Fanfics Brasil - 36♡ Tensão AyA

Fanfic: Tensão AyA | Tema: Ponny aya


Capítulo: 36♡

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Alfonso  NÃO sabia bem o que o esperava quando subiu a estrada estreita que dava para a casa de

infância de Anahí .

Lógico que ele vira muitas fazendas na Irlanda, várias delas nas terras dos Herrera , que seu pai

alugava para terceiros. Mas a maioria era pequena, com administrações familiares de pequeno

porte, com ovelhas pastando em campos verdejantes e um toque de cor em suas costas para

distinguir os rebanhos entre os vizinhos. Chalés pontilhavam a paisagem, com celeiros em ruínas

e arados antiquados enferrujando nos campos.

Nada parecido com aquilo ali.

– Meu Deus, este lugar parece uma fábrica! – comentou Alfonso  enquanto dirigia ao longo do

enorme celeiro moderno, com dois andares e alguns metros de comprimento.

Uma pequena frota de caminhões se achava estacionada ao final, todos com o mesmo logotipo

de laticínios de uma vaquinha sorridente. Equipamentos impecavelmente cuidados eram visíveis

através das portas abertas de outro prédio, e vários trabalhadores vestindo calça cáqui e camisa

de uniforme estavam à vista.

– Eu imaginava alguma coisa mais como…

– Família Buscapé?

Alfonso  olhou para Anahí , que notava a sua surpresa e se divertia com isso.

– O que é isso?

– Um filme sobre uma família caipira… Deixa pra lá, não importa. – Ela apontou o topo de

uma colina depois dos celeiros, com um campo inclinado onde os cavalos pastavam

preguiçosamente sob o sol reluzente de junho. – A casa fica ali.

Mais uma surpresa.

A casa dos pais de Anahí  era imensa, dispersa, uma casa de fazenda de três andares pintada da

amarelo intenso com persianas brancas contrastantes em todas as janelas. Canteiros repletos de

narcisos que o faziam lembrar-se do lar paterno cercavam a ampla varandinha da frente.

Árvores altas marcavam o perímetro verdejante de um gramado bem-cuidado, separado do

pasto por uma longa cerca de piquete. Havia até mesmo um caramanchão completo, com um

banco de gangorra para duas pessoas na beira de uma colina inclinada que se fundia à paisagem

extensa.

A casa dos Portilla  era completamente diferente do que Alfonso  imaginara.

Calado pelo espanto por causa dos próprios preconceitos falhos, ele dirigiu colina acima.

Considerando o quanto errara sobre a propriedade, Alfonso  não se surpreenderia se também tivesse

subestimado completamente a família que estava prestes a conhecer.

Uma pitada de desconfiança se arrastou por sua espinha. Talvez aquilo não fosse ser fácil

como imaginara.

Ao estacionar na lateral da casa, entre duas caminhonetes monstruosas e um utilitário do

tamanho de uma construção, ele ouviu Anahí  suspirar em resignação.

– Qual é o problema?

– Todos já estão aqui – disse ela, observando os veículos.

– Seus irmãos?

– Sim. Eu esperava poder apresentá-los a você aos poucos, em vez de todo mundo de uma vez

só.

– Pensei que todos morassem aqui.

– Randy mora. Mas Steve e Christopher  têm as próprias casas, que construíram aqui nas redondezas.

Alfonso  teve uma desconfiança súbita.

– Na terra de seu pai?

– Ele deu cem acres para cada um, para que construíssem quando completasse 25 anos.

Alfonso  começava a entender.

– Onde está seu quinhão? – murmurou ele observando a reação dela, já imaginando qual seria.

Não ficou decepcionado. Anahí  esfregou uma das mãos sobre os olhos, suspirou, então acenou

de forma geral em direção ao leste.

– Entendo.

Alfonso  não só começava a entender como a perceber o quanto a coisa era séria. Anahí  não tinha

nada a ver com a garotinha do interior que fizera aparentar. A família devia ser riquíssima,

administrando uma fazenda de laticínios muito bem-sucedida. Eram todos donos de uma terra

cujo tamanho ia até onde os olhos podiam ver.

O que explicava o excesso de proteção para com Anie. Alfonso  não se preocupara muito com o

encontro com eles, considerando seu “curso intensivo” e sua habilidade para se dar bem com

todos. Ah, estava preparado para não gostarem dele por causa da vontade que tinham de ver

Anahí  de volta ao lar, mas isso era natural, não era muito bem uma preocupação.

Agora que Alfonso  via como eles viviam, no entanto, começava a compreender os motivos, e

prever a verdadeira profundidade de aversão iminente deles.

Anahí  era a única filha em uma família rica e unida, do tipo que construía suas casas a poucos

quilômetros umas das outras para assegurar que todos permanecessem juntos. Ao passo que Alfonso 

era o único filho em uma família que ainda tentava fazer casamentos arranjados, pelo amor de

Deus.

Alfonso  se perguntava o que Anahí  diria se soubesse o quanto a criação de ambos era parecida.

Que ele a compreendia muito mais do que ela poderia imaginar.

Ele também se perguntava se era uma coisa boa, ou ruim, sentir o coração se contorcendo no

peito por ela ao perceber o quão sério Anahí  falara sobre sua dificuldade na vida familiar.

Alfonso  fora para lá pensando nela como a típica solteira “não posso aparecer em casa sem

namorado”. Mas ela falara sério. A situação de Anahí  era tão complicada quanto a dele.

Ela escolhera fugir cuidando de criancinhas. E ele, cuidando das necessidades de

desconhecidas. Diferentes… Mas enraizados no mesmo sonho de independência das expectativas

familiares.

Alfonso  e Anahí  possuíam os mesmos sonhos.

Ele ficou quase chocado com a profundidade da compreensão, da emoção que sentiu de

repente pela mulher linda e determinada sentada ao seu lado. As distâncias que ela percorrera

podiam até não ter sido tão extremas quanto as dele, mas Anahí  se esforçara muito para chegar

aonde estava, e para permanecer lá. Incluindo pagar uma enorme quantia de dinheiro da qual,

Alfonso  desconfiava, Anahí  não podia dispor, visto que ela não tinha um estilo de vida apoiado pela

família, para manter sua independência.

Oferecendo um lance por ele.

Alfonso  faria qualquer coisa que pudesse para ajudá-la. Qualquer coisa, exceto confiar nela.

Porque Alfonso  não estava nem perto de se sentir pronto para contar a Anahí  o quão bem

compreendia a situação dela, e o que um desespero similar o levara a fazer.

Ele nunca se importava muito com o próprio estilo de vida, ou com o que as pessoas pensavam

dele, com exceção de sua irmã. E agora… agora – percebia com o coração dolorido – Anahí .

Droga. Estou encrencado. Alfonso  desejava fugir, depressa. No entanto, desejava mais ainda

tomar Anahí  nos braços e dizer a ela que compreendia, que ela não estava sozinha.

Mas, que droga, ele estava. Sozinho. Sempre. E era assim que precisava permanecer.

Não era?

– Acho que este lugar é maior que a propriedade da minha família – murmurou ele, enfim,

olhando pelo para-brisa para a paisagem arrebatadora.

A encosta verde e o vale abaixo estavam pontilhados por algumas ovelhas… Alfonso  esperara ver

aquelas lindas fofinhas.

– Propriedade? – Anahí  riu, distraída de sua melancolia. – Você é um riquinho mimado?

– Não mimado – esclareceu ele quando se virou para flagrá-la observando-o.

Alfonso  não se ofendeu com a risada de Anahí . Não poderia, ao vê-la enfim relaxada, sorrindo –

pelo menos um pouco –, os olhos refletindo o verdes suave do céu.

– Devo chamá-lo de lorde Murpy ?

O pai dele não adoraria aquilo?

– Não. Um de meus antepassados bêbados perdeu o título e metade de suas terras ao irritar

alguns membros da realeza, alguns milhões de anos atrás.

Anahí  ficou de queixo caído. Ela estava brincando. Ele não.

– Ah, uau! – verbalizou sua surpresa. – Acho que eu devia ter feito o resumão sobre você.

Aquilo não iria acontecer. Não se Alfonso  pudesse evitar.

No entanto, ele supunha que revelar alguns detalhes seria sábio. Ainda mais depois de ter

percebido que o fim de semana poderia não ser tão fácil quanto imaginara originalmente. Não se

aquela família rica do interior tivesse milhões de razões para ser superprotetora com sua única

filhinha.

– Bebo chá, não café. Açúcar, sem leite. – Alfonso  tentava pensar do que poderia surgir durante a

breve visita. – Só cerveja escura… a clara é para crianças. A cerveja Herrera é a melhor, mas

não dá para encontrá-la nas torneiras de barris deste continente. – Pensou mais um pouco. –

Vejamos… Estudei na Trinity College em Dublin; era conhecido por deixar sujeitos

inconscientes no campo de rúgbi… e falo seis idiomas.

Anahí  arregalou os olhos.

– Seis?!

Alfonso  deu de ombros.

– Tenho o dom irlandês da tagarelice. – Falando depressa, já que eles poderiam ser

interrompidos a qualquer momento, ele continuou: – Nunca permaneço em um lugar por muito

tempo e tenho apartamentos em algumas cidades, mas nada que pudesse ser chamado de lar de

verdade em nenhum dos casos.

– Que triste…

Talvez para ela. Para Alfonso , era o único estilo de vida que sempre desejara. Mas ele não queria

explicar isso… não agora, pois não tinham tempo. Além do mais, ainda não decifrara bem o

quanto queria que Anahí  soubesse sobre sua vida.

Ou o quanto poderia estar disposto a mudar nessa vida se pudesse mantê-la nela por só mais

um pouco.

Afastando aquela ideia inacreditável, Alfonso  voltou àquilo no qual era bom: insinuações.

Ele sorriu com malícia, deixando Anahí  ver o calor em seus olhos.

– Mais um detalhe importante que você deveria saber… Eu não uso nada para dormir.

Funcionou. Anahí  lambeu os lábios e passou o olhar faminto sobre o corpo dele. Parecia tão

predatória quanto seu gato, e Alfonso  daria praticamente tudo para sair dali e deixar que Anahí  o

devorasse, do jeito como parecia querer fazer.

– Mal posso esperar para vê-lo de pijama, então – sussurrou ela.

– Safadinha… Mas o que a família iria dizer?

O dar de ombros despreocupado de Anahí  respondeu à pergunta quando ela se inclinou um

pouco para sussurrar:

– Quantas horas precisamos ficar aqui mesmo?

Com a cabeça repleta de todas as coisas que ainda queria fazer com aquela mulher, Alfonso 

chamou-se de idiota com uns dez termos diferentes. Eles tinham sido amigáveis e casuais durante

todo o tempo ali no carro. Por que, agora que estacionaram bem na frente da porta da casa, ele

precisava provocá-la para Anahí  lembrá-lo do quanto o desejava?

Ainda mais se considerasse o fato de que ele ainda se recuperava da profunda conexão que

descobrira entre os dois, e das emoções que tal descoberta inspirara.

Como se também lamentasse pelo momento errado, Anahí  pigarreou e acenou, ignorando o

assunto todo.

– Esqueça que perguntei isso. Não é como se eu não estivesse contando as horas desde o

momento em que saímos do seu hotel, afinal.

Ele também.

– Vamos retomar esta conversa quando retornarmos a este carro para a viagem de volta, está

bem?

– Fechado.

– Talvez – disse ela lambendo os lábios – possamos explorar algumas novas estradinhas

amanhã antes de pegarmos a autoestrada.

– Particulares?

– Ah, com certeza…

Hum. Sexo no carro sob o sol quente. Soava simplesmente perfeito.

– Vou cobrar esta promessa.

– Eu não esperaria outra coisa. – Com o bom humor retornando, Anahí  perguntou: – Então…

Há algo mais que eu deveria saber antes de apresentá-lo ao clã dos Portilla ? Quero dizer, você não

é, digamos, o décimo na linha de sucessão do trono da Inglaterra, certo?

Revirando os olhos, Alfonso  passou a mão no cabelo loiro e sedoso de Anahí , desejando tocá-la

mais uma vez antes de entrarem.

– Vocês, americanos… Será que não sabem nada de história que não seja a de vocês?

– Acho que não – admitiu Anahí . E virou-se para beijar a palma de Alfonso , os lábios macios e

úmidos contra a pele quente. – Mas você é metade americano também, certo?

Ele assentiu, admitindo, mas sem pretender continuar a provocá-la, não quando a boca suave o

acariciava tão suavemente, deixando-o louco.

Incapaz de resistir mais, Alfonso  retirou a mão, se inclinou, eliminando o pouco espaço que

sobrava entre eles, e roçou a boca na de Anahí . Ela inclinou a cabeça para recebê-lo, o cabelo

bagunçado por causa do passeio caindo sobre o antebraço nu de Alfonso .

Beijá-la à luz do sol era um prazer novo, que trazia novas sensações consigo. O acasalamento

preguiçoso das línguas evocava tardes longas e letárgicas, fazendo amor lenta e tranquilamente

durante horas. Do tipo que não tinha o orgasmo como destino final, mas sim os prazeres

deliciosos ao longo do caminho.

Alfonso  poderia tê-la beijado durante o dia inteiro, acariciado o rosto delicado, inalado o perfume

irresistível de pêssegos que parecia encobrir seu corpo inteiro. Mas de repente algo o atingiu na

cabeça, e ele se afastou.

Esperando ver os irmãos furiosos de Anahí , Alfonso  ficou aturdido quando, em vez disso, se viu

cara a cara com um…

– Deus do céu, o que é esta coisa?!

Com os olhos arregalados, ele só conseguia encarar enquanto uma ave imensa enfiava a

cabeça no conversível outra vez. Agora, no entanto, a criatura não mirou seu bico pontudo e duro

para a cabeça de Alfonso , mas seguiu em direção à mão esticada de Anahí .

– Este é Radar. – Sorrindo com visível satisfação, ela ficou de joelhos sobre o banco do carro,

observando o animal dar um salto desajeitado e pousar no capô, e então saltar para ficar do outro

lado.

Alfonso  ficou de queixo caído. Havia marcas de ave na Ferrari.

Marcas de ave.

Seria interessante explicar isso para a empresa de aluguel. Jesus Cristo, considerando o

tamanho do bicho, eles precisariam verificar e ter certeza de que não havia amassados sob as

marquinhas.

– Olá, garoto! Sentiu minha falta, não é? – perguntou Anahí  quando esticou a mão para

acariciar com muita ternura as penas macias da cabeça do pássaro.

– O que exatamente ele é? – perguntou Alfonso , por fim desviando a atenção das manchas

circulares de sujeira no capô vermelho reluzente.

– Um emu.

Um emu simplesmente acabara de lhe bicar a cabeça. Aquilo não era um bom presságio para

o fim de semana.

Atrás deles, Wally enfim acordara e avisMaite o recém-chegado. O velho gato malhado ficou

nas quatro patas, as costas arqueadas, sibilando através do topo de seu transporte. Cada

pedacinhos dele estava completamente arrepiado, então Wally parecia maior.

– Wally pensa que Radar é um futuro frango frito – disse Alfonso , ainda balançando a cabeça. –

Tem algum motivo em especial para esse seu amigo emu ter bicado minha cabeça?

– Ele é um tanto superprotetor – respondeu ela, quase abraçando a bola de penas

superdesenvolvida, que agora bisbilhotava sua camisa de seda sem mangas, como se buscando

bolsos que pudessem conter comida.


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Autor(a): Erika Herrera

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 36



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  • debaya Postado em 23/10/2015 - 06:54:02

    Cadê vc autoraaaaa?!?!?! Faz um seculo q não posta!

  • franmarmentini♥ Postado em 08/10/2015 - 10:04:23

    vixi... ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 08/10/2015 - 09:59:12

    q bom que ela contou a verdade...

  • franmarmentini♥ Postado em 08/10/2015 - 09:55:26

    nossa..

  • franmarmentini♥ Postado em 08/10/2015 - 09:31:41

    EITAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA PEGAAAAA

  • franmarmentini♥ Postado em 08/10/2015 - 09:11:16

    amo esse gatinho dela kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkKK

  • Postado em 08/10/2015 - 09:10:16

    amo esse gatinho dela kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

  • franmarmentini♥ Postado em 07/10/2015 - 22:29:29

    To atrasadinha pra variar kkkkk

  • franmarmentini♥ Postado em 07/10/2015 - 22:28:55

    *.*

  • vicvelloso2 Postado em 29/08/2015 - 11:00:40

    POSTAAAA POR FAVORRRRR


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