Fanfic: Choose for me - Vondy | Tema: Vondy

For Christopher

Apesar de minha mãe ser liberal, ela cumpria suas responsabilidades como me cobrar um bom rendimento escolar, e se eu não passasse nesse teste ela ia assumir o papel materno e não deixaria eu ir a festa de sábado. A festa nem era minha prioridade maior, eu precisava sair bem nesse teste. Dulce veio outra vez aqui em casa me ajudar, e como sempre, ela deixava as coisas mais claras. Mais mesmo assim eu estava desesperado. Cheguei no colégio na manhã de sexta feira já esquecendo dois livros e minha gravata. Procurava por Dulce, precisava falar com ela. Quando a avistei do outro lado da rua, corri até ela.

- Que bom que chegou, eu estou desesperado – disse todo afobado.

- Ei, bom dia pra você também – diz enquanto tirava o óculos de sol – Relaxa, respira que vai dar tudo certo.

Revirei os olhos e fiz oque ela mandou.

- Christopher vai dar tudo certo, você estudou, nós estudamos. Você vai conseguir – diz enquanto passa as mãos em meus braços.

- Você vai ficar perto de mim? – pergunto como uma criança.

- Eu sempre vou estar perto de você, não sou sua melhor amiga? – ela pergunta sorrindo.

- É, é minha melhor amiga – falo calmamente.

Dulce tem um poder sobrenatural de me deixar calmo que ninguém mais tinha, desde pequenos ela sabia como me acalmar quando eu estava nervoso.

Estava entrando na sala quando ela apareceu novamente do meu lado, estava com o namorado dela.

- Ei, não se preocupe, eu ainda te pago uma pizza – brinca.

Sento na terceira carteira e ela ao meu lado. Respiro fundo e a olho, ela coloca os óculos sorri e faz beleza com a mão, eu dou risada.

- Senhorita Dulce já pode retirar os óculos, o sol está lá fora – diz o professor, ela faz cara feia e tira.

Quando o professor distribui as provas, vejo todas as letras e números dançando. Respiro fundo e relaxo novamente. Durante o teste, me confundo bastante, olho sempre para Dulce que fala para que eu me acalme. Demoro pouco mais que a maioria para terminar. Quando termino, entrego para o professor e saio da sala respirando mais fundo.

- Então como foi? – Dulce corre até a mim quando me vê.

- Não sei.

- Está confiante?

- Não sei.

- Ah, você deve ter ido muito bem, afinal estudou comigo né – brinca.

- Que você esteja certa. Quer ir lá pra casa? – pergunto.

Eu ficava praticamente o dia todo sozinho, Dulce também, então sempre procurávamos fazer alguma coisa.

- Claro.

Estávamos na minha casa, mais especificamente no meu quarto, falando sobre essa manhã de sexta e rindo, rindo muito, como sempre. Nem percebemos o tempo passar, de repente um clarão piscou lá fora seguido por um barulho estrondoso, olhamos pela janela o céu azul agora estava coberto de nuvens carregadíssimas, Dulce me olhou com os olhos arregalados.

Desde que a conheço, Dulce tem medo quando chove, dá raios e trovões. Ela fica muito nervosa, mais eu aprendi como distraí-la, nada melhor que um filme clichê e chocolate quente de baixo de um cobertor pra ela esquecer a tempestade lá fora.

- Oque você acha de ir ver a programação nos canais de filme? – pergunto e ela assente rápido.

Vou para a sala enquanto Dulce está na cozinha preparando chocolate quente, procuro em todos os canais algum filme que ela goste, coloco em um canal alheio que nem vi oque estava passando, quando abre escuto aquela musica familiar e Dulce gritar da cozinha “Deixa aí!”.

Hannah Montana – O Filme, eu já tinha decorado as falas desse filme por ter assistido já 849 vezes com Dulce, esse é o filme preferido dela quando está com seu lado Disney no modo on. Deixei ali e ela logo apareceu com duas canecas, nos ajeitamos de baixo da coberta assoprando a fumacinha que saia do chocolate quente. Estava quase acabando o filme e estávamos deitados de qualquer jeito já, a chuva parecia ter parado já.

- Estou com sono – ela diz brincando com uma das minhas mãos.

- Ah sério? Eu estou com sono a muito tempo – brinco.

- Christopher, não despreza a Hannah assim – ela briga.

- Até você está desprezando ela, minha mão está mais interessante que Hannah Montana – com a outra mão aperto seu rosto.

- Que mentira – ela solta minha mão e no mesmo momento outro há outro estrondo forte lá fora, Dulce dá um pulo de susto, se joga em mim e me agarra forte.

- Dulce – falo devagar – Calma. Os raios não vão pegar você.

- Ele me assustou – ela diz enquanto tenta esconder o rosto.

Nesse momento meu celular toca. Olho a tela e o nome “Helena” anuncia quem está me ligando. Helena é uma sereia que desviou, desviou, desviou mais acabou caindo na minha rede, claro que a ajuda de Dulce foi indispensável já que a menina queria se fazer de difícil. No começo foi legal, mais com o passar dos dias ela foi ficando mais grudenta a ponto de me ligar todo dia, tudo bem que eu queria ela, mais tanta atenção assim estava cansativo já.

- Ah é Helena, Dulce atende – dou o celular pra ela.

- Eu não, a namorada é sua – ela diz e não pega o celular.

- Ela não é minha namorada, atende vai, quem sabe ela fica bolada por você atender – ela bufa, atende o celular e desliga depois de trocar meia dúzia de palavras.

- Ela te liga mais tarde. Escuta aqui, você estava se arrastando por essa menina porque não quer falar com ela agora? – ela ergue a cabeça e pergunta.

- Você sabe, ela está muito grudenta e chata – explico.

- Homens, tão indecisos – ela diz e volta deitar a cabeça no meu peito.

Não vi como tudo aconteceu mais só sei que acordei uma hora e meia depois, Dulce ainda dormia em cima de mim, acho que choveu mais pois ela me segurava forte. Peguei meu celular e fiquei lendo as mensagens, de repente o celular cai no meu rosto e eu escuto uma gargalhada.

- Oque é isso? – pergunto massageando meu nariz.

- Você estava tão concentrado Chris – diz rindo ainda.

- Ah que gracinha – dou uma risada irônica – Podia ter quebrado meu nariz Dulce.

- Ah meu Deus, podia ter quebrado o nariz do bebezinho – diz em tom de deboche e me pega de surpresa mordendo forte meu queixo.

- Dulce! – a repreendo.

- Oque? – ela diz rindo.

- Oque digo eu, oque você bebeu hein?

- Ai seu chato – ela diz levantando – Seu rabugento, eu vou pra minha casa, não sou obrigada – diz e sai marchando para meu quarto, dou risada da maneira como ela bate os pés. Fico deitado e quando percebo ela bate a porta da frente.

Apesar de conhece-la a anos, a Dulce ainda me surpreendia com seu lado feminino, mais eu estava aprendendo a lidar com isso, dava espaço para ela e depois ia “pedir desculpa” por qualquer coisa que tenha feito.