Fanfic: Musa do Futebol | Tema: Rebelde, AyA

"Seria tão bom sair pela minha porta e conhecer alguém sem precisar procurar no meio da multidão. Alguém que soubesse se aproximar sem ser evasivo ou que não se esforçasse tanto para parecer interessante; alguém de quem eu não quisesse fugir quando a intimidade derrubasse nossas mascaras, que segurasse em minha mão e tocasse meu coração. Que não me prendesse não me limitasse não me mudasse; alguém que me roubasse um beijo no meio de uma briga e me tirasse a razão sem que isso me ameaçasse. Que me dissesse que eu canto mal, que eu falo de mais, que risse das vezes em que eu fosse desastrada; alguém que eu não precisasse... mas com quem eu quisesse estar sempre sem motivo certo. Alguém com qualidades e defeitos suportáveis, que não fosse tão bonito e ainda sim eu não conseguisse olhar em outra direção. Alguém que me encontrasse ate quando eu tento desesperadamente me esconder do mundo. Eu queria sair por aquela porta e conhecer alguém imperfeito; feito pra mim."

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Lá se vai meu sonho de morar sozinha, pensei ao abrir a porta para minha amiga entrar- agora para sempre- no meu lindo apartamento. Se tivessem me avisado dos perigos de se habitar sozinha em uma casa nada disso teria acontecido, eu continuaria morando sozinha e minha amiga com os pais dela, sem que minha mãe precisasse me chantagiar com "Ou você dá um jeito nisso que você chama de casa ou então volta a morar comigo".

E isso tudo só porque ela achou três calcinhas (sujas) de baixo da cama, papeis de balas, chocolates e outras besteiras no sofá e uma pizza estragada na geladeira. Quanto drama, concordam? Se ela tivesse visto como meu ap estava no mês passado teria me levado para casa sem chances de reclamação. Ainda bem que alguém lá em cima vai com a minha cara porque morar com mãe é uma chatice, tem hora pra tudo. Hora pra acordar, pra mexer no pc, pra almoçar, pra tomar banho, pra dormir. Tem hora ate pra pensar!

Ok, que seja, eu estava dando adeus ao meu sonho de liberdade porque não aprendi as regras básicas de morar sozinha.

Que mundo injusto!

Sabia que para ter uma casa apresentável é recomendável lavar banheiro duas vezes por mês, juro que não sabia ate não agüentar ficar dois minutos no quarto onde faço minhas necessidades. Também deveria ter aprendido que para não ter visitas noturnas de bichos nojentos, limpar a casa todos os dias é quase obrigação. Deixar papeis de doce no sofá atrai formiga e se você não arruma seu armário regularmente é provável que você tenha a encantada surpresa de encontrar baratas. Usar o pc pela madrugada inteira aumento e conta de luz absurdamente e pra que você não fique no vermelho vai ter que economizar nas suas refeições. Seu dinheiro nunca vai sobrar pra você comprar aquele vestido mara que você viu no shopping e se der você não vai ter um sapato que combine com ele. Broxante, literalmente.

Descobri que toda casa precisa de regras e, por mais chato que isso seja, você tem que cumpri-las. E como eu nunca cumpriria sozinha nem daria o gosto da vitória à minha mãe assinando meu tratado de derrota e voltando pra casa, melhor morar com minha amiga do que correr o risco de achar de baixo das roupas sujas, um ornitorrinco rosa pink com bolinhas lilases.

Mas acho que preciso me apresentar antes que você pense que sou uma louca doida- isso ficou estranho- para achar um ornitorrinco rosa pink com bolinhas lilases de baixo das roupas sujas. O que não é verdade, já deixo claro.

Sou Anahí Giovanna Puente Portilla- eu sei, parece meu testamento mas acredite, é só meu nome. Pessoas importantes tem nomes grandes, oi? Tenho 19 anos, moro -agora não sozinha- em São Paulo, faço faculdade de dança. Tenho um cachorro, na verdade não tenho, mas terei assim que superar o trauma de ter matado um peixe quando criança, Leco era tão lindo. Devo ser um ser muito mal, eu sei, por não ter trocado a água dele por uma semana, mas, veja bem, com 19 anos eu não sei cuidar nem da casa onde moro, imagina o que eu (não) fazia com 9?

Tenho uma melhor amiga, Dulce Maria -a que aceitou bravamente a missão de morar comigo- que é apaixonada por futebol. Na realidade, por um jogador. E sei que isso me levara a ter insônias quando tiver jogos de noite.

O que eu não faço para continuar a ter uma pseudo liberdade, não é mesmo?

Era carma, eu sabia! Por que eu tinha que ser uma mulher que tem alergias só de ouvir falar de futebol?

Eu juro que tentei gostar desse esporte -se é que pode chamar algo com 22 jogadores correndo atrás de uma bola (isso porque, tecnicamente, eles tem duas ¬¬) de esporte-mas é idiotice de mais para minha cabeça.

Dulce lutou bravamente para me ensinar, principalmente coisas sobre Alfonso Herrera, segundo ela seu amor único, puro e verdadeiro. Se ela soubesse como isso soa idiota, se calaria.

Para começo de conversa o cara chama Alfonso, o que você espera de um cara com esse nome? Eu, se fosse ele, processava minha mãe. Fala serio, ou ela não o amava nem um pouco ou então escolheu na hora de dor depois de oito horas na sala de parto. Ainda bem que a minha tinha amor a mim - pelo menos até a primeira semana quando escolheu meu nome.- E ele joga futebol. E a função dele é meio-atacante. Oi? Alguém me explica o que é isso? Meio por quê? Se eu falar que sou meio-dançarina, o que você pensaria? Ta, ai me explicaram, meio-atacante porque ele é meio-de-campo com habilidades de atacante. Traduzindo: ele não é nem meio de campo nem atacante.

Sinceramente, deveria mudar o nome de futebol para idiot-bol, porque minha mente não conhece nada mais estúpido que isso. E ainda tem gente que paga pra ver os jogos, grita, discute e briga por isso.

E depois a louca sou eu.

Any: Dulce, por favor, abaixa essa tv pelo amor de Deus! Eu tenho um teste amanha às oito. -resmunguei.

Dul: VAI, VAI -ela gritava- porra! Quem você pensa que é pra chutar MEU ALFONSO?
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