Fanfics Brasil - Capítulo 32 Bodas de Fogo

Fanfic: Bodas de Fogo | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 32

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Alfonso ergueu o elmo e passou a mão na testa para limpar o suor. Depois de aguardar dias e dias qualquer sinal do exército de Hexham, haviam resolvido procurar a tropa inimiga e depois de encontrá-la, fizeram-na recuar sem derramamento de sangue. A vitória fora fácil demais, tão fácil que lhe cheirava a uma armadilha. Porém, até o momento, Hexham não dera as caras.


Uma vez que fora o barão quem lançara o desafio, Alfonso suspeitava de traição. Maite o avisara que seu antigo vizinho não era capaz de lutar de forma limpa, seguindo os preceitos da honra. Na verdade ela o implorara para permanecer em Dunmurrow. E agora não conseguia evitar uma sensação estranha, como se algum coisa estivesse, realmente, muito errada.


A chegada repentina de um dos soldados deixados em Dunmurrow pouco contribuiu para melhorar o seu humor. Talvez o desafio fosse um engodo, apenas uma maneira de afastá-lo das suas terras. Se aquele filho da mãe do Hexham tivesse atacado o castelo enquanto Maite estava lá dentro...


- Meu lorde - Clyde começou, o rosto pálido voltado para Herrera - meu lorde, o barão Hexham seqüestrou sua esposa.


O urro que irrompeu do peito do Cavaleiro Vermelho foi tão violento que fez estremecer seus próprios homens. Alfonso levantou a espada, como se pretendesse atirar Clyde para fora do cavalo com um só golpe. Foi então que Alan se aproximou.


- Para onde ele a levou? Está pedindo resgate? ­Alan indagou, a voz controlada acalmando a ira de Herrera e fazendo-o baixar o braço.


Trêmulo, Clyde procurava se manter firme na sela, agradecendo silenciosamente a intervenção do vassalo, pois de outra forma talvez já estivesse morto. Entretanto, ao fitar o Cavaleiro Vermelho, sentiu um pesar enorme.


O sofrimento estampado no rosto de Alfonso era tão intenso que se tornava doloroso de testemunhar.


Herrera amava a esposa. Sem saber como lidar com o peso daquela revelação, Clyde desviou o olhar, não querendo se intrometer na privacidade do barão.


- Não sabemos - o rapaz respondeu afinal. - Sa­bemos apenas que ele veio nesta direção e presumimos que esteja a caminho de Belvry. Uma serva afirmou que se trata de Hexham, entretanto nenhum resgate foi pedido.


- Talvez agora ele esteja pretendendo nos arrastar para uma armadilha - Alan sugeriu.


- Agora? - A voz de Alfonso vibrava de ódio. - Ele já me arrastou para uma terrível armadilha, aquele filho da mãe!


 


Maite quase caiu da montaria, um cansaço insupor­tável drenando cada gota de sangue das suas veias. Se ao menos pudesse dormir! Apesar dos pulsos amarrados e da boca seca e inchada, ainda tapada pelo trapo nojento, sentia que seria capaz de dormir para sempre. O bebê sugava o resto das suas energias e a velocidade com que vinham cavalgando era demasiada... Quando será que Hexham iria deixá-los parar?


Obrigando-se a abrir os olhos, ela olhou ao redor. Já estava quase anoitecendo, graças a Deus. De repente re­conheceu um riacho que corria ao longo da estrada. Es­tavam se aproximando de Belvry.


Um desespero profundo ameaçou engolfá-la. A com­pleta exaustão, física e emocional, a impedia de lidar com as perguntas que lhe toldavam a mente. O que Hexham faria agora? Será que pretendia ir para o próprio castelo ou se instalar em Belvry de uma vez por todas? Onde estaria Alfonso? O modo confiante como Hexham se compor­tava sugeria a ausência de qualquer possível ameaça.


Claro que o grupo de vinte homens, fortemente arma­dos, poderia enfrentar o ataque de uma pequena brigada. Mas e Alfonso? O nome do marido não lhe saía da cabeça.


Será que Hexham não levava em consideração a exis­tência do exército do Cavaleiro Vermelho ou era simples­ mente tolo demais para ter cautela? Quem sabe estariam caminhando direto para uma armadilha? Neste caso, melhor ficar alerta para se afastar da linha da bate assim que preciso, pois não tinha nenhuma intenção de ser morta por engano.


A esperança de Maite ganhou novo alento quando surgiu um cavaleiro solitário. Já estava anoitecendo e as árvores ao redor poderiam servir de ótimo esconderijo para outros soldados. Porém Hexham não demonstrava menor preocupação com o aparecimento do desconhecido. Seguro de si, ameaçou:


- Saia do caminho ou vou parti-lo em dois.


O cavaleiro não se moveu um centímetro.


- Por acaso você sabe que está nas terras dos Perroni?


Maite espreitou o estranho, a excitação inicial da lugar ao medo. Vestido para a guerra e usando um elmo que lhe cobria todo o rosto, o cavaleiro poderia ser dos homens de Alfonso sim, mas então por que não dissera que as terras pertenciam a Herrera?


- Estas terras são minhas, idiota! E é melhor sair daqui antes que eu corte sua cabeça fora! - Os soldados de Hexham cercaram o desconhecido e Maite teve pena do coitado que estava para ser assassinado a sangue frio.


Naquele instante gritos irromperam por detrás das árvores enquanto vários homens aproximavam-se a galope. Embora não pudesse dizer exatamente quantos, ela tinha certeza de que eram o suficiente para subjugar grupo de Hexham. Exausta como estava, ainda assim conseguiu afastar-se um pouco, para não ser pega no meio da luta.


Se o primeiro pensamento de Maite havia sido em relação à sua segurança, no momento seguinte só pensava em fugir dali. Como não tinha a mínima idéia de quem eram esses homens, não podia se arriscar entregando-se à incerteza. Procurando raciocinar depressa, decidiu atra­vessar o riacho, que sabia ser raso, e deixar a luta o mais distante possível.


Com o coração batendo descompassado no peito, galo­pou na direção da liberdade. Só precisava não despertar atenção dos soldados.


Quando começava a pensar que estava segura enfim, o barulho de cascos logo atrás.


- Pare! - alguém gritou. Imediatamente Maite obe­deceu, incapaz de arriscar a vida do bebê e a sua própria na tentativa de ganhar a liberdade. Inspirando fundo, virou-se para encarar o novo adversário, pois Hexham não levara a melhor.


Claro que estava satisfeita por ter se livrado do barão, contudo não sabia quem eram esses homens e nem por que haviam atacado Hexham. Ao fitar o rosto cruel de seu captor, temeu haver caído em mãos ainda mais pe­rigosas do que as anteriores.


- É uma mulher! - o soldado avisou aos companhei­ros, e Maite rezou para que estivessem a serviço de Alfonso, Pelo menos seria bem guardada até a chegada do marido. Deveria dizer seu nome ou essa informação le­varia os soldados a pedir um resgate?


- Traga-a aqui - gritou uma outra voz.


Ela tentou enxergar o homem que acabara de falar, pois obviamente tratava-se do líder, porém nada conseguiu ver além das costas. Procurando manter a calma, preparou-se para enfrentar o desconhecido. Ao se apro­ximar, notou que se tratava de um homem mais alto e mais musculoso do que Hexham. Então ele se virou e ficou imóvel, olhando-a como se tivesse acabado de deparar com um fantasma.


- Meu Deus... - o cavaleiro murmurou.


Enquanto Maite pensava numa maneira de responder àquele estranho cumprimento, o desconhecido já estava dando ordens.


- Livrem-na da mordaça!


Aquela voz lhe parecia vagamente familiar e tinha quase certeza de que já a ouvira.  Porém antes que tivesse tempo de apelar para a memória o trapo estava sendo tirado da sua boca. No mesmo instante passou a língua pelos lábios ressequidos.


- Maite! Você não está me reconhecendo? - Então o homem tirou o elmo, expondo a massa de cabelos escuros. Ela fitou o rosto masculino e começou a escorregar pela montaria, desmaiada.


Se não fosse pela agilidade do soldado ao seu lado teria caído no chão. Inconsciente, Maite não se da conta de que aquelas mãos enormes a seguravam com delicadeza e ao voltar a si deixou escapar um grito de pavor, sentindo-se ameaçada pela expressão que julgava feroz. Entretanto a criatura sorriu, como se estivesse acostumado a segurar mulheres aos berros.


- Maite! Sou eu, Nicholas, seu irmão - alguém falou secamente. Desviando o olhar do rosto do soldado, Maite tornou a fitar o líder, como se não pudesse se convencer da realidade. Ela gemeu, certa de que estava frente a frente com um homem morto.


- Você está bem? - Nicholas indagou impaciente parecendo mais irritado do que preocupado. Fazia muito tempo que não se viam, porém Maite reconhecia o tom autoritário dos machos da sua família. - O que voe estava fazendo na companhia daquele canalha do Hexham? E o que ele quis dizer quando afirmou que esta terras lhe pertenciam?


Convencendo-se de que o fantasma não tinha intenção de deixá-la em paz, ela ergueu os olhos e fitou-o com atenção. Sim, era mesmo seu irmão. Tão alto e com cabelos tão escuros quanto o pai de ambos.


Ninguém teria suspeitado de que eram irmãos, entretanto uma análise mais demorada logo revelaria as se­melhanças dos traços fisionômicos. Nicholas era muito bonito para um homem, aliás um detalhe que ele odiara desde a infância. Passara anos e anos brigando com os outros dois irmãos por causa da sua bela aparência, sempre motivo de piadinhas. Será que aquela beleza toda se fora ou então apenas se transformara, endurecida pelas experiências difíceis impostas pela vida? Sob a luz do entardecer, ele dava a impressão de ter envelhecido muito mais do que era de se esperar naqueles cinco anos em que não se viam.


- Mas você está morto - ela murmurou.


Se Maite esperava uma reação de surpresa ao seu pronunciamento, enganou-se redondamente.


- Sim, eu sei. É uma longa história, irmã, e a noite se aproxima. Agora me diga, para onde Hexham está indo?


- Para o inferno, espero.


- Maite!


A firmeza da voz finalmente obrigou-a a sentar-se ereta na sela que ainda dividia com o soldado que a impedira de cair no chão ao desmaiar..


- Hexham desapareceu? - ela indagou.


- Sim. O covarde fugiu, como era de se esperar. Mas não me escapará. Você tem idéia para onde o canalha possa ter ido?


- Não sei. Hexham não me disse nada. Presumi que tivéssemos indo para o castelo dele, embora agisse como se agora Belvry lhe pertencesse.


- E Belvry lhe pertence? - A voz de Nicholas era tão cheia de ódio que Maite quase não a reconheceu.


- Outra vez, não sei como lhe responder. Hexham me seqüestrou de Dunmurrow, depois de forçar meu ma­rido a se afastar, desafiando-o para um combate que nun­ca ocorreu.


- Seu marido? - Nicholas apertou os olhos, como se notícia o surpreendesse, o que a desagradou um pouco.


- Então você se casou?


- Sim. Meu marido é o barão Herrera, chamado por muitos de Cavaleiro Vermelho. Já ouviu falar dele?


- Não, mas estive fora muito tempo...


Nicholas falou secamente, balançando a cabeça de um lado para o outro.


- Tempo demais.


- Então é por isso que você disse que estas terras pertencem aos Perroni - ela murmurou quase que para si mesma, dando-se conta, enfim, da verdade. Se o seu irmão estava vivo, a disputa pela posse de Belvry não mais envolvia Alfonso. E não apenas isso... A existência um irmão, um Perroni para levar adiante o sobrenome do pai e proteger a propriedade, a teria desobrigado de casar-se!


Tanta coisa poderia ter sido evitada... Entretanto o impossível imaginar uma vida sem Alfonso. Sentia-se feliz pelo fato de Nicholas haver passado anos desaparecido porque não se arrependia nem um pouco do casamento que lhe fora imposto pelas circunstâncias.


Arrependia-se apenas de ter colocado o marido em perigo por causa das terras de seu irmão.


- Você é o herdeiro legítimo de Belvry – Maite falou satisfeita.


- Sim. Embora eu não tenha dúvidas de que Hexham tentará disputar minhas terras. E quanto ao seu marido


- Alfonso? - Ela teve vontade de rir. - Não, ele é dono de suas próprias terras e nunca ambicionou possuir Belvry. Esta propriedade é sua, meu irmão. Mas primeiro precisamos encontrar meu marido. - Revigorada pela esperança de que seu irmão a ajudaria a encontrar Alfonso, Maite sentiu todo o cansaço desaparecer como por encanto. - Você tem um cavalo para mim?


- Vá buscar um cavalo para minha irmã – Nicholas ordenou a um dos soldados. - No momento deixamos aquele verme do Hexham escapulir, mas logo o obrigaremos a sair do buraco onde se meteu e o caçaremos nem que seja até o fim do mundo. Vamos na direção de Chiswill agora, onde o resto de meus homens está acampado.


- Você tem mais homens? - Maite indagou assombrada enquanto alguém a ajudava a montar num garanhão negro.


- Sim - Nicholas explicou. - Tenho soldados fiéis a mim, além de mercenários.


- Então você sabia que encontraria problemas quando regressasse?


- Sim.


As respostas do irmão eram curtas e desprovidas de qualquer emoção, como sempre. O breve interesse que Nicholas demonstrara nela desaparecera assim que ficara claro a sua falta de informações a respeito de Hexham.


Sem que conseguisse evitar, Maite não pôde deixar de comparar o irmão ao marido. Alfonso era um homem capaz de ser descrito com muitos adjetivos, exceto frio. Os dois também eram extremamente bonitos, porém as semelhanças terminavam aí.


Maite não estava muito animada em deixar os lençóis perfumados e a cama macia na mansão de Chiswill. Tanto conforto era uma lembrança agradável de sua vida antiga, como a filha e, herdeira de Clarence Perroni. Entretanto sabia que Nicholas pretendia partir cedo e se queria to­mar um bom banho, depois dos dias passados na estrada, precisava se apressar. Era tão estranho pensar que seu Irmão estava vivo e que agora, neste mesmo minuto, tran­sitava pelo grande salão, lá embaixo.


Apesar de nunca terem sido muito íntimos, Maite experimentava um prazer fraternal de sabê-lo de volta além de sentir que lhe fora tirada uma carga dos ombros quanto ao destino de Belvry. Jamais se imaginara dei­xando o antigo lar para trás sem experimentar um certo pesar, porém depois dos novos acontecimentos sentia-se pronta para virar a página do passado sem arrependi­mentos. À beleza e o esplendor de Belvry não mais a seduziam. Nada se comparava ao fascínio e a atração que Alfonso exercia sobre ela.


Depois dos dias na companhia de Hexham, em que era tratada como uma prisioneira comum, um simples banho lhe parecia um verdadeiro luxo e a paz e segurança de Chiswill se tornavam um bem precioso. A mudança operada em seu temperamento era tão significativa que Maite quase chorou ao descobrir vários de seus velhos vestidos ainda guardados em baús enormes. A última vez que estivera em Chiswill fora no verão de dois atrás.


Passando a mão de leve pelo ventre, ela se deu conta de que estava muito mais feliz agora, apesar de todas as dificuldades que se vira obrigada a enfrentar. Sim, vivera contente antes, ocupada com a administração de Belvry e entretida com mil e um afazeres, porém sempre estivera só. Hoje percebia que se dedicara ao trabalho com tamanho empenho numa tentativa de preencher o vazio interior, um vazio que fora totalmente ocupado pela presença de seu marido.


Inspirando fundo para manter a calma, Maite rezou pela segurança de Alfonso. Só pedia a Deus que o encontrasse vivo e bem de saúde para poder dizer-lhe sobre a criança que estava a caminho.



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Autor(a): taynaraleal

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 79



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  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:55:37

    Amei essa fic e espero de coração que venham mais e mais adaptações suas! Sei que elas virão, então saiba q estarei aq esperando!!! O Cavaleiro Vermelho e a Maite não poderiam ter um final melhor!!! Beijosss Tayzinha, e que venham os novos projetos!!

  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:54:34

    Como já te disse, amo suas adaptações!! vc escolhe mt bem e escolhe os melhores p colocar no nosso casal topper

  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:54:06

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA, UMA BEBEZINHA ZENTIII

  • taynaraleal Postado em 06/02/2017 - 20:04:27

    VOU CONTINUAR MEU POVOOO, ESPERO QUE AINDA ESTEJAM AII

  • nessak. Postado em 24/03/2016 - 19:19:09

    Continua a fanfic e muito boa

  • dahnm Postado em 17/03/2016 - 15:22:31

    Hey ...Não Abandona Não ... Posta Mais...

  • dahnm Postado em 06/12/2015 - 14:11:58

    CONTINUA...

  • mylene_herroni Postado em 28/11/2015 - 01:02:26

    Continuaaaaaaa. *leitora nova* ameii tudoo.

  • Gisele Beorlegui Postado em 27/11/2015 - 08:48:18

    Posta mais. Necessito de mais.

  • Gisele Beorlegui Postado em 27/11/2015 - 08:47:51

    '- Me beije - ele pediu' JESUS


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