Fanfic: Meu Meio Irmão REESCRITURA (Vondy) | Tema: RBD, Vondy, Rebelde

Acordei com movimentos na cama, demorei para abrir os olhos, mas a persiana estava meio aberta, deixando alguns raios de sol invadirem todo o meu rosto. Tentei me mover, mas senti um peso em minha cintura. Abri meus olhos completamente e olhei para trás assustada, lá estava ele. Sorri, mordendo o lábio, como se algo houvesse acontecido. Mas só aquele contato era importante para mim, só aquilo já me fazia vibrar. Tive pensamentos impuros, balancei a cabeça para afastá-los e da maneira mais imperceptível possível, tirei seu braço de lá e coloquei bem devagar junto ao seu corpo, me virando para ele. 

Era bom observá-lo dormindo, parecia que ele ficava ainda mais lindo.

Mais uma vez eu sendo otária. Ah, mas isso era normal. Ri com esses pensamentos.

- Está me velando? - Ele disse rindo, ainda sem abrir os olhos. Sua voz estava um pouco mais rouca que o normal. Eu soltei uma risada nervosa. Não havia resposta, então resolvi murmurar "Bom Dia!".

Estava pensando, eu não poderia deixar a pouquíssima intimidade que ainda existia entre nós dois desfalecer. Antes eu dormia direto com ele, ainda o enxergava como um irmão e as coisas poderiam ficar até mais fácies para mim, assim. Não, eu sei que eu nunca iria conseguir seduzir ele. Mas pelo menos, iria estar mais próxima. Em situações como essas por exemplo, sinto como se fossêmos completos estranhos. 

Não estranhos, mas era como se ele fosse apenas minha paixão e ponto. 

Depois de mais alguns segundos enrolando, me sentei me espreguiçando e levantando. Não sei de onde busquei forças para fazer o mesmo, já que todos os meus músculos, todo o meu ser, pedia para ficar ali. Saí do quarto do mesmo em direção ao banheiro, jogando bastante água no rosto, já despertando. Não ouvi barulho algum nem dos quartos e nem do andar de baixo. Estranhei e descendo as escadas chamando pela minha mãe e não obtendo nenhuma reposta. Dei de ombros, deviam estar sei lá.. No mercado! 

Fui em direção a geladeira e vi um bilhete lá, que quase passou despercebido á não ser pelo garracho de Víctor.

"Christopher.. Bom, Dul, é bem mais provável que você veja esse bilhete primeiro. - ri com essa parte. - eu e Blanca decidimos ir de manhãzinha, já que não teria trânsito e vocês estavam dormindo. Não conseguimos os acordar. Boas férias! Amamos vocês!"

Nossa, nem se despediram, nem um "tchau" ou "até mais", por mais seco que fosse. Que horror! Peguei uma garrafa de água e despejei enchendo meu copo até a boca, me sentando em um dos bancos no balcão que existia na cozinha. Com certeza minha mãe havia deixado algo congelado ou pelo menos as compras, ela nem era maluca. Sabia que eu odiava ir ao mercado e sabia cozinhar, muuuuuuuuuuito pouco, se é que o que eu faço é considerado cozinhar.

Comecei a olhar para o ponto fixo e viajar.. - lembrei o quanto minha mãe odiava que eu usava gírias e ri desse pensamento bobo. - Eu sempre tinha esses desvaneios repentinos e estranhos, mas era só eu despertando normalmente. 

Peguei minha roupa de banho e minha toalha, resolvi que seria bom tomar um banho na piscina. Poxa, o dia estava lindo, por quê não? Peguei meu celular e agradeci mais uma vez por Christian ter me dado aquelas capinhas carregadoras de presente, ela já havia me salvado diversas incontáveis vezes.

Dei um mergulho me sentindo renovada e depois comecei a boiar. Relaxando todo o meu corpo ainda meio tenso. Comecei a imaginar eu e Christopher, quando eu ainda tinha uns seis anos e tinha medo de me afogar, ele me ensinou a boiar. Seus braços seguravam meu pescoço e a parte de trás de meus joelhos. Eu era uma criança e ele também, tinha dez anos. Mas eu me senti tão segura. Só ele tinha aquela espécie de poder, de fazer eu sentir um turbilhão de coisas uma única vez. Respirei fundo sorrindo. 

Não sei como as pessoas pediam para eu expor esse sentimento. Com certeza ele se afastaria de mim e eu queria pelo menos continuar com a sua amizade, com aquela conexão, seja lá o que for que existe entre nós dois. 

Ouvi meu celular tocar e fui até a borda da piscina, atendendo e colocando no viva-a-voz. 

- María! - Disse um Christian animado do outro lado da linha.

- Oi amor! - Eu sorri imaginando o que estariam fazendo uma hora dessas, mesmo odiando que me chamassem de María, odiando mais que tudo. Naquele momento nem importava, eu estava tão calma, tão radiante e tudo isso porque dormi com Chris. E só dormi mesmo! 

Ele ficou em silêncio por um tempo, parecia analisar o que eu havia dito. Com certeza logo em seguida viriam um turbilhão de perguntas.

- Você anda descobrindo os prazeres da vida, Dul? - Eu senti que poderia ter uma síncope a qualquer momento ou até mesmo fazer xixi de tanto rir. Cheguei a arquear a cabeça para trás, tamanho era o meu divertimento diante aquela pergunta idiota. - Como assim você não me contou? Tudo bem bebê, não te julgo. Isso também aconteceu quando eu tinha quinze anos, mas óbvio foi com meu Ponchito. - Annie gritou do outro lado da linha. Revirei os olhos como se eles pudessem ver.

- Não aconteceu nada gente, será que vocês não podem apenas considerar a opção de eu estar feliz? Que tal? E eu sei dessa história de cor Annie! Você tirou minha pureza me contando isso. Eu tinha treze pra catorze. - Não conti a risada e eles também riam.

- A única responsável aqui fui eu! - Maite disse parecendo puxar o telefone da mão de alguém. - Eu sou a mais velha e sempre guio vocês pelo melhor caminho, mas Anahi foi avançando vários sinais. - Eu ri quando ela comparou. 

- Tá bom Mai, também já sei dessa história. Agora deixa de falar de sexo e vamos falar de assuntos importantes. - Suspirei. Ouvi um `é porque você ainda é virgem` de Christopher, mas ignorei. Ouvi gritos ao fundo. 

- Dul, Mai e Poncho passaram para a faculdade de Medicina que queriam fazer! Já temos motivo para beber hoje! - Mais um grito daquela loira louca. Me permiti ter mais uma crise de risos. Desconfiava seriamente que Anahi bebia. 

- Parabéns Ponchito, parabéns Mai! - Sorri como se eles pudessem ver. - Estou tão feliz por vocês! 

- Obrigada ardilla¹, sério mesmo. - Agradeceu Alfonso. 

- Imagina! - Mais uma vez sorri, mas dessa vez ouvi alguém me chamando. - Pera ai gente, acho que aconteceu algo, Christopher está me chamando, me mandem bastante vídeos e fotos depois, hein? Pois aposto que vão sair para algum lugar. Beijo, se cuidem!

- Beijo Dul! - Responderam em unissono. 

Christopher veio até mim com uma cara nada boa. 

- O que aconteceu? - Perguntei confusa e ele colocou um bilhete na borda da piscina para eu ler.

"Meninos desculpem, mas vocês precisaram ir ao mercado. Tem dinheiro dentro da caixa de cereal. Beijo" Não acreditei quando li aquilo. Eu odiava ir ao super-mercado, mas Christopher odiava mil vezes mais essa prática. Olhei para ele fazendo uma careta.

- E agora? - Perguntei.

- Vamos aquele inferno chamado mercado. - Ele respondeu óbvio. - Vamos, né? Você precisa ir, não vai me deixar naquele troço sozinho. 

Eu ri, ele estava mesmo irritado. Saí da piscina me enxugando e pedindo vinte minutos. Corri ao meu quarto e tomei um banho rápido, colocando um short jeans branco, uma blusa de um ombro só preta com algo em inglês também branco, chinelos, fiz uma maquiagem marcada nos olhos, um batom nude e o cabelo como um rabo de cavalo. Me olhei no espelho que havia no meu quarto e sorri. Perfeita.

Me perfumei e pontual como sempre Chris me gritou no pé da escada. Vinte minutos certinho. Coloquei meu celular no bolso e o encontrei na sala de estar. Ele estava com uma bermuda preta e uma blusa cor vinho, com um óculos escuros que se encaixava muito bem em seu rosto. Entramos no carro e ele me deu uma caneta e um pequeno caderno. 

- Pra quê isso? - Perguntei confusa.

- Vamos fazer uma lista para quando chegarmos lá só colocarmos no carrinho e irmos até o caixa. - Ele disse da maneira menos áspera possível quando paramos em um sinal. Assenti. - Tomara que não esteja cheio, o que é meio impossível, já que aquele lugar só vive cheio. 

Soltei uma risada irônica.

- As pessoas precisam comer, né? Melhor levar uma distração. Comprimi os lábios. 

- É, eu estou com meu cel.. - Ele começou mais não terminou a frase colocando a mão no bolso e não achando o celular. Deu uma olhada em todos os lugares onde costuma colocá-lo no carro e acabou se lembrando que havia deixado em cima da mesa da cozinha. 

- Que merda! - Ele deu um soco no volante e eu o olhei rindo.

¹: Apelido que Alfonso costuma chamar Dulce, tradução "Esquila". Apelido dado devido a sua voz fina. Me desculpem pela demora, fiquei sem internet e obrigada pelas dm`s sobre a fic suas lindaaaas!