Fanfic: First dandelion in the spring | Tema: Jogos Vorazes

De manhã quando estou trocando a fralda de Willow ouço passos de pequenos pés no corredor e batidas na porta do quarto que claramente são de pequenas mãos.
Me aproximo e giro a maçaneta para ver Joshua parado do outro lado, me olhando.

--Oi, lindo. –Digo sorrindo e o levantando nos braços.

Ele até diz algumas palavras que não entendo enquanto aponta uma das mãos para fora e quando entendo a palavra papai já sei o que ele veio dizer.

--O papai está esperando por nós? –Pergunto e ele sorri, o que eu entendo como um sim.

Coloco-o sentado na cama enquanto termino de vestir Willow e desço com ela no colo e segurando ele pela mão, mas na verdade, Joshua é quem me guia até a cozinha.

Quando chegamos vejo Peeta, com Rue sentada em uma cadeira alta tomando uma mamadeira com algo que considerando a expressão de felicidade da menina deve estar muito bom.
Uma outra cadeira alta vazia que obviamente está esperando por Joshua.
E em volta da mesa estão Haymitch, Effie, Johanna, Gale e Vick, que é o irmão mais novo de Gale que tem agora 5 anos de idade e se parece muito com Peeta.

Quando me vê, Johanna se levanta correndo e vem em minha direção, mas ignora minha existência e só enxerga Willow.

--A titia estava morrendo de saudades de você! –Ela diz com a voz amorosa- Quase fui até lá pra te sequestrar, sabia? –Ela abraça Willow protetoramente e volta a se sentar.

--Olá, lindinha. –Haymitch começa- Pensei que não fosse descer nunca, estamos morrendo de fome.

--Eu estava descansando. –Me aproximo da mesa e puxo uma cadeira.

--Descansando é? A noite foi tão cansativa assim? –Ele faz levanta as sobrancelhas e ri.

--Haymitch! –Effie quase grita e percebo que seu sotaque característico e afetado da Capital aparece bem menos agora- Desculpem o meu noivo, gente. Ele tem um humor bem peculiar pela manhã. –Ela diz.

--Espera! Noivo? –Johanna e eu dizemos juntas e em uníssono.

--Ela me obrigou a fazer isso, eu não queria. –Haymitch diz as gargalhadas e Effie o acerta com um tapa no braço, que ele finge doer.

--Mas, sim. Estamos noivos e nos casaremos em breve. –Effie diz com um sorriso e Haymitch a segura pela mão sobre a mesa- Eu até tenho um anel, vejam só –No dedo anelar esquerdo podemos ver claramente um anel com uma delicada pedra rosa em cima.

--Parabéns, aos dois. –Digo.

--Principalmente pro Haymitch que conseguiu desencalhar finalmente. –Johanna completa e todos riem.

--Agora podemos comer? –Haymitch diz outra vez.

A primeira refeição que faço com todos os meus amigos e em casa transcorre na mais perfeita harmonia e é até divertida porque Haymitch e Johanna se tornaram ainda mais implicantes um com o outro e sempre tem alguma alfinetada.
Peeta parece mais satisfeito do que nunca por poder cozinhar para mais de três pessoas.
Gale, meu melhor amigo parece feliz como nunca o vi antes.
E a única outra pessoa que Johanna deixa tocar em Willow, além dela mesma, é o pequeno Vick, que não desgruda dela nem por um segundo.

--Quem diria que Johanna Mason seria tão boa tia. –Digo rindo- E pior ainda, quem diria que as crianças gostariam tanto de você.

--Eu sempre fui muito boa com crianças. –Ela responde com ares de abuso- Todas me amam.

--Você e Gale já podem começar a planejar alguns pro futuro. –Effie diz- Imagina só como seriam lindos se vierem parecidos com ele?

--Acho que alguém precisa ter a fralda trocada. –Johanna diz olhando apenas para Willow- Podem continuar aí que eu mesma faço isso. –Ela se levanta o mais rápido que pode e vai para o segundo andar com Vick em seu encalço.

Fico com a sensação insistente de que algo não está bem, mas não acho que seja o momento de questionar, então deixo para outra hora.

Haymitch e Effie se vão algum tempo depois levando alguns pães frescos que Peeta oferece a eles.
O gêmeos brincam no jardim dos fundos, onde é tudo cercado e limpo, então não há preocupações.
Quando Gale diz que já está indo eu o interrompo.

--Espera um segundo. –Digo ficando de pé- Vou aproveitar que os dois estão aqui ao mesmo tempo. –Peeta continua a tirar a mesa mas me observa.

--Qual é o problema? –Gale pergunta. Mas pelo jeito que me olha ele já sabe o que quero saber.

--Eu é que pergunto, qual é o problema de vocês dois? –Começo com a voz séria- Chegou aos meus ouvidos que os dois estavam indo para a Capital para encontrar o sobrinho da Presidente.

--Mas isso não aconteceu. –Peeta diz, calmo.

--Não, mas eu não acredito nem por um segundo que vocês desistiram na última hora. Quero saber o que houve! –Bato com a palma da mão no tampo da mesa de madeira.

--Foi exatamente o que aconteceu. –Gale fala- Desistimos na última hora.

--Pois os dois não saem daqui enquanto não me contarem toda a história. –Puxo uma cadeira e volto a me sentar.

--Eu estava decidido a ir atrás dele desde que soube do que ele te fez. –Gale começa- Então depois que você foi embora contei isso ao Peeta e de alguma forma quando nos demos conta estávamos planejando ir juntos até a Capital para caçá-lo.

--Continuem. –Digo séria e impassível.

--Foi quando Johanna ouviu uma das nossas conversas e soube do que planejávamos, porque até então eu tinha dito a ela que eu ia até lá somente para falar com a Paylor.

--E ela saiu daqui na manhã seguinte dizendo que estava indo atrás de você para contar tudo. –Peeta diz- E foi o que ela fez. Mas não sem antes dizer a nós dois que devíamos estar cientes de que se fossemos a Capital nunca mais teríamos perdão de nenhuma de vocês duas.

--Espera, espera, espera. –Digo enquanto tento entender o que ouvi- Vocês desistiram desse plano maluco de vingança por uma coisa que a Johanna disse?

--Não, nós desistimos porque se pra ter vingança precisaríamos perder as duas no processo, nós é que estaríamos perdendo tudo, não ele. –Peeta finaliza e me dá as costas indo em direção a pia.

--Eu ainda o odeio e não sei o que faria se o visse na minha frente. –Gale diz ressentido- Mas pela minha melhor amiga e pela mulher que eu amo, eu engoli esse ódio e vou viver com ele.

--Sábias palavras. –Johanna diz atravessando a porta de repente.

--Eu tinha outra pergunta para o Gale, mas o que acabou de acontecer aqui meio que já me respondeu.

--O que você quer dizer? –Gale diz confuso.

--Esses meses todos eu imaginei o que poderia ter levado você a me trair e contar a Johanna sobre aconteceu com o Mark. –Olho para os dois alternadamente.

--Que? Eu não...

--Eu sei que não. –Corto antes que ele diga mais alguma coisa.

--Sim, eu ouvi uma conversa de vocês um dia. –Johanna diz com naturalidade- Eu sabia que tinha algo errado, mas não haveria jeito de ouvir da boca dele, porque o Gale prefere morrer a te trair. –Ela revira os olhos- Então sempre que vocês estavam juntos eu dava um jeito de chegar de mansinho pra tentar descobrir alguma coisa. E consegui. –Um meio sorriso aparece e desaparece.