Fanfic: Se Fue Con El Viento [ FINALIZADA ] | Tema: AyA / Ponny

Capítulo 6 :

Queria Muito Não Ter Dito Aquilo

Pov Por Alfonso On

 Havia chegado o dia do almoço em que meu chefe Miguel e sua esposa Maria Cecília, viriam a nossa casa. Anny estava a mil pois sempre ficava nervosa com essas coisas e com medo de algo sair errado, até pelo fato dessa ser a primeira vez que Cauã está presente, ele geralmente sempre fica na casa dos meus sogros. Resolvemos fazer um dos meus pratos preferidos meu famoso salmão ao molho de ervas finas, receita dada por meu pai a mim quando eu começei a cozinhar um pouco melhor pois antes só queimava as coisas o deixando doido.

Acordei cedo para preparar tudo, tinha que causar a melhor impressão. Estava um sábado bastante agradável, bom para se reunir a família e os amigos. Levantei da cama sem que Anny acordasse, tomei um banho, coloquei uma roupa simples e fui ao mercado comprar o resto dos ingredientes. Queria fazer um salmão fresquinho e para isso tinha comprar direto na parte dos peixes, pois com o congelado não saíria da mesma forma. Achei tudo que precisava e mais um pouco. Logo retornei e tanto Anny quanto Cauã já haviam levantado. Ela estava lendo um dos seus tantos papéis de contratos das empresas, enquanto ele brincava com seus carrinhos no chão fazendo a maior farra. Ao perceberem minha chegada, ganhei um abraço de Cauã e um sorrisão lindo de Anahí.

-- Voltou amor ? Estranhei acordar sem você. -- ela disse com um biquinho lindo.

-- Não quis te acordar. Passei no mercado para comprar as coisas que precisava. -- respondi enquanto Cauã não parava de puxar meu braço querendo que eu fosse ver seus carrinhos. Fui cambaleando com ele agarrado em minhas pernas até o sofá e sentei ao lado de Anny, largando Cauã no chão novamente. Ele voltou pros carrinhos e eu finalmente pude dar um beijo em Anny.

Fui pra cozinha acompanhado dela e deixamos Cauã na sala, que resolveu assistir DVD de uns desenhos que ganhou da avó. Comecei a preparar tudo enquanto conversava com Anny.

-- Quer tomar um vinho amor ? Trouxe aquele que você gosta. -- perguntei a ela

-- Quero sim

Peguei duas taças e enchi um pouco, entregando uma a ela. Demos um pequeno brinde e bebemos um pouco. Era um dos melhores que já havia tomado. Um vinho que só gostava de tomar junto de Anahí, pois tinha sido o vinho que tomamos na nossa primeira noite juntos e no nosso casamento também.

-- Esse vinho me trás boas lembranças Poncho

-- A mim também Anny. Muitas lembranças... -- me aproximei dela lhe dando um beijo mais demorado. voltei para a mesa onde estava preparando as coisas e coloquei a taça na minha frente. teria que temperar o peixe, cortar as folhas de alecrim e colocar orégano também e lógico o azeite. Anny estava quietinha me observando, o que é estranho pois ela é sempre muito falante. -- O que foi amor ? Algo errado ? -- perguntei enquanto limpava o salmão.

-- Tem nada errado não. Estou apenas preocupada com esse almoço. Não conheço seu chefe, mas é bobeira minha. -- disse sorrindo

-- Você vai adorar o Miguel e a Maria Cecília. Eles são meio sérios no começo, mas são pessoas muito cultas e brincalhonas. Ele me ajudou a beça no começo enquanto eu estava me adaptando na empresa.

-- Nisso eu sou grata a ele. Lembro o quanto minha gravidez e suas responsabilidades te deixaram preocupado. Agora vendo nosso filhote tão saudável e sapeca, nem dá pra acreditar que foi um bebê meio doentinho. -- ela falou meio triste. aquela época foi horrível demais pra ela, pois Cauã pegou muita doença e era um bebê doente demais. concordei com ela.

-- Ainda bem que isso tudo passou. Cauã é tão esperto né ? -- olhei pra sala o vendo concentrado no desenho e Anny acompanhou meu olhar. sorrimos vendo nosso filho tão saudável. -- O que acha de fazermos outro ? -- ela logo me olhou com certo espanto e riu.

-- Quem sabe né ? Por enquanto não, apesar de que Cauã vai entrar na fase de pedir irmãozinhos.

-- Verdade amor ! E eu pelo menos não quero decepcionar ele. -- falei chegando perto dela e mordendo de leve sua orelha. Anny me deu tapinha no braço me mandando voltar a cozinhar.

O tempo passou rápido. Terminei tudo colocando o salmão pra dorar no forno, olhando de vez enquando pra saber o ponto certo. Iria demorar um pouco e já eram 10h. Preferi ir atrás dos talheres e pratos novos e arrumar a mesa. Cauã quis ajudar e quase quebra o conjunto preferido de copos da Anny. Mandei ele ir trocar de roupa, pois ainda estava de pijama, porém antes teria que tomar um banho. Quase fez escândalo por querer que Anny desse banho nele, o que a contra gosto meu acabou acontecendo.

Estava tudo pronto e todos nós com roupas novas para receber os convidados. 12h em ponto a campanhia toca e o simpático casal aparece sorrindo na porta. Os comprimentei e logo Anny os recebeu também. Cauã ficou com vergonha mas sorriu ao comprimento de Miguel e Maria Cecília.

-- Entrem e bem vindos a nossa casa. -- falei apontando o imenso sofá para que eles se sentassem. -- Querem tomar algo ? Tenho um ótimo vinho aqui Miguel. -- Miguel era um apreciador nato de vinhos. A maioria que eu conhecia foi ele que me recomendou.

-- Se você tiver aquele italiano que te falei da última vez eu aceito. -- falou Miguel todo contente.

-- Tenho sim. Nunca me esqueço dele. Vou buscar. -- disse saindo indo pra cozinha.

-- Eu te acompanho. -- Miguel me disse e fomos juntos deixando Anny com Maria Cecília e um Cauã quietinho na sala

-- Então Poncho, como vão as coisas ? -- me disse já na cozinha enquanto eu abria a garrafa de vinho para servir a ele

-- As coisas estão caminhando muito bem. Aquele contrato dos Kajan foi quase impossível de se fechar mesmo. -- Kajan era uma empresa japonesa nova no mercardo e que estava em expansão. Miguel havia me dito que conseguir contrato com eles elevaria muito nossa posição.

-- Que maravilha ! Lhe disse que isso ocorreria. Muito bem meu rapaz. -- me elogiou com seu jeito de paizão. bebeu um pouco do vinho após sentir seu doce aroma. -- Isso aqui está muito bom mesmo. -- falou satisfeito.

-- Sabia que você iria gostar. Bom melhor voltarmos pra sala. Não vamos deixar as meninas sozinhas. -- saímos da cozinha e voltamos pra sala com as taças de nosso vinho nas mãos.

Vi que Anny e Maria Cecília estavam um pouco receosas mas até falavam de algum assunto. Decidi chamá-las logo para comermos. Anny foi me ajudando a trazer a travessa do salmão e os molhos pro peixe. Tudo estava com uma cara muito boa. Me sentei ao lado de Anny, Miguel e Maria Cecília a nossa frente e Cauã ao meu lado.

-- Vou começar a servir. Espero que apreciem.

Miguel concordou sorrindo e preferiu ele mesmo se servir e a esposa também. Anny colocou pra ela e Cauã e eu peguei pra mim. O salmão ficou no ponto certo. Um dos molhos, além do ervas finas, era feito a base de mostarda, o único que não tinha certeza se tinha ficado bom mesmo ou não. Maria Cecília apreciou a beça e Miguel concordou a esposa.

Comemos praticamente tudo do salmão e eu tinha feito uma sobremesa que era mousse de limão. Um dos preferidos de Cauã e Anny também. Miguel preferiu dispensar, enquanto Maria Cecília dispensou mais uma dose de vinho e quis experimentar o mousse. Reparei que ela e Anny conseguiram achar um assunto em comum, então levei Miguel para conhecer o resto da casa.

Na varanda ficamos apreciando a vista. Miguel, que até a 5 minutos estava bem descontraído, assumiu um ar sério e eu comecei a me preocupar.

-- Me diga Alfonso, e os exames ? Você havia me dito que o médico não liberou sua ida a Espanha.

Nesse momento me senti igual um menino que havia feito travessura e estava ouvindo chamada do pai. Uma hora ele perguntaria isso, só não queria que Anny ouvisse.

-- Foi exatamente isso. O Dr Giovanni preferiu não liberar minha ida a Espanha, pois ficou preocupado com meu último eletrocardiograma. Mesmo eu o dizendo que tomo os remédios regularmente. Mas vai entender aquele cabeça dura. - bufei com uma certa raiva. não conseguia entender que depois de 1 ano de tratamento em vez de melhorar, os exames pareciam ter alterado ainda mais. Miguel me encarou com ar de preocupado e eu senti que ele falaria mais coisas.

-- Você sabe meu filho, e não preciso mais repetir, precisa se cuidar e contar isso a Anahí. Até quando pretende esconder isso dela ? No dia que a deixar viúva ? -- voltou a citar essa minha indecisão de contar ou não para a Anny. na verdade eu tinha medo da reação que ela pudesse vir a ter, não seria fácil contar algo assim.

-- Entendo perfeitamente Miguel mas preciso tentar consertar isso de algum jeito. Deixar a Anahí preocupada só pioraria as coisas e o que ela poderia fazer ? Ter o apoio dela é tudo mas o que tiver de piorar vai acontecer independente de qualquer coisa. -- fui franco com ele. não queria mais guardar tudo para mim.

Miguel me olhou e ficou calado por alguns minutos. Bebeu mais uns goles de vinho, olhou mais um pouco pra vista das outras casas em frente e apenas me disse algo para eu pensar durante esses dias.

-- Vou te dizer uma coisa : A decisão de fazer algo a respeito é sua. Querer a cura e o tramento são responsabilidades suas, mas não prolongue ainda mais isso com medo de perturbar a vida daqueles que te amam pois serão seu filho e sua esposa os seus maiores incentivadores. Estarei aqui pra ajudar também no que for preciso, porém o apoio e a compreensão deles serão decisivos. Pense nisso.

Realmente Miguel estava certo. Queria muito acreditar, assim como ele, que tudo saíra bem e me livraria disso. Não quero ver Anny interromper novamente os sonhos com coisas minhas mas uma hora ela vai precisar saber. Cedo ou tarde.

-- Vou contar pra ela da doença sim Miguel. Me dê apenas mais um tempo.

Ele apenas assentiu. Nessa hora olhei para a porta da varanda e vi um olhar muito conhecido que rapidamente deixou a varanda na mesma velocidade em que apareceu. Provavelmente Anahí havia ouvido alguma coisa da conversa. Eu não deveria ter dito aquilo.

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