Fanfics Brasil - Capítulo 30 Bodas de Fogo

Fanfic: Bodas de Fogo | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 30

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Apesar de no início Dunmurrow ter lhe causado um certo desconforto e o Cavaleiro Vermelho tê-la deixado bastante inquieta, jamais lhe passara pela cabeça fugir. Mesmo que Edith tentasse convencê-la do contrário, nem por um momento cogitara tomar o caminho dos covardes. E aqui, bem à sua frente e em toda a sua glória, estava o maior de todos os covardes.



- Vamos logo - Hexham insistiu, procurando apressá-la.



Se ao menos julgasse que os motivos do barão fossem puros, que ele viera com o único objetivo de socorrê-la, talvez pudesse até perdoá-lo. Porém Hexham não fazia nada a não ser em proveito próprio.



- Por quê? - Maite indagou com ousadia.



Um brilho de raiva passou pelos olhos negros, porém ele tentou disfarçar a irritação com um sorriso falso.



- Teremos tempo de sobra para conversarmos durante a jornada de volta. Vamos embora depressa, antes que nos descubram.



- Por quê? O que você está planejando ganhar com esta vinda aqui?



- Quero apenas libertá-la deste lugar. Agora venha! - Hexham deu um passo à frente, incapaz de esconder a fúria que o atraso estava lhe causando.



- Não - Maite falou muito calma. - Não vou a lugar nenhum. Aqui é meu lar.



Hexham ficou transtornado de raiva, o rosto vermelho, os olhos dilatados.



- Isto aqui não passa de um amontoado de pedras! Seu lar é em Belvry, ao meu lado!



- Posso saber o que você tem a ver com Belvry? ­- ela indagou friamente. - Aquela propriedade pertence ao meu marido.



- Marido?! Não vejo nenhum marido por aqui - Hex­ham debochou. - Seu pai a prometeu a mim! Ele queria ter certeza de que suas terras ficariam protegidas, e que maneira melhor de garantir essa proteção do que juntar Belvry às minhas terras?



Ela mal podia conter a indignação diante de tantas mentiras.



- Meu pai não lhe prometeu nada pois sempre o con­siderou um arrogante imprestável e jamais pensaria em associar-se a você! Seria mais fácil ele se levantar da própria sepultura do que aceitá-lo à cabeceira da mesa de Belvry.



- Chega! - O barão tinha os lábios retorcidos, como se um odor nojento houvesse empestado o ar. - Muito breve serei dono de seu querido Belvry.



- Você nunca terá Belvry!



Hexham deu um passo para frente, ameaçador.



- Engano seu. Assim que eu puser as mãos em você, ninguém poderá me impedir de coisa alguma!



- Se você ousar me tocar, meu marido o matara. - Maite falou num tom tão frio e mortal que o barão pareceu hesitar.



Então ele riu.



- Ha! Você não tem marido! Por que o Cavaleiro Vermelho não aparece e me enfrenta? - Hexham apontou na direção da porta, despejando ironia.



- Meu marido não pode aparecer agora porque no momento anda bastante ocupado dizimando aquele exército ridículo que você tem!



- Você está mentindo - ele falou, tentando convencer a si mesmo. - Ninguém tem visto Herrera nos últimos tempos. Ou está morto ou é um homem muito velho e fraco que atendeu ao meu desafio apenas para ser retalhado pelos meus soldados. Se você esta realmente casada, o que eu duvido, assim que chegarmos a Belvry darei um jeito para que esse matrimônio seja anulado.



- Pode esquecer, meu caro, porque agora trago um filho no ventre. Herrera está vivo sim. - Ela tocou a barriga de leve, percebendo o olhar de surpresa e desgosto de seu oponente. - Meu marido não é ne­nhum fracote, mas o Cavaleiro Vermelho, um grande guerreiro, com poderes e força que ultrapassam a sua imaginação.



Ao reparar uma sombra de medo toldar as feições do barão, Maite pressionou a vantagem. O que será que Hexham sabia sobre a reputação de Herrera? E até onde acreditava nas histórias que se contavam?



- Meu marido ficou em Dunmurrow alguns meses, aperfeiçoando suas habilidades, obtendo novos conheci­mentos e poderes, coisas que você jamais sonhou existirem. Herrera saiu daqui para enfrentar alguém que ousou desafiá-lo. Somente um tolo como você não perce­beria o perigo que o Cavaleiro Vermelho representa. A ira dele é vermelha como sangue, o seu sangue, Hexham, que meu marido fará questão de derramar.



- Cale a boca, sua vaca - Ele ergueu a mão para esbofeteá-la, porém os cães, esquecidos durante toda a cena, começaram a rosnar ameaçadoramente. No mesmo instante Hexham baixou o braço, o rosto desfigurado de ódio.



No início Maite pensara apenas em se livrar da figura indesejável, convencendo-o de que não precisava ser salva de nada. Porém a violência e as palavras cruas a fizeram mudar de idéia. Sabia muito bem que Hexham não merecia a menor confiança pois se tratava de uma criatura desprovida de honra, um covarde que desafiara seu ma­rido e depois se esgueirara como um verme para lhe roubar a esposa. Naquele exato momento Alfonso estava a quilômetros de distância, talvez lutando pela própria vida. Não, Hexham não iria sair impune da situação ele criara. O barão tentou outra vez. Contendo a raiva com muito esforço, vestiu novamente a máscara da falsa nobreza.



- Se este cavaleiro é tão feroz como você diz, então estou lhe dando a chance de escapar de seu domínio. Venha comigo, para Belvry. Não me importo que haja um bebê a caminho.



Apesar do tom ameno, Maite percebia as mentiras sob o manto da delicadeza. Se o acompanhasse, Hexham jamais permitiria que aquela criança nascesse. A idéia a encheu de uma fúria tão grande como nunca se julgara capaz de sentir.



- Ainda podemos dar um jeito de conseguir a anulação deste casamento. Nós pertencemos um ao outro, você sabe.



Ela riu alto.



- Sempre o detestei e somente um cego não enxergaria isso. Mas mesmo se não o detestasse, não iria querê-lo para marido. Pertenço a Herrera. O Cavaleiro Vermelho é meu lorde. E ele é muito mais do que eu um dia desejei.



- Você está enfeitiçada! O fato de ter se deitado com esse demônio e gerado um filho dele só pode provar sua insanidade. Venha, vou dar um jeito de quebrar esse encantamento logo.



- Castor! Pollux! - Maite chamou ao perceber que o barão tentava tocá-la. Imediatamente os cães estavam ao lado da dona, enormes e ameaçadores. - ­ Quanto a você, meu galante salvador, farei com que seja jogado na masmorra, onde aguardará o julgamento de meu marido.



O choque no rosto de Hexham deixou claro que ele não esperava ser recusado e muito menos ser feito prisioneiro. O desespero estampado nos olhos malévolos devia tê-la avisado, porém Isadora estava muito segura de si, sabendo-se protegida pelos cães.



- Quer que eu sirva um pouco mais de cerveja, minha lady?



A chegada repentina de Glenna mudou toda a situação. Antes que Maite tivesse a chance de responder, Hexham agarrou a serva pelo braço enquanto encostava um pu­nhal na garganta da mulher.



- Mande seus cachorros sossegarem - ele falou num tom baixo e cruel -, e venha comigo. De outro modo não hesitarei em cortar a garganta desta mulher.



Maite inspirou fundo, sabendo que o barão cumpriria a ameaça. Ao pensar na possibilidade de Moira encontrar a mãe sangrando até a morte, não teve dúvidas.



- Está bem. Irei com você.



- Mande os cães para a cozinha.



- Castor! Pollux! Fora!



Rosnando baixo, os cães se retiraram. Sem outra escolha, Maite aproximou-se do barão. Tarde demais se dera conta de que o tinha subestimado, considerando-o apenas um tolo arrogante. Agora devia pagar o preço pelo engano.



- Solte a serva.



Com um movimento rápido, Hexham soltou Glenna e agarrou o braço de Maite, encostando a lâmina fria de encontro ao pescoço alvo.



- Não tente fazer nada, mulher, ou eu mato a castelã de Dunmurrow.



Glenna não conseguia se mover, os olhos arregalados de pavor.



- Você nunca sairá vivo deste castelo - Maite o avisou.



- Oh, sairei sim. – Mantendo-a firme pelo braço, Hexham obrigou-a a vestir a capa e colocar o capuz, de forma que ninguém pudesse enxergar o punhal que a ameaçava. - Você facilitará minha saída. Dirá aos guar­das que estamos indo até a aldeia. E melhor ser convin­cente ou morrerá.



Será que o barão teria mesmo coragem de matá-la? Ele sempre a desejara, ainda quando casado não tentava sequer disfarçar os olhares lascivos e nojentos.



Sim, Hexham a queria e também ambicionava se tor­nar dono de Belvry. Porém agora não passava de um homem desesperado e incapaz de se render com nobreza. Se ao menos não estivesse presa pelo braço poderia gritar, chamar um guarda, correr. Maite colocou as mãos sobre a barriga num gesto protetor. Não podia arriscar a se­gurança do filho de Alfonso.



Como suspeitara, Hexham deixara um grupo de ho­mens aguardando-o no pátio, todos usando as cores de Belvry. Os covardes! Ao montarem nos cavalos, ela pensou em galopar na direção dos guardas de Dunmurrow pedindo socorro, entretanto Hexham segurava as rédeas ele seu cavalo com mãos de ferro. Impossível tentar escapar sem sair ferida.



Não havia sequer esperança de serem barrados na pon­te levadiça. Ninguém imaginaria que um pequeno grupo vindo de Belvry poderia significar perigo para a casto de Dunmurrow.



Também, escondida sob a capa e o capuz, nenhum dos guardas foi capaz de reconhecê-la e a deixara passar sem perguntas. Impotente, Maite marchou de encontro ao seu destino, o coração tomado de um profundo desespero.



Já estavam fora das muralhas do castelo quando um dos últimos guardas finalmente a reconheceu.



- Minha lady! - ele chamou, aproximando-se. - Um momento!



Embora o grupo parasse, Hexham segurou as rédea do cavalo de Maite com força, pronto para uma fuga arriscada.



- Minha lady vai nos mostrar a aldeia - o barão falou com delicadeza.



O soldado, um homem alto e de cabelos grisalhos, fitou a castelã atentamente.



- Não posso deixá-la sair sem a escolta de alguns dos meus homens, minha lady. Foram ordens de meu lorde.



Silenciosamente, Maite agradeceu a intervenção do soldado. Com certeza tratava-se de um homem bem trei­nado e que sentira o perigo a distância. Só pedia a Deus que ao perceber o seu pavor, ele agisse rápido.



Tudo aconteceu em questão de segundos. Assim que o guarda de Dunmurrow levou a mão ao punho da espada, Hexham agarrou Maite e puxou-a para o próprio cavalo, cobrindo o pescoço delicado com a lâmina do punhal.



- Saiam do meu caminho! - o barão gritou. Sem outra alternativa, o soldado deu passagem ao bando, que saiu em disparada.



Embora suspeitasse que uma tropa sairia ao seu en­calço, Maite sabia que no momento os soldados de Dunmurrow quase nada podiam fazer, exceto atirarem flechas com extremo cuidado. Afinal, se acertassem Hex­ham correriam um grande risco de atingi-la mortalmente também.



Não, não podia contar certo com uma ajuda vinda do castelo. Estava entregue a si mesma e precisava controlar o medo se quisesse sobreviver.




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Autor(a): taynaraleal

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 79



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:55:37

    Amei essa fic e espero de coração que venham mais e mais adaptações suas! Sei que elas virão, então saiba q estarei aq esperando!!! O Cavaleiro Vermelho e a Maite não poderiam ter um final melhor!!! Beijosss Tayzinha, e que venham os novos projetos!!

  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:54:34

    Como já te disse, amo suas adaptações!! vc escolhe mt bem e escolhe os melhores p colocar no nosso casal topper

  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:54:06

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA, UMA BEBEZINHA ZENTIII

  • taynaraleal Postado em 06/02/2017 - 20:04:27

    VOU CONTINUAR MEU POVOOO, ESPERO QUE AINDA ESTEJAM AII

  • nessak. Postado em 24/03/2016 - 19:19:09

    Continua a fanfic e muito boa

  • dahnm Postado em 17/03/2016 - 15:22:31

    Hey ...Não Abandona Não ... Posta Mais...

  • dahnm Postado em 06/12/2015 - 14:11:58

    CONTINUA...

  • mylene_herroni Postado em 28/11/2015 - 01:02:26

    Continuaaaaaaa. *leitora nova* ameii tudoo.

  • Gisele Beorlegui Postado em 27/11/2015 - 08:48:18

    Posta mais. Necessito de mais.

  • Gisele Beorlegui Postado em 27/11/2015 - 08:47:51

    '- Me beije - ele pediu' JESUS


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