Fanfics Brasil - Chapter 89 First dandelion in the spring

Fanfic: First dandelion in the spring | Tema: Jogos Vorazes


Capítulo: Chapter 89

500 visualizações Denunciar



 


Acabo voltando para o Distrito 12 no dia seguinte pela manhã. Até tentei ficar com Haymitch para ajudá-lo com o que fosse necessário no hospital e nos tramites de transferência dos corpos e enterros. Ele agradeceu pela minha preocupação, mas disse que queria lidar com tudo sozinho. Então não insisti, é um direito dele.


Chego em casa destruída, mas não tenho tempo nem de organizar meus pensamentos, porque encontro Peeta em completo estado de nervos, Johanna e Gale apreensivos e as crianças em volta sem entender nada.


--Qual é o problema? –Pergunto sem forças.


--Acabei de falar com Paylor ao telefone. –Peeta responde- A busca por familiares vivos de Joshua e Rue foi oficialmente encerrada.


Com tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo acabei me esquecendo do processo que corria na Capital sobre a guarda dos gêmeos. Quando Peeta fala, meu cérebro se liga em potência máxima novamente.


--E qual é o veredito? –Pergunto olhando para Peeta, Johanna e Gale ao mesmo tempo.


--Não encontraram ninguém. –Peeta fala- Aparentemente a mãe vivia no Distrito 11 e era sozinha e doente. Então deu a luz as crianças, veio até aqui por ser o distrito mais próximo e em seguida foi embora.


--Ela vivia no Distrito 11? –Pergunto.


--Vivia. –Peeta responde- Descobriram que ela morreu há mais de um ano atrás.


--Então eles podem ficar aqui? –Pergunto com esperança- Podem ficar com a gente?


--Não, eles não podem ficar. –Peeta responde com um suspiro frustrado.


--Por que não? –Minha voz treme e minha garganta se fecha- Para onde eles irão então?


--Não se sabe ainda. –Agora é Johanna quem fala- A Paylor só disse que está mandando um aerodeslisador agora mesmo para buscá-los. Parece que eles serão entregues a adoção.


--E por que nós não podemos adota-los? –Sinto meu peito doer e me aproximo de Rue e Joshua que me olham.


--Porque mesmo a mãe tendo abandonado os dois, eu os trouxe para casa e não disse nada as autoridades. –Peeta diz com raiva- E por isso estou sendo acusado de rapto de menores, então não posso nem pedir a guarda deles.


--Isso não pode ser verdade. –Digo incrédula- Não faz sentido.


--ESTÃO ME ACUSANDO DE RAPTAR AS CRIANÇAS! –Peeta grita e dá um soco tão forte na parede que seus dedos sangram na hora.


Joshua, Rue e Willow se assustam com o acesso de raiva dele e começam a chorar ao mesmo tempo transformando a cena em um caos.
Johanna e Gale os pegam e levam para o quarto, eu fico sozinha com Peeta que respira com dificuldade e tem o rosto vermelho.


--Ficar com raiva agora não vai te ajudar em nada. –Me aproximo dele e pego sua mão que sangra muito- Temos que usar a cabeça pelo menos uma vez.


--Ela não podia ter feito isso. –Ele diz frustrado- Ela sabe que eu não fiz isso. Só o que eu fiz foi cuidar deles dois.


--Ela sabe. Mas a Paylor não toma decisões sozinha. –Eu o levo em direção ao banheiro enquanto falo- Certamente houve alguma votação para chegarem a esse veredito.


--Pode ser, mas a última palavra ainda é dela. –Peeta trinca os dentes quando abro a torneira e enfio a mão dele embaixo d’agua.


--Que tipo de líder ela seria se independente de qualquer resultado ela usasse o poder da última palavra para fazer o que quer? –Me abaixo para pegar uma caixa de curativos e Peeta me observa- Nós já discutimos isso. –Limpo os dedos dele com algodão- A Paylor é muito justa nas próprias decisões.


--Eu sei, mas... –Enquanto enrolo uma atadura na mão de Peeta vejo uma lágrima escorrer por sua bochecha e cair sobre minha mão ainda junto a dele- Como eu vou ficar sem eles? Eu os amo tanto quanto amo a Willow.


--Vamos dar um jeito. –Passo a mão na bochecha dele e ele fecha os olhos por alguns segundos- Estamos juntos nessa.


--Estamos juntos nessa. –Peeta repete me olhando nos olhos.


Passamos alguns minutos um de frente para o outro no banheiro, a única coisa que quebra o silencio são os soluços de Peeta. Eu o vejo chorar como poucas vezes antes. Até seus olhos azuis sempre tão cheios de vida se tornam tristes.


--Quanto tempo faz que você falou com a Paylor? –Pergunto quando estamos voltando para a sala.


--Uma hora, talvez uma hora e meia. –Ele responde me olhando.


--Então ainda temos algum tempo até o aerodeslisador chegar. –Dou um meio sorriso.


--Tempo para que? –Ele me olha confuso.


--Você vai ver. –Meu sorriso se alarga automaticamente- Vá até a cozinha e encha uma cesta com comida. –Digo animada- Eu vou pegar as crianças e nós saímos em 10 minutos.


--Mas o que...


--Não faça perguntas, só faça o que eu disse. –Passo correndo por ele e vou para o quarto onde Johanna e Gale estão com as crianças.


------------------------------------------------------------------------------


Boa parte das minhas lembranças já voltaram, e as que mais me deixaram feliz foram as que passei na Campina. Desde criança, com meu pai, minha mãe e Prim. De quando ganhei meu primeiro arco e flechas, aprendi a caçar e a nadar.
Atravessar as ruas do 12 com Peeta e as crianças me trouxe de volta o mesmo sentimento, e quando chegamos a cerca meu coração já acelerava com a expectativa de voltar a minha segunda casa.


Não consigo deixar de me sentir culpada por me divertir com a minha família enquanto Haymitch passa pelas dores das perdas recentes sozinho, mas não posso permitir que Joshua e Rue sejam levados sem que Peeta aproveite ao máximo, afinal este pode ser o último dia deles conosco.


--Onde vamos exatamente? –Peeta me pergunta quando passamos pela cerca.


--A um lugar especial. –Respondo- As crianças vão gostar e você também. –Sorrio.


Eu paro rapidamente no caminho e apanho meu arco no tronco da árvore oca. Em seguida continuamos.
Peeta segura Rue por uma mão, eu seguro Joshua com a outra, e Willow, que ainda não tem muito boa coordenação para andar sozinha fica entre nós dois.


Passamos pelas grandes pedras, árvores altas com flores e frutas, olhamos rapidamente para a velha casa de concreto e Peeta e eu trocamos um olhar rápido.
Por fim chegamos ao rio onde eu passei boa parte dos meus dias.


 


Estamos no fim da primavera e a água fresca do rio deixa as crianças particularmente animadas para um banho. Peeta que não é tão bom nadador fica sobre uma pedra ao lado e Willow, depois que eu a carrego por alguns metros mais fundo se recusa a se separar dele.
Rue e Joshua no entanto adoram e eu até os ensino a flutuar sobre a água olhando para o céu.


--Acho que vocês dois deveriam vir pra cá! –Digo a Peeta que me observa de longe com Willow sentada sobre as pernas.


--Nós não sabemos nadar, mamãe. –Ele fala enquanto balança os braços de Willow no ar.


--Mas aqui onde nós estamos não é fundo. –Eu fico de pé para que ele veja a água na altura da minha cintura.


Com muito argumento consigo convencer Peeta a se arriscar um pouco mais na água.
Eu uso shorts e camiseta, mas ele tira só a camisa e fica de calças antes de andar lentamente até se aproximar de mim.


--Não sabia que essa prótese podia ser molhada. –Digo lembrando da peça que ele usa a baixo do joelho esquerdo.


--Eu também não sei se pode. –Ele responde rindo- Mas acho que vamos descobrir agora. E se não puder eu tenho uma de reserva, cortesia da Johanna.


--O que a Johanna tem a ver com a sua prótese? –Pergunto curiosa.


--É mesmo, você não se lembra. –Ele hesita.


--Do que? –O encaro.


--Ela quebrou minha perna uma vez durante uma discussão.


--Por que ela fez isso?


Antes de Peeta responder Joshua começa a gritar e a jogar água para o alto molhando todos nós. Rue repete os gestos do irmão e Peeta os incentiva a fazerem ainda mais bagunça apostando corridas e competindo para quem passa mais tempo debaixo d’agua.
Por fim até Willow relaxa o bastante para aproveitar a brincadeira e uma vez ou outra se aventura a mergulhar todo o rosto só para levantar rindo em seguida.


Peeta encheu a cesta com um pequeno banquete, as crianças podem até escolher entre pãezinhos em formatos diferentes que ele preparou enquanto eu estava no 8, bolo com cobertura de chocolate, biscoitinhos assados e frutas, além de suco de amoras que eles adoram porque ficam sempre com a boca toda pintada de roxo.


De uma certa distância eu os observo sentados sobre uma toalha debaixo de uma árvore, enquanto vez ou outra olho para o céu a procura de alguma ave para abater com minhas flechas.
E cada vez que estico a corda no arco Joshua me olha, aponta, bate palmas e dá gargalhadas como se estivesse presenciando a cena mais interessante e engraçada do mundo.


--Parece que alguém gosta das suas flechas. –Peeta diz enquanto observa o garotinho rir para mim.


--Pelo menos alguém nessa família compartilha da minha felicidade. –Respondo com um sorriso- Porque a Willow nem me dá atenção. –Olho para minha filha concentrada nos pãezinhos em formato de estrelas, luas e flores. E Rue que está quase dormindo deitada na toalha.


--Isso não é verdade. –Peeta me estende a mão e eu me sento ao lado dele- Nós compartilhamos da sua felicidade, mas não temos o seu talento.


Deito a cabeça no ombro de Peeta e ele me abraça segurando uma das minhas mãos. Quando nos beijamos eu sinto que poderia passar o resto da vida ali, com nossos filhos, legítimos ou não, a minha volta protegidos e livres entre as árvores.
Mas nem tudo pode ser como desejamos e a hora de voltar a realidade infelizmente sempre chega.


 


Estamos quase chegando ao cap 100. ><



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): mockingjeah

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

  O aerodeslisador da Capital enviado por Paylor chegou logo que Peeta e eu entramos em minha casa. Quando colocamos Willow e Rue que dormiam, na cama, o telefone tocou e um homem disse que estava esperando por nós na praça. Ofereci a Peeta que eu fosse sozinha para levar os dois, mas ele se negou a se separar deles até o último segundo. ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 93



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • mockingjeah Postado em 09/01/2016 - 10:40:35

    Quem sabe no futuro saia alguma estoria nova, mas por enquanto não tenho planos. Obrigada por acompanharem. <3

  • chaverronis2forever Postado em 21/12/2015 - 20:29:18

    Ameeei a fic de verdade e simplesmente linda

  • vondyjemilaliter Postado em 21/12/2015 - 19:49:11

    how que coisa mais linda,eu amei sua web do começo ao fim,você escreve muito bem espero poder ver outras histórias suas,meu parabéns garota voce arrasou.

  • chaverronis2forever Postado em 20/12/2015 - 17:09:10

    Continua ai que fofo os dois que bom que voltaram que pena que já ta acabando

  • mockingjeah Postado em 18/12/2015 - 23:20:11

    Amanhã tem mais, amores *--* Ta quase no fim. :(

  • vondyjemilaliter Postado em 18/12/2015 - 19:42:13

    olha eu acho que o peeta precisa não só de prazer para reconquista-la, ele precisa conquistar a confiança dela também eita Haymitch cabeça dura,meu ele precisa reagir e lutar pela filha deles não é fácil mas ele tem que tentar de verdade,amei o capitulo sua web esta ótima posta mais!1

  • chaverronis2forever Postado em 18/12/2015 - 18:14:02

    Continuua espero que o Hamytch fique bem

  • chaverronis2forever Postado em 17/12/2015 - 23:56:29

    Continua Katniss devia acreditar no Peeta ele não pode ter uma amiga mulher

  • chaverronis2forever Postado em 16/12/2015 - 11:10:41

    Continua *-*

  • vondyjemilaliter Postado em 16/12/2015 - 06:55:46

    Eita poxa RS hehe peeta não vai ser tão fácil assim,depois do que rolou escutar isso não e fácil, mas será que ela falou pra valer parece que sim mas não sei não adorei posta mais


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais