Fanfic: Rebeldia (Adaptado) Vondy | Tema: Vondy

Christopher NÃO parecia nem um pouco diferente. Da extremidade oposta da sala de estar de sua suíte,
Dulce o observava fazer um sem-número de ligações. Primeiro, ele falou com o proprietário do
apartamento que ela havia alugado. Em seguida, alguns telefonemas relativos ao trabalho se
sucederam. Agora falava sabia Deus com quem sobre voos e jatos, e outras coisas que ela não
entendia. Dulce sentia a cabeça rodar.
Talvez tivesse esperado que ele parecesse… não sabia dizer. Noivo? Mas Christopher estivera noivo
por vários dias. Apenas não com ela.
Uma batida à porta interrompeu sua dissertação sobre aqueles telefonemas. Reynolds, que estivera
fazendo planos com Christopher, se encaminhou à porta e a abriu.
Pela forma como o segurança segurava a porta, Dulce não conseguiu ver de quem se tratava, mas
um instante depois de atendê-la, Reynolds escancarou a porta e lhe dirigiu o olhar.
– Sadie Tilton deseja vê-la.
Dulce fez um gesto sutil com uma das mãos para que a amiga entrasse. Sadie projetou a cabeça
para dentro, com o olhar cauteloso. Mas seus olhos se iluminaram tão logo a avistaram, e ela correu
na direção do sofá, onde se encontrava Dulce.
– O que está acontecendo? – perguntou a amiga. – Parecia tão estranha quando me telefonou.
Dulce não disse nada, mas ergueu a mão que ostentava o anel para que ela pudesse ver. Um
rápido olhar ao redor revelou que Christopher não prestava atenção a elas, tão envolvido se encontrava
com os telefonemas.
– Oh, meu Deus! – exclamou Sadie, agarrando a mão de Dulce. – Ele a pediu em casamento?
– Shh, Christopher está ao telefone – murmurou Dulce. – E sim… bem… mais ou menos isso. Ele não
pediu exatamente. Comunicou que nos casaríamos.
Sadie franziu a testa.
– Está feliz com isto?
Dulce sorriu.
– Ficarei. Ele é tudo que eu sempre quis.
– E o que ele disse então? E quanto a Alannis?
– Não muito. Falou apenas que havia tirado minha virgindade, que eu poderia estar grávida e que
precisávamos nos casar.
Sadie exibiu uma carranca.
– Tem certeza de que deseja se casar com um homem por essas razões? Quero dizer, e quanto ao
amor? Ou ao menos uma razão legítima que date deste século.
Dulce olhou para a amiga e deixou escapar um suspiro.
– Não serei capaz de fazê-lo se apaixonar por mim se não convivermos um com o outro. Sim, o
ideal seria que ele me amasse agora e que fôssemos nos casar pelas razões certas, mas tenho de
aproveitar qualquer oportunidade que me for dada. Christopher sente algo por mim. Disso eu tenho
certeza. E vai além do simples desejo sexual. Ele precisa apenas de um tempo. Mas se eu não me
casar com ele, Christopher se casará com Alannis, e aonde isso me leva?
– Tem razão, tem razão – concordou Sadie. – É que eu estava esperando algo mais. Você sonhou
com isto durante tanto tempo. Queria que fosse algo perfeito para você.
Dulce apertou a mão da amiga.
– Será perfeito. Talvez não imediatamente, mas será. O dia em que Christopher disser “eu te amo” fará
valer a pena tudo que aconteceu para chegarmos a esse momento.
Sadie sorriu.
– Agora que está tudo resolvido, tenho que lhe agradecer. Não precisava fazer isso, mas ao mesmo
tempo, fico grata.
Dulce ergueu um olhar confuso para encarar a amiga.
– Que diabos está dizendo?
– O apartamento, o aluguel, a conta bancária. Para que eu não tenha de voltar a trabalhar no clube.
Dulce fez um movimento negativo com a cabeça e Sadie franziu a testa.
– Você não providenciou para que meu aluguel fosse pago por um ano?
– Nã… não.
As duas giraram a cabeça na direção de Christopher ao mesmo tempo.
– Então, suponho que também não tenha intermediado meu encontro com Howard – murmurou
Sadie.
– Não tenho a menor ideia do que está me contando – respondeu Dulce com voz suave.
– Você conseguiu um bom homem, Dul. Não que eu esteja pensando que ele fez tudo isso por
outra razão que não impedi-la de ir ao clube. – A amiga sorriu.
– Ele é um bom homem. – Dulce voltou o olhar para Christopher.
Como se sentisse os olhos de Dulce fixos nele, Christopher ergueu a cabeça com o fone ainda
encostado ao ouvido e a encarou, o olhar a queimando com uma intensidade silenciosa. De repente,
tudo que Dulce desejava era que todos se retirassem daquele quarto e os deixassem a sós.
Envolta naqueles braços fortes seria capaz de esquecer muitas das suas preocupações. Incluindo o
fato de ela não ser a mulher que Christopher havia escolhido como esposa.
– O que acha de eu pedir a Reynolds que a leve até sua casa? – cochichou Dulce para Sadie.
Por um instante, a amiga pereceu surpresa, mas quando seguiu o olhar de Dulce, tornou a sorrir.
Sadie se inclinou para a frente e lhe deu um abraço apertado.
– Mas não saia da cidade sem me avisar, está bem?
Dulce retribuiu o gesto.
– Está bem. – Ergueu-se e caminhou na direção de Reynolds. – Pode levar Sadie para casa? –
perguntou, embora aquela não fosse uma pergunta.
Reynolds relanceou o olhar a Christopher, que parecia ter escutado a pergunta, porque anuiu com um
gesto de cabeça e gesticulou com a mão, liberando-o.
Instantes depois, Dulce fechou a porta e, pela primeira vez desde que ele lhe pusera aquele anel
no dedo, os dois ficaram sozinhos.
Bem… quase. Ainda havia o telefone.