Fanfic: First dandelion in the spring | Tema: Jogos Vorazes
A última coisa de que tenho consciência é de ter embarcado no trem das 23h30 e vindo direito para o Distrito 8.
Não falei com ninguém e não disse nada a respeito dessa viagem. Só o que eu sei é que quando o dia amanheceu eu estava deitada na cama da minha mãe.
Não sei que horas são, mas o céu está cinzento e uma brisa leve e fria atravessa os cômodos da modesta casa onde minha mãe vive.
Um quarto com suíte, uma cama de casal e cômoda com espelho, sala com almofadas espalhadas pelo chão e uma TV grande e uma cozinha minúscula que mal cabem duas pessoas ao mesmo tempo, um lugar desse deixaria Peeta louco.
Peeta...
Os dois estavam discutindo aos berros e de repente a Johanna acertou a mão aberta em cheio no rosto dele.
Vi que ele ficou desnorteado pelo golpe inesperado, mas continuou a falar um pouco mais baixo.
Mas quando ele gritou de novo ela chutou a perna boa dele bem atrás do joelho e como a prótese não foi feita pra aguentar grandes impactos e o peso todo do corpo ao mesmo tempo ela se partiu e ele caiu de costas.
Foi quando Johanna pisou no peito dele e ameaçou acerta-lo com o que sobrou da barra de aço que um dia foi a perna dele.
Começo a me lembrar do que Haymitch me contou enquanto dava gargalhadas com as lembranças. Só ele mesmo pra conseguir rir de uma coisa dessas.
Saí correndo da casa de Haymitch quando consegui me acalmar o bastante. Mas quando fui, Peeta já não estava lá. Ele teve tempo de me olhar nos olhos e desviar para minha barriga antes de sair. Não me dirigiu a palavra.
Não vejo as horas passarem, quando dou por mim minha mãe está de volta em casa para o jantar. Eu só saí da cama para ir ao banheiro e voltei e passei o dia dormindo ou tentando lembrar detalhes do que aconteceu ontem, mas sem sucesso. Só fragmentos de memória se revelam e nenhum faz muito sentido.
Minha mãe trouxe o jantar de algum lugar e me obriga a engolir cada colherada da sopa super nutritiva e cheia de legumes que está numa tigela enorme na minha frente.
Tentei dizer que não sentia fome, mas ela fez que não ouviu e ameaçou me dar na boca se eu não comesse tudo é para o bem do meu neto que você está carregando, ela disse.
Acabo comendo até o ultimo legume e ainda raspo a tigela para deixa-la feliz. E me surpreendo quando começo a me sentir um pouco melhor.
--Sabia que seu problema era fome. –Minha mãe diz enquanto tira a bandeja do meu colo- Olha só, até suas bochechas estão coradas.
--Quanto exagero, até parece que eu não comia a meses.
--Comer muito e comer bem são coisas diferentes. –Ela sorri e vai saindo do quarto- É bom que você fique um pouco aqui comigo, vou deixar vocês dois bem saudáveis.
“Vocês dois” ela fala como se a criança já fizesse parte da contagem na família.
Demorei vários dias para convencer minha mãe a dividir a cama de casal comigo, ou eu dormiria no sofá, ou voltaria para casa. Não fazia o menor sentido ela dormir desconfortável só pra eu ter mais espaço. Com muita argumentação acabei saindo vitoriosa dessa briga. Mas me dei por vencida na batalha para comer diariamente legumes que nunca nem sequer ouvi falar.
Certa noite acordo no meio da madrugada com o corpo todo molhado de suor e mesmo assim sentindo frio.
Vou ao banheiro tiro a roupa e ligo o chuveiro na temperatura mais quente possível e deixo os jatos escorrerem pelas minhas costas.
Ajusto a temperatura para morno e me ajoelho sob a água enquanto massageio minha barriga de seis meses e sinto minha filha se mexer contra minhas mãos.
Aos poucos fui me acostumando com a sensação de ter alguém rolando de um lado para outro na minha barriga dia e noite e quanto aceitei que passaria nove meses disso, meus peitos começaram a produzir leite e ficarem cada vez maiores.
Não tenho mais uma posição minimamente confortável para dormir, na realidade, dormir virou quase um luxo já que não posso deitar de bruços por motivos óbvios, não posso deitar de lado porque sinto dores e não posso deitar de costas porque sinto falta de ar agora que a barriga mal me deixa enxergar meus pés.
Ah meus pés. A última vez que os vi estavam parecendo duas bolas com dedinhos minúsculos pendurados nelas.
Minha mãe vive dizendo que isso é tudo normal, inclusive justificou meu mau humor constante como excesso de hormônios e diz que quando eu der a luz tudo voltará ao normal.
Se ela soubesse a vontade que eu tenho de bater nela cada vez que ela diz que tudo vai voltar ao normal.
Ela tem sorte por ser minha mãe e por ter me ensinado que bater na mãe é um tipo de pecado.
Gale e Johanna telefonaram algumas vezes para saber como eu estava, mas falaram apenas o necessário e desconversaram quando perguntei sobre Peeta.
Ele ainda deve estar saindo com todas as mulheres do distrito pra variar.
Contei a minha mãe boa parte do que aconteceu desde a virada do ano na Capital, até a suspeita de que a menina não seja filha de Peeta. Acabei omitindo os detalhes do que aconteceu com Mark porque não quero mais ter que contar essa história pra ninguém.
Ela me disse que eu poderia fazer um exame de paternidade antes de o bebê nascer, ou se preferisse poderia esperar. Mas de qualquer forma precisaria de amostras de sangue de pelo menos um dos dois para comparar.
Com oito meses e meio, quase 10 quilos a mais, me movimentando cada vez menos e com mais dificuldade recebo a visita de Johanna.
Ela me surpreende entrando no quarto enquanto caminho a passos de tartaruga até o banheiro quem diria que nosso Mockingjay seria vencido por uma barriguinha de nada, ela zomba.
--Barriguinha de nada porque não é você quem está carregando. –Respondo tentando fazer cara de indignada, mas não sou muito convincente.
--Nessa velocidade seria mais fácil você começar a usar fraldas. Até chegar ao banheiro já fez na roupa. –Ela se aproxima e me estende um braço- Vem, deixa eu te ajudar.
--Muito obrigada. –Digo me apoiando em seu ombro- Quem diria que você me ajudaria a ir ao banheiro primeiro e não o contrário.
--Isso pode ter algo a ver com o fato de que eu tenho muito mais juízo e muito mais camisinhas no meu estoque em casa.
Johanna começa a rir e eu não me contenho, por sorte já estou no banheiro, ou a tragédia estaria feita. Ela fica postada em frente a porta me olhando, nem me dou ao trabalho de dizer nada porque certamente ela viria com alguma gracinha sobre não estar nem aí para minhas gorduras de grávida expostas ou qualquer coisa do tipo, então só ignoro.
Volto a ficar meio sentada, meio deitada, meio de lado, meio de costas na cama com travesseiros por todos os lados e quando termino de me ajeitar a dona do par de olhos que me observam curiosos se senta próxima a meus pés.
--Tudo bem aí? –Johanna pergunta.
--Fora eu estar com três vezes o meu tamanho, meu pés estarem parecendo patas de elefante e eu ter que ir ao banheiro a cada 20 minutos? –Digo olhando para mim mesma- Tudo ótimo.
--Seu humor está uma maravilha, isso é bom. –Ela sorri, mas está longe de ser um dos sorrisos que estou acostumada a ver.
--Qual é o problema?
Com certa relutância Johanna me conta que Haymitch e Gale se uniram pra fazer Peeta entender as coisas de forma racional.
Eu até poderia ter me candidatado a missão também, mas eu ia acabar me irritando e batendo nele outra vez e há poucos dias ele conseguiu uma prótese nova então deixei por conta dos homens, foi o que ela me disse.
--E como eles saíram nessa intervenção contra o Peeta? –Pergunto- Porque aquele lá é mais teimoso que uma porta.
--Hum. Depende de como você vai encarar a situação.
Quando Johanna evita me olhar nos olhos e não dá respostas diretas sei que algo aconteceu.
--Desembucha Johanna!
--A intervenção deu tão certo que ele ficou convencido de que você não o traiu pelo menos não no sentido sexual da palavra então ele ficou fulo da vida e decidiu que iria atrás do tal Mark pra tirar satisfações agora não só o Peeta como o Gale estão viajando pra Capital isso é se já não tiverem chegado lá considerando que eles saíram bem cedo.
Ela fala muito rápido e me deixa tonta, eu preciso de algum tempo para organizar tudo o que ela disse, mas quando faço isso o impacto das palavras me atinge em cheio com o choque da realidade do que pode acontecer.
--ELES VÃO MATÁ-LO!
Autor(a): mockingjeah
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 93
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mockingjeah Postado em 09/01/2016 - 10:40:35
Quem sabe no futuro saia alguma estoria nova, mas por enquanto não tenho planos. Obrigada por acompanharem. <3
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chaverronis2forever Postado em 21/12/2015 - 20:29:18
Ameeei a fic de verdade e simplesmente linda
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vondyjemilaliter Postado em 21/12/2015 - 19:49:11
how que coisa mais linda,eu amei sua web do começo ao fim,você escreve muito bem espero poder ver outras histórias suas,meu parabéns garota voce arrasou.
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chaverronis2forever Postado em 20/12/2015 - 17:09:10
Continua ai que fofo os dois que bom que voltaram que pena que já ta acabando
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mockingjeah Postado em 18/12/2015 - 23:20:11
Amanhã tem mais, amores *--* Ta quase no fim. :(
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vondyjemilaliter Postado em 18/12/2015 - 19:42:13
olha eu acho que o peeta precisa não só de prazer para reconquista-la, ele precisa conquistar a confiança dela também eita Haymitch cabeça dura,meu ele precisa reagir e lutar pela filha deles não é fácil mas ele tem que tentar de verdade,amei o capitulo sua web esta ótima posta mais!1
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chaverronis2forever Postado em 18/12/2015 - 18:14:02
Continuua espero que o Hamytch fique bem
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chaverronis2forever Postado em 17/12/2015 - 23:56:29
Continua Katniss devia acreditar no Peeta ele não pode ter uma amiga mulher
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chaverronis2forever Postado em 16/12/2015 - 11:10:41
Continua *-*
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vondyjemilaliter Postado em 16/12/2015 - 06:55:46
Eita poxa RS hehe peeta não vai ser tão fácil assim,depois do que rolou escutar isso não e fácil, mas será que ela falou pra valer parece que sim mas não sei não adorei posta mais