Fanfics Brasil - ♦ Capítulo 2 ♦ Explosive [+18]

Fanfic: Explosive [+18] | Tema: Hot / Romace


Capítulo: ♦ Capítulo 2 ♦

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DANGEOUS WOMAN [P1]


D U L C E ♦ M A R I A


Fevereiro de 2015 | 8 anos depois.


Eu, definitivamente, odiava a cor laranja.


Seria a trigésima segunda ou a centésima e nona vez que eu repetia isso? Bem, há quanto tempo mesmo eu estava na sala de interrogatório?


Não, esquece. Isso não era importante. Foi só um pequeno furto. Quer dizer, vamos lá, tantos roubos mais importantes por aí. Tanta gente traficando pessoas, mentindo para seus maridos, roubando contas milionárias, abusando de crianças, passando a mão na careca despenada de homens corruptos que, ironicamente, a bolsinha que eu "tomei" emprestado (sem a intenção de devolver) não era praticamente nada. 


- Dulce? A que devo a honra? – O delegado, mano, demorou tanto que já entrei em estado de decomposição- Não importa, aliás. Não quero saber. -Ele continua. -Quero um favor.


Victor Cassillas. Grande Victor. Sempre tão gentil, carismático. Era um homem legal, nos davamos bem e tudo mais. Espero que tenham notado a ironia, vou ficar bem chateada se não tiverem pego o espírito da coisa. Aliás, fora dos meus digavos, não faço ideia da razão para essa afeição toda (mentira, faço sim).


Ele queria algo, e acredite em mim amigo, eu, melhor do que ninguém mais sabia reconhecer a cara ``faça-me um favor". Eu sou das ruas cara, ser gentil no meu mundo é moeda de troca para roubada, e acretide em mim, merda é uma coisa que eu já tenho o suficiente. Não preciso de mais ninguém me cobrando, e além do mais, por mais que me desse essa moral toda, nem a p/au chegava perto das presidiárias, o que me leva a conclusão de que ele não liga para o que acontece depois do seu expediente. 


Apesar de velho, Vitor é um cara bonito. Tem músculos e um papo convincente o bastante para desenrolar qualquer mulher por aí. Não creio que precise de alguma vagabunda daqui de dentro.


- Grandes favores necessitam de um nível de "bondade" em troca... 


- Dulce, querida, vamos ser realistas ...– Checando a pasta que vinha trazendo na mão, ele resumiu nossa conversa. – De acordo com seus registros, você irá fazer dezoito daqui á alguns meses e eu não poderei mais impedir a justiça de te manter por aqui.


Levei um certo tempo para processar a informação. Eu não sabia que já estava tão perto de completar meus 18 porque eu nunca me preocupei em contar os dias nem nada do tipo. A única coisa que me deixou ciente de que os anos haviam realmente passado eram as curvas que começaram a aparecer, e isso, parceiro, não é um beneficio quando o mundo é repleto de tarados. Em falar em tarados, um breve movimento de Vitor quase passou despercebido por mim. Tão rápido quanto rotineiro, o cara tirou o paletó e o pendurou sobre as costas da cadeira calmamente. Seu ombro me roubou um milésimo de atenção, e nessa fação de segundos, uma serpente com a língua traiçoeira tentava alcançar uma maçã a poucos centímetros dela. Desviei meu foco para seus olhos acizentados e não vi nenhum sinal de reconhecimento neles. Relaxei instantaneamente. Ora, ora delegado, que coincidência não? Quem diria que o grande senhor dos oprimidos seria integrante dos víboras.


Muito feio Cassillas, o país ficaria decepcionado com você.


- ...Então o governo aceitou pagar uma faculdade para você.


- O governo? – Eu ironizei recostando na cadeira desconfortável. Meus olhos pousaram no grande espelho da sala e logo após em um micro câmera em sua gravata.


 Ele estava tramando algo, mas eu não consigo ligar os pontos... Ainda.


- Sim, srta. Saviñón. – Victor voltou a ironizar me analisando. Eu sabia que ele não  iria descobrir nada demais nas minhas feições porque eu sabia mascara-las como nenhuma outra pessoa.  Ter emoções é um ponto fraco nesse meio. Talvez seja por isso que eu seja tão solicitada.


- Califórnia, Dulce. Los Angeles. A cidade da fama.


 Gritando ordens, Victor despachou os policias que espreitavam nossa conversa atrás do espelho e voltou para o gabinete desprendendo a câmera da gravata. Mexi nas madeixas do meu cabelo com um olhar centrado e o observei quando voltou a se sentar de frente pra mim. Eu tinha uma boa intuição para tudo. Alguns chamam de 6° sentido, eu denomino como uma espécie de olhar crítico. Me custou muito tempo e esforço até aprender a analisar as coisas com a malícia do atual mundo, mas quando finalmente pude perceber a gravidade de certas situações, passei a agir premeditadamente ao invés de me arriscar no instinto.


- Como descobriu? – Victor solta, remexendo em minhas fichas com um olhar fascinado.


- O que? Da velha? - Ele mencionava a carteira que eu havia roubado antes de vir parar aqui.


A velha foi enviada pela facção rival. Por algum motivo quebrou a segurança da máfia Mexicana entrando lá sob o pretexto de ser a faxineira da casa. Ironicamente eu estava lá no dia, descobri e farsa e roubei sua bolsa quando ela saltou perto da capital. Ela havia filmado bem mais do que quartos pela micro que eu desconfio ser a mesma que Victor observava no momento.


Sobre ser presa, eu sabia que a mulher estava sob o olho dos South L.A – A outra facção – assim que ela se apavorou com o roubo. Alguém viu o assalto, gritou e antes de começar um tiroteio no meio de um parque lotado de crianças, eu corri em direção aos guardas centrais que me prenderam e colocaram meus pertences – junto com a tal bolsa – sob custódia de quem eu queria que visse a prova, que no caso era um dos sargentos da segurança,- Philipe, o policial que repreende os pertences roubados, tinha total acesso aos víboras e entenderia as imagens antes mesmo de alguém pudesse perceber a existência delas - mas encontrar o líder da Máfia foi uma tremenda coincidência.


Eu sou mesmo uma cadela de sorte.


- Não creio que vá perder tempo com burocracias. – digo, por fim– O que quer, Victor?


- Eu quero você numa última missão.


- Não.


- Você não tem escolha.


- Eu tenho sim, e digo não.


- Você será liberada ás 7. Quero você no coffee center às 9 em ponto. Isso é uma ordem. - Ergui uma sobrancelha perante a sua ordem.


- Não. fode. Victor. Isso também foi uma ordem.


Levantando-se do assento, ele jogou um bolo de fotos na mesa, recolheu os arquivos, abotoou os botões de seu terno perfeitamente passado e saiu da sala em passos firmes. Revirei os olhos pela tal reviravolta e espiei as fotografias deixadas. Uma senhora de 70 anos, no máximo, se encontrava acorrentada á uma cadeira. Ela tinha o rosto contorcido pela agonia. Seu braço estava torcido e pendente ao copo como se já não fizesse parte dele. Poderia apostar que não havia restado nenhum osso completo daquele membro enrugado pela idade.


Abusaram dela. Espancaram ela. Desespero explodindo de seu rosto a medida que eu reviso as fotos, vendo o quão bárbaro Victor foi capaz de ser com alguém que tentou o passar a perna.


Contusões em sua pele esbranquiçada, lágrimas de puro terror em seu rosto, marcas de chicotes sobre sua pele, e então, finalmente, residindo na última fotografia, a mulher, agora em paz, em seu caixão. Era inacreditável o nível de paz que sua aparência passava, visando que suas últimas horas de vida foram invocando misericórdia.


Olhando mais detalhadamente, uma menininha igual a ela estava aos prantos ao lado da cova. Seus olhos pequenos estavam inchados e inundados de lágrimas tristes. A criança era parente da velha e parecia desolada com a perda.


Não tinha remorso por ninguém das fotos, mas sim por mim mesma. Serei eu em um caixão se não estiver em um café agora de noite, e diferente da vadia que arriscou a segurança da própria família naquela tarde, eu não teria ninguém para sentir a minha falta...


 




OBRIGADA pelos comentários ;)


 Dul☮, Dulce_amargo, Pollitavondy


<3 


   



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Autor(a): CrazyTentacion

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 174



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  • Plopes Postado em 12/01/2017 - 19:36:05

    volta

  • Poly Postado em 13/10/2016 - 22:09:09

    Vou ali chorar.

  • Fantasma* Postado em 03/06/2016 - 20:01:56

    Continua...

  • toy Postado em 23/05/2016 - 14:25:45

    Você desistiu, foi? Espero que não.

  • Lia Postado em 10/05/2016 - 13:56:16

    Ai meu Deus! Fiquem um tempão sumida, mas eu voltei o/ Posta mais *-*

  • Poly Postado em 25/04/2016 - 01:49:50

    Mulheer, tenho que te fazer uma pergunta: você que postava a web Love Cowardly? É que eu acho que ela foi excluída e quero saber se a autora pretende postá-la de novo. Imaginei que poderia ser da sua autoria porque ela tem um jeitinho seu sabe, é porque, se não me engano, o trailer de Explosive é do canal da autora de Love Cowardly.

  • cakaumoura Postado em 18/04/2016 - 15:29:19

    Continua Linda

  • MarPrior Postado em 16/04/2016 - 14:53:08

    Aaah volteeei haha (mais o menos ainda to sem pc) maas aah continua garotaaaaa kkkk to amando e naum me importaria se chaverroni aparecesse só um pouquinho kkkkk continuaaa ta muuuito booom <3

  • leticia Postado em 09/04/2016 - 18:11:40

    como n sentir falta dessa perfeicao???? posta mais

  • Fantasma* Postado em 06/04/2016 - 15:08:22

    não... sua mente é muito poluída (a hipocrisia andou andou e parou nesse comentário) kkkkkkkkk


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