Fanfics Brasil - Capítulo 2 Bodas de Fogo

Fanfic: Bodas de Fogo | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 2

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- E então, minha lady? - a aia perguntou trêmula, a respiração suspensa.


Ela não se deu ao trabalho de virar-se e continuou ajeitando os vestidos dentro do baú.


Partimos amanhã de manhã... para Dunmurrow.


A Serva começou a se lamentar baixinho, como se en­toando um canto fúnebre. Por fim Isadora voltou-se para fitá-la.


Por favor, não me venha com essa história de des­maiar de novo. Tenho outras coisas mais importantes para fazer do que ficar levantando-a do chão.


Mas, minha lady, por quê? Por que você foi escolher aquele monstro, quando na corte estavam reunidos os cavaleiros mais bonitos do reino?


Apesar de bonitos, todos agiriam como meu dono, Maite pensou irritada. Nunca em sua vida se submetera a um senhor. Seu pai e seus irmãos sempre a tinham deixado entregue a si mesma. Jamais fora forçada a cum­prir ordens de terceiros, a seguir outras inclinações que não fossem as próprias. Portanto não pretendia começar agora, decidiu guardando os chinelos com raiva.


- Mas Herrera! - Edith fez o sinal da cruz. Ele é o mal encarnado! Dizem que é alquimista, prati­cante de magia negra, um adorador... do diabo! E por isso que o chamam de Cavaleiro Vermelho, porque tem parte com o demônio! E agora que se enfurnou em Dun­murrow, recusa-se a sair das suas terras. Porém manda buscar magos e feiticeiros para aprender os segredos da magia. Depois descarta-los e conjura os espíritos para realizar seus propósitos negros. Dizem que aqueles que ­ entram em seu covil... jamais retornam. - Edith baixou a cabeça como se não suportasse o peso do que acabara de dizer.


Percebendo o pavor da criada, Maite abraçou-a ca­rinhosamente.


- Rumores! Quanta bobagem! Todos os grandes ca­valeiros costumam alimentar lendas sobre si mesmos com o objetivo de despertar medo no coração de seus inimigos. Este Cavaleiro Vermelho é um mortal comum. Você vai ver. - Ela deu um tapinha nas costas de Edith e obri­gou-a a sentar-se num banco enquanto voltava à tarefa de arrumar a bagagem.


- Mas por que, minha lady, por quê? - a velha serva tornou a insistir. - Era esse o seu plano... nos mandar direto para os braços do mal?


- Admito que alimentei esperanças de que o rei re­jeitasse minha escolha, porém Edward recusou-se a acei­tar que eu havia levado a melhor e resolveu me dar uma lição. - Maite colocou uma Bíblia sobre os vestidos dobrados e fechou um dos baús.


Edith recomeçou a choramingar e a balançar a cabeça de um lado para o outro.


- Pare com essa tolice agora mesmo - Maite or­denou, esforçando-se para não perder a calma. - Não se preocupe quanto ao tal cavaleiro terrível. Prometo-lhe que não ficaremos em Dunrnurrow o bastante para ser­mos maltratadas.


A serva fitou-a intrigada, sem entender o comentário. - Você acha que Herrera quer uma esposa es­piando suas atividades macabras? Não, acho que não. Ele não demonstra qualquer interesse pela vida na corte e nem parece se preocupar com dinheiro. Tenho certeza de que se recusará a me aceitar como esposa. Assim poderei voltar para casa, livre e solteira - falou apa­rentando mais certeza do que sentia.


- Isso seria loucura! Nem mesmo o Cavaleiro Ver­melho poderia desafiar uma ordem do rei!


Isadora deu de ombros e voltou a atenção para a ba­gagem, terminando de ajeitar as últimas peças de roupa.


- Ouvi dizer que Herrera vive de acordo com as próprias leis,


- Sim, só que certamente não se oporá ao rei – Edith insistiu.


- Se ele não se opor à ordem de Edward, então nos casaremos. Na minha opinião, tanto faz ter um brutamontes para marido como outro qualquer. – Ela bateu a tampa do baú com tanta força que a madeira quase se partiu em duas.


 


O ar estava gélido na manhã seguinte e Maite aper­tou a capa forrada de pele de encontro ao corpo, procu­rando calor e conforto. Delamere, um dos homens do rei, liderava o pequeno grupo, composto de seis guardas e três servos. Uma figura magra, de baixa estatura, logo lhe chamou a atenção.


- Quem é aquele? - indagou curiosa.


- O padre, claro - Delamere respondeu secamente. - Assim teremos certeza de que o casamento foi mesmo realizado. Talvez o rei suspeite de que não haja sacerdotes em Dunmurrow...


Irritada com a insolência do comentário, Maite se afastou a galope, esforçando-se para não se deixar do­minar pela inquietude.


Embora tivesse usado a reputação tenebrosa de Herrera na esperança de escapar da imposição de Ed­ward, ela não acreditava numa só palavra do que se dizia sobre o Cavaleiro Vermelho. A experiência lhe en­sinara que fofocas se espalham depressa e são sempre exageradas. Portanto tinha certeza de que os rumores terríveis não passavam disso: rumores. O fato de não haver capelão em Dunmurrow não significava que Herrera o espantara de lá com suas práticas de magia negra.


Maite quase riu alto e de repente a presença do sa­cerdote no grupo lhe pareceu bastante divertida. Talvez o Cavaleiro Vermelho decidisse manter o pobre homem no castelo, mas certamente não para oficiar a cerimônia de casamento. Afinal pode-se levar um cavalo até a água, mas não se pode obrigá-lo a beber. Ela escolhera o barão Herrera, porém ele não a escolhera. Assim, com ou sem padre, não conseguia imaginar alguém forçando-o a casar-se.


E então, ficaria livre para voltar para casa...


Estava claro que Delamere não a apreciava nem um pouco e a cada dia que passava forçava a marcha dos cavalos, como se o grupo estivesse indo direto para uma batalha, não para um casamento.


Edith choramingava e reclamava de pura exaustão, porém Isadora mantinha-se firme. Quanto mais cedo chegassem aos domínios de Herrera, mais depressa poderia tomar o caminho de casa.


Contudo, ao se aproximarem de Dunmurrow, uma sensação estranha começou a dominá-la. A paisagem era Imponente, rude. Vastas planícies se estendiam a perder de vista e uma floresta lúgubre impunha sua presença ameaçadora. Entardecia quando Maite, pela primeira vez, colocou os olhos sobre o castelo do Cavaleiro Ver­melho e apesar de todas as suas resoluções corajosas, sentiu um aperto terrível no coração.


O Sol se punha no horizonte, lançando sombras pro­fundas sobre as velhas paredes de pedras. A construção maciça e retangular lançava suas torres negras para o infinito, desafiando os céus. Uma névoa úmida e cinzenta se espalhava pelos arredores, como se saída do nada, envolvendo Dunmurrow num manto fantasmagórico.


O efeito era tão arrepiante que Isadora se sentiu va­cilar e por um momento perguntou-se se Herrera não teria mesmo poderes sobrenaturais, poderes que o permitiam comandar os elementos da natureza e fazer com que uma névoa espessa escondesse seu castelo de olhos curiosos e visitantes indesejáveis.


Os lamentos angustiados de Edith arrancaram-na da­quela espécie de torpor. Ao reparar que os servos se ben­ziam e o padre murmurava palavras incompreensíveis, orações ou maldições talvez, Isadora deixou a hesitação de lado e foi em frente.


Então aguardou que os guardas do rei cruzassem a ponte levadiça. Pelo menos teria o calor de um fogo e a maciez de uma cama para confortá-la. E quem sabe ama­nhã, quando tomassem o caminho de casa, também se veriam livre da neve. Claro que, apesar do mau humor constante, Delamere não se recusaria a acompanhá-las até Belvry. Porém, se ele tivesse coragem de recusar, não pensaria duas vezes antes de implorar o auxilio de alguns homens de Dunrnurrow. Afinal seria a esposa re­jeitada do senhor do castelo.


De repente Delamere aproximou-se a galope, uma ex­pressão furiosa no rosto.


- Negaram-nos permissão para cruzar a ponte – ele informou espumando de raiva.


- Por quê? - Embora estivesse ansiosa para escapar do frio intenso, Isadora decidiu que aquele tipo de tra­tamento rude era motivo para celebração. Quem sabe Herrera se recusaria a vê-la? Talvez pudesse partir para Belvry ainda mais cedo do que imaginara.


- Porque o castelo já está fechado para a noite e todos os visitantes são proibidos de entrar até amanhã de manhã.


Isadora inspirou fundo, pronta para fazer um comen­tário qualquer, quando ouviu um gemido angustiado. Edith balançava perigosamente sobre o cavalo, como se estivesse a ponto de desmaiar. Em questão de segundos estava ao lado da aia, amparando-a com o braço.


- Que bobagem é essa? - perguntou com altivez. - Exijo falar com o barão Herrera agora mesmo!


- Foi o que eu fiz - Delamere respondeu irritado. - Mas meu pedido foi recusado até amanhã.


Conformado, apesar de furioso, o emissário do rei man­dou os servos erguerem o acampamento sob as sombras do castelo.


Outro gemido de Edith exigiu a atenção de Maite.


- Pare com isso, ou vou deixá-la cair no chão - avisou, impaciente com os chiliques da criada.


- Oh, minha lady, é como temíamos. O Cavaleiro Vermelho é uma criatura das trevas.


- Se ele fosse uma criatura das trevas, então deveria estar aqui, apreciando os arredores. Ele é uma criatura da grosseria, isso sim! Nunca ouvi dizer que alguém negasse abrigo a visitantes. E pensar que estamos aqui por ordem do rei! Este Cavaleiro Vermelho é ousado demais.



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Autor(a): taynaraleal

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 79



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  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:55:37

    Amei essa fic e espero de coração que venham mais e mais adaptações suas! Sei que elas virão, então saiba q estarei aq esperando!!! O Cavaleiro Vermelho e a Maite não poderiam ter um final melhor!!! Beijosss Tayzinha, e que venham os novos projetos!!

  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:54:34

    Como já te disse, amo suas adaptações!! vc escolhe mt bem e escolhe os melhores p colocar no nosso casal topper

  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:54:06

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA, UMA BEBEZINHA ZENTIII

  • taynaraleal Postado em 06/02/2017 - 20:04:27

    VOU CONTINUAR MEU POVOOO, ESPERO QUE AINDA ESTEJAM AII

  • nessak. Postado em 24/03/2016 - 19:19:09

    Continua a fanfic e muito boa

  • dahnm Postado em 17/03/2016 - 15:22:31

    Hey ...Não Abandona Não ... Posta Mais...

  • dahnm Postado em 06/12/2015 - 14:11:58

    CONTINUA...

  • mylene_herroni Postado em 28/11/2015 - 01:02:26

    Continuaaaaaaa. *leitora nova* ameii tudoo.

  • Gisele Beorlegui Postado em 27/11/2015 - 08:48:18

    Posta mais. Necessito de mais.

  • Gisele Beorlegui Postado em 27/11/2015 - 08:47:51

    '- Me beije - ele pediu' JESUS


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