Fanfic: Choose for me - Vondy | Tema: Vondy

For Dulce.

Fui para casa brava com Christopher, sabia que mais tarde ele me ligaria, como sempre fazia. E não deu outra, a noite quando saí do chuveiro e peguei meu celular, tinha quatro ligações dele. Não retornei, me vesti calmamente enquanto o celular anunciava outra ligação que não atendi também. Depois de um bom tempo me enrolando, resolvo atender.

- Oque é? – digo ao atender.

- Credo Dulce, isso é jeito de falar comigo?

- Seja breve – falo rápido.

- Ainda está brava comigo? – ele pergunta.

- Ah você percebeu que eu estou brava é? – pergunto irônica.

- Ah Dulce, vamos lá, porque vai ficar brava comigo? Você sabe que é a coisa mais linda da minha vida – mesmo com a nossa amizade, às vezes Christopher falava e fazia coisas que me faziam vomitar arco íris. Dei um sorrisinho.

- Eu sei – respondo brava.

- Então, não quer que eu arrume outra menina linda pra ser minha vida né? – pergunta e eu sorrio de orelha a orelha.

- Você não seria capaz – falo sarcástica.

- Tem razão, não é fácil achar outra né minha pedrinha de diamante – eu não consigo segurar o sorriso.

- Eu acho bom Christopher – me limito a dizer.

- Então, vai me perdoar né? – pergunta e eu não posso responder outra coisa.

- Sim – falo.

- Ah, eu sabia que você não ia cometer esse erro, você é a garota mais esperta que eu conheço – ele diz.

Depois disso ficamos no telefone falando bobagens sem sentido por volta de uma hora e meia que eu me lembre, pois acabei dormindo durante a ligação.

Sábado é o melhor dia da semana, dormir até tarde sem ter com o que se preocupar. Acordei era quase 13h30. Fiquei deitada na minha cama na maior preguiça e não planejava sair dali tão cedo, fiquei olhando os minutos correrem até chegar 14h00.

- Eu não acredito que você está na cama ainda – eu já conhecia muito bem aquela voz feminina que soou assim que a porta abriu – Dulce oque você está fazendo aí? Não vai levantar?

- Não – respondo preguiçosa.

- Como não? Esqueceu que dia é hoje? Esqueceu oque devemos fazer no sábado a tarde? – abro os olhos e ele está de pé na minha frente usando uma camiseta simples vermelha, uma calça de moletom preta e all star, olho pela janela e está nublado. Geralmente nós corríamos no parque aos sábados, mais eu estava com tanta preguiça.

- Não, eu não esqueci. Mais você não está vestido apropriadamente para correr e está nublado.

- Ou será que você é quem está com muita preguiça para levantar daí – ele diz enquanto senta na ponta da cama.

- Na verdade aqui está muito bom e duvido que aí esteja melhor que aqui – rolo para o outro lado – Se você quiser se juntar – ergo a coberta para ele.

Christopher me olha com aquela carinha que usa para que as garotas caiam nos pés dele, depois de alguns segundos, tira rapidamente os tênis e entra de baixo das cobertas me fazendo rir.

- Ah eu sabia que você não iria resistir – falo rindo.

- Chega mais pra lá, você é muito espaçosa – ele diz.

- Oque? Você está dizendo isso pra mim na minha própria cama? – brinquei.

Ficamos deitados e peguei no sono outra vez, tive um sonho estranho, parecia mais um pesadelo, havia uma pessoa que eu não reconheci me falando coisas, dizendo que eu estou sozinha e que sempre estarei sozinha, que ninguém nunca irá se importar comigo, pois tem problemas maiores com que se preocupar. Acordei nervosa e agitada, há uns três anos atrás eu tive esse surto de que eu só atrapalhava a vida das pessoas, que eu fui o maior erro que meus pais cometeram, e nesses momentos quem me ajudou todo o tempo era quem estava ali dormindo na minha frente .Fiquei o olhando por minutos, pois não estava disposta a levantar ainda. Fechei os olhos de novo, alguns minutos depois lá estava Christopher sendo ele mesmo, me provocando colocando o dedo na minha orelha. Dei um tapa no braço dele.

- Christopher, você sabe que eu não gosto disso – reclamo.

- Mais eu gosto de ver sua carinha quando eu faço isso – ele ri.

- Que carinha? – o olho e pergunto baixinho.

- Essa que você fez agora pouco – ele responde no mesmo tom.

- Que cara eu fiz? – pergunto ainda.

- Carinha de brava – ele diz devagar – Você fica bonita brava, nem todo mundo fica bonito bravo – ele diz isso e eu sorrio, então tento fazer a tal “carinha” – Não, assim não – ele diz colocando a mão no meu rosto – É assim que se faz – e quando eu menos espero ele coloca novamente o dedo no meu ouvido.

- Christopher – o repreendo e quando me dou conta ele está rindo.

- É essa a carinha – ele diz.

- Eu odeio você – falo brava.

- Não, não odeia nada – diz agarrando meu pescoço e me abraçando – Polegarzinha.

- Christopher porque você faz assim – reclamo me afastando dele.

- Assim como? – ele pergunta e tenta segurar minha mão mais eu não deixo.

- Fica me provocando – não o olho e tenho quase certeza de que estou fazendo bico – Sabe que eu não gosto de ser chamada assim.

- Por quê? Você quer que eu te chame de que?

- Dulce.

- Dulce? Não gostei. O porteiro do colégio te chama de Dulce, ele nem te conhece – ele reclama e eu não respondo – Dulce? Dulce! – ele me chama.

- Quê? – me viro resmungando e fico de barriga para baixo.

- Oque você tem hein? Teve pesadelo? – ele diz baixinho e joga meus cabelos para o outro lado.

Abro os olhos e ele está lá me olhando. É tão bom ter um melhor amigo que sabe tudo sobre você, que te entende e que sabe como te agradar. Costumo falar que Christopher é meu presente de Deus. Levanto-me devagar e subo em cima dele deitando a cabeça em seu peito. Havia apenas dois momentos em que eu fazia esse tipo de coisa, quando eu estava com medo e quando eu estava deprimida.

- Ah meu Deus, oque você tem hein? – sua voz soa como se estivesse falando com uma criança enquanto ele passa a mão na minha cabeça – Dul, fala comigo menina.

- Eu só tive um sonho, estranho – explico.

- Ah Polegarzinha não precisa ficar assim, é só um sonho – ele diz.

Levanto a cabeça para olhá-lo.

- Tudo bem – passo a mão em seu rosto ao ver que fez a barba – Você está pensando em conquistar alguém hoje a noite? – pergunto franzindo a testa.

- Talvez, por quê?

- Você sabe que não dá certo, você fica com cara de menino assim – falo passando a mão ao lado de seu rosto.

Depois disso, Chris ficou mais um pouco aqui e depois foi para casa se arrumar. Eu não perdi tempo e logo me arrumei. Poncho chegou para me buscar na hora combinada, depois fomos para a casa de Christopher. Após pegá-lo em casa, seguimos para a festa. Poncho se juntou com um monte de meninas, Christopher sumiu com uma garota que eu não conhecia, Anahí estava com um carinha dançando e eu procurava algo para fazer já que Henrique não viria e todos os outros estavam bem ocupados. Fiquei um pouco no bar, andei pela frente da casa, voltei tomar mais uma bebida, e resolvi andar na parte de trás da casa. Tinha mais gente lá fora do que eu imaginava, algumas pessoas estavam na piscina enquanto outras eram arremessadas lá dentro, de longe vi Christopher se agarrando com uma menina e dei uma risadinha. Continuei andando quando esbarrei sem querer em uma casal, ou melhor, o cara que devia estar sendo meu par estava acompanhado por outra.