Fanfics Brasil - Eu preciso de você. Não deveria ter me apaixonado por você.

Fanfic: Não deveria ter me apaixonado por você. | Tema: original


Capítulo: Eu preciso de você.

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Nos corredores frios e vazios da Foster Technology era ouvido o barulho oco de saltos se chocando com o mármore polido, parando apenas para acionar o elevador, parada na porta sendo refletida pela parede de espelhos estava Ellie Rech Foster, a simplicidade da moça era mostrada na maneira em que se vestia, uma saia lápis azul marinho cerca de três de dos abaixo do joelho e sua blusa de alfaiataria branca dobrada até os cotovelos, os cabelos bem tratados estavam presos em um coque frouxo preso apenas por uma caneta e seus sapatos pretos – a única coisa de marca que havia ali – Jimmy Choo dados por seu marido. Ellie se vestia de maneira elegante porem muito simples a julgar pela sua posição social como era constantemente retratado nas revistas de moda e por grande parte das pessoas que ainda faziam parte da aristocracia londrina, da qual a família Foster tinha orgulho em pertencer.


Totalmente concentrada em seu celular, Ellie entrou no elevador acionando o botão para ser levada para a sala da presidência no último andar. Novamente seus saltos protestaram enquanto ela caminhava no longo corredor para a sala de portas de mogno preto a sua frente trocando mensagens com investidores interessados na expansão da empresa para as Américas. Notou sem surpresa a mesa vazia de Joshette Fournier, nem todas as mulheres se dedicam tanto ao trabalho igual a você Ellie, olha que horas são, o pensamento passou por sua cabeça enquanto olhava o relógio de pulso com descaso.


– Henrich querido, não aguento mais, vamos para a casa. – disse erguendo os olhos do aparelho em sua mão, preferindo não ter feito.


Debruçada em cima da mesa se encontrava Joshette, com seus cachos vermelhos extremamente vulgares colados no rosto por causa do suor, gemendo coisas obscenas para Henrich que estocava nela de forma brutal e um tanto selvagem rosnando como um lobo pronto para o ataque, devido ao prazer que estava sentindo antes de ter sido interrompido. A porta foi batida de forma estrondosa enquanto Ellie corria pelo corredor frio a sua frente na tentativa frustada de tirar os sapatos e pedindo aos céus para que o elevador chegasse antes que Henrich conseguisse se recuperar e vir atras dela.


– Senhora Foster, está tudo bem? – Marion, o motorista, um homem alto, forte e de barba bem feita a perguntou.


– Está tudo bem sim Marion, só estou um pouco indisposta. – ela respondeu em um tom educado.


– O senhor Henrich não vem? – perguntou ele, antes de colocar a chave na ignição.


Encarando Marion e ponderando entre dizer a verdade e simplesmente sumir dali, ela preferiu a mais pratica.


– Não, Henrich não vem agora, acredito que ele voltara no meu carro. – ele assentiu e deu partida no carro.


O caminho tão conhecido para Belgravia foi percorrido em meio a lágrimas e soluços sôfregos que tentavam a todo custo ser disfarçados do olhar preocupado e atendo do motorista no banco da frente. Ellie nunca havia amado Henrich era verdade, mas mesmo assim ela sentia algo por ele algo que não conseguia explicar e por isso ela havia aprendido a lidar com seu jeito frio, calculista e um tanto midiático, havia aprendido a se dar bem com ele e até mesmo os momentos íntimos com ele ela havia aprendido a gostar e a sentir prazer. Mas ela sabia, sabia que ele tinha outra mulher, ela não era tão ingenua assim de aceitar as desculpas de que ele teve uma noite com os amigos ou que teve uma reunião com Allister Henry ou até mesmo Harold depois do expediente. Mas o que ela jamais poderia imaginar que a outra estivesse tão próxima, com decotes sutis e saias de comprimento razoáveis, jeito meigo e muito profissional, ah, ela estava ali debaixo de seu nariz e ela havia deixado passar em branco.


Marion estacionou o Mercedes preto na frente da Mansão Foster de maneira tranquila, enquanto ela secava as últimas lágrimas para descer do carro. Entrar na casa – se é que poderia considerar aquilo como uma casa – só serviu para deprimi-la ainda mais. Para muitas pessoas a Mansão Foster era um sonho, pelo lado de fora parecia a versão moderna de um castelo nas cores creme e preto, enormes janelas quadriculadas e uma imensa porta de carvalho preta, precedida pela entrada em formado circular e sua escadinha com aparador preto. Para os dois lados da propriedade se estendia um viçoso jardim elegantemente verde com arvores e flores bem cuidadas e alguns bancos instalados a metros de distancia um do outro, sem contar o enorme chafariz de centro nos fundos da propriedade. Dentro da mansão no entanto, não era diferente, o mármore branco se encontrava ao longo de todo o salão principal e a escada semi caracol com espaldar de ferro em formas de arabescos preto que levavam ao andar superior da mansão, a decoração era um tanto simples e moderna sempre nas cores creme, preto e dourado, quadros se espalhava de formas sutis pelos enormes corredores que levavam para os quartos e banheiros elegantemente decorados e extremamente aconchegantes.


– Senhora Ellie, com licença, já posso servir o jantar? – Margô, uma cálida senhora de cinquenta anos a perguntou quando ia subindo as escadas.


– Margô, só sirva o jantar se Henrich chegar até as vinte e uma, caso ele se atrasar podem todos ir se retirar. – a pequena senhora assentiu, enquanto seguia para a cozinha.


Mesmo com as paredes da casa tendo meio metro de espessura, Ellie ouvia os uivos do vento do outono lá fora com bastante clareza. Entrando na água quente da enorme banheira de porcelana inglesa em sua suite tentando clarear a mente, mas fazer isso na casa onde era palco de tantas de suas infelicidades, era difícil demais. Apesar de querer esquecer o trabalho, o vexame que passou ao entrar na sala de seu marido, sua mente vagou para outro lugar, para onde estaria Joshep agora, porque se ele estivesse ali certamente estariam sentados no balanço para crianças que ainda permanecia no fundo da casa enquanto ela contava a ele o fracasso que estava sendo seu casamento enquanto imaginava secretamente como poderia ter sido sua vida se tivesse seguido com ele em seu sonho de conhecer o mundo como modelo.


Margô anunciou que Henrich havia chegado e que estava esperando na sala de jantar e que era para ela descer rápido porque ele estava cansado, é claro que estava, depois de toda aquela movimentação, ela pensou amarga enquanto escolhia uma roupa para o jantar. Um observador sagaz podia ter percebido a falta de fotos do casal pendurados na parede ou em qualquer outra parte da casa, a não ser por alguns que foram colocados em alguns moveis da sala principal e em cima do piano de calda. Aquilo não incomodava Ellie, pelo contrário, a agradava e muito uma vez que ela não precisava ver ela enganando a si mesma com sorrisos falsos e olhares apaixonados como na capa das revistas que ela estampava ao lado do marido.


–Ellie! – exclamou Joshep vindo em direção a escada para abraça-la.


Henrich ficou lá observando os dois, um incomodo crescia cada vez mais dentro de si. Pensei que o tempo os afastaria, deu uma olhada de esguelha para Margô que sorria ao vê-los juntosEllie tinha a cabeça nas nuvens, sempre esperando seu príncipe encantado, mas ainda sim era desafiadora e truculenta e com uma beleza natural que mesmo sem olhos azuis estonteantes qualquer celebridade de alta classe pagaria milhões para ter. E tinha Joshep, o modelo mais bem pago de toda a Europa, com seu charme e sorriso de lado, alto, porte atlético e uma postura elegante e com um andar que levava as pessoas acreditarem que ele estava sempre modelando e suas roupas das maiores e melhores grifes sempre bem combinadas com acessórios elegantes e muitíssimo bem vestidas o faziam parecer um príncipe, vindo direto da realeza londrina.


– Então Thomas, qual o motivo de ter aparecido em sua cidade natal depois de tanto tempo? – disse Henrich, olhando para o irmão enquanto ele voltava para mesa se sentando de frente para Ellie.


– Tenho um coquetel na Harrods amanha de manhã. – disse ele olhando para o irmão. – Então decidi vir para casa, estava tão perto não compensaria pagar um hotel.


Henrich pegou a tigela com a salada e acrescentou um pouco mais em seu prato.


– Ah, eu aprecio muito você estar aqui, pena não poder ter te dado muito atenção. – Ele riu, tomando um gole de vinho. – O trabalho tem ocupado muito o meu tempo e bem tenho chegado em casa bastante tarde.


Ellie deu um meio sorriso amargo enquanto mordiscava pequenos pedaços de tomate em seu prato, fazendo um barulho estridente com o talher.


– Algum problema Ellie? – Thomas perguntou pegando sua mão com carinho. – Você não esta com uma cara boa desde que chegou.


Ela olhou para as mãos juntas deles e suspirou ao tirar a sua delicadamente do aperto do cunhado, estava prestes a chorar a qualquer momento e sabia que se ele a olhasse mais uma vez daquela forma ela não conseguiria mais conter o choro em sua garganta.


– Eu só estou um pouco cansada, exausta para falar a verdade. – ela disse limpando os cantos da boca. – Se me permitem, eu vou me retirar, boa noite a todos.


Na parte de cima da casa Ellie definhava solidão enquanto encostou na parede do corredor que a levava ao seu quarto tentando controlar as batidas do seu coração. A verdade era que Ellie estava tão desesperada para ver Joshep que agora depois de vê-lo já não tinha tanta certeza assim. Na melhor das hipóteses Joshep e Ellie tinham uma relação de amor e ódio, mas as memórias posteriores, bem não eram fáceis para ela, não eram fáceis pensar em tudo o que ela tinha perdido.


– Você esta bem querida? – Henrich perguntou quando entrou no quarto deles.


Ellie o encarou friamente pelo espelho e ignorou sua pergunta de maneira categórica enquanto continuava penteando os cabelos.


– Ellie, eu sei o que você viu hoje a tarde na minha sala eu quero te pedir desculpas. – ele reiniciou o assunto de outra forma.


– Vai me dizer que nunca mais vai acontecer? Ou que sente muito Henrich? – ela perguntou, acida.


– Eu sei que nada do que eu disser vai mudar o que você viu e nem cumprir a minha promessa de ser um bom marido. – ele disse com uma certa inflexão na voz.


– E nem a de ser fiel e me respeitar Henrich. – ela disse, olhando para ele de forma dura.


– Me perdoa. – ele sussurrou evitando olhar para ela.


– Você sabe o que eu deixei por essa família, pelo seu pai, por você. – o nó cresceu ainda mais em sua garganta enquanto seus olhos enchiam de lágrimas. – Por Joshep.


Ele assentiu, reconhecendo a verdade nas palavras da esposa, ela tinha feito demais por ele e por todos eles e estava sendo recompensada da pior maneira possível, mas o que mais se remoía nele era relembrar o sorriso que poderia ser estampada em seu rosto todos os dias, aquele que ela dera com seu irmão poucos minutos antes.


– Eu preciso de você Ellie. – Henrich disse deitando-se ao lado da esposa que não se deu o trabalho de responde-lo.



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Autor(a): anarossi

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).




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