Fanfic: Guerra dos Sexos *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

-Então costuma espiar a roupa de baixo de estranhas?

-Você não parece uma estranha. Pelo menos, não mais do que qualquer pessoa da festa. Aliás, costuma entrar na sala de ginástica do anfitrião durante os eventos?

-Estava me escondendo, como você. Odeio esse tipo de reunião.

-Eu também. Sorriso nos lábios, nunca nos olhos, conversar superficial. Todos tentando encontrar alguém para ficar, com quem não tenham de esbarrar no escritório na semana seguinte.

Ele parecia sincero, o que surpreendeu Anahí.

-É isso o que sinto.

-Prefiro estar dentro da piscina, com meu smoking ensopado, do que...

-Que eu espero não ser alugado.

-Mas é.

-Duvido que vá receber de volta seu depósito.

-Talvez eu o compre. Afinal, pode ser meu smoking da sorte. 

Ele tinha os olhos sensacionais.

Verdes, com círculos dourados, que pareciam atrair Anahí como um imã. E os cílios, longos e escuros, fariam inveja a qualquer mulher.

-Acho que devemos sair daqui e nos secar. Já devem ter sentido minha falta. E não sei como vou resolver esta situação.

-Não pode escapar e ir para casa, sem dizer nada? – Num impulso, Alfonso saiu da piscina, e então se virou e estendeu a mão para ajudá-la.

Anahí ficou em pé. Antes que pudesse responder, percebeu que o olhar dele percorria seus ombros nus, livres das alças do vestido, que tinham escorregado para os braços.

-Não, não posso ir. É muito complicado para eu explicar. Creio que terei de pedir ajuda a um amigo.

-Tenho de fazer o mesmo. Você tem um celular? O meu se molhou todo. – Alfonso tirou do bolso o telefone e o minigravador.

-Há um aparelho ali, perto da porta. Também há um banheiro do outro lado. Pode ligar primeiro. Vou tentar fazer algo para melhorar minha aparência.

-Você está linda. – Tocou o rosto dela e colocando atrás da orelha uma mecha.

Apenas isso. Um gesto carinhoso, e ela pensou que sua pernas não fossem sustentá-la.

-Que moço bonzinho...

Sorridente, Alfonso deu-lhe a costas, dirigindo-se ao telefone.

Anahí foi para o banheiro, sentindo-se a mais horrenda das criaturas. E justo quando deparava com o próprio Apolo!

Alfonso discou o número do celular de Christopher. Resumindo o que acontecera, não mencionou a loira que o salvara. Ou a cama elástica. E muito menos a calcinha minúscula de renda negra.

-Quer dizer que caiu na piscina e está escondido no ginásio, vestindo um smoking encharcado?

Alfonso tentou não se ofender com as risadas do amigo.

-Será que pode dizer a todos que fui chamado para uma emergência e voltarei em uma hora? Deve ser tempo suficiente para ir até em casa me trocar e retornar. Está bem, Christopher?

Depois que Christopher concordou, Alfonso desligou e esperou Anahí sair do toalete. Arrancando a gravata-borboleta, que quase o enforcava, atirou-a longe, junto com o paletó. Descalçou sapatos e meias.

-Vou me livrar disto. – E começou a tirar a camisa branca.

Anahí surgiu no exato instante em que a puxava pelos ombros.

Ela parou a soleira, de boca aberta, sem emitir nenhum som. A mão subiu ao pescoço e o dedo indicador pousou sobre aquele ponto sensual, na garganta, que ele adoraria beijar.

Vestia um roupão branco atoalhado, e o rosto estava limpo, sem nenhum vestígio de maquiagem. Os cabelos loiros, molhados, foram penteados e caíam sobre os ombros.

Alfonso não conseguiu resistir e a estudou por inteiro, incluindo as pernas esguias e os pés nus revelados pelo roupão. Estivera linda no vestido preto. Agora, usando apenas aquela peça felpuda, já que ele imaginava que tirara também a calcinha molhada, estava simplesmente fantástica.

Quando tornou a fitá-la, percebeu que a atenção dela estava presa a um ponto abaixo do colarinho. Parecia incapaz de afastar o olhar do peito musculoso. Então, o olhar de Anahí voltou-se para os ombros, semi cobertos pela camisa.

Ela não fez nada, além de estudá-lo, mas Alfonso sentiu como se o abraçasse com sensualidade.

Os olhos cheios de desejo daquela mulher tinham despertado uma intensa sensação abaixo da cintura de Alfonso. Muito forte e vigorosa.

E, na certa, muito evidente.