Fanfic: Se Fue Con El Viento [ FINALIZADA ] | Tema: AyA / Ponny

Capítulo 3 :

Vou Resolver Isso Hoje

Pov Anahí

Acordei no dia seguinte com o despertador tocando ás 6h da manhã me lembrando que mais um dia de trabalho havia chegado. Dormi abraçada a Alfonso mas minha chateação com ele não havia passado de todo, apesar de o ter ouvido chorar antes de adormecer nos braços dele. Não queria de forma alguma que ele se sentisse assim por minha culpa, afinal uma parte disso não era sua culpa mas por mais que pedisse o trabalho dele sempre o obrigava a ficar nessa constante mudança daqui pra lá e isso andava mexendo comigo muito mais que o normal.

Me levantei me soltando dele que permaneceu dormindo, pois hoje iria trabalhar um pouco mais tarde. Fui ao banheiro, tomei banho, me arrumei e ao sair vi um Poncho adormecido que por segundos me fez querer atrasar um pouco só para admirá-lo. Peguei minha bolsa e pasta com os papéis que precisaria hoje e antes de sair lhe dei um breve selinho. Passei no quarto de Cauã o acordando, pois ele estudava de manhã desde que nos mudamos para a Califórnia devido a sua insistente mania de dormir muito tarde e acordar na hora de ir pra escola, ele relutou por alguns minutos e tive que o pegar no colo e praticamente o "tacar" debaixo do chuveiro. Ele chorou, esperneou mas
meu olhar sério o fez ficar resmungando baixinho com um bico todo emburradinho. O levei de volta ao seu quartinho
o deixando em pé na cama para que eu pudesse secá-lo melhor. Peguei suas roupas e fui o vestindo rapidamente.

Penteei seu cabelo, que era exatamente castanho claro como os meus antes de eu os escurecer um pouco a alguns dias. Já vestido o pedi para pegar a mochila e descer enquanto eu ia preparar o café.

Cheguei na cozinha e fui juntando as coisas para preparar um rápido café da manhã e deixar alguma coisa para Poncho quando ele acordasse. Sorri ao lembrar de uns dias antes de brigarmos. Como sinto falta de seu sorriso nesses dias.

Logo chegou na cozinha um Cauã muito sonolento e resmungão se sentando na cadeira do grande balcão no meio da cozinha querendo cochilar em cima dos braços. Coloquei duas xícaras em cima da mesa, alguns pães, suco e o cereal preferido dele que pouco deu atenção até eu chamar sua atenção. Comecei a perguntar o que ele queria comer. Hoje o deixaria escolher pois estávamos com um tempinho de folga e sua pirraça hoje foi menor do que os outros dias.

-- Quer cereal ou chocolate quente meu pequeno ? - o perguntei e me sentei na cadeira na frente dele colocando
açúcar no meu café.

-- Quero cereal mamãe - falou ainda bem sonolento

O dei a tijela e a caixa do cereal e ele mesmo colocou a quantidade que quis. Pegou o leite jogando por cima e começou a comer. Esquentei torradas pra mim que assim que ficaram prontas passei um pouco de manteiga nelas. Comemos em silêncio mas minha mente estava a mil. Preocupada não só com o trabalho que iria fazer hoje e os clientes que teria de visitar, como também num certo moreno de olhos verdes ao qual mesmo brigada era uma das razões de minha vida. Logo escuto barulhinhos na escada e ao olhar pra porta o vejo parado com a maior cara de sono. Tão lindo. Tão meu. Cauã se vira e pula da cadeira abraçando o pai. A cena é linda. Cauã vê Poncho como seu grande herói e não esconde isso de ninguém. Vive dizendo que o pai é super herói, agente secreto e tantas outras coisas que sua imaginação consegue criar, já que não entende de fato qual é a profissão de Poncho. Logo ele senta novamente e Poncho vem na minha direção se sentando ao meu lado. Termino meu café levantando, em seguida olhando o relógio que já marca 6h30. Preciso sair ás 7h para deixar Cauã na escola e ir pra empresa. Percebo já estar atrasada e começo a apressar Cauã que mal tocou em seu cereal de tanto sono que ele sente.

-- Meu filho, vamos logo com esse cereal !

 Ele me olha coçando os olhinhos cheio de sono.

-- Não quero mais comer ! Quero ir pá caminha. - choraminga

 Me seguro pra não rir. Ele sabe ser fofo quando quer e me domar direitinho.

-- Coma só mais um pouquinho. Seu recreio é só 10h hoje. Esqueceu ? -- ele só responde com um balanço de cabeça negando. -- Vou no quarto pegar um papel que esqueci e quando voltar quero o senhor na sala de mochila nas costas me esperando. Ok ?

-- Tá bem, mamãe. -- responde olhando pra sua tijela ainda cheia de cereal.

Subo e Poncho fica na cozinha com o filho. Só o ouço dizer ao filho para comer mais um pouco e os choramingos de
Cauã recomeçam. Entro no quarto a procura de meus papéis e os vejo em cima da mesa perto da cama onde vejo estar ainda bagunçada. "Poncho não tem jeito mesmo !" penso comigo mesma lembrando do fato dele ser meio bagunceiro ás vezes.

Junto tudo que preciso e vou em direção a porta. Ao dar o primeiro passo já do lado de fora, sinto uma mão em meu braço e vejo Poncho milagrosamente ao meu lado. Paraliso por segundos tentando entender como ele subiu sem eu o notar. Tento andar mas ele me para me virando de frente pra ele. Logo eu pergunto.

-- O que quer Alfonso ? Tenho que guardar isso e sair daqui a pouco. - meu tom é meio impaciente. não gosto de me
atrasar. sou chata com horários.

-- Só quero falar uma coisa com você. Posso ? Estou com saudade. -- Se aproxima mais de mim me abraçando. O cheiro dele já começa a me deixar zonza e minha vontade de afastar passa a ser perto de zero, porém me controlo e o afasto.

-- Não posso conversar agora

-- Mas é apenas um minuto Anny. Por favor ! - sinto um beijo no meu pescoço e as defesas foram pro espaço. por que mesmo estando zangada com ele, meu corpo me traí desse jeito ?

-- Está bem. Diga.

-- Me sinto mal por estarmos chateados um com o outro. Quero fazer as pazes. Me perdoa, meu amor ? Vou resolver isso hoje da transferência que o Miguel anda me pedindo a meses. -- Eu já sabia dessa história a algum tempo mas não achava que Miguel, diretor responsável pelo setor onde Poncho trabalhava, fosse realmente cumprir o que havia dito. Pois vivia adiando a mesma coisa muitas vezes e apesar de nos conhecer a algum tempo e saber que por conta de Cauã não queríamos mais no mudar, tinha momentos que o senhor de cabelos um pouco brancos, ar sério e nos altos de seus 60 anos acabava impondo demais sua vontade. Gostava dele pois era um bom chefe para Poncho e nos ajudou muito em vários momentos mas algumas horas minha real ideia era de matá-lo. Suspirei olhando pra Poncho que já estava de novo abraçado a mim fazendo carinho em meus cabelos.

 Resolvi ceder. Não tinha outra alternativa e senti que dessa vez algo sairia dessa longa conversa que Poncho teria
com o Senhor Miguel.

-- Está bem. De noite quero saber qual foi a decisão. - disse por fim e vi o verde dos olhos de Alfonso se iluminarem
como não havia acontecido nesses últimos dias.

-- Brigado amor ! Brigado mesmo. -- segurou meu rosto com as duas mãos colando nossos lábios. um beijo calmo e ao mesmo tempo intenso que tanto venho querendo nesses últimos dias. como sentia falta de seus beijos e carinhos.
O beijo foi ganhando intensidade e logo já soltávamos alguns gemidos até que me lembro de que Cauã está na sala me esperando e que provavelmente está atrasado pra aula. Me solto de Poncho bastante ofegante.

-- De noite conversamos. São - olho no relógio e me espanto com as horas - 6h55 !! Estou atrasada !! - Poncho apenas ri e eu me solto dele indo até a escada descendo feito louca. O ouço vir atrás ainda rindo. Vejo Cauã dormindo em cima da mochila. Coloco minha bolsa no ombro, pego a chave do carro as segurando na mão e pego Cauã no colo sendo parada por Poncho assim que abro a porta.

-- Poncho !! Estou atrasada !! - reclamo

-- Calma ! Só quero meu beijo. - pede fazendo uma carinha fofa

-- Já te dei seu beijo. - passo por ele indo em direção a garagem e novamente me segue. Abro o carro depressa, coloco Cauã sentado ainda dormindo no banco de trás fechando a porta e abrindo a do motorista. Jogo minha bolsa no banco do lado, ponho o sinto e encaixo a chave a girando. Assim que o carro liga Poncho se debruça na janela pedindo minha atenção com um sorriso lindo.

-- Tenha um bom dia minha vida. Vou chegar mais cedo hoje, poderemos conversar com calma. Quer almoçar comigo ? - pergunta fazendo carinha de pidão e meu coração derrete.

-- Tudo bem senhor insistente. Eu ligo quando estiver saindo da empresa. Agora me deixe ir. - já mexo na marcha para dar ré e Poncho não saiu ainda da minha janela.

-- E meu beijo ?

Solto o cinto rapidamente lhe dando um selinho e o vejo finalmente se afastar. Dou ré e coloco o carro na posição
certa em direção a rua. Vejo Poncho acenar para mim e lhe retribuo dando uma singela piscadela e logo saio apressada. Coloco o sinto de novo com o carro em movimento e viro na próxima rua saindo da área de nossa casa.
Será um longo dia. Olho pro banco de trás assim que paro no primeiro sinal e Cauã permanece adormecido. Vai ser
difícil acordá-lo ao chegar na escola dele mas já estou acostumada. Depois da manhã que tive com um Poncho carinhoso e um pequeno emburradinho, meu coração se enche de alegria pela primeira vez em vários dias. Mal posso esperar para almoçar com Poncho e conversamos direito em casa. Apesar de tudo é minha família e faço tudo por eles. Qualquer coisa.

Pov Anahí Off