Fanfic: First dandelion in the spring | Tema: Jogos Vorazes

Na semana seguinte vou ao Hospital Geral do Distrito 8 para fazer exames.
Apenas Willow vai comigo porque Peeta tem uma encomenda grande de pães para alguém que fez o pedido de última hora e precisa correr para deixar tudo pronto.

No hospital encontro minha mãe que fica abismada como Willow se parece cada vez mais comigo.
Conto a ela sobre a gravidez e as duas ficam juntas enquanto eu faço o ultrassom que comprova que estou grávida e com quase 5 semanas de gestação.

“Então eu vou ser avó outra vez. Que maravilha.” Minha mãe disse com um sorriso enquanto almoçávamos juntas.
A animação dela me trouxe um conformo a mais sobre essa criança que vem pela frente.
Antes de voltar para casa ainda contei a ela sobre Rue e Joshua, e que Peeta em breve precisará ir a Capital por conta do processo que ele está respondendo.
Contei sobre Johanna e Gale estarem tendo a vida de casados que merecem.
E a tranquilizei sobre o curativo na minha mão esquerda.
E mesmo vendo a expressão de satisfação da minha mãe, perguntei por Zach, e para minha surpresa, ela estendeu a mão e me mostrou um lindo anel de noivado que ele deu a ela poucas semanas antes.

Peguei o último trem para casa e com minha filha dormindo nos meus braços, caminho pelas ruas quase desertas até a Vila dos Vitoriosos.

Após subir os degraus de pedra que separam a rua da entrada e apoiar a mão na maçaneta, encontro colado a porta um bilhete.
Puxo o papel e só leio depois de entrar em casa, é a letra de Peeta e diz: ME ENCONTRE NO JARDIM.

Deito Willow no sofá, tiro minhas sandálias e minha bolsa e as deixo no chão. Fecho a porta e sigo pelo corredor e a cozinha para alcançar a pequena porta de acesso à área externa da casa.

De alguns passos de distância já consigo avistar a porta aberta. Quando paro em frente à entrada fico paralisada por alguns segundos.

O corredor de grama foi coberto por um tapete branco e cercado por milhares de flores coloridas até onde minha vista alcança.
Enquanto caminho a passos lentos, olho acima da minha cabeça e encontro alguns balões brancos com o que parecem ser velas acesas dentro e que proporcionam a iluminação necessária apenas para enxergar o suficiente da decoração.

Termino de atravessar o corredor e na parte aberta do jardim vejo que o tapete branco continua para os dois lados formando um grande T.
Do lado esquerdo, sob duas árvores formando um arco e repletas de pequenas luzes brancas, há uma pequena mesa redonda com duas cadeiras. E do lado direito não vejo nada além da escuridão.

De repente Peeta se materializa as minhas costas, ele está dentro de um perfeito terno 100% branco e os cabelos loiros alinhados fio a fio com gel, em suas mãos vejo uma caixa grande e uma caixa um pouco menor em cima.

--Para você. –Ele me estendendo as caixas- Não precisa usar se não quiser, mas são seus.

--O que é? –Pergunto enquanto ele apoia as caixas nos meus braços.

--Abra. –Ele sorri para mim.

Volto até a iluminação da cozinha e Peeta me segue.
Quando levanto a tampa da caixa maior encontro um vestido.
Branco, impecável e perfeito. Tomara-que-caia, feito de seda e longo. Com apenas alguns detalhes em dourado no busto todos feitos a mão.
Na caixa menor encontro um par de sandálias com tiras nos dedos e nos tornozelos, com saltos finos e médios, também douradas.

--São lindos. –Digo a ele que me observa admirar os presentes- Mas qual é o motivo da comemoração?

--Estamos comemorando você, eu, nossa filha, nosso filho ou filha que está vindo. –Ele se aproxima e apoia uma mão na minha barriga- Comemorando nós dois. –Ele sorri.

Depois de um beijo rápido, deixo Peeta na cozinha e vou ao banheiro do andar de cima para me vestir.
Quando passo pela sala vejo que ele já se encarregou de levar Willow para a cama e agradeço silenciosamente.

Me visto e calço minhas sandálias, aproveito também para refazer a minha trança e quando me olho no espelho constato que o vestido tem o caimento perfeito, quase como se tivesse sido feito sob medida para mim.

Desço as escadas de volta e saio outra vez para o jardim, agora consigo ouvir uma melodia em som ambiente saindo de algum lugar que não consigo identificar com certeza, mas acho que vem do lado direito do jardim, onde ainda está escuro.

Até a temperatura resolveu ser amiga da causa de Peeta hoje, uma brisa leve sopra e o céu está repleto de estrelas.
Quando caminho pelo tapete para o interior verde o encontro de pé, encostado em uma das árvores que completam o arco por sobre a mesa.
As luzes brancas em contraste com seu terno e os olhos azuis que refletem as estrelas o fazem parecer ainda mais lindo.

--Você está estonteante esta noite, senhorita Everdeen. –Peeta me diz com um sorriso enquanto se aproxima de mim- Absolutamente linda. –Ele completa e pega minha mão direita que não está machucada.

--E você está perfeito, senhor Mellark. –Sorrio retribuindo o elogio- Absolutamente impecável.

--Você deve estar se perguntando porque eu fiz tudo isso. –Com os dedos entrelaçados nos meus Peeta estende um braço em um gesto apontando para o jardim a nossa volta.

--Acho que essa dúvida me passou pela cabeça algumas vezes desde que cheguei. –Respondo com um sorriso.

Peeta enfia a mão no bolso de traz da calça e estende para mim um estojo de veludo na cor branca, comprido e estreito.
Como não posso usar a outra mão ele solta minha mão direita e apoia o objeto que é pouco maior do que o comprimento da minha palma.
Ainda observo que sobre a tampa há um desenho dourado que nada mais é do que um Mockingjay com um pequeno galho de dente-de-leão preso ao bico e algumas pétalas voando em volta.
Fico calada e sem ação por vários segundos, só olhando para o objeto sobre a minha mão.

--Eu sei que você não quer oficializar nossa união. –Peeta fala calmamente- Mas eu não podia deixar tudo igual estava, não quando vamos precisar ainda mais estar unidos para ver nossos filhos crescerem.

--Nós estamos nos casando? –Olho para ele.

--Apenas simbolicamente. –Ele dá um sorrisinho- Um pedaço de papel com nosso nome escrito não quer dizer nada, o mais importante nós já temos, o nosso amor.

--Peeta! –Passo meus dedos no rosto dele.

Quando Peeta levanta a tampa do estojo sobre a minha mão por fim vejo que dentro há uma delicada gargantilha, de ouro puro e com um pequeno pingente de coração detalhado em esmeraldas verdes.
E ele me mostra que o coração de abre ao meio e dentro há o mesmo desenho da tampa do estojo feito também em ouro.

--Posso? –Ele diz segurando o colar e apontando para meu pescoço.

Quando balanço a cabeça em concordância, Peeta caminha para trás de mim e afastando minha trança prende o fecho as minhas costas, terminando com um beijo de leve na minha nuca.

--Perfeita. –Ele diz voltando a ficar a minha frente.

--Obrigada. –Passo os dedos no pescoço automaticamente- Mas eu não tenho nada para você.

--Eu não preciso de nada. –Ele pega o estojo da minha mão e volta a colocar no bolso- Só preciso de você e da nossa família. –Ele volta a pegar minha mão e entrelaçar nossos dedos- Se você estiver disposta a fazer nossa vida juntos dar certo, como eu estou disposto. –Ele fala- Então hoje é o primeiro dia de toda a nossa eternidade.

--Sim. –Respondo com lágrimas nos olhos- Eu estou disposta.

Com lágrimas rolando pelas bochechas Peeta se aproxima mais de mim e me beija nos lábios, para em seguida me acolher em um abraço firme e caloroso, que faz meu coração se acalmar e me traz um grande sorriso enquanto fecho os olhos e sinto o cheiro dele com o pescoço bem próximo ao meu rosto.

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Enquanto revezamos para ir ver como Willow está, Peeta e eu nos beijamos, acariciamos, brindamos com champanhe, jantamos arroz e cozido de carneiro e temos morangos cobertos com chocolate para a sobremesa.
Durante as horas que passamos juntos sob as estrelas eu quase sinto que voltei a ter 17 anos.
Que voltei a ser aquela menina desconfiada de tudo e de todos, a menina que sem perceber teve o coração amolecido e conquistado em meio à guerra.

Antes de finalizarmos a noite perfeita, ainda sou mais uma vez surpreendida quando Peeta me estende a mão e me leva para o outro lado do jardim.
Quando ele estica um braço para cima e uma luz fraca chega aos meus olhos, vejo pela primeira vez que como imaginei a escuridão ocultava a fonte da música que ouvimos a noite toda e também escondia um grande deque de madeira. Onde me pegando pela mão Peeta silenciosamente me convidou a dançar com ele, e com o corpo colado ao meu, me embalou ao ritmo da lenta melodia que não podia ser selada de outra maneira, a não ser com um beijo apaixonado.

PENULTIMO CAPÍTULO *O*