Fanfics Brasil - Capítulo 26 Bodas de Fogo

Fanfic: Bodas de Fogo | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 26

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Maite estava no salão principal quando che­gou um mensageiro de Belvry.


- É um rapaz chamado Benedict, minha lady – o guarda a avisou.


- Deixe-o entrar! - ela exclamou, deliciada com a idéia de receber notícias de seu antigo lar. Conhecia Be­nedict há anos e o vira galgar cada degrau de responsabilidade até tornar-se assistente do administrador.


- Edith, traga cerveja e comida para o nosso convi­dado. - Maite olhou ao redor e encontrou tudo na mais perfeita ordem. Embora Dunmurrow não fosse tão bonito quanto Belvry, sob os seus cuidados o castelo transfor­mara num ambiente agradável e aconchegante, sem nada da atmosfera lúgubre inicial. Sentia-se satisfeita em receber o rapaz.


- Benedict, como é bom voltar a vê-lo! - Com ambas as mãos estendidas, ela deu as boas-vindas ao viajante, porém o ar abatido do jovem preocupou-a imediatamente.


Será que havia alguma coisa errada em casa?


- Sua aparência está ótima, minha lady.


Talvez a expressão estranha de Benedict não estivesse relacionada a possíveis problemas em Belvry e sim ao próprio castelo de Dunmurrow. Naqueles dias maravi­lhosos que se seguiram ao Natal, acabara se esquecendo dos rumores terríveis que cercavam o Cavaleiro Vermelho e aqueles que viviam em seus domínios.


- Quanta gentileza a sua. Estou bem sim, obrigada. Por favor, sente-se. Você precisa descansar depois da longa jornada.


Benedict pareceu relaxar assim que uma em caneca de cerveja e um prato de carne assada foram colocados à sua frente. Também contribuiu para estabelecer um clima de tranqüilidade a presença de Edith, sempre atarefada ou então chamando a atenção de Willie.


Ou talvez o jovem estivesse apenas faminto, tal o fervor com que atacou a comida enquanto Maite contava-lhe sobre as melhoras feitas em Dunmurrow e perguntava-lhe notícias dos amigos deixados em Belvry. Somente depois de terminar a refeição é que as feições de Benedict voltaram a ficar sombrias. Maite concluiu que não era


Dunmurrow que o afligia. Alguma coisa estava errada. Alguma coisa séria, porque Matthew Brown preferiu mandar um mensageiro a escrever uma carta.


- O que está acontecendo? Por que você veio até aqui?


- Minha lady... Sinto dizer-lhe, mas vim lhe trazer más notícias. Lorde Hexham tem se tornado inquieto na sua ausência. Matthew acha que muito breve, provavelmente quando o tempo melhorar, ele atacará Belvry.


- Há algo mais? - ela indagou, a voz apertada na garganta, os olhos arregalados numa expressão de profundo horror.


O rapaz pigarreou e fitou as próprias mãos, sabendo que precisava ir até o fim, por mais desagradáveis, fossem as novidades.


- Hexham clama que seu casamento com o senhor de Dunmurrow não é válido porque seu pai a prometeu a ele...


Furiosa, Maite o interrompeu no meio da frase.


- Aquele maldito mentiroso!


- Sim, minha lady. Hexham diz que você lhe pertence por direito, assim como Belvry.


Cheia de ira, ela apertou os punhos, num gesto de impotência e frustração.


- Aquele filho da mãe! O próprio Edward arranjou meu casamento! Como Hexham tem a ousadia de desafiar e pôr em dúvida um decreto do rei? Temos que procurar Edward e contar o que está acontecendo...


De repente, ao perceber a maneira estranha como Be­nedict a fitava, Maite se deu conta do que acabara de dizer. Com certeza o jovem devia estar se perguntando por que alguém iria incomodar Edward quando tinha como marido o cavaleiro mais temido de todo o reino?


Maite abaixou o olhar, sentindo na boca o gosto da derrota. Seu marido cego não poderia ajudá-la. E quem o faria então? Claro que havia a alternativa de mandar uma mensagem para o rei, colocando-o a par da situação. O problema é que Edward viajava bastante e além de tudo não se interessava de modo especial por Belvry. O rei e ela nunca haviam sido muito íntimos e com certeza esse relacionamento se tornara ainda mais frio depois que tentara enganá-lo na escolha de um marido.


Embora Hexham não gozasse de uma simpatia especial junto a Edward, tampouco ela podia se dar a esse luxo. Por outro lado Hexham, como cavaleiro, tinha um exército a colocar a serviço do rei, enquanto ela... O que poderia oferecer? Nada. E Alfonso? Os dias de guerreiro de seu marido haviam terminado e Dunmurrow não era uma propriedade tão rica assim para comprar um favor real. Quanto será que triunfos passados do Cavaleiro Verme­lho pesariam na balança? Maite engoliu em seco, sen­tindo-se à beira do desespero. Sabia-se num beco sem saída e o futuro se apresentava sombrio-e incerto.


Era impensável que aquele seu vizinho arrogante e inescrupuloso viesse a tomar-lhe Belvry. Era impensável, porém bastante provável: Isadora levantou-se decidida. Por mais que a situação lhe parecesse sem esperanças, não iria se entregar sem lutar.


- Venha comigo, Benedict. Quero que você conte tudo ao meu marido, o barão Herrera.


O alívio estampado no rosto do rapaz era tão palpável a fez rir. Mas não espere auxílio do terrível Cavaleiro Vermelho, ela pensou sem amargura. Amava o marido acima de tudo e ficaria ao lado dele em qualquer circunstância, mesmo que isso significasse perder tudo aquilo que um dia lhe fora caro.


As sombras dos aposentos principais não deixaram de intimidar Benedict. Maite sorriu, tentando se lembrar dos dias em que aquela escuridão a tinham assombra ou de quando Alfonso, sentado no meio das trevas e ladeado pelos dois cães, lhe parecera ameaçador. Contudo as lembranças perdiam-se num passado recente. Tudo o que conseguia ver era um quarto tão cheio de amor e calor humano que impedia o aparecimento das sombras.


- Meu lorde. Este é Benedict de Belvry, assistente de meu administrador. Ele nos trouxe algumas notícia que eu gostaria de colocá-lo a par.


- Sente-se - Alfonso ordenou. Maite levou o rapaz até o sofá junto a lareira. Depois, ignorada pelos cães enormes, deu um passo para dentro da escuridão e ficou de pé, atrás do marido. Ao apoiar as mãos nos ombro maciços, sentiu os dedos masculinos cobrirem os seus num gesto tão reconfortante que lhe trouxe lágrimas aos olhos.


- Fale, Benedict. - Herrera ouviu as novidades com atenção, a voz nervosa do jovem ecoando pelo ambiente.


- E o que esse tal de Hexham diz de mim? – Alfonso indagou.


Um silêncio pesado se estendeu por vários segundos.


- Vamos, Benedict - Maite o tranqüilizou. – Você pode falar livremente aqui. Não há o que temer.


Ela tentava imaginar qual seria a nova calúnia que Hexham teria inventado a respeito do Cavaleiro Verme­lho. Devia ser algo terrível, já que o rapaz parecia apavorado. Finalmente Benedict concordou em responder. como se soubesse não ser possível fugir ao próprio destino.


- Hexham diz que o Cavaleiro Vermelho já deve estar morto há tempos e que Maite vive escondida aqui, atrás de uma sombra. Porém, por mais que tente se esconder, ela não irá lhe escapar.


Maite sentiu a tensão e a raiva se espalhar pelo corpo de Alfonso e por um momento temeu que o marido se entregasse a um daqueles acessos de fúria. Entretanto Herrera permaneceu sentado, mantendo um con­trole de ferro.


- Não é uma notícia interessante? - Quando Bene­dict, que dava a impressão de padecer de um desconforto supremo nada respondeu, Alfonso continuou. - Nosso inimigo pretende atacar Belvry ou Dunmurrow?


Maite demorou um pouco até perceber onde o marido queria chegar.


- Entendo o seu ponto de vista, meu lorde. Talvez aquele verme covarde esteja planejando atrai-lo para fora daqui com a intenção de tomar Dunmurrow na sua ausência. Um plano assim é bem de acordo com a perso­nalidade de Hexham - ela comentou.


- O que você acha que o homem deseja mais, Belvry ou Maite? - Herrera perguntou a Benedict.


O rapaz não respondeu de imediato. Levou alguns se­gundos pesando a pergunta e procurando respondê-la da forma mais objetiva possível.


- Hexham deseja minha lady, sim, pode estar certo disso. Mas ele sempre ambicionou possuir Belvry, pois as terras dos Perroni são muito mais prósperas, além do número de empregados para trabalhar no plantio ser maior também. Ele já se apossou de uma das mansões da propriedade e, na minha opinião, não sossegará até se apossar de todas.


Maite acompanhou Benedict até os estábulos para se despedir. O rapaz parecia mais tranqüilo agora, depois de receber instruções de Alfonso sobre a maneira como o administrador de Belvry devia agir no que dizia respeito às ameaças de Hexham. Era difícil não ter fé no Cavaleiro Vermelho, Maite pensou vendo o jovem se afastar, o sorriso de encorajamento desaparecendo tão logo se viu sozinha. Como gostaria de adiar o momento de voltar para o lado do marido.


Se ela chorasse sobre a perda do lar iria apenas deixar Alfonso ainda mais frustrado e atingido na sua virilidade pela incapacidade de protegê-la. Lembrava-se muito bem daquela noite em que Herrera se julgara menos do que um homem e, fora de si, fora para o pátio no meio da noite e extravasara toda a ira e revolta que o consumia.


Finalmente o anoitecer obrigou-a a entrar. Chamando-se de covarde, resolveu enfrentar a fúria do marido. Surpresa, descobriu que os aposentos principais estavam iluminados por vários castiçais e Cecil servia o jantar, como sempre.


- Mandei chamar Alan - Alfonso falou sem preâmbulos.


- Preciso consultar meu vassalo antes, mas acho que terei que dividir minhas forças. Talvez Alan deva levar a maioria dos homens para Belvry. Uma demonstração de poderio provavelmente fará Hexham hesitar antes de cometer alguma tolice.


Maite inspirou fundo, os olhos fixos no marido. Ele estava sentado à mesa, o corpo enorme e musculoso parecendo dominar o ambiente inteiro, o rosto sério e inteligente fazendo jus à lenda que se criara em torno do Cavaleiro Vermelho.


- Por acaso você está pretendendo desafiar Hexham?


- Não, mas tampouco pretendo deixar que aquele co­varde se apodere de Belvry. - Alfonso olhou na direção da mulher, como se a avaliasse. - Você pensou que eu não faria nada? Que não tomaria nenhuma atitude?


- Não! Claro que não! - ela mentiu, enrubescendo até a raiz dos cabelos. Deus sabia como preferia não enfurecê-lo. - Mas você tem homens suficientes?


- Uma vez que Benedict não foi capaz de me dar informações detalhadas sobre as forças de Hexham, não posso lhe responder já. Certamente não tenho tantos ho­mens quanto gostaria, porém Dunmurrow jamais esteve sob qualquer tipo de ameaça antes. Creio que será pos­sível enfrentar o desafio.


Um profundo sentimento de culpa percorreu-a de alto a baixo. Embora Alfonso não a acusasse de nada, ela sabia muito bem que a culpa era sua. Se não fosse por causa dela, Dunmurrow não estaria em perigo. Se não fosse por causa dela, Herrera teria sido deixado em paz... Angustiada, Maite levantou-se e caminhou na direção da lareira.


- Talvez deveríamos permitir que ele fique com tudo - Maite falou com delicadeza.


- O quê? - Assombrado com o que acabara de ouvir, Alfonso concluiu que não escutara bem.


- Talvez deveríamos deixar que Hexham se apodere de Belvry - ela repetiu, fitando-o. A fúria estampada no rosto do barão assustou-a. - Belvry não significa nada para mim agora. Minha vida é aqui em Dunmurrow. Ao seu lado.


A raiva desapareceu do rosto de Herrera.


- Maite... minha esposa.


Obedecendo ao chamado implícito, ela se entregou aos braços fortes e aconchegou-se ao peito largo, procurando proteção e conforto. Toda a fortaleza que se vira obrigada a representar durante o dia ameaçou ruir na doçura da­quele abraço. Tinha vontade de chorar pelo antigo lar, pela culpa em relação ao marido e pela alegria que a nova vida lhe dera. Uma alegria que acabara de ser posta a prêmio.


- Se eu não fizer nada será ainda pior - Alfonso mur­murou apertando-a de encontro ao coração. - Mas se eu mostrar que não aceitaremos provocações, talvez o verme se encolha outra vez dentro da própria toca.


Maite sorriu, notando que o marido já havia enten­dido a personalidade covarde e sem escrúpulos de Hexham.


- Não tenha medo, querida. Só porque meus homens não estão aquartelados aqui isso não significa que não tenha um número suficiente de soldados. Eles seguem Alan agora. - Havia uma nota de amargura no comentário. - E Alan vai aonde eu o mandar. Meu vassalo levará adiante a lenda do Cavaleiro Vermelho, mantendo-a viva e atual. Talvez isso seja o bastante para desencorajar nossos inimigos.


Alan chegou alguns dias depois liderando o exército do barão Herrera. Ao ver tantos e tantos home acampados do lado de fora do castelo, Maite experimentou, pela primeira vez desde as notícias sobre ameaças de Hexham, uma sensação de segurança e tranqüilidade. Com certeza esse número expressivo de soldados seria suficiente para fazer seu vizinho mudar idéia porque, apesar das bravatas, Hexham não passa de um covarde.


Alfonso e seu vassalo passaram a tarde inteira conversando e traçando estratégias para um possível ataque. Enquanto isso, Maite cuidou para que todos os soldados tivessem onde dormir e o que comer. Tanto serviço a fez perder a noção de tempo e quando Cecil veio chamá-la para jantar, a refeição já havia sido servida.


- Boa noite, meu lorde - Maite falou, apreciando a claridade e o calor vindos dos castiçais. Era tão bom poder enxergar a própria comida! Lá estava o vassalo, parecendo exausto depois da longa jornada. - Alan, é um prazer vê-lo outra vez.


- Minha lady. - Dando dois passos na direção da Maite, ele tomou as mãos delicadas entre as suas. ­


É quase impossível, mas tenho a impressão que você se tornou ainda mais bela durante a minha ausência.


- Obrigada. - Apesar do sorriso gentil, Maite ime­diatamente retirou as mãos. - E você se tornou ainda mais eloqüente.


Maite riu e aproximou-se do marido, temendo despertar ciúmes desnecessários. No mesmo instante Alfonso passou um braço ao redor da cintura delicada, num gesto obviamente possessivo.



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Autor(a): taynaraleal

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Alan não ficou nem um pouco surpreso com o compor­tamento do barão. Apenas sorriu de maneira conspiratória. - Presumo que vocês dois tenham ajeitado as coisas de maneira satisfatória para ambas as partes. Está tudo as claras agora? - O quê? - Alfonso parecia não compreender as insi­nuações do vassa ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 79



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  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:55:37

    Amei essa fic e espero de coração que venham mais e mais adaptações suas! Sei que elas virão, então saiba q estarei aq esperando!!! O Cavaleiro Vermelho e a Maite não poderiam ter um final melhor!!! Beijosss Tayzinha, e que venham os novos projetos!!

  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:54:34

    Como já te disse, amo suas adaptações!! vc escolhe mt bem e escolhe os melhores p colocar no nosso casal topper

  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:54:06

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA, UMA BEBEZINHA ZENTIII

  • taynaraleal Postado em 06/02/2017 - 20:04:27

    VOU CONTINUAR MEU POVOOO, ESPERO QUE AINDA ESTEJAM AII

  • nessak. Postado em 24/03/2016 - 19:19:09

    Continua a fanfic e muito boa

  • dahnm Postado em 17/03/2016 - 15:22:31

    Hey ...Não Abandona Não ... Posta Mais...

  • dahnm Postado em 06/12/2015 - 14:11:58

    CONTINUA...

  • mylene_herroni Postado em 28/11/2015 - 01:02:26

    Continuaaaaaaa. *leitora nova* ameii tudoo.

  • Gisele Beorlegui Postado em 27/11/2015 - 08:48:18

    Posta mais. Necessito de mais.

  • Gisele Beorlegui Postado em 27/11/2015 - 08:47:51

    '- Me beije - ele pediu' JESUS


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