Fanfic: First dandelion in the spring | Tema: Jogos Vorazes
Meu corpo inteiro fica dormente, meus joelhos falham sob mim e eu desabo no chão. Não consigo raciocinar, não consigo saber onde estou só sei que não gosto do lugar e quero sair dali o mais rápido possível.
Usando a força de meus braços começo a me arrastar. Apesar de o lugar não estar bem iluminado aos poucos percebo que se parece um quarto. Não há mais nada ali além de uma cama de solteiro forrada com um lençol.
Aperto meus olhos e procuro uma saída, uma porta, uma janela, qualquer coisa que eu possa atravessar. Então vejo que no outro extremo do quarto, na parte onde a tênue luz não consegue alcançar há uma porta, é por lá que me libertarei.
Meu corpo todo treme minha cabeça gira em meio à névoa, me arrasto até a parede mais próxima e com um esforço descomunal me coloco de pé. Começo a caminhar a passos lentos e caio mais algumas vezes antes de finalmente alcançar a liberdade.
Quando abro a porta uma escuridão assustadora toma conta de minha visão, pisco os olhos algumas vezes e nada acontece, levanto minhas mãos a minha frente e continuo sem enxergar nada, então desisto e atravesso o caminho usando minhas mãos e as paredes como guia.
Acho que estou em um corredor, pois sinto paredes estreitas a minha volta. Meus pés tropeçam em um objeto e eu caio, então sinto minhas mãos ficarem úmidas no contato com o chão molhado. Logo em seguida uma luz branca muito forte se acende do teto, não consigo nem mesmo olhá-la diretamente sem sentir meus olhos queimarem.
Olho então pela primeira vez a minha volta e a visão é ainda mais aterradora do que a escuridão.
Estou realmente em um corredor enorme, com paredes brancas que refletem a luz. O líquido que molha minhas mãos e meu corpo é sangue, um sangue gelado e espesso que forma uma gigantesca poça. Mas por estranho que pareça o sangue não é o que mais me assusta, sim o reconhecimento repentino do que me fez tropeçar e cair.
Bem próximo a mim há uma criança, um bebê para ser mais exata, reparo que ele parece se mexer e deduzo que todo esse sangue não pode ser dele. Não sei quanto um bebê tem de sangue no corpo, mas se ele tivesse perdido tudo isso certamente estaria morto.
Meu coração se acelera e mesmo hesitante me aproximo da criança. Está de olhos fechados e as perninhas cruzadas uma sobre a outra. Sem ter muita certeza do que fazer estico uma de minhas mãos para tocar a dele e meu coração dá um pulo quando ele abre os olhos e se agarra em meus dedos.
Seus olhos são totalmente brancos e sem luz e ver isso faz com que me afaste o mais rápido que posso. Saio meio andando, meio me arrastando e só paro ao chegar à outra extremidade do corredor onde não há nada além de outra parede, a única porta no lugar é a que usei para entrar.
Lágrimas escorrem por minhas bochechas e um grito de pavor fica preso em minha garganta quando vejo o bebê se levantar e caminhar em minha direção, ele está nu e onde deveria haver apenas um órgão genital, há dois. Ele ou ela ou isto tem os dois sexos! E tem olhos brancos que me enxergam muito bem. E suas pernas caminham com uma determinação apavorante na minha direção. Não sei o que é isso, só sei que quero que pare.
Fecho meus olhos e me abaixo, ficando com a cabeça entre minhas pernas. Ouço as palavras “por favor, faça parar” e “por favor, me ajude”. Tapo meus ouvidos e sinto duas mãos em meus ombros me sacudindo com força e a voz dizendo, por favor.
Quero gritar, quero me libertar, mas não consigo, as mãos dele são muito fortes. Começo a me debater, me chocando contra a parede e caindo estatelada no chão.
Sinto uma dor me dilacerando de dentro para fora e me viro de lado ficando em posição fetal protegendo meu rosto com as mãos enquanto as lágrimas escorrem.
Quando um grito rouco sai da minha garganta abro os olhos, encaro minhas mãos e sinto um toque em meus ombros, em seguida percebo que as mãos que me seguram são de Peeta.
Seus olhos estão cheios de preocupação e medo. Meu corpo inteiro está gelado e tremendo e ele me abraça encostando o peito em minhas costas e transmitindo o calor de seu corpo para mim.
Peeta sussurra em meu ouvido que tudo vai ficar bem, que foi só um pesadelo, que não preciso ter medo porque ele está comigo.
Com a voz rouca e falhando devido ao esforço pronuncio as palavras mais amargas que já saíram da minha boca:
--Eu perdi nosso filho.
Ser mãe nunca esteve em nenhum dos meus planos simplesmente porque eu não tinha planos, meu futuro sempre foi incerto. Eu apenas sabia que não queria trazer mais alguém a esse mundo para sofrer o mesmo que eu. Mesmo com tudo o que aconteceu nos últimos anos, a confirmação de meus sentimentos por Peeta e a forma avassaladora com que nos conectamos, filhos nunca passaram pela minha cabeça.
Até o momento que soube que estava mesmo grávida e senti todo meu amor por Peeta se multiplicar infinitamente e se direcionar para aquele pequeno ser que eu carregava dentro de mim. Ali eu entendi que queria ser mãe.
Nem sei porque digo isso a Peeta que perdi o bebê, mas tenho tanta certeza desse fato que acho que é a coisa certa a fazer. Ele me acalma dizendo que não é verdade, que o médico disse que estávamos ambos bem e saudáveis e que eu estava com aproximadamente 3 semanas de gravidez. Mas eu tenho certeza, sei que tem algo errado. E no instante que sinto minhas pernas se encharcarem de sangue sei que meu filho está indubitavelmente morto dentro de mim.
Autor(a): mockingjeah
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 93
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mockingjeah Postado em 09/01/2016 - 10:40:35
Quem sabe no futuro saia alguma estoria nova, mas por enquanto não tenho planos. Obrigada por acompanharem. <3
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chaverronis2forever Postado em 21/12/2015 - 20:29:18
Ameeei a fic de verdade e simplesmente linda
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vondyjemilaliter Postado em 21/12/2015 - 19:49:11
how que coisa mais linda,eu amei sua web do começo ao fim,você escreve muito bem espero poder ver outras histórias suas,meu parabéns garota voce arrasou.
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chaverronis2forever Postado em 20/12/2015 - 17:09:10
Continua ai que fofo os dois que bom que voltaram que pena que já ta acabando
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mockingjeah Postado em 18/12/2015 - 23:20:11
Amanhã tem mais, amores *--* Ta quase no fim. :(
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vondyjemilaliter Postado em 18/12/2015 - 19:42:13
olha eu acho que o peeta precisa não só de prazer para reconquista-la, ele precisa conquistar a confiança dela também eita Haymitch cabeça dura,meu ele precisa reagir e lutar pela filha deles não é fácil mas ele tem que tentar de verdade,amei o capitulo sua web esta ótima posta mais!1
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chaverronis2forever Postado em 18/12/2015 - 18:14:02
Continuua espero que o Hamytch fique bem
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chaverronis2forever Postado em 17/12/2015 - 23:56:29
Continua Katniss devia acreditar no Peeta ele não pode ter uma amiga mulher
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chaverronis2forever Postado em 16/12/2015 - 11:10:41
Continua *-*
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vondyjemilaliter Postado em 16/12/2015 - 06:55:46
Eita poxa RS hehe peeta não vai ser tão fácil assim,depois do que rolou escutar isso não e fácil, mas será que ela falou pra valer parece que sim mas não sei não adorei posta mais