Fanfics Brasil - Capítulo 3 Bodas de Fogo

Fanfic: Bodas de Fogo | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 3

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Embora a idéia de dormir outra noite ao relento, quan­do uma cama macia estava ao alcance das mãos, a in­comodasse, a atitude desafiadora de Herrera a im­pressionava. Aliás, ia bem de acordo com seus planos.


- O homem é um demônio, marque bem minhas pa­lavras - Edith murmurou num tom lúgubre.


- E você marque bem minhas palavras - Maite devolveu, um sorriso triunfante nos lábios. - Ele é um homem mal-educado e rude que não hesitará em desafiar as ordens do rei amanhã! E então... então poderemos ir para casa.


Na manhã seguinte, a ponte levadiça foi finalmente abaixada sobre a vala profunda que cercava o castelo e o grupo liderado por Delamere pôde entrar em Dunrnurrow. Acostumada ao movimento incessante de Belvry, Maite ficou surpresa ao descobrir o pátio quase deserto. A cons­trução parecia vazia! Sabendo como Edith interpretaria aquela ausência de pessoas, evitou fitar a serva.


Mesmo considerando a lenda criada em torno do Ca­valeiro Vermelho um punhado de bobagens, Maite não conseguiu evitar a sensação desagradável, beirando ao pavor, que a invadiu ao ouvir a ponte levadiça sendo alçada de volta. Por um instante sentiu-se trancada dentro do um covil, à mercê de feras...


Determinada a enfrentar a situação a qualquer custo, procurou dominar o medo enquanto um guarda os con­duziu à parte interna do castelo. Porém o salão de Dun­murrow não lhe trouxe conforto algum. Imenso e escuro, cheirava a fumaça e mofo, sendo possível enxergar ca­madas grossas de sujeira acumuladas nas paredes. Que tipo de homem seria esse, capaz de deixar a própria casa nestas condições? As janelas estreitas estavam fechadas, quase não deixando passar os raios tímidos de Sol, in­suficientes para romper a escuridão.


Falta de iluminação adequada não era algo incomum, especialmente em construções antigas como o castelo de Dunmurrow, mas em geral o problema era contornado com o auxilio de velas e tochas, deixadas acesas durante o dia inteiro. Entretanto, apesar do tamanho impressio­nante do salão, quase não se viam velas.


Maite estremeceu e olhou ao redor, procurando en­xergar através das sombras. Embora a lareira estivesse acesa, o fogo baixo de pouco servia para oferecer calor e conforto. De onde estava, a outra extremidade do salão era impenetrável, imersa em trevas sufocantes. Isadora recusava-se a fitar Edith que se aproximara do sacerdote como se buscasse proteção.


O grupo permaneceu em silêncio, a atmosfera opres­sora envolvendo-os como um manto. Dentro do silêncio pesado ouviam-se apenas os passos impacientes de De­lamere. O emissário do rei andava de um lado para o outro sem disfarçar a irritação crescente. Acostumado a ser tratado com uma certa deferência, não se conformava com o descaso mostrado pelo barão Herrera, espe­cialmente depois da noite passada ao relento.


Quando Delamere parecia a ponto de explodir, um ser­vo anunciou que o Cavaleiro Vermelho mandara lhes ser­vir uma refeição. Mesmo ainda sendo um tanto cedo para o almoço, os homens se atiraram à comida, como se es­tivessem famintos não só de alimentos mas de algo que lhes desse uma sensação de normalidade.


- Vamos, coma, minha lady - Edith murmurou pu­xando a jovem para o seu lado.


Porém Maite sentia-se incapaz de comer; não quando tinha consciência da gravidade da tarefa que a aguar­dava. De repente seu plano lhe parecia ousado demais, incerto demais para alcançar o sucesso. Além de tudo o castelo de Herrera a perturbava profundamente, inquietando-a ao extremo. Até o momento presente, o homem fazia jus à sua reputação.


Um único servo ia e vinha da cozinha, trazendo tra­vessas, fatiando a carne assada, servindo cerveja.


- Onde estão todos? - ela indagou assombrada, sem na verdade esperar qualquer resposta. Acostumada ao movimento do salão principal em Belvry, onde as vozes das damas, cavaleiros, servos e visitantes se misturavam numa alegre algazarra, era impossível não se ressentir desse silêncio lúgubre. O castelo era muito quieto, o eco das paredes vazias transformando qualquer barulho num Bom ameaçador.


- Ele é inumano, pode estar certa disso - Edith sus­surrou horrorizada.


- Não é inumano viver na pobreza - Maite retru­cou, um ar pensativo no rosto. - Só agora percebi como sempre tomei certas coisas como garantidas. O castelo que meu pai construiu quando jovem ainda está em óti­mas condições nos dias de hoje, cheio de luz, belas pin­turas, tapeçarias delicadas. E também muitos servos cumprindo suas obrigações...


- Grande parte disso se deve a você, minha lady. Os homens, quando deixados por sua própria conta, em geral acabam se descuidando da comida e da limpeza. - Edith foz uma careta de desagrado.


- Concordo inteiramente. - Pelo pouco que Maite conseguira ver até então, o castelo Dunmurrow parecia Imundo. Uma grossa camada de sujeira cobria o chão e o ar tinha o cheiro desagradável de alimentos estragados e lixo acumulado. As paredes estavam pretas de fumaça, as mesas sujas e ásperas. Os pratos usados na refeição nadavam em gordura e ela se perguntou se o resto do castelo também estava naquelas tristes condições.


Servida em pratos limpos ou não, a verdade é que a comida tinha um gosto intragável. Depois de provar o primeiro pedaço da carne, Maite deu-se por satisfeita e mordiscou uma fatia de pão enquanto os outros conti­nuavam a almoçar. E como almoçaram. A refeição deu a impressão de durar para sempre, servindo apenas para aumentar seu estado de agitação.


De qualquer maneira todos pareciam mais relaxados com os estômagos cheios, à exceção de Delamere e Maite, cada qual mais furioso do que o outro.


- Vamos, minha lady, beba alguma coisa – Edith insistiu, procurando acalmá-la.


- Não quero nada, quero apenas dar esse caso por encerrado. Mal posso esperar que Herrera apareça para resolver o assunto. Assim poderemos ir embora logo!


- Psiu! - A criada apontou discretamente na direção de Delamere.


Maite ignorou o aviso.


- Por que a demora? Por que somos obrigados a aguar­dar aqui como mendigos depois de termos sido forçados a passar a noite do lado de fora do castelo?


- Minha lady, por favor, cuidado com a língua. As paredes têm ouvidos. Não seria sensato desafiar a ira do Cavaleiro Vermelho.


- Pois não me importo se ele é o próprio diabo en­carnado. Se não formos admitidos na sua presença he­rética neste instante, partirei para Belvry. Claro que as­sim a ordem do rei perderá o valor.


Edith cobriu o rosto com as mãos, apavorada, enquanto Delamere fuzilava Isadora com o olhar. Como se aguar­dasse o momento certo para interferir, um servo chamado Cecil deu um passo à frente.


- Se minha lady e este cavaleiro fizerem o favor de me acompanhar, meu lorde está pronto para recebê-los agora.


Por um momento Maite pensou em levar Edith tam­bém, mas acabou decidindo que o melhor era deixá-la no salão, na companhia dos outros. Se o Cavaleiro Ver­melho fosse metade do que os rumores envolvendo sua reputação afirmavam, provavelmente a criada desmaia­ria de novo.


Cecil os conduziu através de um corredor gelado até li ma escada em espiral. Era quase impossível enxergar os degraus, tão espessa a escuridão. O castiçal levado pelo servo silencioso de pouco adiantava e ela mal per­cebeu quando pararam diante de uma porta de madeira maciça. Então Cecil abriu-a e fez um sinal para que entrassem.


Maite presumiu que estivessem nos aposentos do Ca­valeiro Vermelho, no próprio covil da fera. Depois do frio penetrante do corredor, o calor dentro do quarto imenso era mais do que bem-vindo. Ela aproximou-se da lareira para estendeu as mãos para aquecê-las, enquanto olhava ao redor curiosa. Se houvessem janelas, deviam estar her­meticamente fechadas porque o único foco de iluminação vinha do fogo pálido. Com muita dificuldade, percebeu que as paredes eram pintadas de vermelho claro e as cortinas de veludo acompanhavam o mesmo tom. Na ver­dade, um ambiente perfeito para Herrera conside­rando todos os rumores, é claro.


Sem tachas ou castiçais para aliviar as trevas, estavam lodos envolvidos numa escuridão quase total.


Bem longe deles, envolto pelas sombras mais pesadas, destacava-se a figura de um homem altíssimo, ladeado por dois cachorros enormes.


Seria Herrera? Maite focalizou bem os olhos tentando enxergá-lo melhor, porém por mais que se esforçasse, não conseguia vê-la com nitidez. Contudo não linha dúvidas de que, apesar de sentado, era um homem muito, muito maior do que Delamere. Além da altura, era impossível distinguir as feições do rosto, a cor e o comprimento dos cabelos ou mesmo as roupas que o des­conhecido usava. Embora o instinto lhe dissesse que es­tava frente a frente com o Cavaleiro Vermelho, ainda assim não podia ver nada além de uma silhueta escura.


Toda aquela circunstância incomum era bastante in­quietante. Que tipo de homem seria ele? Será que pro­curava assustá-los propositalmente? Maite jamais te­mera a noite e nunca acreditara nas histórias fantásticas que se contavam sobre o barão Herrera. Mesmo assim não conseguiu evitar os tremores que a sacudiram da cabeça aos pés, como um aviso carregado de maus presságios.


Se estivesse presente, Edith, com certeza, teria caído desmaiada no chão.


 



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Autor(a): taynaraleal

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 79



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  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:55:37

    Amei essa fic e espero de coração que venham mais e mais adaptações suas! Sei que elas virão, então saiba q estarei aq esperando!!! O Cavaleiro Vermelho e a Maite não poderiam ter um final melhor!!! Beijosss Tayzinha, e que venham os novos projetos!!

  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:54:34

    Como já te disse, amo suas adaptações!! vc escolhe mt bem e escolhe os melhores p colocar no nosso casal topper

  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:54:06

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA, UMA BEBEZINHA ZENTIII

  • taynaraleal Postado em 06/02/2017 - 20:04:27

    VOU CONTINUAR MEU POVOOO, ESPERO QUE AINDA ESTEJAM AII

  • nessak. Postado em 24/03/2016 - 19:19:09

    Continua a fanfic e muito boa

  • dahnm Postado em 17/03/2016 - 15:22:31

    Hey ...Não Abandona Não ... Posta Mais...

  • dahnm Postado em 06/12/2015 - 14:11:58

    CONTINUA...

  • mylene_herroni Postado em 28/11/2015 - 01:02:26

    Continuaaaaaaa. *leitora nova* ameii tudoo.

  • Gisele Beorlegui Postado em 27/11/2015 - 08:48:18

    Posta mais. Necessito de mais.

  • Gisele Beorlegui Postado em 27/11/2015 - 08:47:51

    '- Me beije - ele pediu' JESUS


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