Fanfic: Explosive [+18] | Tema: Hot / Romace

Capítulo XIV

Algum tempo depois, algo inacreditável aconteceu. 

 Uma menina, de olhos incrivelmente grandes, solitários. Pele suja, com roupas desgastadas e um sorriso muito vacilante, driblou a segurança da mansão. Em uma jogada de sorte,- ou talvez não- esbarrou com minha mãe checando os empregados na área de serviço. Sua primeira reação? Chorar. Foi acusada de roubo, mas garantiu que só queria uma emprego, que só tinha entrado desse jeito porque a segurança não a deixou tentar. Meus pais acabaram por lhe conceder um emprego por insistência minha. Simpatizei com ela.

Depois foi uma questão de tempo até ela ter a opção de tirar as camadas de sujeira de sua pele, e foi quando a imagem de Candy brilhou em suas feições.

Dulce era a cópia de alguém que amávamos, isto tornou a fazer meus pai acreditarem.

A esperança trouxe Candy de volta, mas este era um erro a se cometer.

Esta menina não era a minha irmã que voltou dos mortos. Era uma garota que tinhas roubado as feições de uma pessoa que conhecíamos. Aí está a parte que não podemos conter da fome: A parte em que a fome por algum milagre é tão grande que acreditamos em algo que não existe.

Candy não existia mais. Dulce existia, não Candy.

- Ela acredita em algo, mas não sabe o que é. A esperança pode vir de algo que queremos; mas quando não sabemos o que é, e apenas lutamos para tê-la, nem sempre ganhamos algo que nos agrada. - Eu suspiro, deitando a cabeça sobre os joelhos. O sol vem alaranjado sobre nossas cabeças e eu sorrio, pensando em como Dulce adoraria ver esta cena... É bem a vibe dela. - Se você luta por algo, Deus lhe dá aquilo, mas se lutar por qualquer coisa, apenas na esperança de suprir esta fé, coisas estranhas acontecem...

- Tipo o que? - Mark se perde em meus divagos, mas posso notar que de alguma maneira, em algum momento, ele sabe e se identifica com tudo o que eu acabei de falar. E que esse "porquê" tem muito mais a ver com ele do que com Dulce.

- Eu não sei, mas vamos descobrir juntos...

Paramos de falar quando Cristian aparece na porta da garagem. Seus braços estão cruzados, duros como seu maxilar. Ele encara Mark e acena com a cabeça, mandado-me descer do capô. Eu o faço em silêncio, e me viro para dar o copo para o homem com quem acabo de conversar. Ofereço a Mark um olhar humilde, todavia, sei que não vai fazer diferença enquanto me afasto. Cristian rosna para ele e cospe palavras em sua cara. Me apresso em uma corrida para o elevador, apertando os botões freneticamente. Chego na área dos quartos com um suspiro. Gustavo sai do alojamento com uma das meninas, piscando levemente para mim. 

Tenho medo de esbarrar com Cristian agora porque ele já não era mais o mesmo, e há também seu forte domínio sobre as coisas que me faziam chateada.

Ponho as mãos na tarraxa do meu brinco, retirando-o em meu caminho para o quarto.

- Eu pareço otário pra você, po/rra?! - Tento não me assustar com a sua subita presença, mas falho, enfurecendo-me com suas palavras insolentes.

- Você quer que eu responda?- Retruco, colocando os pingentes em cima da penteadeira. Meu mundo gira quando sinto minhas costas baterem na cama, e eu sinto que vou expulsar os goles da batida.

- Olha pra mim, cara/lho. Quem cê pensa que é pra ficar de papo com outro macho?! - Não me sinto      confortável em olha-lo nos olhos, não depois que Victor o elegeu vice. Cristian estava violento e tudo virara motivo de posse em suas mãos. Estava começando a me sentir um troféu ao invés de mulher.

 Meu rosto estala com o tapa que levo. Sinto  que meus pulmões perdem o ar em um sopro descompensado, mas não tenho tempo de pensar direito, porque agora eu tenho medo... Medo do cara que eu amo. 

Me encolho na cama, sem coragem de olha-lo nos olhos. Espero pelos próximos, só que eles não chegam na minha pequena eternidade de um segundo.

 - Você me bateu... - Estou mortificada demais quando solto a frase mais óbvia da minha vida. Cristian desce do meu corpo, segurando os cabelos com um olhar chocado.

Meu mundo gira uma vez mais.

- Princesa, me desculpa...Eu... - Rolo pelo colchão, evitando esbarrar nele. O banheiro me parece      confortável quando eu corro para ele, todavia, tremo assim que a madeira range com os socos de Cristian.

Me escoro na pia e ligo a torneira. Meus dedos deslizam para a parte de trás do meu shorts em busca do meu IPhone, e logo após, para a caixa de mensagem.

 "Vou para Atlanta com você. Sem perguntas. Eu adoro esses fo/didos. Até."