Fanfic: Tensão AyA | Tema: Ponny aya
– BOA NOITE – murmurou Alfonso quando se pôs ao lado da mulher que o havia comprado por
uma noite. – Desculpe por deixá-la esperando.
– Você tem sotaque!
Ele riu baixinho.
– Talvez você seja a pessoa com sotaque aqui.
– Ai, Deus, isso foi incrivelmente rude, não foi? – Ela estendeu a mão, tão pequenina que quase
desapareceu dentro da dele quando Alfonso a apertou com formalidade. – Sou Anahí Portilla . E você
é…
– Alfonso . Alfonso Herrera .
– Cumprimentou igual a “Bond…” – murmurou ela. – “James Bond.”
– Não exatamente – disse ele, rindo. – Eu não disse “Herrera. Alfonso Herrera ”. Além disso,
Bond era britânico.
– E você não é?
– Deus, não!
Como se percebendo que o ofendera, ela mordeu o lábio.
– Desculpe. Eu só gosto dos filmes antigos de James Bond, e você me faz lembrar Alfonso
Connery .
Então aquela garota tinha bom gosto, pelo menos no que dizia respeito à série 007, mas sem
dúvida um ouvido bem ruim para sotaques.
– Connery é escocês. Nem mesmo fica na mesma ilha.
Anahí pareceu tão perturbada que ele entendeu que não deveria provocá-la, mas não
conseguiu evitar. A mulher, que Alfonso imaginava estar na casa dos 20 anos, um pouco mais
jovem que ele, era adorável. Sobretudo quando tentava dizer algo sem se atrapalhar.
– E você é o quê?
– Um homem; pelo menos foi isso o que me disseram. Irlandês. E também seu acompanhante.
A bela estranha libertou a mão da dele, como se só então tivesse notado que a estava
segurando, e a levou ao rosto, esfregando a têmpora com delicadeza.
– Não sou muito boa com essas coisas.
– Estou brincando com você – admitiu ele com uma risada suave.
– Não reajo bem quando sou provocada – advertiu ela, franzindo a testa. – Meu irmão mais
velho acordou com um bagre cru enfiado na boca certa manhã porque começou a me chamar
de Pequena Miss América quando tive minha primeira menstruação.
O rosto dela, belo e alvo, ficou escarlate. Anahí ergueu a mão outra vez para cobrir os lábios
quando as próprias palavras ecoaram em seus ouvidos.
– Eu não disse isso, disse?
Alfonso não conseguiu evitar explodir em uma gargalhada.
– Você disse, sim.
– Eu quero sumir.
Alfonso , que gostava dela cada vez mais a cada minuto, se pôs no caminho de Anahí para evitar
que seguisse para a porta. Como pôde ter achado que ela era apenas bonita? Quando os olhos de
Anahí brilhavam daquele jeito, ela ficava de tirar o fôlego.
– Prefiro peixe-espada. E só para esclarecer: embora eu goste de sushi, costumo preferir meus
frutos do mar grelhados.
– Você me dá licença enquanto vou ali me esconder debaixo de uma mesa?
– Não, não dou, céadsearc – sussurrou ele enlaçando o braço dela.
Constatando a maciez de sua pele, Alfonso captou o perfume mais sutil de pêssegos, e deu um
sorrisinho. Não era almiscarado. Não era um enjoativo perfume de gardênia.
Pêssegos.
Recusando-se a perdê-la de vista, Alfonso a levou para um canto escuro perto do bar. Tinha a
sensação de que Anahí fugiria se ele não lidasse com aquilo do jeito certo. Porém, não fazia ideia
do porquê de uma mulher pagar 5 mil dólares para passar a noite com ele e então fugir.
– Do que foi que você me chamou?
Um lapso linguístico.
– Chamei-a de amor – admitiu ele.
– Isso é machista.
– Vocês, americanas… não deveriam ficar tão arredias. Foi só um carinho.
– Como posso ser seu amor se acabamos de nos conhecer?
– Não meu amor – admitiu ele. – Mas devo dizer, a julgar pela quantidade de vezes que desejei
sorrir desde o instante em que você abriu a boca, que imagino que seja muito doce, engraçada e
bondosa. – Sorriu. – Se esquecermos o ataque furtivo do bagre.
Soltando o braço dela – o braço macio e sedoso –, Alfonso acrescentou num meio sussurro:
– Estou ansioso para conhecer você, Anahí Portilla .
Ele falava sério. Mas o fato de ter dito aquilo a ela quase o surpreendeu. Alfonso não era de
baixar a guarda tão depressa. Algo naquela jovem, no entanto, derrubou o verniz suave e os
maneirismos enfadonhos que lhe convinham tão bem em sua rotina.
Alfonso não estava flertando, ou sendo charmoso para fazê-la cair em suas graças. Estava apenas
conversando de forma honesta com ela, algo que nem sempre era livre para fazer com as
mulheres. Em geral, ele era pago para dizer a elas exatamente o que desejavam ouvir.
Exceto “não”. Elas jamais gostavam de ouvir isso. Alfonso , no entanto, não tinha pudores em
dizê-lo.
– Supõe-se que deveríamos estar nos conhecendo, não é? – perguntou ele. – Então, conte-me
sobre você.
Alfonso aguardou, perguntando-se como Anahí reagiria, aquela loira tão cheirosa, que o
observava com olhos hesitantes.
– Aquela palavra que você disse… que idioma era?
– Irlandês… Alguns chamam gaélico.
Ela franziu a testa.
– Você consegue falar sem sotaque?
– Ainda não estabelecemos que eu tenho sotaque – resmungou Alfonso por algum motivo
gostando de provocá-la, mesmo que um dia aquilo viesse a lhe custar ter a boca cheia de peixe
cru.Anahí desviou o olhar, uma careta repuxando a boca bonita.
– Bem, não creio que eu já tenha dito que ele não tem sotaque.
– Quem?
– Você.
– Como?
– Eu quis dizer ele.
– Volto a perguntar: quem?
– Não importa. Eu estava falando de você… O você que eu quero que seja, se concordar com
isso.
Alfonso suspirou.
– Acho que preciso de uma bebida. Quer um drinque?
Quando ela recusou, ele gesticulou para o atendente do bar. Apontou para uma garrafa de
uísque e fez sinal com os dedos para pedir uma dose, depois aumentou a distância entre os dedos
para indicar que desejava uma dose dupla.
A bebida chegou a suas mãos alguns minutos depois, trazida por uma garçonete atenciosa
usando um vestido preto curto. Ela sorriu, tímida, e roçou a mão na dele por um instante mais
longo que o tecnicamente necessário ao lhe passar o copo envolto num guardanapo. Então a
jovem se afastou, com passos bruscos e determinados.
– Cara, falando em falta de educação…
– O quê?
– Aquela garçonete me ignorou totalmente. Não me ofereceu uma bebida e nem ao menos
me dirigiu um olhar. Foi como se eu não estivesse aqui. – Anahí revirou os olhos. – Ela poderia
muito bem ter rasgado o uniforme e rabiscado o número do telefone naqueles seios falsos.
– Como sabe que são falsos?
– Ah, por favor… – Então, ao perceber a inflexão dele, Anahí devolveu a pergunta: – Com
você sabe?
Alfonso respondeu do mesmo modo:
– Ah, por favor…
Uma pequena centelha surgiu naqueles olhos lindos, e ela sorriu sutilmente.
Apreciando aquele lampejo de humor, Alfonso lançou um olhar vagaroso para Anahí ,
absorvendo cada centímetro da mulher diante de si, indo além do rosto atraente, do penteado
discreto, das joias e roupas simples. Não havia dúvida do quão perfeitas e naturais eram as
curvas dela.
Ele bebericou seu uísque. Bem devagar.
Os ombros dela pareciam capazes, mas de alguma forma frágeis; seus braços nus, fortes,
porém alvos e magros. O corpo dela possuía uma proporção perfeita; a altura combinava
certinho com a dele. Anahí poderia facilmente inclinar a cabeça para encontrar o beijo dele.
E de repente Alfonso se flagrou desejando aquele beijo. Muito.
– Imagino que você saiba alguma coisa sobre mulheres – disse ela não soando muito satisfeita
com a observação.
Alfonso sabia o suficiente para ter certeza de que ela era cem por cento feminina. E que
instintivamente estava bagunçando a cabeça dele.
O que, ele se perguntou, Anahí faria se ele se abaixasse para roçar os lábios nos dela, tal qual
ele se deu conta de que desejava fazer? Será que Anahí se afastaria se ele envolvesse sua cintura,
pousasse a ponta dos dedos nos quadris dela e a puxasse para si? Será que todas as outras pessoas
no ambiente veriam o roçar dos corpos como um abraço inocente ou como um convite carnal
que Alfonso sabia que seria prorrogado?
– Eu deveria agradecer à garçonete, sabe? Ela me ajudou a confirmar o quanto isso é idiota –
afirmou Anahí , qualquer resquício de sorriso desaparecendo.
O tom de Anahí espantou a disposição sensual dele. Alfonso não conseguia acreditar que ela
ficara mesmo com ciúme da garçonete, cuja sedução exagerada não tinha vantagem alguma
sobre os encantos mais discretos daquela diante de si.
– Ela foi rude com você, mas é bonitinho que você esteja com ciúme.
O modo como Anahí inclinou a cabeça para um lado, confusa, revelava a Alfonso que ele a
interpretara mal. Agora ele percebia que ela não estava com ciúme. Na verdade, Anahí parecia
quase… desanimada. Taciturna.
– Não é isso. O fato é que esta situação toda é estúpida. – Anahí suspirou. – Desisto. Ninguém
vai acreditar que somos um casal.
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Autor(a): Erika Herrera
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Ignorando a pergunta óbvia – por que alguém teria de acreditar naquilo? –, Alfonso fez outra mais interessante: – Por que não? Franzindo a testa, Anahí gesticulou para ele – o rosto, os ombros, o smoking –, e então olhou para si. – Nós não somos o que eu chamaria de almas g& ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 36
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debaya Postado em 23/10/2015 - 06:54:02
Cadê vc autoraaaaa?!?!?! Faz um seculo q não posta!
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franmarmentini♥ Postado em 08/10/2015 - 10:04:23
vixi... ;(
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franmarmentini♥ Postado em 08/10/2015 - 09:59:12
q bom que ela contou a verdade...
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franmarmentini♥ Postado em 08/10/2015 - 09:55:26
nossa..
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franmarmentini♥ Postado em 08/10/2015 - 09:31:41
EITAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA PEGAAAAA
-
franmarmentini♥ Postado em 08/10/2015 - 09:11:16
amo esse gatinho dela kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkKK
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Postado em 08/10/2015 - 09:10:16
amo esse gatinho dela kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
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franmarmentini♥ Postado em 07/10/2015 - 22:29:29
To atrasadinha pra variar kkkkk
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franmarmentini♥ Postado em 07/10/2015 - 22:28:55
*.*
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vicvelloso2 Postado em 29/08/2015 - 11:00:40
POSTAAAA POR FAVORRRRR