Fanfic: Bed The Lies // Vondy e Ponny | Tema: Vondy, Ucker e Dulce / Ponny, AyA / Trendy

A caixa cheia de coisas da antiga casa havia acabado de chegar ao novo apartamento que Christopher Uckermann dividiria na capital com sua irmã Anahí, o apartamento estava tão amarrotado de caixas que ele nem sabia por onde começar, pelo menos o apartamento já estava mobiliado o que facilitava em partes as coisas. Ele pegou uma das caixas e viu que estava escrito "cozinha" e levou para o cômodo onde sua irmã estava começando a guardar alguns utensílios nos grandes armários.

Baixa como era Anahí, ele não pôde evitar sorrir ao vê-la equilibra-se na ponta dos pés para alcançar o compartimento de vinhos no alto, sem algum êxito notável. Christopher pôs a caixa em um canto qualquer para então, sorrateiramente, se aproximar da irmã sem que esta o percebesse. O grito que ela deu em seguida, ao ser erguida no ar, penetrou fundo na audição de Christopher, se não do prédio inteiro.

 Ele fez uma careta.

— Ainda não entendo o porquê do susto se sempre faço isso com você. — Reclamou a depositando novamente no chão — Sabe, não é como se outra pessoa entrasse aqui só para fazer o mesmo.

Anahí se virou para o irmão e o abraçou fortemente, o seu protetor se sentia tão bem perto dele, sentia-se segura perto dele. Ela infelizmente era muito assustada e sempre que era pega desprevenida se assustava e dava um de seus gritos agudos, assustando todos. Mas ela não tinha culpa, sua voz era assim.

— Você sabe que não faço por mal, bebê — Ela olhou nos olhos do irmão carinhosamente — obrigado por sempre estar por perto quando eu preciso.

O amor que Christopher sentia por Anahí era algo inexplicável, forte, difícil até de sequer tentar compreender. Eram irmãos, sim. Mas o sentimento entre os dois formou um elo imbatível, uma necessidade a mais de proteção, cuidado e carinho que chegou ao ponto de literalmente necessitar da presença um do outro. Por esta razão, quando Christopher enfim decidiu sair da casa dos pais numa forte tentativa de finalmente pôr independência em si, Anahí não pensou duas vezes antes de fazer as malas ao lado dele. Sendo dois anos mais velho que ela, Christopher ainda se perguntava como pôde suportar 730 dias sem aquela Fada ao seu lado. Anahí era seu maior tesouro, seu tudo.

— Eu amo você — Ele disse vendo um sorriso adorável florescer no rosto da irmã. — Amo tanto que vou até te sair de perto para te deixar trabalhar em paz.

Anahí o puxou pelo braço sorrindo novamente e o abraçou fortemente, voltando a guardar as coisas da cozinha. Nunca nem ao menos ela tinha pensado em sair da casa dos pais, e agora estava ali teria uma vida normal e finalmente poderia fazer a faculdade que tanto queria.

Christopher foi até o outro cômodo onde todas as caixas estavam e começou a distribuir as caixas onde elas deveriam ficar de fato. O apartamento não era tão luxuoso o quanto estava acostumado, mas ele sabia que uma nova vida começaria ali. Agora só precisava de um emprego, e ele tinha fé que conseguiria um logo.

Anahí terminou de guardar as coisas da cozinha e resolveu fazer o almoço, nada muito luxuoso muito pelo contrario, era comida pré-aquecida que ela havia comprado mais cedo no mercado. Ela sabia que não sentiria falta de muitas coisas de sua antiga casa, ela tinha Christopher e ele sempre fora o seu único amigo, então ela estava bem.

Separando dois pratos, dividiu justamente a lasanha em dois generosos pedaços, sentindo a água inundar a boca quando o queijo esticou-se como elástico até ter toda sua glória interrompida por um dedo delicado, que logo rumou à boca da dona com uma pequena amostra do Cheddar. Um suspiro de puro prazer ecoou dos lábios de Anahí.

— O almoço tá pronto, Bebê, e se você não vir logo eu vou ficar com sua parte.

 Ela falava sério. Loura, magra, incrivelmente linda e dona de envolventes olhos cinza, quem via Anahí julgava ser modelo, o que consequentemente levava a conclusão de que sua vida se resumia em balança, dieta e produtos light. Mas não era bem assim. Comia tudo o que via pela frente e não podia, em hipótese alguma, ser privada da importante companhia de uma boa barra de chocolate.

Christopher ao escutar que poderia perder o seu almoço largou todas as coisas no chão e saiu correndo em direção à cozinha, uma coisa ele sabia e sabia muito bem, Anahí comia tudo que via pela frente e ele não queria ficar sem comer, não depois de ficar carregando caixas tão pesadas.

— Nem vem bebê, esse é meu! — Christopher pegou o prato da mesa e viu sua boca aguar, cheddar seu favorito, Anahí sabia comprar sua comida preferida.

Anahí pegou dois copos para eles e colocou ali em cima da bancada com um litro de Coca-Cola e sorriu para Christopher.

— Comprei a sobremesa também, torta de brigadeiro com doce de leite — Anahí abriu um sorriso e em seguida passou a língua sobre os lábios ao lembrar-se da apetitosa torta.

— O que seria da minha vida sem você — Resmungou Christopher com a boca cheia, mal dando para compreender nem metade do que teve intenção de dizer. Anahí jogou-lhe o pano de prato no rosto e riu feliz com seu próprio pedaço de lasanha a mastigar. Estava tão delicioso que podia jurar que a qualquer momento ro*laria lágrimas de seus olhos.

— Preciso de carona. — Anunciou num repente, Christopher a fitou de sobrancelha erguida.

— Pra que?

— Tenho que fazer matrícula na faculdade, e tenho prazo, querido. Sou uma mulher pontual. — Gabou-se, a boca manchada de molho, mas se portando como uma rainha diante de um súdito.

Christopher deu uma gargalhada e desarrumaram os cabelos louros da irmã — estou sempre à disposição — Christopher deu uma piscadela para a irmã e sorriu amorosamente.

Voltando a comer novamente a sua lasanha enquanto olhava para a sua princesinha.

— Está virando uma mocinha, que emoção — Ele fingiu limpar lágrimas dos olhos emocionados e sentiu novamente o pano em seu rosto, começando a gargalhar. Não saberia o que seria de sua vida sem aquela mulher em sua vida.

— Espero que dessa vez se enturme com alguém, você sabe que terei que trabalhar e não poderei estar sempre aqui.

— E posso saber quando foi que Anahí Geovanna Von Uckermann foi alguma "desinturmada". Hello, as pessoas fazem fila pra tentar falar comigo. Principalmente os garotos.

  Christopher fechou a cara.

— Bom ponto. Se algum maltrapilho se engraçar com você, já sabe...

— "Joelho nas partes baixas" — Ela completou tediosa, girando o olhar acinzentado. — Tá parecendo meu pai.

                 No instante que falou isso, repreendeu-se mentalmente. Christopher piscou, mas a continuou neutro.

                Que grande bola fora deu ao associar, mesmo que inocentemente, a figura exemplar de um irmão excepcional com a imagem de um "pai" ausente e ignorante deste título. Por toda a sua vida, Christopher fez papel de dois. Ele brincava, ensinava, dava apoio, sermões e conselhos, e sabia exatamente a hora certa de aplicar cada um deles. Ele era o irmão que tinha e o pai que jamais teve.

                Esquecendo-se da refeição, Anahí buscou a mão do irmão sobre a mesa e a apertou, parando de sorrir e cedendo a alegria ao arrependimento.

— Desculpe, não falei de propósito. — Murmurou o encarando — Nós dois sabemos que ele sequer merece ser comparado a você, Chris. Você é ocupa seu cargo como irmão e ainda preenche o dele como pai, e eu te considero mais que ele, você sabe.