Fanfics Brasil - Epilogo Bodas de Fogo

Fanfic: Bodas de Fogo | Tema: Herroni


Capítulo: Epilogo

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- Bom dia, esposa. - Alfonso abriu as cortinas, deixando a luz daquele dia de Natal inundar o quarto inteiro e banhar a figura de Maite sobre a cama.


Imóvel, ele admirava a beleza suave e perfeita. Desde o momento em que a vira pela primeira vez, em que a figura querida se tornara algo mais do que simples som­bras, não se cansava de fitá-la. Os cabelos longos es­tavam espalhados sobre o travesseiro, uma massa de fios castanhos, quase ouro negro, e tão brilhantes que ofus­cavam tudo ao redor.


Ela parecia um anjo caído do céu. Alfonso sentiu uma pressão atrás dos olhos que não tinha nada a ver com seu antigo problema de cegueira. Como se percebendo ser o centro das atenções, Maite abriu os olhos.


- Você estava me admirando, marido? - indagou, provocando-o.


- Sim. Juro que você é a mulher mais linda da face da terra.


Sua eloqüência é inspiradora, mas pouco convin­cente - Maite respondeu rindo enquanto passava a mão pela barriga enorme.


- Portanto, pode ir cuidar de seus afazeres. Aliás, é melhor se apressar para não perder a missa... outra vez.


- Sim, acho que é melhor nos apressarmos. Só espero que o novo sacerdote não faça um sermão muito longo.


- Alfonso!


- É que mal posso esperar para dar início à festividades que você preparou. Agora que você tem a cabeça de javali, as comemorações de Natal serão quase perfeitas, não é mesmo? O lorde e a lady do castelo presidindo as celebrações no salão principal, rodeados de ricas tapeçarias e com as despensas cheias para aplacar a fome dos aldeões e de todos os, agora numerosos, residentes do castelo.


- Alfonso... - ela mordiscou os lábios, um sinal evidente de nervosismo.


- Que foi?


- Sinto dizer-lhe, mas acho que não estarei presente à ceia.


- Por quê? - Embora tentasse disfarçar o desapontamento, Alfonso não conseguia controlar o tom desanimado. Afinal as comemorações de Natal seriam o encerramento perfeito daquele ano em que sua esposa realizara tantos feitos.


Tão logo recuperara a visão, ele ficara incrivelmente surpreso com as melhorias em Dunmurrow e insistira que Maite continuasse com seu trabalho de tornar o castelo mais habitável. Ela superara todas as suas expectativas, criando um lar confortável, aconchegante luxuoso. A colheita também havia sido farta, assegurando um inverno tranqüilo e sem problemas de fome. Agora queria que estivessem lado a lado para dar as boas-vindas ao povo que habitava suas terras. Maite merecia estar presente e era junto a si que ele a queria.


- Não me culpe, querido. - Carinhosamente, ela tocou o ventre intumescido. - A culpa é deste seu filho. Ele exige vir ao mundo hoje.


- O quê? - Alfonso colocou a mão sobre a barriga da mulher. No início sentira-se orgulhoso ao saber que Maite gerava um filho seu, mas agora, quando se aproximava a hora do parto, experimentava apenas um pânico crescente. Era a mesma sensação de pânico que sofrera um ano atrás, quando sua esposa caíra no lago e pudera contar apenas com um cavaleiro cego para se interpor entre ela e a morte.


- Tudo vai dar certo - ele murmurou, tentando ex­pressar sua preocupação e ansiedade da única maneira que sabia.


- Sim. - Maite deu um tapinha na mão do marido, confortando-o. - Tudo dará certo, não se preocupe. Quan­do a ceia terminar, você terá um filho saudável, ou uma filha, aguardando-o.       


Herrera fitou aqueles olhos enormes e prateados, sentindo uma emoção tão forte que parecia lhe roubar a respiração.


- Tem uma coisa que eu nunca lhe disse antes...


- E o que é? Se você está pretendendo me dizer que tem uma outra esposa, agora é tarde demais - ela brincou, acariciando-o de leve no rosto. - Ou será que você é um feiticeiro de verdade e me manteve encantada du­rante todos esses meses?


Dominado pela força dos sentimentos, Alfonso balançou a cabeça de um lado para o outro e embora se esforçasse para falar num tom leve e brincalhão, não conseguia.


- Não é nada tão terrível assim. Eu devia ter lhe dito meses atrás, mas na época em que não conseguia enxergar não queria prendê-la a alguém inútil e adiei este momento.


- Querido, por favor.


- Então, quando recuperei a visão, eu quis... quis ter certeza de que a cura não seria transitória. Maite, min­ha esposa, minha vida, eu te amo.


Ela sorriu.


- Isto é tudo? Meu feroz Cavaleiro Vermelho, eu já sabia que você me amava há tempos. Mas é bom ouvi-lo dizer. Faz bem à alma.


Alfonso tomou o rosto delicado entre as mãos e beijou-a de leve nos lábios, surpreso ao sentir lágrimas virem-lhe aos olhos. Sim, estava curado. Em todos os aspectos.


- Já que você está de tão bom humor, marido, eu queria lhe pedir um favor neste dia de Natal.


- Se você está pretendendo me pedir para ir atrás do tal veado branco, é melhor escolher outra coisa porque depois da experiência vivida no ano passado, não gostaria de repetir a dose.


- Não - Maite riu. - Quero lhe pedir para presida a ceia hoje de uma maneira festiva, para que todos vejam a sua bondade.


- É impossível, esposa, pois você é a única pessoa capaz de ver tanta bondade em mim.


- Não, não é verdade. Até Edith gosta de você agora. Vamos, mexa-se, querido! Mande Edith para cá e vá cuidar de nossos convidados. Quero que todos tenham mais bela comemoração de Natal de suas vidas, quero seja uma noite inesquecível.


E foi o que Alfonso fez, embora seu coração estivesse em outro lugar. Ele participou da missa, apesar de suas preces serem sempre para sua esposa. Também presidiu a mesa, conversou com seus cavaleiros, presenteou os aldeões e convidados com grande generosidade, mas seus pensamentos voltavam-se constantemente para os aposentos principais onde a mulher amada trazia uma criança ao mundo.


Todos sabiam que a castelã estava no final da gravidez, prestes a dar à luz, portanto ninguém questionou sua ausência como teriam feito até poucos meses atrás. Então diria-se que o Cavaleiro Vermelho havia feito o pior à esposa. E talvez ele o tivesse feito mesmo, Alfonso pensou amargurado. Afinal era comum que muitas mulheres morressem na hora do parto...


Atento à vontade de Maite, ele não deu as comemo­rações por encerradas muito cedo e permitiu que a ceia se estendesse durante toda a noite, só se retirando quan­do os convidados e aldeões começaram a colocar os catres no salão e se preparar para dormir. Depois de designar uma tropa para montar guarda, escolhendo dentre os soldados mais sóbrios, Herrera percorreu o pátio e andou ao longo das muralhas que cercavam as torres altas e escuras.


De onde estava, era possível enxergar quilômetros adiante, seus olhos perfeitos e acurados procurando qual­quer sinal de possíveis problemas ou ameaças. Algumas tochas iluminavam a entrada dos portões principais, onde homens mantinham-se atentos ao movimento, agora inexistente, da estrada que conduzia a Dunmurrow. Porém tudo estava quieto e tranqüilo, mal se ouvindo o barulho do vento ou dos flocos macios de neve que caíam aqui e ali.


Ele examinava os arredores pela última vez antes de entrar, quando uma mancha branca, bem no começo da floresta, lhe chamou a atenção. Alfonso firmou o olhar, tentando descobrir o que era, o coração batendo mais forte no peito, a adrenalina correndo solta no sangue. Depois da morte de Hexham, julgara-se livre de inimigos, porém tudo era possível...


Incapaz de acreditar no que estava vendo, deixou es­capar um murmúrio abafado. Talvez fosse apenas uma ilusão causada pela luz da Lua, mas podia jurar que por um instante julgara enxergar um veado grande e claro... o veado branco. Alfonso balançou a cabeça como se quisesse ordenar as idéias e acertar o foco de seu interesse, porém o animal continuava parado no mesmo lugar, olhando-o fixamente, como se quisesse lhe transmitir uma mensagem. Então o bicho atirou os chifres enormes para o ar e saiu em disparada, desaparecendo no meio das arvores. Herrera estremeceu. Ta1vez tivesse sido apenas um punhado de neve sendo soprada pelo vento, pensou. Entretanto...


Ele subiu as escadas correndo, como se o fogo do inferno estivesse ao seu encalço, e abriu a porta do quarto no momento exato em que o bebê ganhava o mundo, pelas mãos da parteira. Maite estava deitada de costas, ofegante, o rosto pálido e cansado, mas belo como sempre. Alfonso acercou-se da esposa.


- É uma menina, Maite, uma filha! - Edith exultou, aproximando-se da parteira para melhor enxergar o bebê com a ansiedade natural das avós.


- Uma filha, Alfonso - Maite sussurrou feliz.


- Você está bem? -ele indagou, a voz rouca carregada de uma emoção desconhecida e incontrolável.


- Sim, meu amor.


A parteira colocou o pequeno embrulho nos braços de Maite, enquanto Alfonso se maravilhava diante da vida preciosa que os dois haviam feito juntos. Ele era pai do uma filha! E podia ver cada um dos dedinhos das mãos e dos pés, todos perfeitos e rosados. Será que fora apenas há pouco mais de um ano que estivera ali mesmo, tran­cado dentro daquele quarto, enterrado vivo na escuridão eterna, cego, amargo e revoltado? E então, como por milagre, Maite entrara em sua vida e lhe trouxera uma paz e uma felicidade que jamais sonhara existir ou ser capaz de experimentar um dia.


- Obrigado por me ter dado uma filha - Alfonso muro murou, os olhos fixos no rosto amado da esposa. - E Maite... .


- Hum?


- Não sei se nossa união foi traçada pela mão de Deus ou por um acaso que muitos associariam à magia, mas quero lhe dizer obrigado. Obrigado por ter escolhido o Cavaleiro Vermelho.


 


FIM


 



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Autor(a): taynaraleal

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 79



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  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:55:37

    Amei essa fic e espero de coração que venham mais e mais adaptações suas! Sei que elas virão, então saiba q estarei aq esperando!!! O Cavaleiro Vermelho e a Maite não poderiam ter um final melhor!!! Beijosss Tayzinha, e que venham os novos projetos!!

  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:54:34

    Como já te disse, amo suas adaptações!! vc escolhe mt bem e escolhe os melhores p colocar no nosso casal topper

  • fsales_ Postado em 18/10/2017 - 20:54:06

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA, UMA BEBEZINHA ZENTIII

  • taynaraleal Postado em 06/02/2017 - 20:04:27

    VOU CONTINUAR MEU POVOOO, ESPERO QUE AINDA ESTEJAM AII

  • nessak. Postado em 24/03/2016 - 19:19:09

    Continua a fanfic e muito boa

  • dahnm Postado em 17/03/2016 - 15:22:31

    Hey ...Não Abandona Não ... Posta Mais...

  • dahnm Postado em 06/12/2015 - 14:11:58

    CONTINUA...

  • mylene_herroni Postado em 28/11/2015 - 01:02:26

    Continuaaaaaaa. *leitora nova* ameii tudoo.

  • Gisele Beorlegui Postado em 27/11/2015 - 08:48:18

    Posta mais. Necessito de mais.

  • Gisele Beorlegui Postado em 27/11/2015 - 08:47:51

    '- Me beije - ele pediu' JESUS


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