Fanfic: First dandelion in the spring | Tema: Jogos Vorazes

Me aproximo da minha filha que ainda me olha hesitante depois de eu ter gritado com ela.
Mas quando me abaixo para pega-la no colo ela estende os braços para mim e sorri.

Entro no quarto e sento na cama, com as costas contra a cabeceira e Willow sentada sobre minhas pernas de frente para mim.

--O seu pai é um idiota, sabia? –Digo olhando para os olhos dela.

--O papai? –Ela pergunta curiosa e olha para a porta como se procurasse por Peeta.

--É, o papai.

Willow me olha em silencio por alguns minutos e então deita a cabeça sobre meu peito enquanto brinca com a minha trança entre os dedinhos. E acaba adormecendo no meu colo enquanto acaricio o cabelo dela jogando todos os fios para trás.

Mais de uma hora se passa até que Peeta apareça no quarto.

--Oi. –Ele diz enquanto se aproxima hesitante.

Eu o ignoro e continuo a mexer no cabelo de Willow.

--Katniss...

--Não precisa vir com mais nem uma desculpa. Eu não vou embora outra vez.

--Não? –Sua expressão apreensiva desaparece na hora.

--Não. Mas não pense que é por você que eu vou fazer isso.

--O que você quer dizer?

--Eu vou ficar pela Willow, ela é apegada demais a você e se eu afasta-la agora a mais afetada será ela, que a única que não tem culpa dos nossos erros.

--Concordo.

--Mas entenda bem, eu e você não temos nada. Eu vou ficar com o outro quarto. –Aponto para o outro lado do corredor- E ela pode passar algumas noites comigo e outras com você.

--Tudo bem.

--E não ouse deixar nem uma das suas amiguinhas sequer se aproximar da minha filha. Ou eu proíbo você de vê-la até o dia da sua morte.

--Mas elas...

--Entendeu? –Interrompo elevando um pouco a voz.

--Entendi. –Peeta balança a cabeça em concordância- E nós? –Ele me olha.

--O que tem? –Arqueio as sobrancelhas.

--Não temos mais chances?

--Eu já te dei todas as chances possíveis. Você só brincou comigo. Não quero mais.

--Mas eu amo você. –Peeta mantem o olhar no meu- Eu quero você. –Ele segura minha mão que está sobre as costas de Willow- Sempre vou querer. –Ele puxa minha mão e beija meus dedos.

--Não posso te impedir de querer. Mas não espere que seja recíproco. –Puxo minha mão de volta.

--Por favor. –Ele se aproxima de mim ficando bem ao meu lado.

--Não. –Respondo séria.

Eu começo a me movimentar para ficar de pé, mas com Willow no colo isso se torna mais difícil. E Peeta tem tempo de esticar um braço e virar meu rosto para um beijo.

É o beijo mais tranquilo que já demos, quase não usamos a língua e por alguns minutos só fechamos os olhos e sentimos os lábios um do outro
Ele acaricia meu cabelo e empurra alguns fios soltos para trás da minha orelha, eu sinto o cheiro de seu perfume bem fraco que evapora aos poucos.

Encurtamos ainda mais nossa distância e eu passo um braço por trás de sua nuca o trazendo mais para mim.
Quando Willow resmunga por estar sendo imprensada entre nós dois, Peeta interrompe o beijo e a pega nos braços para coloca-la do outro lado da cama, e eu me levanto para sair do quarto.

--Espera! –Ele me chama- Onde você vai?

--Já disse que não temos nada. –Respondo e saio deixando a porta aberta.

Já no outro quarto ainda ouço Peeta gritar: “eu não vou desistir até você me provar que não me quer mais”

------------------------------------------------------------------------------

Dizer que eu passaria a dormir no outro quarto e realmente conseguir fazer isso acabou se tornando uma missão quase impossível.
Porque Willow queria passar todas as noites na cama com Peeta, mas queria que eu fosse junto e nunca dormia até que eu fosse me deitar ao lado dela. Eu até tentei no início ficar até que ela adormecesse, mas de alguma forma ela sempre dormia depois de mim.
Então, após uma semana dessa briga acabei me dando por vencida e Willow passou a dormir todas as noites no meio de nós dois.

--Vamos dormir com o papai, mamãe? –Ela me diz todas as noites enquanto estamos sentadas na cama do outro quarto.

--Vamos, filha. –Respondo antes de pega-la pela mão e atravessar o corredor.

Peeta sempre deixa a porta aberta e Willow sempre se solta da minha mão e corre para se juntar a ele fazendo barulho com os pés descalços no chão.

--Chegamos, papai. –Ela pula no colchão ao lado dele enquanto fala.

--Já veio dormir, meu amor? –Ele olha para ela sorrindo.

--Sim. –Ela sorri de volta e pula no colo dele- Eu trouxe a mamãe. –Tenho dois dedos apontados para mim.

--Você é muito esperta, meu amor. –Peeta fala e ela ri satisfeita.

--Vocês dois só podem ter algum tipo de acordo pra me enlouquecer. –Digo enquanto puxo os lençóis da cama para me deitar.

Com o corpo virado para o lado ouço os dois conversarem baixinho e aos poucos aumentarem o volume da voz quando Peeta tem a brilhante ideia de começar a fazer cócegas em Willow que se contorce inteira.

Ela se joga na cama ao meu lado e ele se joga em cima dela fazendo a cama balançar como se uma manada de elefantes estivesse correndo em cima do colchão.

--Se vocês não pararem com esse espetáculo todo eu vou lá pro outro quarto pra dormir em paz! –Grito com os dois.

--A mamãe ficou brava, filha.

--Vamos fazer cócegas nela pra melhorar. –Ouço Willow dizer e antes que eu proteste os dois já estão em cima de mim.

Peeta mais me segura do que realmente faz alguma coisa, mas Willow solta todo seu peso de uma criança de 3 anos sobre a minha barriga e usa os dedos habilidosos nos lugares onde tenho mais sensibilidade ao toque, me fazendo desistir da cara emburrada e acabar rindo junto com ela que fica satisfeita com a própria ideia.

--Melhorou, mamãe? –Ela pergunta sorridente.

--Melhorei, filha. Melhorei.

Pego Willow pela cintura e a coloco do meu lado enquanto Peeta sai de cima de mim e se deita no lugar dele no canto da cama.
Depois de me dar um selinho de boa noite Willow por fim deita e fica quieta.
Mas quando todos estão deitados, confortáveis, com as luzes apagadas e em silencio, uma coisa inesperada acontece.

--Papai. –De olhos fechados ouço Willow chamar.

--Oi? –Peeta responde.

--Deixa eu dormir no seu lugar? –Ela pede.

“Só pode ser brincadeira” penso em silencio e balanço a cabeça incrédula.

--Deixo, filha. –Peeta prontamente responde e eu trinco os dentes- Vem aqui.

Sinto quando ele a ergue nos braços e arrasta o próprio corpo para o meio da cama ficando bem ao meu lado com as costas junto as minhas.

--Podemos dormir agora? –Peeta pergunta para Willow e quase consigo ver o sorriso dela.

--Boa noite, papai. –Ela dá um beijo nele.

--Boa noite, amor.

Passamos vários minutos silenciosos, Willow dorme bem rápido e Peeta mal se mexe ao meu lado. Mas quando penso que está dormindo também ouço sua voz.

--Desculpa.

--Pelo que?

--Essa situação. Sei que você não fica confortável.

--Você podia ter só dito não para ela.

--Não me refiro a Willow querer trocar de lugar. –Sinto Peeta se mexer e percebo que agora está de frente para minhas costas- Me refiro a você ter que passar todas as noites comigo quando só quer distância.

--Eu vou sobreviver. –Respondo secamente.

--A questão é. –Peeta se aproxima de mim e encosta o tronco nas minhas costas- Você quer sobreviver? –Sinto sua respiração quente no meu pescoço e fecho os olhos.

--Não começa com isso outra vez, por favor. –Digo com a voz mais firme que consigo.

--Eu disse a você que não vou desistir até você provar que não me ama mais. –Ele diz.

--É, você disse. -Lembro de ouvi-lo dizer exatamente isso alguns dias atrás.

--E se eu digo, eu cumpro.

Peeta passa uma mão no meu cabelo abrindo mais espaço para beijar minha nuca e assim colando ainda mais o corpo as minhas costas.
Só de senti-lo encostado em mim sinto um arrepio e prendo o maxilar para esconder um suspiro quando sua outra mão aperta minha cintura.

Eu estou debaixo do lençol e Peeta está em cima, por isso não temos contato direto do pescoço para baixo, mas isso não parece desanima-lo, já que desce a mão pela minha coxa até chegar a minha bunda enquanto passa a língua no meu pescoço e na minha orelha.

Permaneço o mais imóvel possível e aperto os olhos quando ele aperta minha bunda com força e em seguida leva a mão para minha barriga me puxando para ficar com o quadril colado ao dele.

--Mal toquei a sua pele e olha como você já me deixou. –Peeta esfrega o quadril em mim e sinto sua ereção contra minha bunda.

--Foi você quem veio até mim. –Consigo dizer sem a voz falha- Não tenho culpa se você fica excitado à toa.

--Não é à toa, é você. –Ele sobe a mão e aperta meu seio e com a outra puxa meu cabelo.

Peeta me puxa pelo ombro e eu fico de barriga para cima, no que ele prontamente agarra minha nuca e leva meu rosto até o seu para me beijar.
Apesar de já estar excitado ele repete o ritmo lento e calmo do último beijo que demos, eu retribuo com a língua e mordo seus lábios vez ou outra. Mas continuo sem tentar me desvencilhar do lençol que ainda nos separa.

--Você não está colaborando comigo. –Ele diz enquanto sobe em cima de mim apoiando uma perna de cada lado do meu corpo.

--Não sou eu quem está implorando por perdão e sexo, é você. –Respondo, mas sou traída por uma gemido leve que me escapa quando Peeta enterra o rosto no meu pescoço e me chupa não tão de leve.

--Parece que nós dois queremos isso, docinho. –Ele diz e ouço uma risada em sua voz.

--É, parece. –Digo com raiva- Mas só um de nós vai ter que se virar sozinho em uma punheta hoje. –Viro o corpo com força para o lado e a falta da prótese faz com ele se desequilibre e caia no chão próximo a cama com um barulho alto.

Ainda ouço Peeta gemer, talvez de dor ou de raiva, mas viro para o outro lado e fecho os olhos. Nem percebo que horas ele volta a se deitar.

ESTAMOS QUASE NO FIM, PESSOAL

FALTAM SÓ 08 AGORA ><