Fanfic:  εïз Para Sempre em Seu Coração - Vondy εïз (Terminada)

Dedicado a: Natyvondy ePrimasvondy.

Dulce ergueu a cabeça. Christopher estava de pé no meio do salão. A mão dela balançou com o vidro grande de xampu que estava segurando e o líquido começou a escorrer sobre a pia.

Ela ficou tão desconcertada pela visão dele de pé ali, que soltou uma exclamação em voz alta. Os olhos castanhos dela se fixaram nele com um intenso de­samparo e desejo, que ela se sentiu tonta. Vestido com um elegante terno que realçava as linhas esbeltas e poderosas de seu corpo imponente, com a cabeça altiva inclinada, Christopher estava examinando aten­tamente o ambiente à sua volta.

— Você é meu cliente das 11 horas? — perguntou ela num murmúrio.

Christopher abaixou a cabeça afirmativamente, perscrutando-a de uma forma que fez com que um rosado quente subisse à face dela. Vestida com uma camise­ta branca e uma calça preta de cintura baixa, acompa­nhada de botas altas, Dulce descobriu que estava de repente assustadoramente consciente de suas imper­feições. Aquela inspeção que os olhos dele lhe fa­ziam fez também com que se conscientizasse caloro­samente do próprio corpo e da familiaridade íntima e profunda que Christopher tinha com ele. Christopher, entretanto, nunca a tinha olhado em silêncio dessa forma. Perce­beu que havia alguma coisa diferente nele, mas não sabia o que era. Tudo o que sabia é que se sentia envergonhada.

— Precisamos ir a um lugar onde possamos con­versar — murmurou Christopher suavemente. Sem nenhu­ma razão ela sentiu o sangue congelar-se em suas veias.

— Estou... trabalhando... — murmurou, sentindo-se covarde até o fundo dos ossos.

— Bene... então eu presumo que não seja proble­ma para você que sua equipe e clientela ouçam o que tenho a lhe dizer.

Com o belo rosto parecendo duro e impiedoso, Christopher passou facilmente de seu italiano de origem para o inglês.

— Começarei admitindo que não fiquei bem im­pressionado com o negócio que, como eu me lembro, você estabeleceu aqui com o meu dinheiro.

Dulce quase se encolheu de pé onde estava. Uma fração de segundo depois ela sentiu o abalo das con­clusões que tirou sobre o que ele acabara de dizer. Se Christopher se lembrava do acordo que haviam feito, ele certamente não estava mais sofrendo de amnésia. Evidentemente, desde que ela voltara da Suíça, Christopher tinha recuperado a memória dos últimos cinco anos. Embora o médico já tivesse previsto, Dulce estava abalada por constatar que Christopher agora se lembrava exatamente de tudo que havia acontecido entre eles.

Com o estômago revirado de tensão nervosa, ela se voltou para Zoraida e pediu-lhe para cobrir seus com­promissos até a hora do almoço.

— Podemos conversar lá em cima — disse a Christopher nervosamente. — Quando foi que recuperou a me­mória?

— Depois que você sumiu. Isso provavelmente ajudou. Afinal, você me fez viver uma vida que não era a minha — assinalou Christopher ironicamente.

— Me surpreende que tenha vindo aqui. Achei que não ia querer me ver novamente — disse, destrancan­do a porta de seu apartamento.

Fez-se silêncio. Christopher fechou a porta atrás de si. A saleta era muito estreita e escura e Dulce saiu dela, encaminhando-se para o que era ao mesmo tempo a cozinha e a sala de estar. Christopher examinou a mobília gasta e a pobreza geral e o desagrado transpareceu em seu rosto agora magro.

— A tentação de se aproveitar do meu infortúnio deve ter sido irresistível para você.

— Não foi isso! — Dulce estava chocada com a acusação. — Como pode dizer uma coisa dessas? Tudo o que me preocupava era você. Meu Deus, eu pensei que você estivesse morrendo!

Christopher havia apanhado uma carta que estava sobre a mesa e estava lendo.

— Você está endividada? — falou ele, surpreen­dido.

Embaraçada ao constatar que ele estava examinan­do um comunicado do banco instando-a a saldar um saque a descoberto que ela havia feito em sua conta, Dulce tomou-o de sua mão.

— Tome conta de seus negócios!

— Tudo o que lhe diz respeito é negócio meu, já que só assim me sinto melhor — informou-lhe Christopher mostrando preocupação em um tom suave.

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