a assuntos mundanos Dulce suspirou.
- Estive em Granada, em Sevilha, em Xerez. Nunca fui para o norte, portanto não conheço Madrid nem as Astúrias... Gostaria de ver os lugares onde se lutou contra
as tropas de Napoleão, mas enfim... algum dia o farei.
- Conhece alguma coisa da história da Espanha?
Ela abanou a cabeça. Nunca tinha estudado nada de interessante, só coisas úteis. Como dactilografia e contabilidade. Mas ali estava ela, num cassino de luxo, a jantar com um homem de luxo.
E, naquela noite, não queria pensar em mais nada.
- Sempre gostei dos romances históricos, especialmente dessa época... como quase todas as mulheres, eu adoro uniformes - riu-se Dulce.
- Sim, sei que na verdade deve ter sido algo terrível para a Espanha, mas de qualquer forma... há qualquer coisa nessa época que me fascina.
- A guerra não é nada fascinante, Dulce sorriu - E, infelizmente, muito depois dessa guerra sofremos uma guerra civil que deixou feridas muito profundas
no meu país. Mas quando era estudante, esse período da história também me fascinava e uma vez sonhei que era como Dom Julián Sánchez.
- Quem?

- Um guerrilheiro cuja única missão era expulsar os franceses de Espanha. Os guerrilheiros eram usados pelas forças regulares como espiões. Uma das coisas mais assombrosas que Dom Julián fez foi capturar o governador de Cidade Rodrigo quando estava a caçar e entregá-lo ao general Wellington por uma quantia em dinheiro.
Por um momento, a imagem de Christopher Uckermann embelezado como um guerrilheiro apareceu na mente de Dulce.
- Eu te vejo mais vestido de árabe, com uma daquelas vestes brancas...
- Vejo que tens uma imaginação muito fértil sorriu Cris. - Suspeito que haverá... episódios interessantes entre nós. E de certeza que não me custaria muito encontrar uma dessas vestes árabes... se quiser ver-me com ela.
Dulce voltou a ficar corada.
- Fazes-me sentir como um xeque árabe riu-se ele, apertando a sua mão. - Esses olhos baixos, esse rubor, essas promessas...
Ela engoliu em seco.
"Tenho que me ir embora. Isto está a escapar-me das mãos."
- Penso que nunca tinha falado dessa época da Espanha com nenhuma mulher - continuou Cris. - Pelo menos, não com uma com menos de cinquenta anos. Mas tive uma excelente professora de história na universidade, uma perita na época da Reconquista. Talvez inspirada por aquela rainha indómita, Isabel de Castela.
Dulce levantou o olhar.
- Estudaste mesmo história? Pensei que terias estudado Economia ou uma coisa assim.
- Quando era jovem o dinheiro parecia-me aborrecido. Depois, descobri que tem as suas vantagens.
- Sim, já reparei - sorriu. Parecia-lhe bem que as pessoas ficassem ricas
com o seu trabalho ou o seu talento. E, afinal de contas, ela estava a gozar daquela condição por uma noite. O jantar devia custar mais de duzentos euros.
Mas não queria pensar nisso. Não queria pensar no dinheiro, que era a fonte de todos os seus problemas.
- Queres um café? Ou talvez prefiras uma chávena de chá tipicamente britânica?
- Um café, obrigada. Christopher levantou-se.

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bjix da Naty