Fanfic: Corações em dívida - adaptada - TERMINADA

Dulce inclinou-se para limpar o chão com um pano. A madeira era muito velha e por muito que limpasse, embora o fizesse à mão, nunca parecia ficar bem.
Mas não podia queixar-se, pelo menos tinha encontrado um apartamento em Londres. Era minúsculo, mas... para que queria algo maior?
Lembrou-se então de um fabuloso apartamento em frente ao mar, um palacete magnífico sobre o Mediterrâneo, um hotel de luxo atrás de outro... mas era absurdo. Para quê recordar isso?
Para quê recordar Christopher Uckermann?
Nunca voltaria a vê-lo. E, no entanto, estaria sempre no seu coração, acontecesse o que acontecesse. E sentiria sempre falta dele..
Por que não morria o amor, o verdadeiro amor?
Por que não se transformava em cinzas?
Mas não era assim...
Então a campainha tocou. Certamente seria Zoraída, a sua vizinha. Estava tão farta daquele apartamento minúsculo como ela e não parava de se queixar, dia e noite...
Mas quando abriu a porta não era Zoraída.
-Dulce!
Christopher. Christopher Uckermann
Há um ano que não ouvia a sua voz e teve que se apoiar na parede, incrédula.
Parecia mais alto. Mais magro.
- Não vai me convidar para entrar? Ela abanou a cabeça. Não podia falar.
- Tenho que falar contigo, Dulce. "Temos que falar", tinha-lhe dito ela há um
ano. E Christopher não a tinha ouvido.
- Se é por causa do dinheiro, lamento muito, mas agora não posso pagar - conseguiu dizer finalmente. - Mas não me esqueci, não se preocupe.
Um som chegou então do quarto, como se fosse um miar.
- Tens um gato?
- Sim. Olha, lamento muito, mas agora não posso atender. Importaria de voltar outro...?
Não pôde terminar a frase porque o miar transformou-se no pranto de um bebé.
E antes que pudesse evitar, Christopher entrou em sua casa.
- Por amor de Deus...
Suspirando, Dulce entrou no quarto e aproximou-se do berço.
- Está tudo bem, querida. A mamã está aqui sorriu, pegando no bebe ao colo. Tinha uma camisola cor-de-rosa vestida.
- É uma menina?

- Não é tua filha, não se preocupe. Encontrei outro milionário.
- Não diga isso - suspirou Christopher.
- Por que não? Poderia ser verdade.
- Não ia me dizer,não é?
- Não - respondeu ela.
- Porquê?
- Pagaste sete mil euros por minha causa, não ia te encarregar também um filho que não esperava. Além disso, dentro de pouco tempo voltarei a trabalhar. Não
se preocupe, só tem o meu sobrenome, não quero o teu dinheiro e a minha filha também não.
A menina continuava a chorar e Dulce embalou-a.
- Tem fome. Tenho que lhe dar de mamar, portanto se não se importa...
Sem olhar para ele sequer, sentou-se no sofá e abriu a camisa para dar de mamar à sua filha. A sua filha, a única coisa que tinha no mundo.
Não tinha dito a Christopher porque não fazia sentido. A gravidez tinha sido o fim da sua relação. "A sua relação", pensou, irônica...
Já não havia nada a salvar e se lhe tivesse dito então que esperava um filho dele...
Não. Não queria que voltasse a insultá-la. Christopher não se mexeu. Não podia mexer-se. Não podia acreditar no que estava vendo.
- Não tem que ficar - disse Dulce. Pago os sete mil euros assim que puder.
- Tive que contratar um detetive para te encontrar.
- Não sabia que fazia assim tanta falta o dinheiro - replicou ela, irônica.
- Sabe como te encontrou? Através do registro público: nascimentos, casamentos... e obituários.
- Pois.
- Por que não me contaste, Dulce?
- Como ia fazer? Não me ouvia.
- Por amor de Deus! Pensei que era...
- Eu sei o que pensaste - interrompeu-o ela.
- Diz o que aconteceu. Conte a verdade.
- Sempre te contei a verdade - declarou Dulce, muito séria.
- Agora eu sei. Então não quis ouvir e... peço perdão.
Dulce apertou a menina contra o seu peito. Filha ilegítima, como ela. O seu pai nunca quis saber de nada. Absolutamente nada. Nem da menina nem da mãe. Era um patife.

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bjix da Naty