Fanfics Brasil - 35♡ Tensão AyA

Fanfic: Tensão AyA | Tema: Ponny aya


Capítulo: 35♡

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Anahí  JÁ vira conversíveis elegantes e ridiculamente caros como aquele que Alfonso  alugara,

mas nunca andara em um de fato. Por isso jamais ouvira o rugido do motor poderoso, que estava

mais para um ronco suave vindo do interior. Nem tinha percebido que o poder do motor parecia

tangível, como se o veículo fosse uma criatura viva arreada e impaciente para sair.

– Deus do céu, este carro é sexy ! – disse ela surpresa com o quanto era bom ficar apenas de

carona, observando os quilômetros passarem enquanto os pneus largos deslizavam sobre o asfalto

fumegante abaixo.

– É ótimo de se dirigir também – Alfonso  falava alto o suficiente para se fazer ouvir acima do

vento e da música. – Talvez você possa assumir o volante depois.

Sem chance. Com sua sorte, ela terminaria em um barranco e acabaria tendo que vender um

rim para pagar parte dos danos.

– Tudo bem, estou bem aqui. – Anahí  se acomodou melhor no banco de couro macio.

Em geral a viagem de duas horas e meia para casa parecia interminável e tediosa. Cada

quilômetro que se arrastava sob os pneus de sua minivan a deixava de mau humor.

Embora Anahí  adorasse a família e amasse ir vê-la nos feriados, sempre havia a conversa

inevitável, a qual ela daria qualquer coisa para evitar. Aquela em que todos a encurralavam e

exigiam que finalmente admitisse que estava solitária e infeliz morando na cidade grande, longe

de todos.

O fato de Anahí  nunca se sentir assim, e de aquilo não ser verdade, não impedia que ficassem

repetindo o refrão durante pelo menos uma reunião familiar em todas as ocasiões.

Aquela viagem, no entanto, estava moldada para ser totalmente diferente. Talvez pelo homem

ao seu lado, cuja presença iria proporcionar alguma barreira física e também, Anahí  tinha

esperanças, fazer o clã parar de atormentá-la, ainda que um pouquinho.

Ou talvez fosse apenas o puro prazer de andar sob o céu verdes reluzente com o vento soprando

em seu cabelo e o rock pesado saltando dos alto-falantes.

Era… libertador. Eis uma boa palavra para descrever. Anahí  se sentia livre das expectativas da

família, do estresse do trabalho, do seu histórico romântico horroroso.

Livre apenas para aproveitar o vento no rosto e a presença forte e sólida do homem ao lado. E,

ao passo que Anahí  gostaria muito de se sentir livre o suficiente para pedir a Alfonso  para encostar e

fazer amor com ela sob o céu vívido de verão, sabia que eles não tinham tempo. Não para o tipo

de amor que ela queria fazer com ele agora.

A última noite fora intensa, rápida e frenética. Totalmente enlouquecedora.

E hoje? E se ela desse um jeito e pudesse de fato fazê-lo parar em uma estrada rural isolada?

Anahí  iria querer horas e horas de prazer profundo e sensual sob os raios quentes e entorpecentes

do sol.

Anahí  se remexeu no assento, ainda macio. Estava muito ciente do domínio dele na noite

anterior, e queria tão mais que mal conseguia tolerar a espera.

– Obrigada por dirigir – disse Anahí  necessitando pensar em outra coisa. Falava alto para ser

ouvida por sobre o motor, a música e o vento. – Embora eu considere este veículo caro o

suficiente para colocar aquelas ideias de cafetão ou traficante na cabeça de uma pessoa normal.

– Bem, vou me certificar de que eles saibam que é alugado.

Como se soubesse que Anahí  lhe agradecia por mais aquele gesto, Alfonso  esticou o braço para

segurar-lhe a mão, apertando-a de leve.

– Seria ótimo simplesmente continuar seguindo para o oeste até chegarmos ao oceano

Pacífico. – Ele arqueou as sobrancelhas. – Ou encostar e fazer um bom e longo… piquenique. –

Balançando a cabeça, acrescentou: – Mas estamos quase chegando.

Como, Anahí  se perguntava, Alfonso  conseguia ser tão intuitivo, sabendo que não havia nada que

ela adoraria mais do que continuar a viagem, para ver algo novo, o imenso e lindo oceano, e

ignorar todo o calvário com seus familiares? Por que Alfonso  parecia conhecê-la tão bem depois de

alguns poucos dias, quando a própria família mal a conhecia depois de 27 anos?

E alguém já a conheceu? Sério, será que houve uma única pessoa capaz de compreendê-la

completamente? Não apenas seus objetivos, mas seus sonhos mais profundos, seus conflitos, o

jeito como ficava dividida entre querer buscar novas experiências e ainda assim manter o calor e

a felicidade em família? A ousadia de ver o mundo… e a estabilidade de um lar e de uma vida

repleta de amor e acolhimento?

Anahí  achava que não. Nunca.

Alfonso  soltou-lhe a mão, precisando reduzir a marcha, e a distraiu de seus pensamentos

melancólicos.

– Como está o garoto aí atrás?

Anahí  olhou para o banco de trás. Wally, que costumava ficar muito irritado na van, estava

muito comportado, esparramado na caixinha de transporte; se não dormia, passava uma boa

impressão de estar adormecido. Embora abrigado da maior parte do vento, ele parecia gostar de

senti-lo despenteando os pelos de sua barriga, porque se mostrava completamente feliz.

Anahí  ainda não conseguia compreender como o gato ultramimado se dera bem com Alfonso  de

imediato. Wally adorava o toque de Alfonso  tanto quanto Anahí .

Nem pense nisso, ela lembrou a si mesma. Passear ao lado de Alfonso , sentir o calor dele, o

cheiro masculino e almiscarado da sua pele já era o suficiente para distraí-la. Render-se às

lembranças de cada momento delicioso na noite anterior na certa iria fazê-la mandar o tempo às

favas e exigir que ele encostasse o carro.

Ao passarem por uma placa indicando que a saída para Green Springs estava a apenas uns 15

quilômetros adiante, Alfonso  desligou o rádio poderoso.

– Acho que um resumão cairia bem.

– O quê?

– Abordamos tantos detalhes ontem à noite… talvez você devesse me testar. Embora, é claro,

não haja dúvidas de que eu me lembro do que você usa para dormir. – Então, com um tom

satisfeito na voz, acrescentou: – Ou que sei exatamente onde fica o verdadeiro lugar onde você

sente cócegas.

Ai, céus. Anahí  se remexeu no banco, de repente sentindo muito mais calor do que sentira um

instante antes, sob os raios diretos do sol.

– Mas não creio que ninguém vá perguntar essas coisas.

– Pode apostar que não. – Feliz pela oportunidade de se concentrar na chegada deles, e não no

quanto queria que Alfonso  parasse e fizesse todas as coisas que não tinha feito na véspera, Anahí 

pensou nas questões mais cruciais.

Aquelas nas quais um homem que estava namorando fazia alguns meses com certeza saberia.

– Como se chamam os seus irmãos?

– Christopher  é o mais velho, e é noivo de Becca. Depois vem Steve, que é um ano mais velho que

você e é o conquistador da família. – Alfonso  passou rápido pelos detalhes; obviamente aprendia

depressa. – Randy é o caçula, e está interessado em se juntar à força aérea, embora não tenha

desenvolvido coragem tão grande como a sua para contar isso aos pais.

Ela bufou, tomando aquilo como elogio.

– Certo. Mas não diga uma palavra sobre isso.

– Nem sonhando. – Ele semicerrou os olhos, concentrando-se. – Hum… o que mais? Ah!

Randy tem quase 21 anos. Isso é fácil de lembrar, pois é a mesma idade da minha irmã.

Era a primeira vez que ele mencionava um membro da família além dos pais, e o sorriso

carinhoso indicava um relacionamento próximo.

– Irmã? Onde ela mora?

– Na Irlanda.

– Você a vê com frequência?

– Quase nunca. Camila  e eu costumamos manter contato por telefone e e-mail. – Alfonso  se calou

por um instante; então, como se tivesse pesado suas opções e concluído que poderia confiar em

Anahí  contando mais sobre si, continuou: – Tive uma briga com meu pai há muitos anos e não

voltei para casa desde então.

– Entendo.

– Não, provavelmente não entende. Dá para perceber na sua voz, quando você fala de seus

familiares, que os adora, muito embora eles a enlouqueçam.

– Isso quando não quero jogar todos num rio.

Ele achou graça.

– Ainda detecto carinho genuíno aí.

– Mas não tem nenhum carinho na sua família?

Alfonso  tirou o cabelo negro e sedoso do rosto… o vento havia soltado o rabo de cavalo. Ai, Deus,

será que o pai dela iria fazer algum comentário sobre isso, e sobre o brinquinho dourado

brilhando no lóbulo da orelha?– Eu amo meu pai – admitiu Alfonso  soando como se fosse doloroso

dizer aquilo em alto e bom som. – No entanto, na minha família, o carinho tem um preço. Se

você pagar, fica tudo bem. Se não…

– É por isso que você mantém contato com sua irmã apenas por telefone e e-mail?

– É mais ou menos por aí. Embora sempre que ela tem uma viagem marcada para fora da

Irlanda eu tente marcar alguma reunião de trabalho para encontrá-la. – Uma risada perversa

escapou dos lábios dele. – Mostrei a Camila  os lugares badalados de Praga quando ela estava com

17 anos, e o Red Light District em Amsterdã um ano depois.

Anahí  meneou a cabeça, sendo capaz de imaginar a cena.

– Tentando corrompê-la internacionalmente?

– Apenas tentando permitir que Camila  viva um pouco, já que nosso pai e a mãe dela a

reprimiram bastante por causa das escolhas que eu fiz.

– Que pena…

Embora Alfonso  não tivesse franzido a testa nem se mostrado arrependido por ter revelado a

Anahí  as coisas que contou, ele logo retornou ao assunto à mão:

– O relacionamento com seus irmãos é assim?

– Eles não seriam capazes de encontrar Praga em um mapa – murmurou Anahí , então

suspirou diante do próprio tom. – Desculpe. Isso foi maldoso. Eles são rapazes muito bons. Steve e

eu éramos como gêmeos na infância. Praticamente inseparáveis.

– Mas?

Ela deu de ombros.

– Mas eles nunca saíram de casa. Nunca quiseram. Nunca vão querer. Randy pretende se

alistar porque é jovem e patriota… No entanto, se o fizer, garanto que voltará para cá e ficará até

o fim dos seus dias.

– Ao passo que você mal podia esperar para viver sua vida quase em qualquer outro lugar.

– Isso mesmo. Eu tinha pôsteres de cidades estrangeiras nas paredes do meu quarto, mapas,

brochuras do Corpo da Paz, até mesmo o segmento militar deles. Qualquer coisa que pudesse me

levar para um lugar bem longe e diferente.

Alfonso  ergueu as sobrancelhas e então se virou para lhe dar uma olhadinha breve e surpresa.

– Corpo da Paz? Certo. Mas o segmento militar? – Balançando a cabeça diante de tal

possibilidade, Alfonso  nem mesmo precisou dizer o que pensava.

Não que ele estivesse errado.

– Ei, eu só estava enxergando sob todos os ângulos. – Lembrando-se do alvoroço que

acompanhara a chegada de um envelope do exército com o nome dela na época da escola,

Anahí  revirou os olhos. – Mas não levei o plano a sério. Meu pai disse que me trancaria no porão

se eu ao menos cogitasse me alistar.

Alfonso  deu risada.

– Minha mãe foi pior. Ela afirmou que eu estaria colocando as vidas de meus irmãos em risco

porque todos eles teriam que se alistar também, para me manter em segurança, incluindo Randy ,

que tinha 11 anos naquela época.

Céus, a mãe dela era boa em conseguir que tudo fosse feito do seu jeito. Pelo menos, tinha sido

boa. Não mais. Anahí  provara o gostinho da liberdade e nunca desistiria.

– Esse é mais um motivo pelo qual Randy está enrolando para contar a eles que deseja se

alistar agora – acrescentou Anahí .

– Bem, 21 é melhor que 11. – Alfonso  sorriu. A risada logo esmoreceu e o tom ficou sério: –

Chicago não é longe o suficiente para você, no entanto, é? Não a longo prazo.

Engraçado Alfonso  ter se dado conta disso tão depressa.

– Amo Chicago, e não sou nem um pouco infeliz nessa cidade, onde tenho uma empresa

ótima, muitos amigos e, algum dia com certeza, ficarei satisfeita em sossegar e criar minha

família.

– Mas?

– Mas você pode apostar que estou juntando meus tostões para viajar o mundo antes de esse

dia chegar. – Ela balançou a cabeça e encarou as árvores chicoteando ao longo da estrada. –

Para o restante dos Portilla , Green Springs é o mundo, e é exatamente assim que eles gostam.

– Sonhos diferentes – refletiu ele, a voz tão baixa que Anahí  quase não conseguiu ouvir acima

do vento. – Nenhum é melhor. Nenhum é pior. São apenas diferentes.

Sonhos diferentes. Tudo se resumia a isso.

Anahí  não respondeu, não precisava. Porque, com aquelas palavras, Alfonso  mostrou total

compreensão. O motivo pelo qual Anahí  foi embora, por que a família dela se aborrecera com

isso. Por que odiava voltar e lidar com a decepção deles em todas as ocasiões. Até mesmo por

que estava sentado ao lado dela no carro, prestes a ajudá-la a enfrentar o fim de semana com

uma combinação de meias-verdades e pretextos.

Anahí  tinha sonhos diferentes… os quais sua família não compreendia.

No entanto, de algum modo, o homem sentado ao lado dela, a quem conhecia havia menos de

uma semana, compreendia.


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Autor(a): Erika Herrera

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 36



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  • debaya Postado em 23/10/2015 - 06:54:02

    Cadê vc autoraaaaa?!?!?! Faz um seculo q não posta!

  • franmarmentini♥ Postado em 08/10/2015 - 10:04:23

    vixi... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 08/10/2015 - 09:59:12

    q bom que ela contou a verdade...

  • franmarmentini♥ Postado em 08/10/2015 - 09:55:26

    nossa..

  • franmarmentini♥ Postado em 08/10/2015 - 09:31:41

    EITAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA PEGAAAAA

  • franmarmentini♥ Postado em 08/10/2015 - 09:11:16

    amo esse gatinho dela kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkKK

  • Postado em 08/10/2015 - 09:10:16

    amo esse gatinho dela kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

  • franmarmentini♥ Postado em 07/10/2015 - 22:29:29

    To atrasadinha pra variar kkkkk

  • franmarmentini♥ Postado em 07/10/2015 - 22:28:55

    *.*

  • vicvelloso2 Postado em 29/08/2015 - 11:00:40

    POSTAAAA POR FAVORRRRR


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