Fanfic: First dandelion in the spring | Tema: Jogos Vorazes

Decidimos que ficaremos na casa de Peeta na Vila dos Vitoriosos ao lado da casa de Haymitch e que é ao lado da minha casa que não está sendo utilizada.

Se fosse só por Willow poderíamos ficar na minha casa da Costura, mas os gêmeos precisam de um quarto pra eles também, então assim resolvemos.
E de qualquer maneira eu irei com frequência até minha casa, afinal ela fica no caminho para a Campina e a floresta, que é uma das coisas que mais sinto falta de estar em casa, caçar.

Não quis prolongar muito mais minha estadia na casa de minha mãe e preferi evitar despedidas, além do mais tenho certeza que ela sabia das intenções de Peeta quando o chamou para a noite do jantar. Era só questão de tempo até que eu aceitasse voltar para casa com ele.

Liguei para o hospital e contei a ela em breves palavras a minha decisão. Ela só me desejou boa viagem e disse que assim que pudesse iria nos ver.

Agora, dentro do primeiro trem do dia, a meio caminho de casa, não sei o que esperar da minha nova vida.

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Deixei a para trás a maior parte das coisas que levei para a casa da minha mãe, e muitos presentes de Willow também foram deixados. Tenho tudo em casa e se algo faltar não há problema em comprar novamente. Isso é algo que eu chamo de "Benefício de Vitoriosa". Se não pude evitar o que isso me trouxe de ruim, também não vou lutar contra o que me traz de bom.

Parece que saí do Distrito 12 ainda ontem. Acho inacreditável como tudo aqui permanece imutável e familiar.

O trem nos deixa praticamente dentro da Vila dos Vitoriosos, então mesmo com três crianças nem precisamos nos dar ao trabalho de chamar um táxi.

Estive poucas vezes na casa de Peeta, mas ao entrar tudo ali me soa familiar. Tanto porque todas as outras onze casas, incluindo a minha própria são exatamente iguais, quanto porque tudo ali dentro tem algo que remete a ele. Tudo tem o seu toque único que eu reconheceria em qualquer lugar.

--Como você ja conhece a casa, vou te mostrar apenas o quarto onde vocês duas vão dormir, presumindo que dormirão juntas. -Peeta diz logo que chegamos.

--Certamente que dormiremos juntas.

--Então venha comigo.

A casa tem quatro quartos, dois um pouco menores no primeiro e dois no segundo andar.
Peeta me guia escada a cima e para entre duas portas que ficam exatamente de frente uma para a outra.

--Faça as honras. -Peeta diz apontando para a porta do lado direito.

Segurando Willow com apenas um dos braços, giro a maçaneta e empurro a porta com força.

No primeiro vislumbre do interior meu coração dá um salto, mas não posso dizer que estou exatamente surpresa com o que vejo.

Todo o cômodo foi modificado pensando em mim e Willow, as paredes pintadas em verde água bem claro e o teto lilás seriam as últimas cores que eu pensaria em utilizar juntas, mas a combinação se revela bem acertada e diferente do convencional. Adesivos de flores e borboletas preenchem toda uma parede numa mistura multicolorida e uma faixa de papel de parede branco com estrelas que segundo Peeta brilham no escuro, passa por todo o cômodo fazendo uma volta.

Uma cama box grande que faz conjunto com um berço que tem rodinhas para ser arrastado com facilidade e que a grades laterais são móveis para quando eu colocá-lo perto da cama, um guarda-roupas grande que caberá tanto as minhas coisas quanto as dela facilmente, uma penteadeira com espelho, mesinhas de cabeceira e outros objetos menores são os moveis que ocupam o quarto.

Mas o que mais me chama a atenção, e isso sim me pega de surpresa é o quadro que foi colocado acima da cabeceira da cama.

--Quando foi que você fez isso? -Digo olhando para o desenho maravilhada.

--Logo depois de ir te ver no hospital e você me mandar embora. -Peeta responde parado ao meu lado.

--Mas você não viu isso, como conseguiu criar o desenho? -Olho para ele.

--Eu já conheço bem todos os seus traços e consegui olhar para ela mesmo que de longe. -Ele responde como se estivesse falando da tarefa mais simples do mundo- Aí imaginei que estava vendo vocês na minha frente e desenhei. Quando fiquei satisfeito repeti o resultado na tela maior. -Completa.

O desenho mostra Willow em meus braços, com os olhos acinzentados bem abertos e me olhando enquanto mama e apoia uma das mãozinhas em meu peito. Sua bochecha rosada está maior por conta de estar com a boca cheia.

Eu com uma mão segurando o seio entre os dedos, e a outra atravessada em suas costas a olho de volta sorrindo.
Nossos olhos e cabelos tem exatamente a mesma cor, seus fios mais curtos caem sobre a orelha e a testa e os meus estão devidamente trançados e caindo sobre meu ombro.

O desenho é perfeito e nem uma fotografia seria capaz de captar tantos detalhes.

--É maravilhoso. -Sorrio- Parabéns por isso.

--Fazer isso acabou sendo quase uma terapia. Eu já penso em você todos os minutos do meu dia. Imagina-la a minha frente enquanto alimenta nossa filha me deixava mais calmo. -Ele diz olhando em meus olhos, mas mesmo que não estivesse eu saberia que ele estava sendo sincero- Quando terminei a tela grande é que decidi ir atrás de você novamente e chama-la para voltar para casa.

--Eu nunca seria capaz de reproduzir algo assim, mesmo com modelos ao vivo. -Digo com um sorriso brincando em meus lábios- E não pense que eu não sei que você e minha mãe estavam juntos nessa emboscada pra cima de mim. -Minha voz sai um pouco mais séria.

--Você tem outros talentos. -É só o que ele diz.

--Quando foi que ela te disse para ir até lá? -Insisto no assunto porque quero respostas.

--Ela me ligou algumas vezes para saber como estava tudo e me dar notícias suas. -Peeta diz com um suspiro- Então um dia, há uma semana atrás, talvez menos, ela me disse que eu deveria ir para o jantar que ela estaria dando, porque então você não se recusaria a uma conversa. Então eu fui.

--Levar as crianças estava nos seus planos ou você decidiu que deveria leva-los para me amolecer? -Continuo séria, mas não brava.

--Estava sim, eu não sabia quantos dias ficaria por lá e não queria deixá-los sob a responsabilidade de ninguém. -Ele diz- E sim, eu esperava que fosse ser mais fácil quando você os visse. -Um sorriso aparece e desaparece.

Fico pensativa por alguns minutos, deito Willow no berço, passo as mãos pelos adesivos na parede e me aproximo do desenho.

Quando olho para o rodapé da tela descubro ali a assinatura de Peeta e algo mais escrito na cor dourada. Aproximo os olhos e leio melhor mãe do mundo e não contenho a risada.

--Obrigada pelo elogio. -Olho para Peeta- Mas estou longe disso, acredite.

--Para ela certamente você é a melhor mãe do mundo. -Ele rebate.

O dia passa na mais perfeita calma, só minha mãe sabe que estamos de volta então não vemos ninguém.
Temos um acordo silencioso para deixar esse primeiro dia para nós dois e as crianças apenas.
Amanhã será um novo dia e vamos decidir como lidaremos com as novas condições.

Por enquanto é isso, pessoal.

Preciso dizer que dessa vez devo demorar alguns dias a mais pra postar novos capítulos, porque como todos sabem essa semana estreia Mockingjay - Part 2 nos cinemas e não tenho condições emocionais para pensar em nada mais.

Não me odeiem, eu prometo que volto o quanto antes -se eu não tiver um ataque cardiaco dentro da sala de cinema, claro-.

Espero que tenha gostado dos capítulos.

Comentem bastante e vão pro cinema o maximo de vezes possivel.

GoodBye