Fanfic: First dandelion in the spring | Tema: Jogos Vorazes
Johanna veio para casa comigo, me ajudou a arrumar rapidamente o quarto, cuidou de Willow enquanto eu tomava banho e em seguida se foi, dizendo que voltaria no dia seguinte.
Mas ela voltou logo depois da hora do jantar com uma grande tigela de cozido de legumes e hortaliças, que segundo ela foi mandado por Hazelle.
Parece que quanto mais eu tento evita-la, mais ela quer estar presente.
--Não era realmente necessário você atravessar o distrito no meio da noite pra me trazer comida. –Disse quando ela entrou em casa.
--Não tem problema. –Ela balançou os ombros como uma criança- E além do mais nem é perigoso, eu sou a criatura mais assustadora que ronda essas ruas. –Ela respondeu com um sorriso sarcástico.
--É claro que é. –Não me contive em revirar os olhos e sorrir.
Com toda a confusão que me envolvi desde os primeiros minutos do dia acabei nem me dando conta de que não havia comido quase nada.
Só quando despejei um pouco do cozido em um prato e senti o cheiro maravilhoso de tempero é que dei ouvidos ao meu estômago que reclamava.
Johanna passou apenas alguns minutos com Willow e se foi, a deixando dormindo no meio da cama. Mas antes de ir ainda teve tempo de me dizer “você está estranha e eu vou descobrir o que é, cedo ou tarde”, eu só tive tempo de bater a porta antes de minhas bochechas ficarem vermelhas, me traindo.
E mesmo estando física e emocionalmente exausta me deitei ao lado da minha filha e não consegui ter uma boa noite de sono. A casa tão vazia e silenciosa trouxe de volta todas as velhas e as novas lembranças, mas dessa vez não haviam braços em volta de mim pra espanta-las.
Cansada de tentar dormir e não conseguir pulei da cama junto com os primeiros e tímidos raios de sol, e depois de me vestir e trocar Willow saí para comprar algumas coisas de que precisava.
Pela primeira vez o carrinho de bebê com ursinhos desenhados ganhou uma utilidade fora de casa.
Entrei em praticamente todos os mercados e feiras do 12 e acabei com uma boa seleção de frutas e outros alimentos para poder começar a dar comida de verdade para ela.
Na volta, empurrando o carrinho e carregando sacolas dei de cara com Peeta parado a minha porta. Braços cruzados na frente do peito, cabeça baixa, costas apoiadas na parede ao lado da entrada.
Quando me notou, olhou direto para mim.
--O que você quer aqui? –Pergunto sem tentar parecer hostil ou ciumenta, mas sendo traída pelo meu tom de voz.
--Você disse que eu poderia vir ver a nossa filha quando quisesse. –Ele descruza os braços.
--Eu saí ontem da sua casa. –Começo a procurar pelas chaves no cesto que há em baixo do carrinho- Encontre uma desculpa melhor.
--Por que é tão difícil acreditar que eu só estou aqui para ver a minha filha, Katniss?
--Porque com você tudo deve... –Começo a responder- Mas que droga! Onde foi que eu coloquei essas malditas... –Por fim encontro o molho de chaves entre várias outras coisas- Achei! –Volto a ficar de pé e Peeta ainda me encara.
--Você dizia? –Ele pergunta.
--Não acredito que sua única intenção é vê-la porque aprendi, talvez um pouco tarde demais, que com você tudo sempre vem com segundas intenções e por isso sempre devo desconfiar.
Abrir uma simples porta não deveria ser uma coisa tão difícil, mas carregando sacolas e as mãos tremendo descubro que a tarefa se torna quase impossível.
Na terceira tentativa de enfiar a chave na fechadura deixo tudo cair no chão e preciso me conter para não socar a porta com raiva.
E ver Peeta prontamente se oferecendo para me ajudar não ajuda muito com meu humor.
--Seja sincera, você ficaria bem se ficasse longe da sua filha por um dia que fosse? –Peeta pergunta enquanto se abaixa pescando as chaves aos meus pés.
--Não, não ficaria. –Respondo entredentes- Mas tem uma grande diferença. –Ele gira a chave e a porta enfim se abre- Eu a carreguei por 9 meses, eu sou a mãe. –Entro em casa empurrando o carrinho e deixo as compras no chão- Você por outro lado só conviveu com ela por pouco tempo, e devo te lembrar que ainda nem tem certeza se ela é sua.
Eu havia prometido a mim mesma que pararia de dizer a Peeta que ele não sabe se Willow é filha dele, porque percebi que o deixa magoado. Mas no momento quero mesmo que ele se sinta mal, por isso não hesito em ser má.
--Ela é minha e ponto final. –Ele a tira do carrinho e encosta a cabeça dela contra seu peito, depositando um rápido beijo na testa.
--Você podia ter feito um filho em uma ou duas das mulheres com quem esteve nos últimos dias. –Insisto em sair por cima- Assim pelo menos nos deixaria em paz aqui. –Carrego as sacolas para a cozinha, dando as costas para ele.
--Eu não vou começar uma discussão com você, Katniss. –Ouço sem olhar para trás- Eu estive com outras mulheres, sim. Mas nós não estávamos juntos, então eu não traí você nem uma vez sequer. –Peeta me segue até a cozinha- As três que você viu...
--Três que eu vi, não é? –Interrompo enquanto guardo algumas coisas na geladeira- Quem sabe quantas mais estiveram lá e foram embora antes que eu chegasse. Uma até tem a chave da sua porta. Deve ter sido bem sério com ela. –O sarcasmo na minha voz atinge níveis assustadores até mesmo para mim.
--Chega! Eu não devo satisfações a você. Não te traí e elas são minhas amigas agora, a minha vida continuou quando você estava longe e eu não posso para-la agora porque você voltou. Acredite no que bem entender, eu desisto.
--A sua vida continuou porque você tinha uma vida pra continuar. –Fecho a porta da geladeira com mais força do que o necessário- Ao contrário de mim que estava sozinha, com um novo trauma para lidar e grávida. –Olho para ele séria- Então me desculpe se eu não consigo achar natural ficar cruzando com mulheres diferentes cada vez que entro em casa.
Subo para o quarto, deito na cama e fico olhando para o teto. Peeta não diz nada e nem mesmo me segue.
Só permanece no andar de baixo e me procura duas horas depois, dizendo que está indo embora, mas que se adiantou e preparou o almoço para Willow. Batatas e beterrabas amassadas com caldo de alguma coisa e quase nada de sal. “Preparei duas porções, a outra você dá para ela na hora do jantar. Ela tem o apetite igual ao seu” Foi só o que ele disse antes de dar um sorrisinho e sair.
Desde que Peeta se foi eu fiz muito pouco do meu dia. Almocei o restante do cozido de Hazelle, que mesmo esquentado não deixou de estar saboroso e fiquei com Willow na cama.
Ela adorou toda a atenção sendo dada a ela e ria atoa balançando os bracinhos e as pernas no ar.
Contra todas as circunstâncias, me desentender com Peeta acabou trazendo boas coisas. Como estava concentrada em acha-lo um desprezível mulherengo e em sentir raiva de mim mesma por nem assim conseguir ama-lo menos, acabei por fim tendo a tarde o sono que não consegui ter a noite.
Com Willow quietinha ao meu lado, acordei descansada com a noite fresca chegando e trazendo um vento frio através da janela.
--Minha filha, por que você deixou a mamãe dormir tanto? -Digo olhando para Willow que sorri- Não fizemos praticamente nada hoje, que feio. -A coloco sentada sobre minha barriga.
Willow ja produz ruídos com a boca e quando ouve alguém falar olhando para ela fica quietinha e em seguida responde do seu jeito, como se tivesse mesmo entendido tudo.
Por isso Johanna conversa tanto com ela, pelo incansável prazer de poder falar sobre o que quiser e obter respostas imediatas e sorridentes que são ainda mais fofas com os sinais dos primeiros dentes que nascem.
--Agora só Deus sabe que horas a mamãe vai conseguir voltar a dormir. -Continuo enquanto a seguro pelos dedos das mãos- E a senhorita precisa jantar, vamos lá ver o que o papai deixou pra você mais cedo.
Enquanto atravesso a sala ouço batidas frenéticas e insistentes na porta.
--Sabia que era você. -Digo quando abro a porta dando de cara com uma pálida Johanna.
--Se sabia então porque não atendeu logo? –Ela atravessa para dentro de casa e empurra a porta com violência.
--Eu estava lá em cima. -Vou para a cozinha e ela me segue- E não entendo essa sua lógica de que pode entrar na minha casa para ouvir minhas conversas com Gale, mas não pode entrar quando vem porque tem vontade.
--São coisas diferentes. -Ela puxa uma cadeira e se senta- Ouvir suas conversas era por um bem maior, vir quando tenho vontade exige um pouco de educação.
--Vamos fingir que eu entendi seu argumento. -Entrego Willow para ela que estende os braços- E qual o motivo do alvoroço afinal de contas? Você está branca feito um papel.
Porém antes de obter resposta da boca dela tenho uma resposta mais óbvia vinda de fora, vinda do céu mais especificamente.
O vento frio agora é acompanhado por chuva e trovoadas que consigo ouvir ao longe.
Haymitch uma vez me disse que depois da tortura infligida pela Capital com os jatos de água e os choques elétricos Johanna ficou traumatizada e desde então não lida muito bem com grandes volumes de água caindo sobre ela. Até banhos de chuveiro eram algo de grande desafio.
Pensei até que ela havia superado esse medo, mas pela expressão de pânico que vejo se intensificar a cada minuto que a chuva aumenta me diz que não houve muita melhora.
--Você fica pra jantar com a gente? -Me apresso em falar sobre qualquer coisa para que Johanna se acalme. No estado que ela está nem encontro forças pra sentir vergonha de olha-la.
--O que? -Ela parece acordar de um transe causado pela água que cai através da janela- Ah, jantar? Sim, claro!
--Você veio de casa ou estava em outro lugar? -Coloco água numa panela e acendo o fogo.
--Eu estava com a Effie, ela não tem se sentido muito bem nesses primeiros meses e eu gosto de estar lá caso ela precise de ajuda extra.
Mais uma vez sou surpreendida. Não sabia nem que Johanna e Effie se davam bem o bastante para isso. Aliás, meu choque começou quando eles a chamaram para amadrinhar uma das crianças. Cada vez vejo que conheço menos a minha amiga.
Johanna se oferece pra dar o jantar de Willow enquanto eu termino de preparar o nosso. Mas a bagunça colossal que as duas fazem me diz que tomei uma decisão ruim em permitir.
--Parece que a tia Johanna não é boa em dar comida na boca de crianças, não é filha? -Digo entre risos enquanto limpo o rosto dela com uma fralda.
--Eu sou sim, mas é bem mais legal comer se sujando, não é Lilow?
--Não sei de onde você tirou esse apelido. Ainda bem que só você o usa.
--Mas como você é implicante, é só um apelido bonitinho. O nome dela não vai mudar por isso.
--Não gosto de apelidos. -Arregalo os olhos quando vejo o cabelo de Willow- Santo Cristo! Tem comida até na cabeça dela. Não sei qual é o seu conceito de "diversão enquanto come" mas isso é um pouco demais.
--Ela quem achou que seria interessante usar essa gororoba rosa como creme pro cabelo. -Johanna da gargalhadas e Willow acompanha alternando o olhar entre nós duas como quem sabe que está fazendo errado.
--Vocês ainda vão me enlouquecer. -Jogo a cabeça para trás enquanto falo- A impressão que dá é que você a mergulhou de corpo inteiro dentro do prato de comida.
--Ela até queria isso, mas eu disse que o prato era muito pequeno. -Johanna fica de pé e carrega Willow até o banheiro- Deixa que eu vou limpa-la. Você termina o jantar de uma vez por todas, meu estômago esta roncando.
--Acho que devo agradecer a mulher do mercado por só vender pratos infantis em tamanho normal e não em tamanho extra gigante. Senão uma hora eu ia acabar encontrando minha filha nadando no meio da sopa e a tia responsável achando engraçado. -Digo mais para mim mesma do que para ela.
Autor(a): mockingjeah
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Uma chuva torrencial e incansável cai há várias horas, mas quando começa a vir acompanhada por um vento que sopra sem piedade me levanto para fechar as janelas de casa. Quando estou voltando pelo corredor pra chegar no quarto ouço um barulho seguido de gritos aterrorizantes e sinto meu sangue gelar dentro das veias. Corro para o ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 93
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
mockingjeah Postado em 09/01/2016 - 10:40:35
Quem sabe no futuro saia alguma estoria nova, mas por enquanto não tenho planos. Obrigada por acompanharem. <3
-
chaverronis2forever Postado em 21/12/2015 - 20:29:18
Ameeei a fic de verdade e simplesmente linda
-
vondyjemilaliter Postado em 21/12/2015 - 19:49:11
how que coisa mais linda,eu amei sua web do começo ao fim,você escreve muito bem espero poder ver outras histórias suas,meu parabéns garota voce arrasou.
-
chaverronis2forever Postado em 20/12/2015 - 17:09:10
Continua ai que fofo os dois que bom que voltaram que pena que já ta acabando
-
mockingjeah Postado em 18/12/2015 - 23:20:11
Amanhã tem mais, amores *--* Ta quase no fim. :(
-
vondyjemilaliter Postado em 18/12/2015 - 19:42:13
olha eu acho que o peeta precisa não só de prazer para reconquista-la, ele precisa conquistar a confiança dela também eita Haymitch cabeça dura,meu ele precisa reagir e lutar pela filha deles não é fácil mas ele tem que tentar de verdade,amei o capitulo sua web esta ótima posta mais!1
-
chaverronis2forever Postado em 18/12/2015 - 18:14:02
Continuua espero que o Hamytch fique bem
-
chaverronis2forever Postado em 17/12/2015 - 23:56:29
Continua Katniss devia acreditar no Peeta ele não pode ter uma amiga mulher
-
chaverronis2forever Postado em 16/12/2015 - 11:10:41
Continua *-*
-
vondyjemilaliter Postado em 16/12/2015 - 06:55:46
Eita poxa RS hehe peeta não vai ser tão fácil assim,depois do que rolou escutar isso não e fácil, mas será que ela falou pra valer parece que sim mas não sei não adorei posta mais