Fanfics Brasil - Capítulo 36 Bodas de Fogo

Fanfic: Bodas de Fogo | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 36

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Percebendo o ódio intenso no coração do rapaz, Alfonso ficou imediatamente alerta.


- Não deixe que o desejo de vingança dite as regras da sua conduta - falou. Contudo o olhar de Nicholas o avisou de que era melhor não se meter naquele assunto em particular e Alfonso teve pena do rapaz. Já vira muitos homens como o cunhado, homens cujas vidas haviam sido envenenadas pelo rancor. E quando finalmente Hexham fosse morto, o que sobraria no interior de Nicholas Perroni? Talvez nada, além de um terrível vazio.


- É possível que Hexham tenha ido para a corte numa tentativa de despertar a simpatia de Edward com a sua versão dos fatos - Maite sugeriu.


- Talvez - Nicholas concordou pensativo. - De qual­quer forma partirei amanhã mesmo para seguir as pos­síveis pistas deixadas nos arredores.


Ao perceber o desaponto toldar a beleza do rosto da esposa, Herrera teve raiva daquele rapaz frio e in­sensível que depois de tantos anos de ausência era in­capaz de demonstrar algum afeto e apreço pela irmã.


- Eu queria lhes explicar a situação antes de partir e também resolver o assunto relativo ao dote de Maite.


Ah, então você a notou?, Alfonso pensou irritado. Quem olhasse para os dois juntos, jamais iria imaginar que fossem parentes. A única coisa que ambos tinham em comum era a maneira como se comportavam, sempre ele­gantes e altivos.


      - Maite, será que você podia nos dar licença por alguns minutos? - Alfonso pediu, sorrindo com delicadeza. - Eu gostaria de discutir o assunto do dote com seu irmão em particular.


Ela concordou com um aceno e saiu do salão, o andar gracioso, as costas eretas. Olhando-a, Alfonso teve vontade de envolvê-la com a força de seu amor e também de desfechar um soco no rosto impassível do cunhado.


Mas acostumado a intimidar as pessoas pela sua sim­ples presença, apenas levantou-se e parou diante de Nicholas.


- Seu dinheiro não me interessa a mínima – falou num tom baixo e carregado de desprezo.


Quando o rapaz tentou se levantar, Herrera o fitou de tal maneira que o obrigou a permanecer sentado.


- Eu também lutei na Terra Santa e estive nas ba­talhas mais sangrentas, ao lado de Edward, durante anos. Não tendo nascido herdeiro de uma propriedade lucra­tiva, me tornei dono de terras pelo sangue derramado pela minha espada. Nestes últimos meses enfrentei uma provação que teria feito o seu breve encontro com a morte parecer brincadeira de criança. - Apesar de se esforçar para manter o controle, a voz de Alfonso vi­brava de dor. - Portanto você não é o único homem na face da terra cuja vida tomou caminhos diferentes do que gostaria. Me senti afortunado por poder lutar aqui e preservar a sua propriedade e as lembranças que minha mulher tem da casa paterna. Em troca, quero apenas uma coisa. Quero que você trate sua irmã como se ela realmente existisse.


Nicholas não poderia parecer mais surpreso.


- Não me importa que você me amaldiçoe ou que desapareça nos confins da terra depois que partirmos de Belvry, mas enquanto estivermos aqui exijo que trate sua irmã como uma pessoa a quem você deve, no mínimo respeito. Pois foi ela quem cuidou da sua propriedade durante os anos em que você esteve fora.


Sem esperar resposta, Alfonso saiu do salão e foi ao encontro da mulher. Ainda bem que Maite gosta de atiçar rumores sobre a sua reputação porque mais uma ou duas cenas como aquela e o mito do feroz Cavaleiro Vermelho cairia por terra.


 


Durante o jantar, Alfonso congratulou a si mesmo, pois pelo visto aquela breve conversa com o cunhado havia sortido efeito. Nicholas passou refeição inteira conversando com a irmã. Talvez o rapaz não fosse de todo mau. Talvez tivesse apenas deixado o desejo de vingança passar à frente de coisas mais im­portantes e precisasse de alguém para lhe chamar a aten­ção sobre as prioridades da vida.


A noite transcorreu rápida e agradável e embora já estivesse muito tarde, Alfonso sentia-se pesaroso de deixar o salão principal. O lugar estava cheio de pessoas que gostavam e admiravam sua mulher, desde aldeões cele­brando a derrota de Hexham até as servas mais antigas da família Perroni. Vendo tantos pares de olhos fixos na ex-castelã de Belvry, Piers pediu-a para cantar, no que foi prontamente apoiado pelos presentes.


Todos pareciam familiarizados com os talentos de Maite, pois tão logo a voz melodiosa soou, Alfonso notou que um velho criado se acomodava melhor na cadeira e fe­chava os olhos, entregando-se à música. Entretanto ele mesmo não conseguia fechar os olhos à beleza à sua fren­te. Passara noites sem conta apenas ouvindo-a cantar, sem poder enxergá-la. Agora observava cada movimento da esposa com uma sofreguidão incontrolável. Ela con­tinuava esguia e delgada, sendo difícil acreditar que aque­le corpo perfeito abrigava o seu filho.


Ao terminar, Maite foi inundada de elogios e aplausos. Até mesmo Nicholas demonstrou admiração.


- Eu havia me esquecido como você canta bem – ele falou, e Alfonso sentiu que o cunhado estava sendo sincero.


Percebendo que a esposa começava a se mostrar cansada, Herrera decidiu que estava na hora de dar noite por encerrada.


- Maite - Nicholas a chamou. - Quero me despedir de você agora pois vou partir amanhã muito cedo.


- Desejo-lhe tudo de bom - ela respondeu, o rosto impassível, destituído de emoção.


- É o que desejo a você também. Podem ficar em Belvry tanto tempo quanto quiserem, embora eu não saiba quando vou estar de volta. E... Obrigado por ter cuidado tão bem de nosso lar.


- De nada. - Maite sorriu docemente e lançou um olhar significativo na direção do marido, sabendo muito bem que fora ele o responsável pela mudança de atitude de seu irmão.


Assim que os dois estavam a sós no quarto, ela lhe deu uma cotovelada no estômago e começou a rir.


- Ei! Por que isso? - Alfonso indagou, fingindo-se ofendido.


- Você é uma vergonha, Cavaleiro Vermelho! Onde está aquela fera terrível e ameaçadora? Que tipo de feitiço você lançou em cima de meu irmão para obrigá-lo a me elogiar?


Alfonso bem que se esforçou para aparentar inocência, o que serviu para fazê-la rir ainda mais.


- Se você soubesse como atitudes assim são estranhas a Nicholas, não tentaria negar sua participação no caso. Juro que em toda minha vida, jamais recebi um cumprimento de meu irmão. Sabe, estou até pensando em espalhar essa história por aí. Aposto que a lenda criada em torno do Cavaleiro Vermelho sofreria um baque com as notícias. Não sei se você já percebeu como os criados daqui de Belvry o evitam e tudo por causa de sua terrível reputação?


- Não sei por que você está reclamando. Sempre achei que o mito do Cavaleiro Vermelho a agradava bastante. Afinal não foi você quem disse que eu costumo comer o fígado dos inimigos?


- Fígado não, coração - ela o corrigiu, dobrando-se de rir.


Depois de tirar a túnica e colocá-la sobre uma cadeira, Alfonso olhou ao redor, reparando na suntuosidade do quar­to enorme. Belvry era tão diferente de Dunmurrow. Cons­truído mais recentemente, o lar dos Perroni fora projetado tendo em mente o conforto. Os aposentos eram mais es­paçosos e mais quentes, decorados com muitos móveis e tapeçarias. Não era à toa que Maite estranhara Dun­lI1urrow, sempre escuro e frio.


Inspirando fundo, Alfonso foi até a janela e olhou as estrelas, desejando, por um momento, poder dar toda a riqueza do mundo à esposa. Mas logo concluiu que esse tipo de pensamento era pura perda de energia. Sentia-se grato por ter recuperado a visão pois assim Maite tinha um homem completo por marido.


Lá fora os soldados se preparavam para dormir. Ni­cholas partiria na manhã seguinte bem cedo. Quanto tempo será que Maite iria querer ficar em Belvry? Não poderia culpá-la se ela decidisse passar o verão inteiro em seu antigo lar ou mesmo se resolvesse permanecer ali até o nascimento do bebê. Entretanto ele sentia falta do próprio castelo, de suas próprias terras. Seriam os homens mais possessivos do que as mulheres em relação essas coisas? Dunmurrow podia não ser muito, se com­parado a Belvry, porém lhe pertencia por direito e lutara com bravura para conquistá-lo.


- Você é apenas um homem gentil e maravilhoso. E eu te amo - Maite murmurou sonolenta.


- Você quer que o bebê nasça aqui? - ele indagou, preparando-se para ouvir o pior.


- Não. Quero que nosso filho nasça em nosso lar, Dunmurrow.


A jornada de volta para casa foi demorada e tranqüila. Sabendo que com um bebê a caminho seria impossível empreender longas viagens tão cedo, Maite quis parar em cada aldeia das terras do marido, fazendo questão de conversar com os residentes e arrebanhar aqueles que queriam morar no castelo.


Alfonso era sempre recebido com graus variáveis de medo, suspeita e boas-vindas por parte dos que conheciam apenas os rumores terríveis que cercavam o lorde de Dun­murrow. Entretanto logo os aldeões se surpreendiam ao descobrir que aquele homem moreno e bonito era o Cava­leiro Vermelho em pessoa. Talvez o barão lhes continuas­se parecendo feroz, porém era muito melhor ter visto alguém em carne e osso do que continuar ouvindo apenas histórias ameaçadoras.


Maite sabia que sua presença facilitava a aceitação do Cavaleiro Vermelho, pois bastava as pessoas notarem o quanto ele se importava com o bem-estar da esposa para passarem a enxergá-lo sob um novo ângulo. E era isso o que desejava no fundo do coração, que Alfonso, o bebê e ela fossem aceitos por todos os que habitavam as terras de Herrera.


Logo a notícia se espalhou e quando alcançaram Dun­ney, Maite tinha certeza de que os aldeões os aguar­davam. Só não conseguia imaginar como seriam recebi­dos, pois Dunney era o único lugar em que Alfonso esti­vera antes de ir ao encontro de Hexham. Além do mais ele sempre fora temido ali de uma maneira intensa e irracional.


Não foi preciso esperar muito para perceber o estado de espírito do vilarejo. Bastou cruzarem os primeiros ca­sebres para que os aplausos e os vivas começassem.


- Cavaleiro Vermelho! Cavaleiro Vermelho! - grita­vam centenas de vozes, os aldeões de pé em cada um dos lados da estrada, os rostos felizes ao receberem de volta o lorde e a lady de Dunmurrow.


Por um momento, ao ver a surpresa estampado no rosto do marido, ela achou que ia chorar. Homens, mulheres, velhos e crianças os acompanhavam num cortejo até o centro da aldeia e de repente fez-se o silêncio. An­siosos, centenas de pares de olhos fIxaram-se na figura do Cavaleiro Vermelho que por sua vez devolvia o olhar com igual intensidade, parecendo um pouquinho amea­çador talvez, Maite pensou preparando-se para falar alguma coisa e romper o silêncio cheio de expectativa.


Porém Herrera tomou a iniciativa.


- Obrigado pela calorosa boas-vindas - Alfonso agra­deceu com a mesma voz de guerreiro que costumava usar para comandar seus homens. Embora as palavras fossem gentis, ele parecia enorme, poderoso e quase feroz, mon­tado num garanhão negro e maciço. Os aldeões pareciam intimidados, sem saber como reagir. Então, de repente, Alfonso abriu um sorriso radiante. - É bom estar em casa!


Os aplausos foram ensurdecedores. Tentando disfarçar a emoção e engolir as lágrimas, Maite procurava acenar para os rostos conhecidos, sabendo que o marido con­quistara o coração de cada um dos presentes. Ao passa­rem diante de um dos últimos casebres da aldeia, lá estava a viúva Nebbs, sentada do lado de fora, balançando sorridente uma colher no ar e parecendo, mais do que nunca, uma bruxa feliz.


Fora uma jornada bastante agradável, porém Maite estava satisfeita por estar de volta ao lar. Seria delicioso passar o verão confortavelmente em Dunmurrow, em seu próprio quarto e na sua própria cama.



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Autor(a): taynaraleal

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As semanas foram se passando e aos poucos Alfonso as­sumiu muitos dos deveres da esposa enquanto outros eram delegados a Cecil, Edith ou Willie, agora residente permanente do castelo. Pelo visto, a carreira de soldado de Willie havia terminado no dia em que ele se casara com Edith. Entretanto o homenzinho nunca parecera mais feliz, aliás, como todos em Dunmurrow. ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 79



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  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:55:37

    Amei essa fic e espero de coração que venham mais e mais adaptações suas! Sei que elas virão, então saiba q estarei aq esperando!!! O Cavaleiro Vermelho e a Maite não poderiam ter um final melhor!!! Beijosss Tayzinha, e que venham os novos projetos!!

  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:54:34

    Como já te disse, amo suas adaptações!! vc escolhe mt bem e escolhe os melhores p colocar no nosso casal topper

  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:54:06

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA, UMA BEBEZINHA ZENTIII

  • taynaraleal Postado em 06/02/2017 - 20:04:27

    VOU CONTINUAR MEU POVOOO, ESPERO QUE AINDA ESTEJAM AII

  • nessak. Postado em 24/03/2016 - 19:19:09

    Continua a fanfic e muito boa

  • dahnm Postado em 17/03/2016 - 15:22:31

    Hey ...Não Abandona Não ... Posta Mais...

  • dahnm Postado em 06/12/2015 - 14:11:58

    CONTINUA...

  • mylene_herroni Postado em 28/11/2015 - 01:02:26

    Continuaaaaaaa. *leitora nova* ameii tudoo.

  • Gisele Beorlegui Postado em 27/11/2015 - 08:48:18

    Posta mais. Necessito de mais.

  • Gisele Beorlegui Postado em 27/11/2015 - 08:47:51

    '- Me beije - ele pediu' JESUS


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