Fanfics Brasil - Capítulo 22 Bodas de Fogo

Fanfic: Bodas de Fogo | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 22

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Cansada de se ver às voltas com tantas perguntas sem respostas, resolveu dedicar-se às tarefas do dia. Pegando o copo de cerveja que o soldado esquecera sobre a mesa, começou a caminhar na direção da cozinha. De súbito, olhando para o resto do líquido escuro e opaco, lembrou-se da poção que a viúva Nebbs lhe dera. Se ao menos existisse uma erva capaz de fazer as pessoas fa­larem livremente, sem qualquer tipo de censura... Quem sabe assim não encontraria as explicações para as dúvi­das que a atormentavam.


A idéia que lhe ocorreu teve a força de um raio. Infe­lizmente não havia ervas capazes de obrigar alguém a falar a verdade, entretanto existiam muitos outros tipos de ervas, cada qual com poderes especiais e particulares.


Segurando um pacotinho com uma mistura de ervas para fazer dormir, Maite bateu na porta dos aposentos principais e aguardou que o marido a mandasse entrar.


Ainda não era tarde demais para voltar atrás, pensou com um aperto no coração. Bastava guardar o embrulho pequenino num dos bolsos do vestido e pronto, assunto esquecido. Entretanto nunca fora o tipo de desistir depois de tomar uma decisão e agora não seria diferente. Mordendo os lábios nervosamente, entrou.


- Sou eu, Maite, meu lorde.


- Você chegou cedo hoje, esposa. Sua fome é tão grande de assim? - Na verdade, apesar das palavras aparen­temente inofensivas, o que Herrera queria sugerir era que ela sentia fome de sexo. Apesar de estar sempre pronta e disposta a receber as atenções do marido, precisava aguardar o momento certo ou seus planos iriam por água abaixo. Queria Alfonso em sua cama sim, só que mais tarde... Não aqui, neste momento.


- Sim, estou faminta! - Maite retrucou achando melhor se fazer de desentendida. Herrera nada res­pondeu, entretanto o desaponto dele era palpável e ema­nava em ondas através da escuridão.


Sentada no lugar de costume, ela reparou que a mesa estava vazia. Em geral, ao chegar, já encontrava o jantar servido. Porém hoje fizera questão de aparecer antes de Cecil para facilitar a execução do plano. Determinada a preencher os minutos intermináveis de espera, falou so­bre o que fizera o dia inteiro, embora os pensamentos vagassem numa direção bastante diferente.


Finalmente Cecil apareceu trazendo as travessas e de­positou-as sobre a mesa, aliás uma tarefa quase impos­sível por causa das trevas. Oh, Deu,s, e se o servo notasse o que estava para fazer? Não, tarde demais para mudar de idéia. Iria até o fim. Quando Cecil depositou o cálice de Alfonso, ela estendeu a mão, como se fosse ajeitá-lo me­lhor, e despejou o conteúdo do pacotinho dentro do vinho.


Hoje o Cavaleiro Vermelho dormiria ao seu lado a noite inteira.


O criado foi dispensado e a refeição prosseguiu como de costume. Maite contou a respeito dos preparativos para o natal enquanto lambiscava a comida, o coração batendo descompassado no peito. Será que dera uma dose muito grande de sonífero? Ou será que não fora o sufi­ciente? Alfonso era um homem grande e calcular a tempo necessário para que a droga surtisse efeito era crucial.


Ao ouvi-lo bocejar, Maite levantou-se depressa.


- Venha me ver - falou docemente. - Vou esperá-lo no meu quarto. - Então saiu depressa, tentando conter o nervosismo.


Mesmo já tendo feito amor alternadamente na cama de ambos, Maite sabia, que o marido preferia ir ao seu encontro porque assim podia deixá-la quando quisesse, antes do amanhecer. E sempre na completa escuridão.


Nas trevas ele a abraçava, desvendava cada pedacinho de seu corpo com as mãos e a boca, o membro pulsante penetrando-a fundo, transformando-os numa só carne até que, louca de prazer, ela gritava em êxtase. Entretanto...


Apesar de todas as intimidades que haviam partilhado, sabia que se encontrasse o marido em plena luz do dia não poderia reconhecê-lo...


A situação era intolerável. Não podia aceitar nem com­preender aquelas sombras eternas, nem agora, nem nun­ca. Ela agarrava-se à idéia de que Alfonso era desfigurado de alguma maneira que seu toque não conseguia detectar, porque a alternativa era muito mais aterradora.


Ainda que Edith tivesse parado com os comentários absurdos, tinha consciência dos rumores que envolviam seu marido. Embora estivesse certa que o homem que a levava para cama não era nenhum feiticeiro do mal, uma dúvida constante costumava atormentá-la, principalmente durante as longas horas do dia, quando se encontrava a sós. E era essa dúvida que precisava ser eliminada.


Bem no fundo do coração alimentara a esperança que Alfonso acabaria confiando nela e se revelando inteiro, como fazia com Alan e com os Cecil. Na verdade sentia-se ferida por essa falta de fé, pela barreira existente entre os dois. Talvez, com o tempo, ele abaixaria a guarda. Porém nunca fora uma mulher muito paciente. Estava cansada de esperar.


Hoje a noite veria o rosto e o corpo de seu marido.


Com a cabeça recostada no peito largo de Alfonso, Maite o ouvia respirar enquanto procurava aquietar as batida do próprio coração, temendo acordá-lo. Ele havia feito amor mais lentamente, como se as ervas já estivesse afetando-o. Contudo a paixão fora a mesma, intensa sem medidas. Oh, Deus, será que estava fazendo a coisa certa? Agora que o momento havia chegado sentia-se mais apavorada do que aliviada diante da perspectiva de ver o Cavaleiro Vermelho.


- Alfonso?


Nenhuma resposta.


Mesmo não gostando muito dá idéia de se apressar, precisava agir o quanto antes porque não sabia por quanto tempo as ervas o manteriam dormindo. Chegara a hora de desvendar o segredo do Cavaleiro Vermelho, um homem cuja reputação atravessara todo o reino, o homem de quem se dizia ter parte com o diabo....


Maite sentou-se e abriu as cortinas da cama, pronta para dizer que precisava atender a um chamado da na­tureza, caso Alfonso acordasse de repente. Procurando não fazer o menor ruído, vestiu um robe e pegou o vestido que deixara sobre a cadeira, em cujo bolso escondera um castiçal e uma vela grossa. Com as mãos trêmulas, foi até a lareira e acendeu a vela. Depois obrigou-se a ca­minhar até a cama.


Erguendo o braço, iluminou a figura de um homem alto, um cavaleiro de enorme estatura. Então puxou as cobertas para olhar, pela primeira vez, o corpo de seu marido adormecido.


As pernas longas e musculosas, cobertas por uma ca­mada de pêlos claros, a faziam pensar na solidez da rocha. A virilidade, grande mesmo sem estar ereta, descansava sobre os cabelos louros em torno das virilhas. Uma das mãos, de dedos esguios, repousava sobre o estômago fir­me. Como não percebesse qualquer desfiguração até ali, Maite continuou a examiná-lo.


O peito era forte, a pele dourada, os ombros incrivel­mente largos, os braços musculosos. Não havia nada de errado com o corpo de seu marido, Maite pensou es­tarrecida. Ele parecia um deus atlético, esculpido à per­feição.


Tremendo de maneira incontrolável, ela ergueu o cas­tiçal para iluminar o rosto, certa de que ali encontraria o motivo que o obrigava a permanecer envolto pelas trevas...


Vagarosamente as feições foram se tornando nítidas. Chocada, Maite sufocou um grito de surpresa.


Alfonso Herrera era lindo.


Cabelos castanhos-escuros desciam até o pescoço. Sobran­celhas bem delineadas, cílios longos e espessos, nariz reto. Queixo forte e lábios generosos, sem serem excessiva­mente carnudos. Um rosto perfeito. O rosto de um anjo.


Apenas uma pequena cicatriz que corria de uma das sobrancelhas até a têmpora.


Fascinada pela visão, Maite deu um passo para a frente e aproximou ainda mais o castiçal da figura ador­mecida, procurando algo que explicasse o porquê daquele homem se esconder nas sombras. Hesitante, tocou a ci­catriz. Fora um ferimento recente, concluiu. Porém já vira coisas bem piores em outros cavaleiros. Não era nada que diminuísse a beleza de Alfonso, muito pelo contrário. A marca o tornava mais viril, másculo, real... como se o anjo tivesse vencido um combate mortal com o demônio.


O demônio. Não, não queria pensar nisso, decidiu, murmurando uma prece. De repente Alfonso mudou de posição na cama e Maite se deu conta da enormidade do que havia feito. Na sua pressa de fechar as cortinas da cama quase acabou deixando o castiçal cair. Rapidamente apagou a vela e escondeu-a outra vez no bolso do vestido Depois voltou para o seu lado da cama, perdida numa confusão total.


Mordendo os lábios de puro nervosismo, experimento o gosto do medo ao decidir que devia tornar a deitar-se.


Era incrível pensar como havia mudado. Antes de casar se nunca tivera receio de nada, nem da escuridão, nem da ausência da sua mãe, nem das histórias de fantasma e seres diabólicos que faziam Edith estremecer de pavor nem mesmo da falta de significado da sua vida que pro­curara remediar com trabalho em vez de amor.


Engolindo um soluço, Maite tirou o robe e deitou-se, as pernas recusando-se a mantê-la de pé por mais um segundo sequer. As lágrimas, que jamais chegara a der­ramar antes, começaram a correr livres pelo rosto deli­cado, trazendo um alívio inesperado. Dominada pela emo­ção, passou um braço ao redor do peito largo do marido, apertando-o com força de encontro a si. Finalmente a verdade a atingira como um raio, obrigando-a a enfrentar o que tentara ignorar. Não importava quem ou o que o Cavaleiro Vermelho era. Ele viera preencher o vazio da sua vida, um vazio tão grande que nem suspeitara existir. Ele a fizera desabrochar.


O fato é que o amava acima de tudo e com toda a sua alma.



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Autor(a): taynaraleal

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 79



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  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:55:37

    Amei essa fic e espero de coração que venham mais e mais adaptações suas! Sei que elas virão, então saiba q estarei aq esperando!!! O Cavaleiro Vermelho e a Maite não poderiam ter um final melhor!!! Beijosss Tayzinha, e que venham os novos projetos!!

  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:54:34

    Como já te disse, amo suas adaptações!! vc escolhe mt bem e escolhe os melhores p colocar no nosso casal topper

  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:54:06

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA, UMA BEBEZINHA ZENTIII

  • taynaraleal Postado em 06/02/2017 - 20:04:27

    VOU CONTINUAR MEU POVOOO, ESPERO QUE AINDA ESTEJAM AII

  • nessak. Postado em 24/03/2016 - 19:19:09

    Continua a fanfic e muito boa

  • dahnm Postado em 17/03/2016 - 15:22:31

    Hey ...Não Abandona Não ... Posta Mais...

  • dahnm Postado em 06/12/2015 - 14:11:58

    CONTINUA...

  • mylene_herroni Postado em 28/11/2015 - 01:02:26

    Continuaaaaaaa. *leitora nova* ameii tudoo.

  • Gisele Beorlegui Postado em 27/11/2015 - 08:48:18

    Posta mais. Necessito de mais.

  • Gisele Beorlegui Postado em 27/11/2015 - 08:47:51

    '- Me beije - ele pediu' JESUS


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