Um músculo tensionou na mandibular de Alfonso , os olhos semicerraram muito sutilmente.
Aquilo, e o sibilar quase inaudível, foram suas únicas reações.
– De que tamanho?
Hum… Anahí suspeitava que ele fosse muito grande. Certamente assim lhe pareceu na noite
anterior, quando Alfonso pressionou o corpo contra o dela. E sem sombra de dúvida se provara
assim nos sonhos eróticos que Anahí tivera na véspera.
As arfadas de Anahí se mesclaram, tropeçando umas nas outras ao saírem dos pulmões. Ela se
esquecera dos sonhos até aquele momento. Agora eles estavam reprisando em seu pensamento,
em cores íntegras e gloriosas, fazendo-a se lembrar de que acordara às 4h, o corpo tremendo
quando um orgasmo intenso a despertou de seu sono.
Anahí engoliu em seco, tentando afastar as imagens. Pelo menos por tempo suficiente para
responder às questões que Alfonso tinha feito seriamente.
O lampejo de sorriso nos lábios dele informava que Alfonso sabia no que Anahí pensava.
– Eu me referi à camisola.
– Sei disso. – Anahí soou tão convincente quanto uma criança que tentava persuadir alguém a
lhe dar mais um biscoito.
– É claro que sabe. É curta ou longa?
– Ela é… – Anahí tentava se lembrar. A coisa estava pendurada em um cabide forrado de
seda em seu closet desde que a adquirira. – Longa! – Definitivamente longa. Ao menos achava
que sim.
– Qual tonalidade?
– Tonalidade?
– Vermelho-rubi? – perguntou ele, a voz tão sedosa, os olhos intensos. – Escarlate? Granada? É
como o rubor suave de um botão de rosa, ou como a malícia de uma explosão feroz?
Ai, Deus… Alfonso pintava obras de arte com suas palavras. Imagens que formavam cenas
completas no cérebro de Anahí .
Todo o corpo dela estremeceu, correndo para processar as informações que golpeavam todos
os seus centímetros. Os seios formigavam e pesavam contra a blusa, os mamilos duros e salientes
de desejo, os braços tremendo com a avidez de enlaçar o pescoço de Alfonso e trazê-lo para si.
Cada pedacinho de Anahí fora afetado.
Sob a mesa, as coxas dela tremiam. A explosão feroz que ele mencionara irrompera entre elas
e a agarrara, exigindo atenção. Anahí estava excitada e úmida, a parte mais íntima se achava
ciente e pronta, como se ela tivesse sido tocada pelas mãos de Alfonso , e não só pela voz.
Por mais louco que soasse, se ele continuasse a falar daquele jeito, o corpo dela iria explodir
do mesmo modo como em seus sonhos da noite anterior, apenas com o som sensual do sussurro
dele.
– Alfonso …
Ele a encarou, a certeza sobre a reação dela varrendo-o, e pelo mais breve dos momentos,
Anahí pensou que Alfonso fosse agir com base naquela certeza. Daria fim à espera, esticaria os
braços, pegaria a mão dela e a puxaria ao longo da mesa. Em seguida, rasgaria suas roupas, a
posicionaria na beirada da mesa e se colocaria entre as coxas trêmulas. Então a preencheria de
um jeito inédito. E aí, talvez, ambos fossem capaz de voltar a raciocinar.
Em vez disso, Alfonso fez algo ainda mais chocante. Levantou-se devagar e pigarreou.
– Bem, acho que tenho tudo de que preciso.
Para fazer o quê? A leitora de romances enrustida dentro de Anahí forneceu uma resposta
repentina, cheia de esperança… Possuir-me? Aqui? Agora?
Alfonso não disse nada disso. Ao contrário, com uma simples frase a desanimou, a confundiu.
E a enfureceu completamente.
– Então acho que é hora de nos despedirmos.