Fanfic: Rebeldia (Adaptado) Vondy | Tema: Vondy

O ruído dos motores se avolumou impedindo qualquer conversação, e Christopher se limitou a anuir
com um gesto de cabeça.
A viagem através da escuridão da noite era um pouco desconcertante, mas em seguida, Christopher
apontou para um clarão a distância.
Dulce se inclinou sobre o corpo de Christopher, enquanto se aproximavam da fonte de luz.
Instantes depois, o helicóptero baixou no bem iluminado heliporto, e o piloto gesticulou para
Christopher quando o desembarque poderia ser feito em segurança.
Christopher abriu a porta do helicóptero e saiu com o corpo inclinado para a frente. Em seguida,
esticou o braço e a ajudou a saltar. Com a mão pressionada às costas de Dulce para mantê-la
inclinada, ele a afastou correndo pela área de pouso de concreto, na direção dos jardins iluminados
que levavam à casa.
Quando se aproximaram da entrada, um homem surgiu à porta da frente. Mesmo de longe, Dulce
o reconheceu: Alfonso. Ele sorriu e a fez relaxar a ponto de retribuir o sorriso.
– Dulce, como você cresceu, até mesmo desde sua formatura – disse ele, enquanto a envolvia em
um abraço.
– Obrigada por me fazer parecer uma adolescente que acabou de aposentar o aparelho dentário e
os primeiros sutiãs – brincou ela, quando interromperam o abraço.
Alfonso a encarou com óbvia surpresa e deixou escapar uma risada.
– Desculpe. Está longe disso, como Christopher sem dúvida descobriu.
Dulce não pôde evitar o rubor que se espalhou por seu rosto.
– Por que não para de procurar o que dizer e nos deixa entrar? – perguntou Christopher, com semblante
severo. – Antes que ambos digamos algo que o deixará constrangido.
Alfonso soltou uma risada abafada e gesticulou para que os dois passassem.
– Anahi os aguarda na sala. Está ansiosa por conhecer Dulce. – Em seguida, Alfonso passou
pelos dois para orientar, em grego, o homem que recolhia as bagagens do helicóptero.
Christopher segurou o braço de Dulce, e os dois entraram.
A casa era absolutamente deslumbrante, e Dulce mal podia esperar até vê-la em plena luz do
dia. E a praia… Podia sentir o cheiro do sal no ar e as ondas estourando a distância, mas queria ver
de perto e enterrar os pés na areia.
Uma mulher pequena, de cabelo loiros e com um cobertor envolvendo algo nos braços, se
encontrava parada próxima ao sofá.
– Christopher! – exclamou ela e se encaminhou na direção dos dois.
Com um sorriso largo, ele a ergueu, junto com o bebê, em um abraço.
– Como estão minha irmã favorita e meu sobrinho?
– Sou sua única irmã – lembrou ela.
– Anahi, quero que conheça Dulce, minha noiva – disse ele, girando na direção dela.
Anahi sorriu, os olhos azuis faiscando de afeto.
– Fico muito feliz em conhecê-la, Dulce.
– Por favor, chame-me de Dul. E posso dizer o mesmo.
– Christian já chegou? – Christopher franziu a testa, olhando ao redor.
– Estará aqui dentro de alguns minutos – informou Anahi. – Foi trocar de roupa quando ouviu o
helicóptero chegando. Deixamos para jantar mais tarde, com você e Dulce.
Naquele momento, um homem de cabelo escuro adentrou a sala. Era de longe o mais alto dos três
irmãos, um pouco mais magro que Alfonso, porém tinha os ombros mais largos que os de Christopher.
Os olhos eram escuros, quase negros, enquanto os outros irmãos tinham olhos castanho-dourados.
O tom da pele também era mais claro.
A expressão de seu rosto era suave quando dirigiu o olhar a Christopher.
– Aí está você. – Ele voltou o olhar a Dulce. – E esta deve ser sua futura esposa.
– Uma delas, eu diria – disse Dulce, recusando-se a se esquivar da inevitável estranheza daquela
situação.
As sobrancelhas de Christian se arquearam diante da aspereza da resposta, e lhe dirigiu o que Dulce
suspeitava ser o máximo que ele conseguia se aproximar de um sorriso.
– Gostei dela, Christopher. Dulce é espirituosa.
Christopher não parecia incomodado com o comentário que ela fizera, mas, como dissera, parecia
resignado com sua espontaneidade.
Alfonso se posicionou ao lado da mulher, envolvendo-lhe os ombros com um braço.
– Quer que eu o coloque para dormir para que possamos comer?
– Como se ele fosse dormir. – Anahi suspirou, cansada. – Cólica – esclareceu ela, com uma
careta, entregando o bebê para Alfonso. – Quase não dormimos por causa dele nas últimas duas
semanas. Espero que possam dormir com o barulho.
Alfonso roçou os lábios na testa da esposa.
– Não se preocupe, agape mou. Ficarei com ele até que se acalme. Vá comer, e depois quero que
descanse.