Fanfics Brasil - Chapter 48 First dandelion in the spring

Fanfic: First dandelion in the spring | Tema: Jogos Vorazes


Capítulo: Chapter 48

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Só percebo que dormimos no meio da floresta quando desperto no meio da madrugada. Peeta e eu ainda estamos enroscados um no outro e nossos cobertores pouco fazem para espantar o vento frio que passa por nós. Chamo por Peeta até que ele acorde e juntamos nossas coisas para voltar para casa.


Nossa folga acabou, em quatro dias deveremos estar na Capital para a festa de Ano Novo na mansão da Presidente Paylor.
Ainda não estou totalmente segura quanto a essa viagem, mas não acho que devemos recusar o convite, algo me diz que não é apenas uma viagem a passeio.


Quando estamos a meio caminho da cerca meus ouvidos captam algo estranho em meio ao completo silencio e eu paro de repente.


--Você ouviu isso? –Pergunto a Peeta.


Mas a expressão de confusão em seu rosto me diz que ele não faz idéia do que eu estou falando.
Volto alguns passos e paro em uma das árvores ocas que uso de esconderijo para meus arcos. Se o ruído que ouvi foi de um animal, é melhor que seja abatido de uma vez.
Penduro uma aljava de flechas no ombro e caminho lentamente para o lado, paralelamente a cerca.
Peeta me segue por alguns metros até que avisto a velha casa de concreto onde por várias vezes me encontrei com Gale. Ouço novamente o barulho. Parece o lamento de um animal de ferido. E se há um, deve haver outros.
Mesmo com toda a neve, Peeta é incapaz de andar sem fazer muito barulho, vejo que ele está tentando ao máximo ser silencioso, mas esse nunca foi seu ponto forte, nem quando tinha duas pernas.


Acabo fazendo com que ele fique para trás enquanto me aproximo da velha casa e faço a volta, mas não encontro nada, nenhum animal.
Quando estou voltando para onde Peeta está, ouço novamente o barulho, dessa vez em alto e bom som. E aparentemente ele também ouviu, pois se aproxima de mim com a expressão preocupada.


--Agora eu ouvi. Veio dali. –Ele aponta para a casa- Vamos.


A casa nada mais é do que um único cômodo que acredito que era usada pelos mineiros por muitos anos.  Apenas uma precária porta de madeira separa o exterior do interior.
Peeta força a maçaneta e sem muita dificuldade empurra a porta com um dos ombros.


Uma fogueira não muito sofisticada foi feita em um dos cantos e meus olhos não demoram a se acostumar com a tênue luz formada pelo fogo. Então demoro mais um segundo para ficar alerta quando ouço um gemido baixo e localizo um embrulho escuro na parede contrária a que a fogueira foi montada. Arco e flecha em posição estou pronta para atirar.
Mas antes que eu reaja Peeta já está a frente no meu campo de visão e indo em direção ao que quer que esteja ali.


--O que diabos você esta fazendo? Nem sabemos o que tem aí!


--Não é nenhum animal selvagem, Katniss. –Peeta me responde com calma.


Volto a flecha para a aljava e prendo o arco no ombro antes de me aproximar alguns passos.
Então Peeta fica de pé e finalmente vejo o que ele está vendo.


Duas crianças, dois bebês para ser mais exata. Não devem ter mais do que uma ou duas semanas de vida. Estão enrolados em cobertores, e mesmo com a pouca luz que temos já é possível ver seus rostos de pele escura e olhos pretos que dizem que não podem ser de ninguém nascido aqui no 12. Elas foram deixadas aqui, mas por quem?


--Quem será que os deixou aqui? –Peeta diz aparentemente lendo meus pensamentos- E nesse frio?


--Não faço a menor idéia. Pelo tamanho dessa fogueira eles não foram deixados a muito tempo, mas eu não vi ninguém andando por esses lados além de nós.


--Acho que devemos ficar por aqui mais um pouco, quem sabe o pai ou mãe não aparece?


--Tudo bem.


Peeta e eu nos sentamos encostados em uma parede. É incrível como ele leva jeito com os bebês, em poucos minutos ele os desenrola e descobrimos ser um menino e uma menina, verifica que não estão com as roupas sujas e em seguida os enrola novamente com uma habilidade única.
Quando o menino chora Peeta o pega nos braços e fica de pé andando alguns passos pelo pequeno cômodo até que ele adormeça novamente.
E assim as horas passam levando embora a escuridão da noite e tornando cada vez maior a duvida de que alguém apareça para buscá-los.


 --Peeta, já são quase 7h da manhã. Acha mesmo que os pais vão aparecer?


--Eu esperava que sim. Mas a cada minuto que passa duvido um pouco mais.


--O que faremos então?


--Não sei, mas não podemos deixá-los aqui.


Por fim decidimos levar os bebês até o hospital para termos certeza de que estão passando bem. Uma enfermeira os examina e diz que estão ambos bem de saúde, apenas estão um pouco a baixo do peso ideal, mas que não é nada com que devemos nos preocupar.
Como se estivéssemos seguindo um acordo silencioso acabamos não dizendo que encontramos as crianças no meio da floresta, algo me diz que isso ainda irá render conseqüências. Mas por enquanto aparentemente somos pais.


No caminho para casa ainda paramos em uma farmácia e saímos munidos de fraldas, leite, mamadeiras e chupetas.
Mesmo Peeta e eu sendo bastante conhecidos, ninguém parece se importar em nos ver atravessar as ruas cada um com uma criança de colo.


De volta em casa Peeta se apressa a usar nossa pia do banheiro para dar banho nos dois e me encarrega de preparar mamadeiras que a principio não faço idéia de como se faz, mas que com uma breve explicação acabo me virando bem.


O resto da semana passa como um borrão em frente a meus olhos, entre noites mal dormidas e mamadeiras quando dou por mim já é dia 29 e eu nem mesmo sei o que vou vestir na festa.


Por sorte Effie ainda está na casa de Haymitch e não hesito em pedir ajuda a ela para escolher um belo vestido.
E ainda acabo por saber que Johanna e Haymitch também receberam convites, aparentemente nossa presidente quer todos os tributos ainda vivos reunidos à volta dela. Resta saber o porque.


Nos organizamos o mais rápido que conseguimos e acabamos indo para o Distrito 8 por conta de nossas opções limitadas de escolha de loja aqui no 12. Eu fico encarregada de comprar um smoking para Peeta, Effie de comprar um terno para Haymitch e Johanna de comprar um para Gale que será o acompanhante dela.


Saber que vou estar cercada de todos os meus mais próximos amigos me deixa aliviada com essa viagem a Capital.


Quando descemos do trem a sensação que tenho é que toda a população de Panem veio para o Distrito 8 de uma só vez. As ruas estão apinhadas de gente andando por todos os lados. As lojas não estão menos lotadas. Essa visão me deixa apreensiva, porque temos que comprar tudo o que precisamos para em seguida voltar ao 12 e embarcarmos num aero deslizador a noite.


Por sorte Peeta e eu conversamos com Hazelle sobre as crianças. E ela apesar de nos repreender por não termos dito nada acabou por concordar em cuidar deles na nossa ausência.


Após andarmos por vários quarteirões acabamos entrando em uma loja que não está tão cheia.
Com a ajuda de Effie encontrar um smoking do tamanho de Peeta acabou se revelando uma tarefa fácil, e olhando para o conjunto já quase posso vê-lo dentro dele.


Effie também logo encontra um terno para Haymitch e se mostra bem satisfeita com a escolha. Nunca vi Haymitch de terno, mas deve ser algo no mínimo engraçado.


Johanna é que acaba tendo dificuldades para levar algo para Gale, primeiro porque não tem certeza do tamanho dele, segundo porque nenhum dos modelos a agrada.
Digo a ela para se basear no de Haymitch. Ele é um pouco mais alto do que Gale, mas é mais magro.
E assim, por fim, nossos respectivos namorados estão vestidos. Peeta com um smoking, Haymitch de terno e Gale com um fraque que tenho certeza que ele vai odiar, porque sei que assim como eu ele não gosta de usar mais pano do que o necessário.


O impasse começa de verdade quando pedimos a vendedora que traga vestidos para festa.
Effie experimenta pelo menos uns trinta, eu tiro e coloco uns vinte e Johanna mesmo sendo menos exigente, veste uns quinze e não gosta de nenhum.


--Não podemos ficar nisso o dia todo. –Digo de dentro de um provador- Temos que voltar para casa para viajarmos ainda hoje.


--Não podemos mesmo. –Johanna e Effie respondem juntas. Cada uma está em um provador a minha direita e a minha esquerda- Mas também não podemos chegar mal vestidas, temos que ser as mais lindas da noite. –Effie responde e localizo a voz dela vindo do provador a esquerda.


--Eu não agüento mais colocar e tirar vestidos. O próximo que eu pegar será ele mesmo que vou usar. –Johanna diz carrancuda.


--Eu também. –Respondo- Meus braços já estão doendo de tanto os levantar por cima da cabeça. –Digo tirando mais um vestido- É uma noite só, não é possível que seja tão difícil achar algo para vestir para uma única noite.


--Bom, fiquem a vontade para levarem o próximo que encontrarem. –Dessa vez é Effie quem fala- Mas eu, já encontrei o meu. E é ma-ra-vi-lho-so.


--Acho que entrei num universo paralelo onde Effie Trinket encontra o vestido perfeito antes de nós duas. –Johanna diz e eu começo a rir-


--Isso é um sinal para nos apressarmos.


A vendedora que descubro se chamar Myrelle e que não deve ter muito mais idade do que eu ou Johanna nos traz mais alguns vestidos.
Alguns minutos depois Johanna começa a gritar de dentro do provador dizendo que encontrou o dela.


--E só por isso precisava de todos esse gritos? Quase que me mata de susto.


--Isso se chama felicidade por finalmente acabar com essa saga de tira e veste. –Ela me responde- Eu tirei a roupa mais vezes na frente desse espelho do que na frente do meu namorado.


--Ta bem Johanna, nós já entendemos. –Digo sem conter o riso.


--Agora falta você Mockingjay. Vamos logo com isso.


--Já estou terminando.


--Mesmo? Qual você escolheu?


Johanna começa a abrir a porta do provador, mas eu a impeço e digo que só verão o que vou usar depois de amanhã. Na festa.
Finalmente deixamos Myrelle em paz, pagamos por tudo e saímos da loja.
Ela ainda se oferece para mandar entregar tudo em nossas casas, mas não teremos tempo e acabamos carregando cabides e sacos pretos pela rua.
Paramos em uma loja de sapatos e fico realmente impressionada como já ter o vestido escolhido torna a escolha do sapato tão simples e rápida. Eu saio carregando três caixas, dois para mim e um para Peeta. Johanna carrega um para ela e um para Gale e Effie como sempre exagerada comprou logo quatro para ela e dois para Haymitch.


Saímos da loja sapatos direto para dentro de um taxi e rumo à estação de trem.
Nossos planos incluíam parar para comer, mas o fim da tarde se aproxima e teremos que aguentar a fome até chegar em casa ou nos atrasaremos.


--Eu estou morrendo de fome. –Johanna resmunga mais uma vez.


--Ta dona reclamona. Já chega disso. –Digo- No trem você come alguma coisa pra alimentar essa solitária que mora dentro de você.


--Para o seu conhecimento, eu não como desde as 7h da manhã. –Ela estica o braço e me mostra o pulso com o relógio- Agora são 15h da tarde! Não como há 8 horas.


--Não briguem crianças. –Effie ri.


--Nem vem que a culpa é sua. –Johanna rebate- Poderíamos ter parado pra comer alguma coisa se alguém não tivesse comprado quase toda a loja. E nem sei pra que tantos pares de sapatos, a não ser que você seja uma centopéia não vai conseguir usá-los na festa.


As duas ficam debatendo por vários minutos sobre quem demorou mais para escolher vestidos ou sapatos e eu me mantenho calada.
O taxista para de repente e anuncia que chegamos. Eu suspiro aliviada. Finalmente podemos sair desse carro, porque já estava a ponto de abrir a janela, pular para fora e correr a pé até em casa.
Mas ainda temos às três horas de viagem de trem. O dia será longo.


Minha casa está em completo silencio quando atravesso a porta da cozinha. Nem vestígio de Peeta em nenhum lado. Então chego ao quarto e o encontro sem camisa deitado de costas na cama com a neném sobre a barriga e o menino ao lado. Todos três dormindo profundamente. A cena é digna de ser relembrada para sempre em um quadro. E não posso deixar de sorrir com o pensamento.


Me aproximo pelo lado da cama e passo a mão pelos cabelos de Peeta tirando alguns fios de sua testa e em seguida o beijo entre os olhos. Então ele se mexe de leve e percebo um par de olhos azuis me encarando.


--Faz tempo que chegou? –Ele diz com um sussurro.


--Não, acabei de chegar. Então te encontrei aqui.


--Deitei pra que ela se acalmasse e acabei dormindo também. Nem me dei conta.


--Teve muito trabalho com os dois?


--Nem tanto. Ele é bem tranquilo, só chora quando tem fome. Ela é mais difícil. Mas nada demais.


--O que nós faremos Peeta? –Digo séria e ele percebe logo de cara a que me refiro.


--Eu sei que não podemos ficar com os dois aqui para sempre. Mas vamos pelo esperar essa correria de viagem a Capital e tudo mais, depois nós vemos. –Ele diz com toda calma do mundo- Tudo bem?


--Ok. –Respondo com sinceridade- A que horas o aero deslizador vem nos buscar mesmo?


--Eu falei com a Paylor por telefone e ela disse que precisamos estar todos prontos as 23h e esperando na praça.


--23h? Por que tão tarde?


--Porque ela disse que esse é o único horário que o piloto tem disponível. E por um lado isso é ate bom, assim chegaremos lá por volta do meio-dia do dia 31. A festa está marcada para começar às 21h e não tem hora para acabar. Teremos tempo suficiente para nos arrumar, nos divertir e voltar sem precisar ficar por lá mais tempo do que o necessário.


--Ótimo. Era tudo o que eu queria. –Sorrio.


--E você? Como foi o dia? Conseguiu comprar tudo?


--Consegui sim. Aliás, você vai ficar ainda mais lindo no seu smoking. –Digo piscando e sorrindo.


--Ugh! Smoking? Sério que vou ter que usar um? -Peeta responde desgostoso com a idéia.


--Sim, qual o problema nisso?


--Nenhum. Mas é que eu me sinto um pinguim dentro daquele negócio.


--Comprei um que é a sua cara. E se ficar parecendo um pinguim, vai ser o pinguim mais lindo de toda a festa. –Dou um selinho nele e me levanto da cama.


Vou a cozinha em busca de algo para comer e sento no sofá da sala com uma bandeja cheia de sanduíches, frutas e cereais. Sou surpreendida quando passa na TV um comercial falando sobre a festa na mansão presidencial onde o narrador diz que contarão com a ilustre presença de todos os tributos vivos. O que no caso nem são tantos assim, já que apenas Annie, Beetee, Johanna, Haymitch, Peeta e eu restamos.
Tenho certeza como que me chamo Katniss Everdeen que esse comercial tem todos os dedos de Plutarch Havensbee. E a idéia da festa provavelmente deve ter partido dele. Esse exagero todo só poderia vir de alguém nascido na Capital.



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Autor(a): mockingjeah

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

  Hazelle já está em nossa casa e trouxe Rory, Posy e Vick com ela para que não ficassem sozinhos. Eu já agradeci inúmeras vezes por ela aceitar ficar com as crianças enquanto Peeta e eu viajamos. E Peeta já a está deixando louca com recomendações sobre mamadeiras e fraldas e banhos. --Katniss, av ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 93



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  • mockingjeah Postado em 09/01/2016 - 10:40:35

    Quem sabe no futuro saia alguma estoria nova, mas por enquanto não tenho planos. Obrigada por acompanharem. <3

  • chaverronis2forever Postado em 21/12/2015 - 20:29:18

    Ameeei a fic de verdade e simplesmente linda

  • vondyjemilaliter Postado em 21/12/2015 - 19:49:11

    how que coisa mais linda,eu amei sua web do começo ao fim,você escreve muito bem espero poder ver outras histórias suas,meu parabéns garota voce arrasou.

  • chaverronis2forever Postado em 20/12/2015 - 17:09:10

    Continua ai que fofo os dois que bom que voltaram que pena que já ta acabando

  • mockingjeah Postado em 18/12/2015 - 23:20:11

    Amanhã tem mais, amores *--* Ta quase no fim. :(

  • vondyjemilaliter Postado em 18/12/2015 - 19:42:13

    olha eu acho que o peeta precisa não só de prazer para reconquista-la, ele precisa conquistar a confiança dela também eita Haymitch cabeça dura,meu ele precisa reagir e lutar pela filha deles não é fácil mas ele tem que tentar de verdade,amei o capitulo sua web esta ótima posta mais!1

  • chaverronis2forever Postado em 18/12/2015 - 18:14:02

    Continuua espero que o Hamytch fique bem

  • chaverronis2forever Postado em 17/12/2015 - 23:56:29

    Continua Katniss devia acreditar no Peeta ele não pode ter uma amiga mulher

  • chaverronis2forever Postado em 16/12/2015 - 11:10:41

    Continua *-*

  • vondyjemilaliter Postado em 16/12/2015 - 06:55:46

    Eita poxa RS hehe peeta não vai ser tão fácil assim,depois do que rolou escutar isso não e fácil, mas será que ela falou pra valer parece que sim mas não sei não adorei posta mais


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