Fanfic: Rebeldia (Adaptado) Vondy | Tema: Vondy

Dulce VERIFICOU as horas no relógio de pulso, enquanto Anahí lavava os pratos, após um almoço
frugal servido no pátio. Merecia um Oscar por sua atuação, porque conseguira sorrir e até mesmo
soltar risadas, além de responder quando a palavra lhe era dirigida. Mesmo se sentindo despedaçada
por dentro.
Christian a observara, os olhos a procurando com frequência, perscrutadores e penetrantes. Quando a
refeição foi concluída, Dulce não conseguiu conter um suspiro de alívio. Agora lhe restava pouco
tempo para a conversa que teria com Christopher, antes que o helicóptero chegasse para buscá-la.
– Christopher – disse ela, erguendo-se da mesa. – Poderíamos conversar? Em particular – acrescentou,
pedindo desculpas com olhar para os demais.
Christian franziu a testa, dirigindo-lhe um olhar inquisitivo, enquanto se erguia, mas Dulce o evitou.
– Claro, pethi mou. Por que não caminhamos na praia? – sugeriu Christopher.
Dulce evitou a mão que ele lhe estendeu. Em vez disso, passou direto, seguindo para o caminho
de pedra. Christopher a seguiu até o mar, que, dessa vez, não conseguiu acalmá-la. Ao contrário, parecia
zombar dela com sua serenidade enganosa.
O belo tom de azul brilhante que se estendia na direção da linha do horizonte a atormentava. Sob
aquela superfície, deviam existir coisas horripilantes. Criaturas que nunca viam a luz, que nunca
maculavam a superfície impecável que refletia a luz do sol. Quando Dulce estacou, com os pés
imersos na areia, as mãos fortes se fecharam sobre seus ombros.
– O que há de errado, Dul mou? – perguntou ele com aquele timbre grave. – Pareceu triste
durante todo o dia.
Dulce girou no círculo dos braços musculosos, enfim encontrando coragem para encará-lo.
– Há algumas coisas que preciso lhe dizer.
A expressão de Christopher se tornou séria.
– De que se trata?
Dulce se soltou e deu um passo adiante, girando outra vez para ficar de frente para ele.
– A única razão que me levou a planejar minha viagem a Londres neste verão foi pensar que você
se encontrava lá.
Boquiaberto, Christopher lhe dirigiu um olhar confuso. No entanto ela o silenciou rapidamente,
erguendo uma das mãos.
– Por favor, não diga nada. Deixe-me concluir. Há muito a dizer, e não serei capaz de lhe contar
tudo se começar a fazer perguntas.