Fanfic: Se Fue Con El Viento [ FINALIZADA ] | Tema: AyA / Ponny

Capítulo 11 :

A Fonte Das Lembranças

Pov Por Anahí 

Depois de Cauã nos dizer sobre seu novo pônei e dar o nome a ele de Foguete, fez questão de nos levar para vermos
como é o simpático mini cavalo. Era todo branco, com as pontas das pequenas patas acizentadas. Seu olhar era calmo e pouco ligou para tanta gente o observando. Cauã dava pulos de alegria e queria montar no bichinho, mas já estava tarde, assim prometemos no dia seguinte ir os 3 cavalgar um pouco pela cidade. Meu pequeno fez um pouco de bico e o peguei no colo, voltando com Alfonso ao meu lado e meus pais nos seguindo.

Chegamos na casa indo direto tomar um belo lanche preparado pela simpática Aurélia, uma senhora que trabalhava como cozinheira nessa casa de meus pais desde que eu era criança. Comemos animados e conversamos tanto até que caiu a noite.

Meus pais, por dormirem cedo, logo se recolheram avisando que podíamos ir dormir assim que o sono viesse. Claro que Cauã quis ficar conosco, porém não aguentou muito tempo e eu o deixei no quarto ao lado do nosso. O pus completamente adormecido, cobri e eu e Poncho cada um,  o deu um beijinho de boa noite. Fechamos a porta e descemos novamente.

A noite estava fria mas iluminada por uma lua linda. Ficamos na varanda sentados no degrau de uma pequena escadinha, abraçados, olhando a noite. Estava tudo calmo e só se ouvia o barulhinho dos grilos e outros insetos. Poncho chamou minha atenção para dizer alguma coisa e eu apenas virei um pouco o rosto para olhá-lo melhor.

-- Aqui é muito lindo meu amor. Está sendo o melhor final de semana. -- ele disse fazendo carinho em meu rosto e
me abraçando mais forte pois já me encontrava tremendo de frio.

-- Que bom que gostou príncipe. Sempre quando eu quero calma venho pro sítio. -- respondi com um sorriso

-- Sabe o que eu quero agora ? -- Alfonso me perguntou com carinha de quem ia aprontar

-- O que ? -- perguntei curiosa

-- Te levar pra um pequeno passeio só nós dois. -- amo esse romantismo dele

-- Que marido mais romântico que eu tenho. -- falei convencida

-- Sou mesmo ! -- se gabando e me roubou um beijo

-- E esqueceu de dizer espertinho também. -- sorri e ele me deu outro beijo me deixando sem graça. ele sempre conseguia com pequenos gestos me fazer amá-lo ainda mais.

  Alfonso riu da minha vergonha e levantando me puxou pela mão. Me abracei a ele de novo.

-- Quero te mostrar uma coisa.

-- O que ? Me fala ! -- minha curiosidade voltou

-- É surpresa. Vai saber quando chegarmos. -- me disse e me abraçando pela cintura começou a andar e eu o acompanhei sentindo ainda mais curiosidade.

Caminhamos até a parte de fora do sítio do lado oposto onde os cavalos ficavam. Mais na frente tinha um pequeno chafariz. Aquela parte me trazia recordações muito bonitas e algumas tristes mas era a minha parte favorita. Não sei como Poncho descobriu isso, acho que andou falando com mamãe ou papai escondido de mim. Nos sentamos no papeito do chafariz e ele me colocou em seu colo.

-- Poncho ! Como descobriu a parte que mais amo daqui ? -- perguntei surpresa

-- Minha sogrinha andou falando muito dessa parte durante o lanche. Você não percebeu ? -- ele me olhou rindo por
eu não ter notado. balancei a cabeça em negativa.

-- Na verdade... Ela falou pra mim na hora que você saiu para ir com Cauã lavar as mãos. -- confessou

-- Espertinho né Senhor Herrera ? -- dei um leve tapinha no braço dele

-- Valeu a pena. Eu fiquei encantado com a forma como ela falou disso aqui e sei que existe uma história que te marcou muito aqui. Uma que você nunca me contou. Quero saber qual é. -- fitou-me com aqueles olhos verdes que tanto amo e minha expressão ficou tensa por uns segundos. era uma história que não lembrava a muito tempo e durante alguns anos quis esquecer pois me doeu muito na época. mesmo assim não esconderia do Poncho, até por que já havia se passado anos. o olhei um pouco encabulada e comecei a contar.

-- Acontece amor, que aqui era uma fonte que eu adorava brincar com meu avô. Devia ter uns 4, 5 anos, um pouco mais velha que Cauã. Ele me dizia que se eu viesse na fonte numa noite de lua cheia e pedisse com todo meu coração, meus sonhos se realizariam e tudo o que tivesse me aflingindo iria sumir em pouco tempo. Durante mais uns 5 anos, vinha sempre com ele aqui, até mesmo em noites que mal via a lua mas somente para estar perto de meu avô. Numa dessas noites em que fui o chamar para vir comigo, uma movimentação muito grande aconteceu na casa. Minha mãe ouviu um barulho abafado vindo do quarto onde meu avô estava e pensou que ele tivesse derrubado algo ao tentar levantar para ir ao banheiro ou algo assim. -- fiz uma pausa tentando controlar as primeiras lágrimas e Poncho permanecia me ouvindo com toda a atenção. -- Quando ela chegou e abriu a porta do quarto, vovô estava deitado no chão imóvel. Mamãe o chamou diversas vezes mas ele tinha ficado inconsciente. Eu corri pro quarto dele, mas o caseiro que na época era o Seu Francisco, não deixou eu terminar de subir as escadas e pediu que eu esperasse na sala mesmo. Sem saber o que fazer fui correndo aqui pra fonte e comecei a conversar com Deus pedindo que curasse meu avô tão querido. -- minhas lágrimas já caíam e Poncho as limpava a todo segundo. -- Passaram mais alguns minutos, que para mim foram horas, e ouvi a ambulância do povoado ao lado o levando pro hospital mais próximo. Mamãe foi junto com Papai e eu fiquei com o Seu Francisco chorando que nem louca enquanto o pobre senhor não sabia o que fazer para me acalmar. No dia seguinte meus pais voltaram e ao olhar para eles já sabia a triste notícia. Fiquei uma semana sem conseguir falar e voltamos pra casa no mesmo dia. Durante muito tempo, até depois de ficar adolescente, eu vinha me sentar aqui tentando entender o por que daquilo tudo e morrendo de saudades do meu vovô. -- me calei com as lágrimas descendo por meu rosto de forma muito intensa e Poncho me abraçou acariciando meus cabelos. mesmo depois de tanto tempo a saudade ainda me faz
sentir um vazio, por na hora não poder ter feito nada. ficamos calados comigo abraçada a Poncho. Um tempo depois ele falou baixinho :

-- Me desculpe por ter fazer lembrar de algo tão triste minha princesa. Mas saiba que seu avô estará para sempre no
seu coração e toda vez que você for a qualquer lugar ele estará com você. -- me comovi mais com as belas palavras de Poncho e tornei a chorar mais um pouco.

Poncho nada falou. Só me pegou no colo, adormecida de tanto chorar, e voltou comigo para a casa novamente. Nessa noite sonhei com meu avô me dizendo para ser forte, pois algo me deixaria muito triste no começo e que ao superar isso encontraria finalmente a felicidade. Chorei enquanto sonhava sentindo Poncho me abraçar mas não acordei. Me aconcheguei em seu abraço e não sonhei com mais nada.

Pov Por Anahí Off