Fanfic: Meu Meio Irmão REESCRITURA (Vondy) | Tema: RBD, Vondy, Rebelde

Eu não acreditei quando ele disse aquilo, simplesmente gelei e dei uma risada nervosa, aquilo só poderia ser brincadeira não é mesmo? Mas eu iria resolver isso era agora. 

- Só um momento, Alfonso. - Pedi afastando a boca do telefone. - Meninas, vamos voltar lá para a casa, agora! Belinda está lá! Depois compramos qualquer coisa ou pego com a Mai. Anda! - Praticamente gritei, com a voz entre-cortada e elas rapidamente fizeram o que eu pedi, sem hesitar. Anahi fez o retorno e seguimos para a minha casa. Só faltava eu soltar fogo das orelhas, aquilo definitivamente, absolutamente devia ser um engano. Mas Alfonso não faria uma brincadeirinha idiota dessas comigo. Eu conheço ele, ele não é assim. Rapidamente chegamos, Annie enterrava o pé no acelerador, então.. 

- Me fala o que aconteceu. - Maite pediu tirando o cinto. 

- Annie abre a porta! Abre! - Eu disse desesperada, tentando em vão abrir. 

- Que porra foi essa que o Poncho falou? Esse maldito! - A mesma destrancou a porta e saímos do carro. Corri até o portão. Trancado. MERDA! MERDA! MERDA! Revirei os bolsos procurando a chave, acabei deixando ela sair. No desespero de tentar achar a chave, coloquei a primeira que vi na fechadura e fiz força para abrir. Mas não estava adiantando.

- Vamos! - Eu insisti, ouvindo o barulho do metal se quebrando. Dei um chute no portão. Havia quebrado a chave, minha sorte foi que não ficou presa na fechadura. Eu nem sabia que chave era aquela e no momento não fazia a menor diferença. Maite pegou minhas mãos.

- Calma amor! Calma! - Ela tomou a chave e abriu o portão. Entramos e eu corri até a porta da frente.

- Abre Mai! Anda! - Eu podia sentir meus dedos tremendo. Anahi só olhava a cena, confusa, tentando entender o que acontecia. Mas preferiu ficar calada. Por incrível que pareça. Estava até estranhando, sua voz não se fez notar em momento algum. Maite ágil e hábil como sempre, abriu a porta em alguns segundos, que para mim pareceram mais eternidades. Girou a maçaneta e então eu vi aquilo. Meu coração já esperava, no fundo eu já sabia que aquilo iria acontecer, mas eu enganava a mim mesma. Eu não queria mais sofrer. 

Parecia que estavam me apunhalando pelas costas e girando a arma, para atingir cada vez mais fundo. Era como se uma mão, bem grande, puxasse meu coração, rasgando todo o meu peito. Eu me sentia ingênua. Me sentia boba, me sentia idiota. Eu só queria sumir dali e chorar até não aguentar mais. Até poder inundar todo o mundo. Mas minhas pernas não me moviam. Por mais que eu tentasse, nenhum músculo meu se movia. Não saia do lugar. Eu estava em estado de choque. Annie puxou minha mão, mas eu fui brusca, a soltando á força. Ela e Maite se entre-olharam e fizeram sinal negativo com a cabeça. Eu quase pude sentir a pena que sentiam de mim naquele momento. Até porque, não é nada fácil quando você vê o maldito querido príncipe encantado amor da sua vida se comendo, praticamente se engolindo, como dois animais, dois seres desprezíveis, sem o menor pudor, em seu sofá. Ele e a sua ex-noiva. Quem ele sentia tanta repulsa. Eu me lembrei quando ele me disse que queria terminar com ela, que não dava mais certo e me senti uma idiota. Como ele era capaz daquilo? Mentiroso! Safado! Repugnante! Idiota! Estúpido! Eu poderia o xingar de todos os insultos e palavrões existentes e inexistentes naquele momento. Em qualquer língua que ele quissesse.

**

Maite Perroni:

As mãos da Dulce tremiam, ela estava completamente nervosa, eu não sabia o que fazer, então tomei a chave de sua mão. Ela parecia desesperada para entrar em casa. O que Poncho havia dito também para ela ficar assim? Abri o portão e segui com ela até a porta da frente. Anahi estava quieta, surpreendentemente quieta. Quieta até demais. Analisava toda a cena, ela provavelmente estava tentando pensar em alguma coisa. Bufei e abri a porta para Dulce, que rapidamente tomou á frente. 

E lá estava Ele e Ela.

Christopher estava deitado em cima de Belinda, sua blusa estava jogada no chão, eles estavam no sofá. No sofá mesmo! Pra qualquer um que quisesse ver, assistisse aquela cena nojenta. Ele beijava e chupava o pescoço dela, enquanto ela oferecia cada vez mais para ele e se livrava desajeitadamente de seu sutiã. Olhei para a Dulce e ela parecia uma estátua, congelada, não acreditava no que via. Todo o seu sangue se concentrou em suas bochechas, ela estava da cor de seu cabelo. O queixo de Anahi estava no chão, ela também parecia estar vidrada, não esperava algo assim de Uckermann. Quando eu pus meus olhos na cena, abri minha boca em um "O" perfeito, mas assim que me dei conta, apertei os dedos de Anahi apontando Dulce com a cabeça. Ela assentiu e pegou a mão dela. 

Mas por incrível que pareça, ela soltou a mão de Annie, praticamente jogou a mão dela pra um outro lado. Dulce estava furiosa. Eu e Anahi nos entre-olhamos e eu me pus no lugar da minha amiga. Senti meu coração se despedaçar. Eu só sabia sentir ódio de Christopher. O espraguejar! Eu o conhecia a muito tempo, bom, eu achava que conhecia. Não sabia muito dele, mas pensava que era uma boa pessoa. Mas não. Era só mais um ser repugnante, nojento, ignorante, como qualquer outro. Eu nem devia imaginar como Dul estava se sentindo e aqueles dois não paravam. Pareciam não se importar com a platéia. 

Eu só queria sair de lá e arrastar minhas amigas junto. Quando eu ia tomar uma atitude, Dulce me surpreendeu, dando cinco passos á frente e começou a bater palmas. Eu não entendi absolutamente nada, então ela continuou. Christopher parecia ter visto uma assombração e Belinda corou de imediato, tentando tapar os seios de qualquer maneira, com um sorriso maldoso em seu rosto. Eu poderia quebrar o rosto daquela garota. Ah, deixa ela vir de gracinha! 

- Que cena linda de vocês dois! - Dulce gritou, seus olhos estavam marejados, ela vomitava as palavras com fúria. Christopher procurava sua camisa, em vão e tentava falar, mas ela o cortou. - Sério! Adorei! Mas só um recadinho básico: Se eu quisesse sexo ao vivo, iria á algum estúdio de filme pornô. E existem, lugares feitos exatamente para pessoas que querem transar, trepar, foder.. Como vocês preferirem. - Eu nunca ouvi Dulce falar daquele jeito, eu nunca havia visto ela daquele jeito. - O nome é Motel e bom, tem um á quatro quarteirões, é perto, acreditem. - Belinda já estava devidamente vestida, Dulce se virou para ela e apontou. - Você, eu quero que saia daqui. Sai da minha casa! Agora! - Ela continuava imóvel, parecia tão surpresa, quanto nós. Dul pisou firme até a mesma e pegou seu braço. Com certeza aquilo ficaria bem vermelho depois, eu nem tentei a impedir, sabia que ela estava certa. Anahi se afastou da porta. E Dulce a arrastou até o portão, ainda gritando. 

- Você é uma piranha! Mas eu não admito! Não admito mesmo, que você venha se comer com o maldito filho do marido da minha mãe, no meu sofá! MEU sofá! MINHA casa! Vocês que vão pra qualquer motel, qualquer lugar baixo e vulgar, onde tem várias mulheres assim como você. Some da minha vista! - Ela dizia tudo aquilo com a maior convicção possível. Parecia outra pessoa. Eu bateria palmas para a mesma se o clima não estivesse tão.. 

- Vamos embora, Mai. Eles precisam conversar. - Annie pegou minha mão indo em direção a porta dos fundos, assenti. 

- Chris, você vai deixar ela me tratar assim? Essa pirralha me tratar assim?! - Belinda soltou seu braço e virou para Dulce. No mesmo momento, segui até ela e Anahi veio em meu encalço. 

- Melhor pirralha que piranha, ela mesmo disse! E é melhor você sair logo daqui! Anda! O ponto das prostitutas é logo ali, se quiser, eu te levo! - Berrei pegando o outro braço com toda a minha força, seguindo até o portão, a jogando no chão da calçada. 

- Me solta! Você não tem direito de fazer isso comigo? Quem vocês acham que são? Defendendo a amiguinha? - Ela colocou um sorriso sociopata no rosto se levantando. Anahi partiu pra cima dela dando um tapa em sua cara. Um tapa que lhe tirou sangue. A sua bochecha estava completamente avermelhada e saia sangue do canto de sua boca. 

- Com certeza somos muito mais que você! Limpe sua boca pra falar da Dulce e suma daqui, sua cachorra! - Ela disse empurrando Belinda, que caiu na calçada novamente. Anahi cuspiu em sua cara e bateu o portão. Respirei fundo. 

- E agora? A Dul deve estar arrasada! - Ela disse com a sua chave em mãos. 

- Eu sei. Acho melhor irmos, mas vamos leva-lá junto. Pensei até que seria bom deixar eles conversando, mas não tem nada que possa ser dito. - Eu disse mordendo o lábio, enquanto Anahi encarava o horizonte. Senti meu celular vibrar no bolso da saia e o peguei sem mesmo ver quem era no visor.

- Oi Mai, é o Poncho.

- Oi Poncho. 

- Tudo bem com a Dul? - Ele parecia preocupado, com certeza ela havia esquecido de desligar o telefone, só colocou no bolso e ele ouviu tudo aquilo.

- Não. Nada bem. Quer saber? - Tive uma ideia para tira-lá de casa e talvez a animar um pouco. Na fossa, era que eu não deixaria minha amiga ficar. 

**

Dulce María:

Christopher ainda se vestia, depois que as meninas foram atrás de Belinda corri até meu quarto, eu iria me trancar ali e finalmente fazer minha dor ser notada. Bati a porta e ouvi os passos apressados de Uckermann atrás de mim. Procurei a chave do meu quarto no chaveiro. Droga! Era a que eu tinha quebrado no portão. Respirei fundo me acalmando, com certeza ele viria atrás de mim e eu não seria fraca ao ponto de desmoronar em sua frente. Tudo que eu sentia por ele naquele momento, era ódio, nojo. 

- Dulce, não é nada disso que.. - Ele abriu a porta do quarto, tentando se explicar. O interrompi.

- Saí daqui agora! Eu vi com meus próprios olhos Christopher, não sou idiota! Some da minha vista! Tudo que eu preciso agora é ficar quieta, nenhuma das suas frases feitas vão adiantar! - Eu gritei, finalmente extravassando toda a raiva que sentia. Agora eu ia dizer tudo que estava intalado. - Você dizia que não parava de pensar no beijo que tivemos naquela boate, se aproveitou de mim, me tratou como se eu fosse única e quando eu pensei que estava tudo bem, está transando com a sua ex-noiva no sofá da sala! Eu nunca mais nem sento ali. Eu tenho horror só em pensar em você ou tocar seu nome! Nada vai adiantar! Você está fazendo eu me sentir como lixo. Porque eu acreditei em você, pensei que talvez pudesse ser real. Mas é o que dizem da esperança, não é mesmo? Causa tristeza eterna. - Eu estava ofegante. Não estava sendo nada fácil dizer tudo aquilo naquele momento. 

- Porra Dulce, você não entende! A Belinda, eu sei que fica de quatro por mim quando eu quiser, ela está sempre pra mim, ela é louca por mim! Eu? Eu não sinto o mesmo. NUNCA senti. Porque eu sempre fui obcecado por uma maldita ruiva que sempre aparecia em meus sonhos, sonhos, literalmente! Eu não podia colocar a cabeça no travesseiro e fechar os olhos, porque ela sempre estava lá. - Ele gritou, seus olhos estavam com lágrimas, ele iria chorar? Eu nunca na minha vida, havia visto Christopher chorar. Lembrei daquela noite: 

"- Se eu disser que você é a garota dos meus sonhos, você acreditaria? - Ele mordeu o lábio afastando uma mecha de cabelo de meu rosto. Sua voz era meio rouca e seu toque era firme. O mesmo colocou uma mão em minha cintura, a apertando. 

- Bom, eu diria que isso é clichê, mas quem sabe? - Disse em um tom baixo, sorrindo logo em seguida." 

Ele continuou, me despertando de meus desvaneios.

- E então, um dia eu te vi de costas e era exatamente igual á garota. No fundo, eu sempre soube que era você, mas era tão mais fácil negar. Eu te vi crescer! Eu te conheço há mais de nove anos. Você era a minha irmãzinha mais nova, eu não podia aceitar que eu fantasiava com você. Eu não seria um monstro a esse ponto. Até que um amigo meu me convidou para uma festa em outra cidade. Ele mandou eu ir com o caralho de uma máscara, disse que iria ser muito boa e com certeza me ajudaria esquecer a qualquer fantasma, qualquer garota que estivesse em minha cabeça.. E eu fui. Mas lá eu vi a mesma maldita garota de cabelo vermelho. Ela estava de costas, então eu reconheci. Reconheci o cabelo, o corpo.. Eu estava hipnotizado. Eu fui falar com ela e eu vi aqueles olhos. Eu parecia uma maldita garotinha apaixonada, podia ter um ataque cardíaco a qualquer momento. E então nos beijamos. Tudo foi ótimo! Eu descobri que era você. Tudo mudou. - Ele pausou. - Aliás, eu sempre soube que era você, só tive a confirmação há um mês atrás. Eu não podia aceitar. Você era a Dulce. A pequena Dulce. Todos os nossos momentos, todos os nossos beijos, foram reais. Mas você é como uma irmã pra mim! A sua mãe fode com meu pai toda a noite! Eu vi você crescer, eu corri com você, eu te ajudei a fazer a lição de casa, eu te levei para o colégio, eu ri dos seus primeiros passos, eu te ensinei a andar de bicicleta. Eu sempre estive lá. - Ele estava ofegante e parecia que seu coração iria sair de seu peito o tempo todo. Eu me senti culpada com tudo aquilo. Ele despejou todas aquelas palavras e acusações pra cima de mim, era demais. Só me dei conta de o quanto aquilo me afetou, quando o primeiro soluço dolorido saiu do meu pescoço. Meus olhos já ardiam devido á enorme quantidade de lágrimas.

Eu só queria poder correr e chorar no ombro da minha mãe, da Annie, da Mai, do Poncho.. Quem quer que seja. Só queria poder gritar e tirar toda essa dor de dentro de mim. Me livrar de toda aquela melancolia, todas aquelas lágrimas, todas aquelas palavras doloridas. 

Nós nos encarávamos á mais ou menos, um metro de distância, tudo que ele disse, ainda não justificava o que havia feito com Belinda e nós podíamos tentar. Nós podíamos tentar fazer dar certo, podíamos fazer dar certo. Porque nós não temos o mesmo sangue, o mesmo DNA.. Mas parecia que ele não entendia. Eu não medi meus atos, só sabia que precisava daquilo aquele momento, então corri até ele e me pendurei em sua cintura, o puxando pelo pescoço. Foda-se.