Fanfic: Explosive [+18] | Tema: Hot / Romace

 DANGEROUS WOMAN [P2]

Como prometido, às 7 da noite eu saí da delegacia com as roupas do corpo lavadas e umas ideias não tão inteligentes na cabeça. Eu ouvia os passos apressados das pessoas e bisbilhotava a vida alheia pelos cantos dos olhos. Elas, as pessoas, ligavam e conversavam e alto som, riam e se despediam de seus colegas com beijos.Enquanto tirava um cigarro dos bolsos do meu moletom, eu parei uma menina na rua e pedi seu isqueiro. A criança que veio com ela me encarou, sorrindo com seus dois primeiros dentes superiores em falta. Eu me inclinei sobre ela e passei o indicador sobre seu nariz, arrancando uma gargalhada sonora dela.

Ascenei para a mulher e continuei andando, agora com as mãos protegidas do frio no bolso do moletom desgastado.

Muitos quarteirões depois do presidiário, eu parei de frente para uma loja de eletrônicos e olhei os noticiários da noite. A imagem da senhora do parque invadiu a tela e logo depois, um casal cabisbaixo saia do cemitério sendo bombardeados pelos flashes e repórteres afobados. Ao que parece, a velha se chamava Dora Espinoza e tinha cerca de seus 70 anos ou mais. Famosa, obviamente.

A menininha de vestido negro – aquela que chorava nas fotos de Victor - estava encolhida no colo do pai com o rosto escondido. Seus cabelos que antes estavam presos em um coque coberto pelo véu, eram alaranjados e me lembravam da minha época de infância. Lembro-me de ter cabelos tão ruivos quanto os dela, mas hoje em dia os meus fios escureceram até um vermelho intenso.

Eu gostava deles. Refletiam a minha personalidade.

Ignorando o resto da entrevista, atravessei a rua a caminho do tal café no qual Victor queria me encontrar. Escolhi uma das mesas mais reservadas do local e sentei no banco calmamente. Na televisão da lanchonete, a mesma manchete da velha passava com palavras diferentes e algumas outras contradições.

- Hey, garota.

- Sim? Deseja algo?

- Quem eram?- Ergui a cabeça para TV e ela me acompanhou.

- A mulher chique é Blanca Dell Rey, dona da marca “Top Dell Model”. Ela promove modelos pelo mundo e atualmente passou a Victória Secret tamanha sua explosão na mídia. Ela é uma estilista renomada e foi reconhecida como uma das mulheres mais influentes do mundo. – Ao que parece, a garçonete aprecia sua própria voz de um jeito louco. Era irritante, no entanto, no momento, era algo bom. Me polpava de fazer perguntas...

Admirando a Tv com uma fascinação desnecessária, ela continuou :– O cara é Roberth, o marido dela e o seu mais fiel companheiro. Ele é o dono da marca Ferrari e agora vem abrindo uma empresa de exportação. Ele lida com diamantes enquanto nós lidamos com a vida. Irônico, não? – Ela sorriu prendendo os cabelos em um coque frouxo no alto da cabeça.

A garota aparentava ter a minha idade, mas o vestido amarelado de vovó com os sapatos marrons de sola a davam um aspecto velho, desgastado. Também notei olheiras pesadas que rodeavam seus olhos azuis como uma sombra negra de cançaso. Provavelmente se mata de trabalhar o mês inteiro e em troca recebe um salário merda, clientes estressados e desaforos do dono do local – no qual eu conheço, e é o pior tipo de ogro mal-comido-.

Ser honesto não compensa o sacrifício.

- A família Saviñón é magnifica, não é Dulce? – O timbre venenoso veio de Victor. Nem mesmo notei a sua chegada quando o ouço, e pelo grito estridente, nem mesmo a garçonete. Estou do ouvido esquerdo. – Uma lastima a morte dessa senhora... Parecia tão simpática.

- E ela era ... – A loira concordou o observando – Ouvi dizer que a família dela estava sendo chantageada. Uma pena morrer assim. Era uma mulher adorável.

- O mundo pode ser um lugar traiçoeiro, ás vezes. – Victor me encarou por alguns minutos, procurando ver minha reação.

Falhou novamente. Eu realmente sou uma cadela sem emoções.

- Talvez Victor. O mundo é dos espertos, - eu sorri divertidamente, erguendo uma sobrancelha sem deixar seu olhar. – Ser a presa é uma questão de posição ... Brincar com o caçador é a parte excitante da coisa. – Ele sentou no banco em silêncio, atordoado como sempre. Era tão bonitinho confudir sua cabeça esperta. Me sentia tão travessa quanto realmente era–  Qual seria a graça da vida sem as reviravoltas, afinal?

- Não tô entendendo nada ... – A garçonete tirou a caneta do coque, desmanchando o mesmo. – O que vão querer?

- Dois capuccinos de creme com gotas de chocolate.- Desconfiada, ela nos olhou com cautela enquanto rabiscava os pedidos no bloco que vinha trazendo. -Logo volto, sejam bem-vindos.

- Vamos lá Victor, qual é a merda da vez.

- Meu filho. – Eu sorri zombeteira, voltando a por as mãos no moletom.

- Você tem um filho? Que bonitinho.

- Não brinque, cadela. Está merecendo uma surra pela petulância. – Me inclinei sobre a mesa, desafiando- o a tentar encostar um sequer dedo sobre mim. O olhar divertido o deixava pu/to pra cace/te, mas ele era inteligente demais para tentar algo contra sua melhor garota.

 Desarmando a postura tensa, ele relaxou no assento sorrindo.

- Gosto de você garota, é das minhas.

- Não, eu não sou. – Neguei pegando o meu pedido. -  Eu sou melhor, e não enrola. O que você quer comigo? – Ainda sorrindo, ele negou levemente.

Soltando um jornal em cima da mesa, ele me apontou uma das fotos impressas no papel. Um garoto adornava a imagem graciosamente. Cabelos escuros, olhos cor de whisky, pele morena e um sorriso indecente idêntico a sua postura de moleque. Tinha um piercigin nos lábios rosados, maçã do rosto bem marcada, ombros largos e  peitoral malhado – daqueles que dá vontade de lamber -. Um forte sex appeal, eu diria. Mas não era bem o meu tipo. Eu ainda preferia os rudes, os que sabiam usar uma certa violência pra te levar no céu. Esses eram os melhores e nunca tive caô com eles. Esse menino tinha um mistério gostoso no olhar, mas eu conheço garotos como ele.

Garotos que preferiam a sensualidade discreta em suas conquistas. Eu não sou feminina e não sinto atração por esses joguinhos bestas, então a minha percepção dele era apenas de um garoto convencido.

 - O que tem ele? – tirei os olhos do jornal para encarar Victor mais uma vez.

- O moleque tem 22. É uma criança em corpo de homem e vem me dado dor de cabeça.

- Eu ainda não entendi como eu entro nisso.

- Eu quero que você se aproxime dele, veja suas merdas e o mantenha longe de problemas até ele está preparado para assumir seu lugar no meu império.

- Não.

- Ele é irresponsável e está se metendo com gente que quer  sua morte. Christopher é o seu nome e ele não tem ideia do que está reservado para ele, mesmo que venha sido preparado para seu posto a vida inteira. –Ele me ignorou- Faixa preta em UfC e jiu-jitsu, esse garoto é o melhor atirador que qualquer centro de tiro-ao-alvo já encontrou. Ele luta em casas clandestinas e tem como hobbie as tatuagens, festas e bocetas. Seja criativa, não de bola e aja como a melhor pessoa que ele possa conhecer. Você não tem fraquezas Dulce. Diante dele, você é bonita, engraçada, inteligente e se preocupa com ele. Você será a melhor versão de você. - Victor realmente me ignorou.- Sem feridas, sem passado. Entendeu?.

- Victor, não.

- Pontos positivos: Ele é ágil, observador e inteligente. Preste atenção nesses três pontos e jogue devagar, Christopher não vai deixa-la se aproximar até que veja o quão confiável você é. – Eu não acredito que ele está me ignorando. – Pontos a seu favor: Você é tão esperta quanto ele e tem um jogo de palavras perfeito. Você Dulce, será o desafio que ele tanto deseja e vai usar isso a seu favor.  A beleza vai ser o seu ponto de entrada, mas você não vai dar para ele. – Victor se inclinou sobre a mesa quando seus olhos derreteram do gelo para a intensidade em um segundo. Senti sua mão agarrando minha nuca firmemente enquanto sussurrava as últimas palavras lentamente – O caso é seu, mas você é minha. Não se esqueça disso.

Fugi do seu aperto observando a possessividade incontrolável que ele deixava transparecer sem nenhuma mascara. Tomei um gole do meu capuccino em silêncio, pensando no rumo absurdo que isso estava levando. Eu sabia que aquela proximidade de antes iria terminar em um beijo indesejado, então fugi antes de ter que enfrentar seus lábios violentos.   

Terminei o meu café e deixei algumas notas em cima da mesa, inclinando ao seu lado por alguns instantes. Ele não ousou me olhar porque sabia que seu estado nos levaria a uma briga pública.

- Controle sua testosterona e reveja suas cagadas, Victor. Eu não sou sua cadela particular.  – Segurei seu rosto entre os dedos e arrastei seu olha para mim. – Sobre o garoto, eu poderia dar para ele só de sacanagem ...

- Dulce. – O grunhido veio em advertência.

Sorri delicada. Victor nunca foi o tipo de homem que gosta de uma zoação.

- ... Mas não vou dar, porque ele não faz o meu tipo. – Completei – E mesmo concordando, o que eu ganharia com isso?

Girl: Bem vinda querida, eu espero que esteja gostando

Dul ☮: Obrigada pelo cariño ^.*  Na torcida para continuar agradando ...rs

mariivondy: Vou continuar, cariño, se Deus quiser ^.*

manndy_sanntos *--* : Não tem problema kkk Eu entendi o carinho, Manndy, obrigada pela hospitalidade ^^ Ah, e seja bem-vinda ( Sobre a retardatice, eu também sou um pirada, então ficamos quites) ^.*  kkk