Fanfic: Corações em dívida - adaptada - TERMINADA

Não gostava daquela situação, mas teria que lhe mentir. Não queria falar da sua vida anterior, não queria falar-lhe dos seus problemas. Só queria viver o que tinham.
O tempo que durasse.
Mas quando se levantou do sofá e viu que só tinha o cinto de ligas posto, como uma atriz de filmes pornográficos, sentiu náuseas. Era como se as palavras de Derrick a tivessem sujado, fazendo com que se comportasse como... como o que ele tinha dito. Despindo-se à frente dele, se enroscando como dois animais sobre o sofá...
Angustiada, fechou-se no banheiro. O que estava fazendo? Perguntou-se. Em que se tinha convertido?
Depois de tomar banho, sentia-se um pouco melhor. Estava desfazendo a situação. Tinha sido apenas uma discussão por causa daquele mafioso. Aquele indesejável a quem Christopher tinha dado um murro...
Por ela. Porque a tinha insultado.
Sentia raiva por conhecer Bianca, sentia raiva por conhecer Derick, sentia raiva por ter dívidas...
Tinha mentido a Christopher por instinto. Não queria que ele soubesse nada dos seus problemas, queria que a sua relação...
A sua relação?
O que havia entre Christopher e ela?, perguntou-se, enquanto se sentava em frente ao espelho para tirar a maquiagem.
O que havia entre Christopher Uckermann e ela?
Sexo.
Só isso.
Ir para a cama com ele era algo completamente diferente. Nunca tinha sentido nada assim.
Mas tinha que ser mais alguma coisa... Se não, por que lhe parecia o homem mais maravilhoso do mundo? Por que não podia afastar os olhos dele? Por que é que o seu coração se acelerava quando o via entrar em algum lado? Por que é que sonhava com ele mesmo estando na sua cama? Por que é que ao pensar que algum dia teriam que se separar o seu coração se encolhia de dor?,
Por que razão se imaginava a si mesma ao seu lado para sempre, sendo a mãe dos seus filhos?
"Porque está apaixonada por ele."
Dulce pousou o algodão com que estava a tirar a maquiagem e olhou-se ao espelho, atônita.

Não. Não podia ser. Não podia estar apaixonada
por Christopher. Era impossível. Era absurdo. Não podia.
Era ridículo apaixonar-se por um homem como ele. Aquela aventura não era amor, não podia sê-lo de forma alguma.
Mas era. Estava apaixonada. Dulce enterrou a cara entre as mãos.
Estava apaixonada por Christopher. Era como se a noite tivesse sido rasgada pelos raios de sol...
"Estou apaixonada por ele. Estou apaixonada por ele."
Não soube quanto tempo esteve ali, atônita. Poderiam ter sido dois minutos ou uma eternidade.
O amor fazia com que o tempo carecesse de importância.
Havia um pequeno impedimento. Christopher não a amava.
Enquanto se olhava ao espelho, aquela verdade foi como uma bofetada Christopher não a amava.
Por que haveria de a amar? Aquela aventura não tinha nada a ver com amor para ele. Era apenas algo temporário, como a loira, como tantas outras.
Não, não tinha nada a ver com amor.
E ele nunca devia saber.
Era a única coisa que podia fazer, nunca lhe contar. Ele não quereria o seu amor, pareceria um incomodo. Algo totalmente desnecessário, um estorvo.
Não, era absurdo dizer-lhe que o amava.
Jantaram na suíte. Dulce não se incomodou em vestir-se. Vestiu um quimono de seda que Christopher lhe tinha oferecido, com umas mangas que chegavam até ao chão.
Era uma peça de roupa muito favorecedora, mesmo sem o típico cinto japonês. Quanto a Christopher, tinha vestido apenas um roupão de banho azul-escuro. E o seu humor parecia igualmente escuro. Ou mais.
O vestido verde de seda não lhe tinha dado sorte, pensou tolamente. Christopher tinha pago uma fortuna por ele, mas nunca mais queria voltar a vesti-lo...
O jantar descontraiu um pouco o ambiente. A rotina de beber vinho e saborear uma refeição fabulosa fez com que tudo voltasse à normalidade. Deu tempo para esquecer o incidente desagradável com James.
Falaram de história. Nada que estivesse relacionado com o que tinha acontecido
no restaurante. Falaram de Cid, o famoso guerreiro medieval, que lutava pelos reis
cristãos.

- O que sei dele é através dos filmes de Hollywood.
- A sério?
- Claro. Costumavam passar o El Cid na televisão quando eu era pequena. Mas o final é muito triste. Quando atam o seu cadáver ao cavalo, lançando-o às tropas...
Christopher sorriu.
- Para um filme de Hollywood não é demais mau, mas enfim... um filme não é a história, só uma visão da história.
- com Charlton Heston, além disso – riu Dul.
- Viu quando era pequena, é?
Era estranho ouvi-la falar de si mesma. Não estava acostumada a fazê-lo. E o fato de ter mencionado a sua infância era mais estranho ainda.
- Sim. Lembro-me que era um filme muito longo.
Christopher levantou o seu copo de vinho.
- Por isso é que vieste para Espanha, apaixonaste por Cid?
Dulce soltou uma gargalhada, mas tinha o coração apertado. Se ele soubesse por quem estava apaixonada...
- Mais ou menos.
- Diz-me uma coisa. Por que não quer ir comigo a Granada? - perguntou ele então.
- Já estive lá. Prefiro ir a outros lugares.
- com quem foste a Granada?
Por que lhe perguntava aquilo? Por que queria que lhe contasse o que ela não queria que ele soubesse?
- com uma pessoa.
Uma pessoa que já não existia. Que tinha desaparecido para nunca mais voltar. Mas doía-lhe tanto que não podia falar sobre isso.
- A pessoa com quem vieste para Espanha? insistiu Christopher.
- Sim. Por que insistes em falar sobre isto?
- Porque quero saber. Não sei nada sobre ti, Dulce.
- Não há muito para contar. Sou uma mulher normal. A única coisa extraordinária que há em mim é você, Christopher.
Queria que sorrisse, queria vê-lo sorrir.
- Por que diz isso?
- Porque é a verdade.
- E por que é que sou tão especial? Novamente, havia uma provocação na sua
voz. Mas Dulce tinha que guardar o seu segredo. Se lhe contasse, diria-lhe adeus para sempre. Ele não queria amor, queria complacência, adoração, sexo.
-bom...

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bjix da Naty