Fanfic: First dandelion in the spring | Tema: Jogos Vorazes

É segunda-feira e acordamos cedo para pegar o trem rumo ao Distrito 8, nem tentei convencer Peeta a me deixar ir sozinha porque sei que seria em vão. Preciso ver um médico e admitindo ou não, me sinto mais segura com ele ao meu lado. Peeta até se encarregou de ligar para o hospital e marcar uma consulta para as 11h.

Até temos um pequeno hospital no 12, mas apenas um médico atende e a preferência é para casos de emergência. Para exames de rotina o melhor é sempre ir direto ao 8.
Embarcamos no trem as 7h da manhã e antes das 10h já estávamos desembarcando, as viagens sempre são bem rápidas e com isso nem precisaremos passar a noite fora, talvez cheguemos em casa na hora do jantar.

O Hospital Geral é a maior construção do distrito, um prédio alto com pelo menos 15 andares, equipado com tudo de mais moderno, os melhores médicos e enfermeiros para cada especialidade e centenas de quartos para internação. Eu nunca havia entrado aqui e não posso evitar a surpresa ao ver a magnitude do lugar.

Peeta e eu atravessamos o hall de entrada e eu digo à recepcionista que tenho uma consulta. Ela faz uma rápida pesquisa no computador a sua frente e logo em seguida me aponta um elevador e me manda subir até a Ginecologia, que fica no 3º andar.

Apontando para Peeta ela diz:

--Ele pode ir com você até lá em cima, mas não pode entrar no consultório, tudo bem?

Eu balanço a cabeça e seguro a mão de Peeta enquanto vamos em direção ao elevador. Ele deve ter percebido o receio em meus olhos, pois segura minha mão com firmeza por todo o caminho e não me solta mesmo depois de uma secretária que se apresenta como Suzanna me entregar um envelope com meu nome por fora e minha fecha médica dentro e dizer que podemos sentar numa das cadeiras e aguardar.

Na parede a nossa frente há um relógio e a cada minuto que passa me sinto mais ansiosa, só estive com médicos após as arenas e eles apenas examinaram ferimentos pelo meu corpo, este será diferente, vai me examinar como mulher e não posso evitar o desconforto. Se pelo menos Peeta pudesse estar comigo lá dentro...

Após 40 minutos de espera e mãos suando, vejo uma porta se abrir e uma mulher com pelo menos cinco anos a mais que eu e uma barriga aparentando uns quatro ou cinco meses de gravidez sair. Ao ver a mulher não posso evitar pensar que sou muito nova para estar grávida.
Meus pensamentos são interrompidos quando Suzanna anuncia que é minha vez e estende o braço em direção a porta.
Hesito por um segundo e quando vou me levantar Peeta aperta meus dedos e me puxa de volta.

Ele me abraça e sussurra em meu ouvido:

--Tudo vai ficar bem. O que quer que o médico diga não importa, nós estamos juntos. Eu vou te esperar bem aqui.

Levanto-me e caminho em direção ao consultório pensando que quando eu sair de lá minha vida poderá ter mudado completamente.

Meu médico é um homem de meia idade, tem a altura de Gale, olhos verdes que me lembram a Campina e cabelos pretos que aos poucos estão cedendo lugar para fios grisalhos.

--Bom dia, Katniss. Eu sou o Dr. Zachary Mills. 

Eu hesito enquanto olho a minha volta.

--Bom dia.

Ele se aproxima de mim e pousa uma das mãos em meu ombro. Seu toque é firme e gentil ao mesmo tempo e sinto uma confiança repentina.

--É a sua primeira vez aqui?

--É sim.

--Estou vendo que você está nervosa. –Apontando para uma cadeira ao lado- Então façamos assim, vamos nos sentar e conversar um pouco, tudo bem?

--Tudo bem.

Eu me dirijo a uma das cadeiras e ele se senta do outro lado de uma mesa, bem a minha frente.

O Dr. Zachary é muito gentil e paciente. Eu digo a ele que suspeito que esteja grávida e ele diz que há uma forma bem simples de comprovar isso através de um exame de sangue que fica pronto no dia seguinte ou uma ultrassonografia que pode ser feita agora mesmo.
Eu concordo e digo que quero fazer de uma vez, pois senti algumas dores muito fortes a alguns dias e quero saber se há algo de errado.

Preciso me trocar para fazer o exame e uma enfermeira é chamada para me ajudar. Entro no banheiro do consultório e começo a me despir, quando ouço uma batida na porta.
Deve ser a enfermeira e digo a ela que pode entrar.

Estou de costas para a porta, mas não posso deixar de perceber que alguém prende a respiração a me ver. Eu me viro rápido quando ela me chama pelo nome e então é minha vez de respirar fundo.

A enfermeira é minha mãe.

Por hoje é só

Logo logo tem mais. Por favor, não me matem pela demora. 

Xoxo