Fanfics Brasil - Capítulo 31 Bodas de Fogo

Fanfic: Bodas de Fogo | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 31

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A coragem e a fibra de Maite de pouco ajudaram. Embora Hexham não mais ameaçasse com a espada, não havia nada que pudesse fazer a não ser se agarrar à crina do cavalo enquanto fugiam em disparada. Se caísse, seria pisoteada pelo. outros animais.


Ao entrarem na floresta, Hexham diminuiu a velocidade do galope e fez sinal para que o grupo de homens se dispersasse. Surpresa, ela percebeu que o barão planejara cada detalhe da operação e que, apesar de todos os cuidados tomados, devia temer os soldados de Dunmurrow porque continuava a correr como um louco.


A esperança de ser resgatada logo era muito pequena e apesar de se esforçar, não conseguia pensar num plano, para se safar daquela situação. A proximidade do corpo de Hexham lhe causava náuseas terríveis, impedindo-a de raciocinar com clareza e cada segundo que passava a deixava mais distante de Dunmurrow.


Fechando os olhos, Maite tentou relaxar até que, fi­nalmente, a imagem do marido lhe veio à mente trazendo um, pouco de ordem ao caos interior. Ao pensar em Alfonso, no poder e no amor que ele lhe tinha, sentiu a calma tomar conta de seus sentidos sobressaltados, como se, por um milagre, a força de Herrera a amparasse em meio a tanto desespero.


Mais serena, Maite concluiu que nada podia fazer no momento, ou pelo menos, até que parassem para um descanso rápido. Talvez aí... conseguisse escapar. Hex­ham era cruel sim, porém não tão inteligente quanto ela. Contudo, será que seu intelecto superior poderia preva­lecer à força das armas?


Finalmente Hexham parou, os ouvidos atentos, a es­pada outra vez de encontro ao pescoço da sua presa. Maite prendeu a respiração. Entretanto, além do ba­rulho das folhas e do canto dos pássaros, não se escutava nada. Ninguém os perseguia. Os outros três cavaleiros que os acompanhavam riram alto, cheios de confiança. Logo deixavam a floresta para trás e ganhavam o campo aberto, direto ao encontro do pequeno exército, fortemen­te armado, que os aguardava.


Por um breve instante Maite sentiu as esperanças se renovarem achando que a tropa viera de Dunmurrow. Porém logo tornou-se óbvio que aqueles homens não per­tenciam ao castelo de Alfonso e nem a Belvry. Eram sol­dados de Hexham, que agora ria e gritava, entusiasmado pela vitória fácil.


Amargurada pela descoberta, Maite tentou não se entregar ao desespero enquanto o barão a colocava no chão e lhe amarrava os pulsos com uma corda.


- O que é isso, meu lorde? - indagou um dos homens.


- Pensei que você tivesse vindo salvar uma dama.


- A dama precisou de uma pequena persuasão - ­Hexham respondeu seco. - Ela foi enfeitiçada por aquele demônio do Herrera.


Tão logo o nome de seu marido foi mencionado, Maite percebeu a onda familiar de murmúrios que a reputação de Alfonso sempre levantava.


- Cavaleiro Vermelho! Esta é a mulher dele? – Um dos soldados perguntou.


- Já ouvi falar do barão Herrera - falou outro homem fazendo o sinal da cruz. - Dizem que tem parte com o próprio diabo.


- Bobagem. - Para mostrar seu completo desdém, Hexham cuspiu no chão, junto aos pés de Maite.


Cavaleiro Vermelho não passa de uma sombra e só Deus sabe há quanto tempo não é visto por alguém. Ou está morto ou não passa de um velho fraco, incapaz de sustentar o peso da própria espada.


- Pois eu lhe digo que ele é jovem, forte e poderoso além da sua imaginação - Maite falou muito calma. - Com certeza já sabe o que você fez e vai caçá-lo implacavelmente.


- Ele não sabe de nada! - Hexham levantou a mão para esbofeteá-la e desistiu, começando a rir. - Vou possuí-la tantas vezes, e com tanto ardor, que logo você esquecerá da existência de Herrera.


Alguns homens riram e outros pareceram se sentir desconfortáveis. Foi a esses últimos que Maite se dirigiu, embora mantivesse os olhos no barão.


- Marque bem minhas palavras, Hexham. O Cavaleiro Vermelho virá e arrancará o seu coração para comê-lo.


De repente a lenda de Herrera pareceu se tornar uma coisa viva e explodir no grupo como uma ameaça pairando no ar. Vários homens deram um passo para trás.


- Fique quieta! - Hexham berrou. - Ou vou surrá-la até deixá-la sem sentidos. - Ele virou-se para os soldados e ordenou: - Parem com esses murmúrios idiotas e co­loquem essa vaca num cavalo. Vamos para casa.


 


Alfred Morling ergueu o elmo e olhou os campos vazios, os olhos treinados procurando sinais de Hexham. Vaga­rosamente, esfregou o pescoço, como se já sentisse a cabeça sendo decepada. Sendo o responsável pela segurança da propriedade, com certeza era isso mesmo o que ia acontecer, caso não encontrasse o barão.


Herrera o tinha ordenado proteger o castelo e zelar, em especial, pelo bem-estar da lady de Perroni.


Entretanto ele falhara. Alguém conseguira entrar e seqüestrar a castelã debaixo de seus narizes. E, de acordo com um dos servos, fora aquele filho da mãe do Hexham, o mesmo que enviara um desafio direto a Herrera.


Somente o mais covarde dos homens seria capaz de atrair um cavaleiro para o campo de batalha enquanto roubava a esposa dele pelas costas. Parecia-lhe algo im­pensável, contudo acontecera. Alfred passou a mão outra vez pelo pescoço, pensando que se não trouxesse lady Herrera de volta, seria um homem morto. O pior é que já anoitecia e haviam perdido o rastro dos agressores.


- Clyde! - ele gritou. Imediatamente um jovem sol­dado aproximou-se, para receber a ordem que todos te­miam. - Cavalgue à nossa frente, direto para Belvry, até encontrar o barão Herrera. Diga-lhe que Hex­ham raptou a mulher dele.


- Sim, senhor - Clyde respondeu, empalidecendo. Os que conheciam o temperamento de Alfonso tinham medo de executar a tarefa, porém não havia como evitá-la. O barão tinha o direito de saber. - Eu vou avisá-lo. - O jovem tomou as rédeas do cavalo e saiu em disparada.


 


Maite mudou de posição no chão duro. Há dias es­tavam cavalgando enlouquecidos, como se as próprias criaturas do inferno estivessem ao seu encalço, ou à sua frente. Embora Hexham jurasse não temer o Cavaleiro Vermelho, ele obrigava o grupo a galopar numa veloci­dade brutal. Sinal de ansiedade, claro. Maite continua­va falando sobre a chegada iminente do marido para salvá-la e apesar dos comentários debochados de Hex­ham, percebia que o barão não ficava imune à ameaça.


Por outro lado aquela correria era bem-vinda, pois quando a noite chegava Hexham estava tão cansado que conseguia apenas comer e dormir. Algumas vezes o sur­preendia fitando-a, cheio de desejo, e sabia que cedo ou tarde o barão tentaria possuí-la.


O fato de ser mulher de outro homem e estar carre­gando um filho no ventre não significava nada para al­guém destituído de honra.


Ela não tinha dúvidas de que fora deixada em paz até o momento apenas porque Hexham estava exausto e tam­bém porque o orgulho e a arrogância do barão o impedia de estuprá-la na frente de seus homens. Ele se considerava bonito e elegante demais para dormir com uma mu­lher ao relento além de não suportar a idéia de ter que se impor à força diante de testemunhas. Pelo menos en­quanto durasse a jornada estaria salva, a menos que o irritasse além dos limites.


Entretanto, quando chegassem ao seu destino, Hex­ham se sentiria livre de quaisquer amarras. Ansiosa dian­te do futuro, Maite colocou as mãos sobre o ventre num gesto protetor, pedindo a Deus que o Cavaleiro Vermelho não demorasse muito.


Era o máximo que podia fazer, já que não sugira ne­nhuma chance de tentar escapar e, quando chegassem ao castelo de Hexham, a vigilância seria redobrada. Du­rante o dia cavalgava com os pulsos amarrados e, à noite, dormia cercada pelos homens do barão.


Maite olhou ao redor, analisando o grupo. Todos pa­reciam adormecidos, exceto os dois homens designados para montar guarda. Um deles vigiava os arredores, enquanto o outro a observava. Não conseguia imaginar um plano capaz de enganá-los... Vencida pela exaustão, adormeceu.


De repente alguém a tocou de leve, acordando-a. Era o guarda designado para vigiá-la.


- Venha - o homem murmurou. - Vou ajudá-la a escapar.


Maite apoiou um cotovelo no chão, o coração batendo descompassado no peito. Escapar? Como?


- Depressa! - ele insistiu, os dedos grossos pene­trando-lhe a carne.


Esforçando-se para ficar de pé, Maite conseguiu en­xergar o rosto do soldado, porém em vez de uma fisio­nomia confiável, descobriu um sorriso maldoso e desdentado. De repente imaginou-se fugindo com aquele homem apenas para ser violentada e morta em seguida. O pavor era tanto que começou a tremer.


Ao sentir as mãos imundas forçando-a a ficar de pé, ela pensou em gritar, mas antes mesmo que conseguisse emitir qualquer som, um movimento intenso rompeu o silêncio da noite. Imediatamente o soldado jogou-a no chão e desembainhou a espada. Ofegante, Maite pro­curava entender o que estava acontecendo.


Palavrões. Muitos dos homens estavam praguejando enquanto outros riam. Alguns seguravam armas, embora não houvesse nenhuma ameaça no ar.


- Maldito seja você, Rhys, por ser tão imprestável ­Hexham falou irritado. - Aquele veado daria uma ótima refeição.


- Eu não poderia matar um veado branco, meu lorde. Trás má sorte.


- Seu estúpido! Você é tão ignorante que chega a ser imbecil! Não tem inteligência nem para pensar com a própria cabeça!


- Então era um veado branco? - Maite indagou no silêncio que se seguiu.


- Qual o problema se fosse? A carne seria tão saborosa quanto qualquer outra.


- Aquele veado branco não era para ser morto e de­vorado. Era um sinal do Cavaleiro Vermelho. Meu marido está para chegar.


Por um instante Maite achou que havia forçado o barão para além dos limites e que a casca de falsa civi­lidade iria finalmente se romper.


- Alguém faça esta vaca calar a boca - Hexham ordenou furioso. Como ninguém se mexesse, preocupados com a possível chegada do Cavaleiro Vermelho, ele mes­mo tomou a iniciativa. - Vamos, me dê aquele trapo ali. - Depois de amarrar um pano imundo na boca de Maite, Hexham deu-lhe um tapinha no rosto de mur­murou: - Seja boazinha, querida, e muito breve estará sugando algo bem mais agradável.



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Autor(a): taynaraleal

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  Alfonso ergueu o elmo e passou a mão na testa para limpar o suor. Depois de aguardar dias e dias qualquer sinal do exército de Hexham, haviam resolvido procurar a tropa inimiga e depois de encontrá-la, fizeram-na recuar sem derramamento de sangue. A vitória fora fácil demais, tão fácil que lhe cheirava a uma armadilha. ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 79



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  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:55:37

    Amei essa fic e espero de coração que venham mais e mais adaptações suas! Sei que elas virão, então saiba q estarei aq esperando!!! O Cavaleiro Vermelho e a Maite não poderiam ter um final melhor!!! Beijosss Tayzinha, e que venham os novos projetos!!

  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:54:34

    Como já te disse, amo suas adaptações!! vc escolhe mt bem e escolhe os melhores p colocar no nosso casal topper

  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:54:06

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA, UMA BEBEZINHA ZENTIII

  • taynaraleal Postado em 06/02/2017 - 20:04:27

    VOU CONTINUAR MEU POVOOO, ESPERO QUE AINDA ESTEJAM AII

  • nessak. Postado em 24/03/2016 - 19:19:09

    Continua a fanfic e muito boa

  • dahnm Postado em 17/03/2016 - 15:22:31

    Hey ...Não Abandona Não ... Posta Mais...

  • dahnm Postado em 06/12/2015 - 14:11:58

    CONTINUA...

  • mylene_herroni Postado em 28/11/2015 - 01:02:26

    Continuaaaaaaa. *leitora nova* ameii tudoo.

  • Gisele Beorlegui Postado em 27/11/2015 - 08:48:18

    Posta mais. Necessito de mais.

  • Gisele Beorlegui Postado em 27/11/2015 - 08:47:51

    '- Me beije - ele pediu' JESUS


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