Fanfics Brasil - Capítulo 37 Bodas de Fogo

Fanfic: Bodas de Fogo | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 37

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As semanas foram se passando e aos poucos Alfonso as­sumiu muitos dos deveres da esposa enquanto outros eram delegados a Cecil, Edith ou Willie, agora residente permanente do castelo. Pelo visto, a carreira de soldado de Willie havia terminado no dia em que ele se casara com Edith. Entretanto o homenzinho nunca parecera mais feliz, aliás, como todos em Dunmurrow. A atmosfera do castelo exalava paz.


Certo dia, ao caminhar na direção da cozinha para planejar o cardápio das refeições com Glenna, notou que um sacerdote acabara de entrar. Imediatamente foi ao encontro do recém-chegado. Embora tivesse requisitado um capelão para Dunmurrow algum tempo atrás, ainda não recebera nenhuma resposta do bispo e acreditara atraso à má fama do Cavaleiro Vermelho. Talvez aquele padre viera lhe trazer alguma mensagem ou até mesmo ocupar a posição.    


- Bom dia - Maite o cumprimentou, aproximando-se. Porém parou onde estava ao ver a expressão horrorizada de Glenna que correu do salão principal. Será que a cozinheira não queria um sacerdote em Dunrnurrow.


- Bom dia para você também - o padre respondeu, secamente.


Não lhe sobrou mais tempo para questionar o comportamento de Glenna, porque de repente o homem deu um passo para a frente e segurou-a pelo braço, amea­çando-a com uma faca junto à garganta.


- Hexham! - Maite murmurou chocada. – Você está louco?


- Talvez. E tudo por culpa daquele maldito do seu irmão. Ele tem me caçado como a um animal, me impedindo de escapar para onde quer que seja. Londres, o campo... não importa para onde eu vá, ele continua me seguindo, mesmo que eu não deixe rastros. Seu irmão é... inumano...


Maite percebeu o desespero contido na voz completamente descontrolada de Hexham. Ali estava um homem forçado para além de seus limites e à beira da insanidade. Um homem que já não tinha nada a perder, por isso ele lhe causava medo.


- Como foi que você conseguiu entrar aqui? - ela indagou devagar, esforçando-se para acalmá-lo.


- Ouvi dizer na aldeia que você havia solicitado um sacerdote para Dunmurrow. Foi fácil conseguir um dis­farce e passar pelos portões.


- Quer dizer que você veio sozinho? - Mesmo sabendo o estado de profundo nervosismo e agitação em que Hex­ham se encontrava, estava impressionada pela ousadia do barão.


- Eu não tinha outra escolha. Não havia mais nin­guém ao meu lado, ninguém para me ajudar. Seu irmão conseguiu perseguir cada um de meus homens até matá-los ou convencê-los a se afastar de mim. No final da história não havia dinheiro no mundo capaz de trazer meus soldados de volta ou de conseguir novas alianças.


Hexham não agira como um homem corajoso ao entrar em Dunmurrow, mas sim como uma criatura amedron­tada além do suportável. Pressionando a faca de encontro ao pescoço de Maite, ele começou a caminhar na direção da porta, arrastando-a consigo.


- De nada lhe adiantará me levar com você – ela protestou. - Belvry jamais poderá lhe pertencer agora.


- Sim, eu sei, e que o diabo carregue aquele castelo maldito! Quero apenas alcançar um lugar seguro e você será meu salvo-conduto. Tendo-a em minhas mãos, seu irmão não ousará me encostar um dedo.


- Escondendo-se atrás da barra da saia de uma mu­lher, Hexham?


A voz de Alfonso ecoou pelo salão, quase fazendo-a des­maiar de alívio. Logo atrás de seu lorde, Glenna retorcia as mãos angustiada. Com certeza a cozinheira reconhece­ra Hexham e correra à procura de Herrera.


Hexham não parecia reconhecer o perigo ou a gravi­dade da situação porque despejava veneno e ironia por lidos os poros.


- Então voltamos a nos encontrar, Cavaleiro Verme­lho. Mas você provou que a lenda criada em torno de seu nome não passa de uma mentira, você se mostrou destituído das habilidades e poderes que lhe são atribuídos. Se o maldito irmão de Maite não tivesse vindo ao seu socorro, você já estaria morto a essas horas, destruído pelo meu exército!


Por um momento Maite teve medo de que o marido perdesse a cabeça diante da provocação, porém ele permaneceu calmo e atento, um sorriso desdenhoso no rosto.


- Ah, só que você não acha que a chegada de Nicholas foi uma simples coincidência,. não é mesmo? Foi somente por sua causa que fiz meu cunhado ressuscitou dos mortos.


Maite fitou o marido com respeito redobrado. Nunca o vira lançar mão do mito criado em torno de si mesmo antes. Agora ali estava, seguro, controlado, enorme e ameaçador. Sim, Alfonso parecia ter poderes que escapava a um mortal comum.


Apesar de ter sido afetado pelas palavras do Cavaleiro Vermelho, Hexham riu, o som estridente demonstrando puro pavor.


- Um conto de fadas. Ótimo para alimentar o mito dos aldeões, que devem adorar esse tipo de história. Agora, vamos, mexa-se, saia do caminho ou vou cortar a garganta da sua mulher.


- Solte-a agora e eu o deixarei viver.


Hexham cuspiu no chão.


- Faça o seu trabalho, Cavaleiro Vermelho. Chame os seus demônios e os deixe me destruírem.


- Está bem. - Alfonso deu um assobio baixo e imediatamente duas formas negras e gigantescas pularam das sombras. Os cães avançaram sobre Hexham e o jogaram no chão, sem que o barão tivesse chance de levantar um dedo para defender-se. Livre, Maite caiu no chão de joelhos, esfregando o pescoço dolorido. Enquanto isso Hexham urrava sob o ataque dos animais. A um novo comando de seu dono, os cães se afastaram antes de, literalmente, arrancar pedaços da vítima.


- Minha vontade é matá-lo agora mesmo e resolver o assunto de uma vez por todas - Herrera falou num tom frio e mortal. - Mas não quero irritar meu cunhado. Nicholas quer ter o privilégio de destruí-lo com as próprias mãos.


- Não! - Ele tentou pegar a faca porém Alfonso foi mais rápido e Hexham caiu no chão, o coração transpas­sado pela espada do Cavaleiro Vermelho.


Horrorizada diante da cena, Maite cobriu o rosto com as mãos, ouvindo o marido dar ordens aos servos de re­tirarem o corpo do barão. Então sentiu que braços fortes a erguiam do chão e a protegiam num abraço terno e amoroso.


- Creio que seus problemas com os vizinhos estão terminados, esposa.


- Nicholas vai ficar irritado - ela falou, mencionando a primeira coisa que lhe veio à cabeça.


- Sim. Seu irmão vai ficar muito... frustrado – Alfonso concordou tomando-a no colo e levando-a para o quarto.


A última coisa que Maite escutou antes de fechar a porta, foi a voz de Glenna dizendo aos outros criados:


- Só não sei explicar como os cachorros apareceram no salão tão de repente. Eles não estavam lá quando saí para chamar meu lorde.


Maite ficou pensativa. Realmente não vira nem Cas­tor nem Pollux durante toda a cena com Hexham e era possível que animais daquele tamanho lhe passassem despercebidos, mesmo que estivessem deitados sob uma cadeira, por exemplo. Ao olhar para o marido, um ar especulativo no rosto, Alfonso apenas sorriu e respondeu a pergunta silenciosa sem hesitar.


- Castor e Pollux estavam no salão sim. Talvez você não os tenha notado.


Talvez sim, ela pensou, ou talvez não. Talvez houvesse um grão de verdade na lenda criada em torno do Cava­leiro Vermelho.


Nicholas chegou no dia seguinte, provavelmente se­guindo a pista de Hexham. A frieza com que se dirigiu à irmã levou-a a imaginar que as notícias da morte do barão já o haviam alcançado.


A atmosfera estava tão tensa, que Maite ficou aliviada quando Alfonso chegou. Nicholas e ela nunca tinham sido muito unidos, porém desde o reencontro de ambos ele lhe parecia um verdadeiro estranho.


- É bom ver você outra vez, cunhado - Herrera o cumprimentou, sentando-se à mesa e fitando-o impossível.


- Segui a pista de Hexham até aqui. Você o viu?


- Sim. O barão cruzou os portões de Dunmurrow ontem, junto com um grupo de aldeões. Estava disfarçado de sacerdote e tentou tomar minha esposa como refém.


Nicholas ergueu as sobrancelhas como se estivesse questionando, silenciosamente, o relaxamento da segurança do castelo que falhara duas vezes quase consecutivas. Alfonso notou o insulto, porém enfrentou o olhar do cunhado com firmeza, seguro de si como sempre.


- Fui obrigado a matá-lo.


Uma palidez intensa se espalhou pelo rosto de Nicholas. Ele parecia um homem que passara toda a sua vida perseguindo um objetivo apenas para, no último momento, alguém o impedir de alcançá-lo. Ao perceber o estado de desânimo do irmão, Maite teve vontade de abraçá-lo mas não o fez, sabendo que seu oferecimento de conforto não seria apreciado.


- Ele era meu - Nicholas falou afinal.


- Sim, eu sei. Porém o homem estava dentro do meu castelo, ameaçando minha mulher.


Ansiosa para aliviar a tensão reinante, Maite tentou dar um tom leve à conversa.


- Então Hexham o obrigou a caçá-lo numa roda-viva?


- Sim - o irmão respondeu, sem sequer fitá-la. - Primeiro ele foi atrás de Edward para advogar seu próprio, caso, porém o rei preferiu não tomar partido e ainda lhe chamou a atenção por ter se metido em encrencas com os vizinhos. - Nicholas fez uma pausa e olhou o cunhado com um novo respeito. - Aparentemente o rei o tem em alta conta.


Alfonso aceitou o cumprimento e a admiração com um dar de ombros.


- Servi Edward durante muitos anos - falou com simplicidade.


- Meu marido não pretendia matar Hexham. Ele disse ao barão que o estava reservando para você, mas pelo visto nosso antigo vizinho o temia mais do que qualquer outra coisa e preferiu arriscar ser morto naquele mesmo instante do que enfrentar a sua ira.


- Sim, não tenho dúvidas de que seja verdade. Minhas desculpas, Alfonso, por ter reagido de maneira tão intem­pestiva às notícias. Você fez o que precisou fazer. Mas deve entender como é difícil para mim saber que nunca terei vingado.


- Agora está tudo acabado, cunhado. Já é tempo de você seguir em frente com a própria vida e enterrar o passado.


O olhar de assombro de Nicholas era tão intenso que Maite se perguntou que tipo de vida o irmão teria levado nos últimos cinco anos.


- Belvry agora lhe pertence - ela falou suavemente, na esperança de que a menção de seu lar pudesse ani­má-lo. - Embora Matthew seja um bom administrador, ainda assim deverá receber orientação sua.


- Sim, você está certa, claro - Nicholas respondeu pa­recendo mais morto do que vivo. - Acho melhor partir já.


- Não! Eu não pretendia dar a impressão de que você devia ir embora. Quero que fique conosco por algum tempo.


- Sim - Alfonso apressou-se a dizer. - Você passou estas últimas semanas na estrada. Vou mandar Cecil lhe mostrar um quarto enquanto eu me encarregarei de alojar seus homens.


Como se estivesse vivendo um sonho, Nicholas levan­tou-se e seguiu o criado como alguém que vai ao encontro de um destino do qual não pode se desviar.


- O que será de meu irmão? - Maite indagou, Vendo-o se afastar.


- Seu irmão precisa de uma esposa. - Alfonso abraçou-a ­com força, aspirando o perfume dos cabelos longos e sedosos. - Talvez Edward possa ser persuadido a arranjar alguma coisa. Tenho a impressão de que, assim como a irmã, Nicholas só se casará se for forçado a fazê-lo.


Maite sorriu diante da provocação e balançou a cabeça de um lado para o outro.


- Não sei não. Embora ele seja meu irmão, tenho pena da mulher que se tomar sua esposa.


- Bobagem. Talvez neste exato momento uma mulher esteja planejando uma maneira de agarrar Nicholas para marido.


- Eu não fiz plano nenhum para agarrar você! ­- Maite retrucou um tanto secamente, por causa da insinuação. Porém, ao fitar o marido, ele estava rindo, adorando vê-la com aquela expressão ofendida no rosto bonito.


- Então dou graças a Deus por seus planos terem uma tendência a dar errado.


- Discordo. - Maite beijou-o no rosto, sentindo o coração pulsar de tanto amor. - Minha decisão de es­colher o Cavaleiro Vermelho não foi uma decisão errada, mas certíssima.  



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Autor(a): taynaraleal

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 79



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  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:55:37

    Amei essa fic e espero de coração que venham mais e mais adaptações suas! Sei que elas virão, então saiba q estarei aq esperando!!! O Cavaleiro Vermelho e a Maite não poderiam ter um final melhor!!! Beijosss Tayzinha, e que venham os novos projetos!!

  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:54:34

    Como já te disse, amo suas adaptações!! vc escolhe mt bem e escolhe os melhores p colocar no nosso casal topper

  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:54:06

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA, UMA BEBEZINHA ZENTIII

  • taynaraleal Postado em 06/02/2017 - 20:04:27

    VOU CONTINUAR MEU POVOOO, ESPERO QUE AINDA ESTEJAM AII

  • nessak. Postado em 24/03/2016 - 19:19:09

    Continua a fanfic e muito boa

  • dahnm Postado em 17/03/2016 - 15:22:31

    Hey ...Não Abandona Não ... Posta Mais...

  • dahnm Postado em 06/12/2015 - 14:11:58

    CONTINUA...

  • mylene_herroni Postado em 28/11/2015 - 01:02:26

    Continuaaaaaaa. *leitora nova* ameii tudoo.

  • Gisele Beorlegui Postado em 27/11/2015 - 08:48:18

    Posta mais. Necessito de mais.

  • Gisele Beorlegui Postado em 27/11/2015 - 08:47:51

    '- Me beije - ele pediu' JESUS


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