Fanfic: Meu Meio Irmão REESCRITURA (Vondy) | Tema: RBD, Vondy, Rebelde

Nos separamos do beijo de repente, Fuzz puxava meu braço e eu ia sendo carregada sem entender nada. Se a escolha fosse nossa, continuaríamos ali. Não deu tempo nem de sei lá, trocarmos número de telefone, porque eu queria mesmo continuar falando com ele, mantendo contato e com certeza o beijando mais vezes. 

Pela primeira vez alguém sem ser Christopher me fez sentir não só borboletas no estômago e sim elefantes saltitantes. Só com dois beijos ele foi capaz de me levar ao céu e ao inferno ao mesmo tempo de uma maneira incrível. Não, não, eu não poderia estar me apaixonando por um cara que eu nem sabia o nome. 

Eu já estava bêbada e Fernanda ainda faz uma coisa dessas, comecei a puxar meu braço com força e a xingar de todos os nomes possíveis, eu tinha que voltar e pelo menos descobrir o nome daquele homem, daquele anjo..

- Caralho Dulce, sossega! - Ela disse me jogando no banco de trás do carro, as outras meninas entraram logo em seguida e ela já entrou pisando forte no acelerador. Esfreguei os olhos e cruzei os braços, pedindo uma explicação para as meninas com os olhos. 

- Ela tava beijando aquele garoto, ela não viu nada.. - Zora suspirou. Viviana riu jogando a cabeça para o lado, podre de bêbada. Karla começou a explicar.

- Um homem armado entrou lá, começou a atirar, uma coisa louca! Tudo por causa de uma maldita mulher lá que estava se agarrando com o amigo do Felipe. Ele acabou se metendo na briga também e.. - Ela pausou olhando para Fernanda. A mesma respirou fundo e esfregou um olho. 

- Vamos para o hospital, ele levou um tiro, mesmo que de raspão. Eu não posso perder meu irmão. - Me desesperei. E o meu príncipe mascarado? É, eu estava bêbada mesmo para pensar uma bobagem dessas. Respirei fundo tentando me acalmar, se fosse para me preocupar com alguém, que me preocupasse com Felipe pelo menos, Fuzz devia estar completamente nervosa, o irmão era tudo para ela e tudo que ela tinha, desde a morte dos pais dela. 

Aos poucos minha consciência começava a voltar. Meus olhos se encheram de lágrimas. Me coloquei no lugar de uma das minhas melhores amigas, eu não imaginava a dor que ela estava sentindo, mas só em pensar que isso poderia acontecer com um parente meu ou até mesmo com Christopher, a ideia me destruía. Não demorou para chegarmos ao hospital, já que ela dirigia como uma louca. 

Saímos do carro e ela foi direto para a recepção, eu e as meninas fomos para a sala de espera, nos sentando nos aconchegantes sofás que existiam ali. Zoraida sentou ao meu lado, passando o braço pelo meu ombro e eu a abracei. Logo depois a soltando e sentando direito, para Viviana se apoiar em mim, ela cheirava a bebida pura. Estava acabada. 

É, eu achava que ela estava acabada.. Até Fuzz chegar até nós. Ela chorava como uma criança, soluçando, deixando todas nós preocupadas. Toda sua maquiagem ia embora com as lágrimas, seu rosto estava borrado e ela não conseguia nem falar. Minha primeira reação foi correr até a mesma e lhe dar um abraço. Karla buscou um copo d`água para ela. Consegui a fazer sentar no sofá e ela bebeu a água.

- Você sabe que qualquer coisa estamos aqui né? O que aconteceu? - Zoraida perguntou apertando sua mão. Fernanda assentiu, fungando logo em seguida. 

- Ele não levou só um tiro de raspão, tem uma bala alojada nele.. - Não consegui a entender direito já que sua voz estava embargada e suas palavras entre cortadas. Os soluços também atrapalhavam bastante. - E eles vão ter que fazer uma cirurgia para a remoção. Uma cirurgia onde ele pode morrer. 

Nesse exato momento Sherlyn chegou correndo até Fuzz. Ela estava perto quando aconteceu. 

- Calma meu amor, vai dar tudo certo! - Ela estava agachada de frente para nossa amiga, segurando suas mãos. - Agora nós temos que mandar energia positiva, eu sei que você nunca acreditou mas.. Deus vai te ajudar amiga, tenha fé pelo menos só nesse momento. - Abracei Fernanda de lado. Ela começou a soluçar ainda mais e disse que tentaria acreditar, apostaria todas as suas fichas em Deus. Sempre fora atéia, sempre que eu digo, é desde a morte de seus pais, quando ela literalmente se ajoelhou e orou com toda a sua fé para que eles sobrevivessem e não foi isso que aconteceu. 

Sherlyn me chamou para a cantina e eu fui com ela. Ela pediu dois cafés com creme e assim que os pegou, se sentou comigo em uma das mesas mais afastadas.

- Dul, é melhor você ligar para Chris vir te buscar, deixa que eu fico aqui com a Fuzz. A Viviana não tá bem e você e as meninas estão cansadas. - Ela suspirou dando um gole em seu café. Eu brincava com a tampa, já controlando aos poucos a respiração. - E você ficou também muito abalada com a situação, agora temos que ser fortes, para a Fernanda ficar forte. 

Assenti. Eu não tinha palavras, me sentia alheia a esse mundo, não estava entendo mais nada que acontecia, tudo estava ocorrendo com uma força total, eu precisava de um tempo para processar tudo aquilo. Terminei o café e continuei conversando um pouco com Sher, ela me emprestou seu moletom já que estava um frio cortante. Voltamos para a sala de espera e Karla tinha ido para casa, Sher pediu para Rich levar Zora e Viviana para a casa dela. 

Fui para o lado de fora do hospital onde o sinal do celular era melhor e liguei para Christopher. Depois de cinco toques, ele atendeu.

- Oi Dul. - Ele dizia, parecia estar dirigindo e sua voz estava meio tensa.

- Chris, eu prometo que explico depois, mas você pode me buscar no hospital principal de Brooken-Haven? - Eu mordi o lábio. 

- Sua sorte é que eu estou mesmo nessa cidade e estou na estrada do hospital. Me explique mesmo depois, espere uns dez minutos que eu estou aí. - Nos despedimos e eu desliguei suspirando.

Quando voltei Fuzz dormia com a cabeça no ombro de Sherlyn enquanto ela mexia no celular. 

- Conseguiu falar com Chris? - Ela perguntou em tom baixo e eu assenti. Dez minutos depois, exatamente, ele me mandou uma mensagem. Prendi o meu cabelo e ajeitei o moletom preto em meu corpo. 

- Promete que vai dar notícias, não vai querer carregar o mundo nas costas e qualquer coisa liga para mim ou para as meninas? - Suspirei pegando a mão de Sherlyn e ela assentiu. Dei um beijo em sua testa e fui em direção a porta do hospital. 

Christopher já estava saindo do carro no momento em que saí de lá e a primeira coisa que fiz quando vi ele, foi correr até o mesmo e o abraçar. Era como se ele estivesse pronto para fazer o mesmo já que me abraçou também, o apertei o máximo contra mim e deixei as lágrimas rolarem pelos meus olhos. Ficamos assim por uns cinco minutos, depois ele pegou minha mão e abriu a porta do passageiro para mim, se sentou na do motorista e depois de respirar fundo umas duas vezes, me perguntou o que tinha acontecido.

Enxuguei as lágrimas.

- Eu estava em uma festa, o irmão da Fuzz levou um tiro, muita coisa aconteceu. - Eu disse rapidamente, gaguejando.

- Deixa eu advinhar.. Você estava na festa de máscaras, também? - Ele perguntou confuso e eu assenti. - É, eu vi essa confusão, mas confesso que não é isso que está me intrigando. - O mesmo pegou minha mão. - Que bom que está bem e por favor, sempre quando uma coisa dessas acontecer sei lá, saia correndo ou me avise. Eu saio de onde estiver, para ajudá-la. - Sorri acariciando sua mão. - Mas eai, conseguiu se divertir? - Ele suspirou, fiquei na dúvida sobre contar ou não, resolvi falar.

- Consegui e foi ótimo! Bom, infelizmente eu não consegui descobrir o nome dele, só sei que.. Aquele beijo.. Eu não tenho palavras. - Eu disse em um tom baixo, me livrando dos saltos. Ele sorriu sem mostrar os dentes. 

- Maldita coincidência. Eu conheci literalmente minha garota dos sonhos e não consegui nem o nome dela também. - Ele soltou uma risada irônica e eu estremeci, lembrando da frase que o menino havia me falado. Era exatamente isso. Mas não podia ser Christopher, não iria ser ele. Não é possível. - Ela estava como uma deusa, toda de branco.. Um anjo do inferno. - Ele mordeu o lábio. Eu queria ignorar, mas.. Ele estava falando de mim? Que história é essa de garota dos sonhos? Engoli em seco e resolvi ignorar esses pensamentos idiotas, eu estava bêbada, devia ser tudo efeito das químicas em meu corpo, só isso. 

Depois de uma hora chegamos em casa, tirei meus sapatos exausta e tirei aquele moletom, fui direto para a cozinha pegar um pouco de água, meus cabelos se soltaram e eu subi as escadas em direção a meu quarto. 

**

No corredor, pensei em ir falar com Dulce se ela queria conversar ou até dormir comigo de novo. Eu precisava preencher aquele tipo de vazio que restou em mim depois daquele beijo. Aquele beijo que me fez sentir completo e pleno, como eu nunca me senti com mais ninguém. Saí do meu quarto e quando estava indo até o quarto dela, vi a minha garota ir na mesma direção. Os longos cabelos ruivos soltos, o cropped e calça branca, os mesmos saltos, mas agora em suas mãos. O mesmo corpo, eu poderia a reconhecer a quilômetros. Mas não era possível, só podia ser efeito da bebida. Eu estava completamente bêbado, não sei como consegui dirigir. 

Aquela garota estava mesmo me deixando louco, antes eu nem acreditava que ela era real e ela já mexia comigo, agora mesmo que estava ficando mais difícil ainda. Fui direto para o chuveiro, pensando em tirar todos os vestígios, seu batom, seus toques, seu cheiro intorpecente de mim. Devo ter ficado horas por lá.

Assim que saí só vesti uma cueca e me joguei na cama. Olhei para o relógio pela primeira vez naquela noite e eram quatro e meia da manhã. Ouvi leves batidas na porta e olhei, era Dulce. 

- Posso dormir com você de novo? - Ela disse comprimindo os lábios e eu me ajeitei na cama, deixando espaço para a mesma e a cobrindo. Não me importei em estar só de box, ela era a Dul, minha pequena, não rolava nada nesse sentido, não tinha nada a ver. A abracei pela cintura e aspirei o cheiro de seus cabelos. 

Nossa, as meninas compravam seus perfumes na mesma loja, seu creme, seja lá o que for, era o mesmo da garota da balada. Ignorei isso e acabei adormecendo com ela ao meu lado.