Fanfics Brasil - Capítulo 34 Bodas de Fogo

Fanfic: Bodas de Fogo | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 34

14 visualizações Denunciar


Quando Alfonso finalmente saiu da tenda tinha a arma­dura manchada pelo sangue de vários inimigos, o suficiente para fazer jus ao nome de Cavaleiro Vermelho. Hexham não estava em lugar algum para ser visto, contudo ele, Alan, e uma pequena tropa vinda de Dunmurrow, achavam-se rodeados por uma grande parte do exército do barão. Não podia ter muita certeza de que Hexham planejara aquela armadilha, entretanto sabia que sua explosão de fúria os colocara numa situação bastante difícil.


Aproveitando-se da confusão inicial, conseguiam mon­tar nos cavalos, contudo Alfonso não era capaz de enxergar uma rota de saída. Estavam ilhados num mar de soldados inimigos e a distância até um local seguro era impossível de ser percorrida com a rapidez necessária. Lutando pela própria vida, Herrera tentou abrir caminho, porém ao olhar para a colina mais próxima deu-se conta de que mais soldados e mercenários marchavam diretamente na sua direção.


Estamos perdidos. Pela primeira vez, depois de tantas batalhas, aquelas palavras terríveis ocorreram, a Alfonso. Que ironia do destino pensar que apenas alguns meses atrás teria ido ao encontro da morte com orgulho, enquanto que agora... agora, por Deus, queria viver!


- Que diabo é aquilo? - Alan gritou aproximando-se. Surpresos, os dois observaram os cavaleiros que galo­pavam colina abaixo, guiados por um estandarte negro com a figura de um veado branco.


- Vi aquele brasão em Belvry - o vassalo falou à beira do desespero. - Estamos perdidos pois o castelo já foi tomado.


- Não. - Herrera apanhou o estandarte que sua esposa lhe dera ao sair de Dunmurrow e mandou que Alan o desfraldasse. Sobre o fundo em veludo ver­melho, um veado idêntico aparecia. O vento se encarregou de erguer bem alto o símbolo da família, um aviso a todos os que os ameaçavam.


- Este é o estandarte dos Perroni - falou orgulhoso, sorrindo para o vassalo.


Logo tudo estava acabado. Os soldados de Hexham, acossados pelos recém-chegados e sem um líder para guiá-los, bateram em retirada. Alfonso ordenou que a ponte levadiça de Belvry fosse abaixada para que os feridos recebessem os primeiros socorros e embora fizesse ques­tão de ver seus homens alojados, não planejava demorar ali nem mais um segundo. Pretendia perseguir Hexham e terminar o trabalho que começara na tenda do barão.


- O Cavaleiro Vermelho! O Cavaleiro Vermelho! ­


De dentro dos portões, os residentes de Belvry comemo­ravam a sua chegada e Herrera percebeu que es­tava, realmente, coberto de sangue, apesar de não ter sido ferido. Como Edward já dissera, costumava atrair o sangue dos inimigos. Se tivesse tempo até gostaria de trocar a túnica manchada por outra limpa, porém subes­timara Hexham uma vez e não pretendia repetir o erro. Não permitiria que o filho da mãe escapasse e, o mais importante de tudo, não deixaria que aquele verme le­vasse Maite consigo.


Apoiado na sua disciplina de guerreiro, ele obrigou-se a não pensar em coisas que pudessem interferir na tarefa que o aguardava, especialmente visões da esposa amarrada à cama do barão. No momento precisava reunir os homens mais bem equipados para uma longa e dura ca­çada antes de ir atrás do covarde em seu próprio covil.


- Quem é o líder de nossos salvadores? - Herrera indagou a Alan.


O vassalo balançou a cabeça de um lado para o outro.


- Os soldados e mercenários são de poucas falas. Di­zem apenas que servem aos Perroni.


- Mas qual Perroni? - O único Perroni que Alfonso conhecia não podia estar liderando exército algum, pois encontrava-se prisioneira de Hexham. Um bebê, o barão dissera. Seria verdade? Será que Maite carregara filho no ventre apenas para perdê-lo depois de sofrer brutalidades? Alfonso tirou o elmo e limpou o suor que lhe cobria os olhos, decidido a bloquear qualquer sentimento. Se deixasse dominar pela emoção, perderia a cabeça ali mesmo, onde estava.


- Herrera? - Uma voz baixa e profunda o fez virar-se para trás. Um cavaleiro o fitava atentamente,


- Sim. Sou Herrera.


Os dois homens desceram dos cavalos e ficaram frente a frente. O desconhecido, embora não tão alto nem tão musculoso quanto o Cavaleiro Vermelho, movia-se com: a elegância natural daqueles que pertencem a uma linhagem nobre.


O rosto, apesar de bonito, tinha a dureza associada a muitos anos passados em campos de batalha. Talvez por isso o julgasse levemente familiar, Alfonso decidiu. Então os olhos de ambos se encontraram e os olhos do desconhecido possuíam um tom raro e peculiar, um tom quase petrolado...


- Sou Nicholas Perroni...


- Mas você está...


- Morto - Nicholas concluiu. - Eu sei. É uma longa história e que será melhor contada quando estivermos descansados. No momento quero apenas lhe agradecer por ter guardado Belvry tão bem durante minha ausência. Minha irmã fala maravilhas a seu respeito...


Sem que pudesse conter o impulso, Alfonso agarrou o cunhado pelo braço, talvez até com uma força exagerada.


- Maite! Ela está aqui? - Apesar de reconhecer o tom desesperado da própria voz, já não se importava com mais nada.


- Sim. - Nicholas olhou para a fileira de homens logo atrás de si. - Ela...


Alfonso não esperou que Nicholas continuasse. Também não se interessou em discutir a batalha que haviam en­frentado ou aquelas que ainda teriam pela frente ou os planos para a caçada de Hexham ou os assuntos ligados a Belvry. Deixando o orgulho e a honra militar de lado, correu ao encontro da esposa.


Maite já estava desmontando e correndo na direção do marido. Os dois se encontraram diante das muralhas de Belvry. Sem se incomodar com a sujeira, o suor e o sangue que cobriam o homem amado, ela se atirou nos braços fortes, sorrindo e chorando ao mesmo tempo.


Alfonso beijou-a nos olhos, no rosto, na boca com sofre­guidão, tentando apagar da memória as longas horas de angústia e sofrimento. Foi somente quando a colocou de volta no chão que se deu conta de que os homens ao redor aplaudiam a cena entusiasmados. Embora a situa­ção o deixasse um tanto sem jeito, não conseguia desviar o olhar da esposa.


- Você está... bem?


- Sim - Maite respondeu feliz, o sorriso radiante iluminando o dia como um raio de Sol.


- Hexham não a feriu, não lhe fez mal?


- Não. Na fuga de Dunmurrow Hexham estava apa­vorado demais, temendo uma perseguição, para se en­graçar comigo. Ele forçou a marcha ao máximo até al­cançarmos os limites de Belvry. Então Nicholas apareceu e tomou conta da situação.


Apesar de saber que a esposa estava sendo sincera, precisava ouvir as palavras para que seu tormento ti­vesse fim.


- Quer dizer que ele não a tocou?


- Não - ela respondeu num murmúrio, os olhos fixos no marido. - Hexham nunca me encostou um dedo, em­bora tivesse se sentido tentado a fazê-lo muitas vezes.


A sensação de alívio era tão intensa, que Alfonso sentiu um aperto no peito. Hexham mentira; aquele filho da mãe não a amarrara na cama coisa nenhuma. Não hou­vera estupro nem aborto. Graças a. Deus, ele rezou em silencio. Se não acontecera um aborto, será que houvera mesmo um bebê?


- Você já esteve com meu irmão?


- Sim. - Alfonso ergueu a cabeça, sabendo que aquela não era hora para maiores intimidades. Relutante, afastou-se alguns centímetros, embora mantivesse um braço firmemente ao redor dos ombros delicados. Juntos, caminharam até onde Nicholas os aguardava.


- Meu irmão estava preocupado que pudesse haver uma disputa sobre a posse de Belvry - Maite falou no caminho -, mas deixei claro que você não tem interesse nas terras dos Perroni.


- Quer dizer que você lhe deu, de mão beijada, uma das propriedades mais prósperas da região sem ao menos me consultar?


Maite riu sem se deixar perturbar pela cara feia do marido.


- Será que agi errado? Lembro-me muito bem que em diversas ocasiões você gritou, em alto e bom som que não queria nada da minha riqueza, aliás, pelo contrário.


- Então lutei por aquilo que agora pertence ao meu cunhado? - Alfonso gemeu, fingindo-se ultrajado.


Ao ouvir o riso cristalino da esposa ele sentiu o coração: bater mais forte, cheio de amor. Se pudesse, a tomaria nos braços ali mesmo e a levaria para o quarto, onde mostraria o quanto sentira saudades... E que a caçada a Hexham fosse para o inferno.


Infelizmente aqueles pensamentos agradáveis foram interrompidos pela chegada do irmão de Maite.


- Barão Herrera, minhas desculpas por par­tir tão depressa, mas não posso permitir que Hexham escape.


- Claro que não. Vou chamar alguns de meus homens e irei com você. - Alfonso ignorou a pressão da mão da esposa em seu braço, sabendo que ela queria impedi-lo de partir.


- Não será preciso - Nicholas falou decidido. - Você já fez mais do que o suficiente por mim. Também quero lhe assegurar que minha irmã receberá um dote generoso como presente de casamento.


Alfonso ergueu a mão como se para dispensar aquelas palavras e o presente, porém as feições de Nicholas tornaram-se ainda mais duras.


- Eu insisto, meu lorde. Sou-lhe grato, mas não pre­tendo ficar em débito com homem algum.


Temerosa de que o marido perdesse a calma, Maite aumentou a pressão dos dedos no braço masculino, entretanto Alfonso já havia conhecido homens como Nicholas e sabia como lidar com a situação.


- Naturalmente ficarei satisfeito em receber um pa­gamento de você. Perdi homens aqui e, claro, eles devem ser substituídos. Agora, quanto a Hexham... ele me fez um desafio direto, e forçou a me afastar de Dunmurrow para me atacar pelas costas e seqüestrar minha esposa quero vê-lo morto.


- Barão... - Nicholas hesitou, como se as palavras o deixassem desconfortável. - Por favor, não tome como um insulto, mas Maite está a salvo, não sofreu nenhum ferimento, enquanto eu... O que existe entre mim e Hex­ham vai muito mais longe.


Herrera tentou imaginar o que poderia ir mais longe do que seqüestrar a esposa de outro homem, con­tudo achou melhor ficar calado. Nicholas permaneceu imóvel aguardando uma resposta, os olhos cinzentos frios como aço. Levou apenas um minuto para Alfonso decidir mandar o orgulho para o inferno e outro minuto para imaginar uma maneira muito mais agradável de passar o tempo enquanto o cunhado preocupava-se em desmem­brar o inimigo.


- Está bem. Hexham é seu.


Nicholas agradeceu com um breve aceno de cabeça, o olhar sério, o rosto rígido. Então montou em seu magnífico garanhão negro e, sem se voltar para trás, partiu a ga­lope, os soldados o seguindo num silêncio que lhe era habitual. Nicholas e seus homens iam atrás de Hexham como verdadeiros predadores, sedentos para matar, porém Alfonso não os invejava nem partilhava aquela ansiedade. Estava cansado de guerras e mortes, saturado do cheiro acre de sangue e do gosto amargo que as batalhas deixavam na boca. Honra e orgulho tinham importância sim, mas agora preferia buscar a felicidade entre as pernas de sua bela esposa.


Como se pressentindo os pensamentos do marido, Maite o puxou pelo braço.


- Venha. Você já viu Belvry?


Pela primeira vez Piers notou que o vestido da mulher estava sujo de sangue e sujeira.


- Acho que primeiro devemos pensar num banho, esposa.


- Obrigada, querido - ela sussurrou abraçando-o.


- Obrigado por quê?


- Por não ter ido com Nicholas. Eu sabia que você queria ir, só que eu não conseguiria suportar sua ausência, não agora, quando finalmente voltei a encontrá-lo e...


- Acredite-me, querida. Não foi um grande sacrifício da minha parte.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): taynaraleal

Este autor(a) escreve mais 12 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

    - Seus seios parecem maiores e mais pesados – Alfonso comentou acariciando o objeto de seu interesse. – Por acaso os tem massageado com algum óleo especial? - ele a provocou. - Claro que não! - Maite retrucou ultrajada. Nunca em sua vida usara esse tipo de coisa, pois jamais tivera muito interesse no próprio corpo. Sabia muit ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 79



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:55:37

    Amei essa fic e espero de coração que venham mais e mais adaptações suas! Sei que elas virão, então saiba q estarei aq esperando!!! O Cavaleiro Vermelho e a Maite não poderiam ter um final melhor!!! Beijosss Tayzinha, e que venham os novos projetos!!

  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:54:34

    Como já te disse, amo suas adaptações!! vc escolhe mt bem e escolhe os melhores p colocar no nosso casal topper

  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:54:06

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA, UMA BEBEZINHA ZENTIII

  • taynaraleal Postado em 06/02/2017 - 20:04:27

    VOU CONTINUAR MEU POVOOO, ESPERO QUE AINDA ESTEJAM AII

  • nessak. Postado em 24/03/2016 - 19:19:09

    Continua a fanfic e muito boa

  • dahnm Postado em 17/03/2016 - 15:22:31

    Hey ...Não Abandona Não ... Posta Mais...

  • dahnm Postado em 06/12/2015 - 14:11:58

    CONTINUA...

  • mylene_herroni Postado em 28/11/2015 - 01:02:26

    Continuaaaaaaa. *leitora nova* ameii tudoo.

  • Gisele Beorlegui Postado em 27/11/2015 - 08:48:18

    Posta mais. Necessito de mais.

  • Gisele Beorlegui Postado em 27/11/2015 - 08:47:51

    '- Me beije - ele pediu' JESUS


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais