Fanfic: Musa do Futebol | Tema: Rebelde, AyA

nandacolucci: Que bom que amou, postando :)

carol.aya: A mesma coisa que eu pensei,pq não vai procurar um Christopher pra ela né, fica encima do nosso homem!

franmarmentini♥♥: SEMPRE A PRIMEIRA <3

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Ótimo. Minha primeira noite com Dulce no meu ap e ela já estava gritando feito quem sofre um assalto na Avenida Paulista depois de ganhar na loteria. Deve ser um aviso para mim que talvez, só talvez, tivesse sido melhor eu ter assumido minha derrota à minha mãe.

Eu me levantei e fui até a sala.

Any: Dulce, Dulce, por favor!-falei- Eu tenho teste amanha, preciso dormir bem.

Dul: Você não ta entendendo, quase arrancaram a perna de Poncho, ele saiu de carrinho. Devia ser crime.

Any: Deviam ter arrancado - rolei os olhos- Por favor, Dulce, você sabe que eu te acompanho em todos os jogos mas para que isso funcione você precisa respeitar o fato deu odiar futebol.

Dul: Ta, ta, Any. Vou me controlar-abaixou a tv

Como eu sabia que isso não aconteceria e que ela estava louca para cuspir sua indignação pelo fato de seu único amor puro e verdadeiro quase ter sido amputado, resolvi deixar meu lado `amigo para sempre` dar as caras, sentei do lado dela e resolvi escutar.

Oi, oi, Papai do Céu, ta me vendo aqui em baixo sendo uma boa menina e fazendo obra de caridade? Já viu que mereço um lugarzinho do seu lado né?

Ela não demorou muito para começar a cuspir sua indignação.

Dul: Fala serio, Any. Todo mundo chuta o Poncho! E ninguém expulsa esses jogadores. Devia ser crime, de verdade. Um dia ainda vão destruir a perna dele.

Any: Faz parte do jogo, não? E olha, ele já até voltou -tentei diminuir a raiva dela.

Dul: Mas devia fazer esses jogadores pagarem multa, não acha?

Any: Não, não acho -sorri- Ta tudo bem já. Ele só fez media pra torcida feminina ficar com raiva - dei de ombros - Quem ta ganhando?

Dul: São Paulo, claro. Dois gols de Poncho

Any: Ótimo. Grita menos que o teste de amanha é importante.

Dul: Quer que eu vá contigo?

Any: Você quem sabe. Eu tenho que sair cedo.

Dul: Tudo bem, Você me chama. Comprei os ingressos pro próximo jogo no domingo. Você vai, né? Pra gente comemorar o campeonato.

Any: Já é a final?

Dul: Você não entende nada mesmo - riu

Eu sai ainda tentando entender se o campeonato ta ou não terminando. Sinceramente, eu não vejo diferença nenhuma em finais ou clássicos. Ate porque todos tem a mesma finalidade: briga!

Ai, meu Deus, eu ainda to muito nova pra morrer!

Adoro fazer os avaliadores com cara de idiotas quando duvidam do meu currículo. A lorinha aqui tem samba nas pontas dos pés -literalmente. Fala serio, o texto só mandava dançar dança de salão, funk e uma de sua escolha. Eles me pediram pra fazer, alem de tudo isso, ballet contemporâneo e moderno e sambar nas pontas dos pés. Se não me derem a vaga eu mato, aaaah, mato.

Chris: Arrasou, nega!-ele deu dois pulos me abraçando assim que desci do palco.

Christian era meu amigo desde que eu me entendo por gente -ou ate antes disso. Ele fez ballet comigo quando éramos crianças e, é, ele é gay. Um gay mara! Não me imagino longe dele, tanto que ele mora de frente pro meu ap. É meu companheiro das tardes improdutivas e causador da minha felicidade quando quero me jogar da janela por ser recusada nos testes.

E deixa eu parar porque isso ta ficando melodramático de mais. Uma ultima notinha sobre Chris: é o homem perfeito. E homens perfeitos ou são gays ou são frutos da imaginação de adolescentes idiotas -vulgo, Dulce -

Any: Agora é só esperar.

Dul: A vaga é sua.

Nós fizemos figas.

Chris: Quero aprender a sambar nas pontas dos pés- dançou -já pode preparar a aula!

Dul: Meu Deus, meu Deus! - ela gritou enquanto passeávamos nas ruas lotadas de São Paulo

O resultado só sei amanha, ou seja, ate lá meus amigos teriam que me distrair antes que eu ficasse sem unhas e sem cabelos.

Any: Que foi?

Dul: Poncho -olhou pra tv da loja.

Any: Aff -mexi no cabelo

Dul: É serio, olha -apontou- Ele torceu o joelho hoje no treino, vai ter que operar. Vou chorar!

Eu ate ia comentar que ela não perdia nada com isso mas lembrei do jogo de domingo. Inconsciente agradeci, mas... não espalha !

Chris: Puts, nega-ele a abraçou- Mas olha pelo lado positivo. Falaram ali que aquela promoção dos 5 dias vai ser adiantada.

Outra nota sobre Chris: ele também é apaixonado por Poncho.

Blargh.

Eu boiava no assunto. E daí se Alfonso se machucou, se vai ficar três meses sem jogar, se tem uma promoção para as fãs, se ele espirrou, arrotou ou soltou um pum? O que eu tenho haver com isso? O que eu vou ganhar?

Nada.

Então por que fãs se desesperam tanto?

Chris: Hei, Any, por que você não compra? Eu já tenho o meu. Para ajudar uma Instituição de Caridade.

Any: Me engana que esse dinheiro não entra no bolso dele -revirei os olhos

Andei na frente para não escutar os xingamentos em coro.

Ainda mais quem. Nao duvido absolutamente nada que isso é investido numa das mansoes dele.

Dul: Por que voce é tao maldosa?

Any: Não sou maldosa, sou sincera -dei de ombros

Chris: Ele é um dos ricos que mais ajuda quem precisa!

Any: Ajuda muito menos do que devia.

Passamos pela barraquinha dos Biscoitos da Sorte. Chris adora por isso parei automaticamente. Eu sou descrente da verdade.

-Nao quer tambem?- o japonês me olhou sorrindo

Any: Não, não, eu não acredito -sorri sem graça

O papagaio, ou seja la o qu eera aquilo que estava no ombro dele piou e escolheu meu biscoito.

O mundo ta perdido mesmo! Ate os animais sao intrometidos, oi?

Chris: Nega -ele pulou-ta dizendo que a vida me reserva um grande amor -rodou os braços abertos

Dul: Você não pode falar, lembra? -bateu nele

Ele fez uma cara de : "desculpa ae"-e pôs a mão na boca.

Japa: Aceita -sorria ainda- As vezes é bom arriscar.

Dul: Vai, Any, deixa de ser chata!

O "papagaio" continuava com o biscoito no bico e o japonesinho sorrindo feito idiota que ganha numa rifa de bicicleta usada, oi?

Sacudi os ombros e peguei o biscoito só pra nao dizerem que sou má. Nao ia abrir ate que vi tres pares de olhos mais um papagaio me olhando.

Maravilha!

"As melhores coisas acontecem nos piores momentos"

Ótimo. frases enigmaticas era tudo que eu mais gostava nessa vida.

Merda. Merda. Merda! Levantei xingando da cama enquanto corria pro guarda-roupa pra por minha roupa. Decididamente, por que eu sempre me atraso para compromissos importantes? Tenho uma prova agora e estou procurando uma roupa ainda.

Vejo minha morte no fim da rua.

Sai correndo com um pé só para tentar por o tenis no outro e meti a cara -literalmente- na parede. Um dia eu aprendo. Toda vez que faço isso bato na parede. Ser loira é um problema.

Dul: Ta tudo bem aí, Any?-resmungou

Any: Ta sim -levei a mao na testa onde, provavelmente, vai nascer um galo e corri pra cozinha.

Eu devia mesmo ter colocado o despertador para mais cedo.

Peguei minha bolsa, tropecei em mais uns 5 móveis -acho que minha sala tem bem menos que isso- e abri a porta.

Dei de cara com um vendedor idiota querendo que eu fizesse obras de caridade a essa hora da manhã. Já reparou que crente e vendedor autônomos só batem na sua porta nas horas que você tá mais atrasada? Nada contra os crentes, deixo claro!

-Vamos, senhora, só cinco reais.

Any: Volta mais tarde. Eu to atrasada, não ta vendo? -fechei a porta

-Para obras de caridade e Deus nós nunca podemos ficar sem tempo -proclamou categórico

Que sorte a minha, dei de cara com um vendedor autônomo chato. Qual é a chance disso acontecer numa quarta-feira, às oito da manha, em São Paulo num dia em que você não pode se atrasar?

Um a cada mil pessoas? Não. Uma a cada um milhão. Porque, sinceramente, não está muito cedo pra esse cara pedir doações para sua igreja em forma de rifa de tv usada e liquidificador quebrado, não?

Detalhe: Eu moro no setimo andar. Ele deve ter batido no primeiro às, no minimo, seis.

Any: Ok -olhei pro elevador e pro meu relógio- me dá uma.

Abri a bolsa procurando a carteira, que, obviamente, desapareceu da minha vista como passo de mágica.

Alguém arrisca que hoje é um dia bom pra mim?

-Que número?

Any: Meu filho, eu tô atrasada e só tô comprando porque não to com saco pra ouvir crente me amaldiçoar. Voce tambem quer que eu de um número?

HEEEEEEEEELLO! Esse cara ta querendo que eu jogue o extintor de incêndio na cara dele.

-É só dizer um numero.

Any: Dez -rolei os olhos- É a nota que eu tenho que tirar nessa prova se você não quer que eu rode essa cidade atrás de ti e cometa meu primeiro homicídio.

Ele fez cara de assustado e me entregou o papel correndo e pegando o dinheiro.

-Nao quer saber o premio?

Mostrei o dedo do meio pra ele bem educadamente, claro, uma dama jamais desce do salto, e sorri.

-Que Jesus a acompanhe.

Any: Ele devia te acompanhar. Vai que tu dá de cara com um psicopata?

O elevador fechou e eu sorri.

Olhei pro papel na minha mão, amassei, e joguei dentro da bolsa.