Fanfic: Guerra dos Sexos *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

- Engano seu, companheiro. – Anahí o encarou. – Os homens inventaram esses truques. E Dulce não estava tentando apalpa-lo.

- Desculpe-me, Anahí. – interrompeu Christopher, um tanto mal humorado. – Dulce admitiu que sim.

- Fique fora disso!

- Encare a verdade Anahí. Mulheres são mais manipuladoras do que os homens. – Alfonso foi categórico.

Os músicos irlandeses, que haviam começado a tocar alguns minutos antes, terminaram uma canção. Joe aplaudiu, entusiasmado, mas os músicos não pareceram se importar. De repente, o bar ficou silencioso.

- Quem é manipuladora? Eu estava curiosa, só isso. – Dulce sentou-se, parecendo muito a vontade. – Não achei que fosse educado questiona-lo sobre seu "equipamento" para continuar satisfazendo minha amiga. Afinal, nos três anos em que a conheço, Anahí não teve sexo que valesse a pena, até conhece-lo na sexta à noite.

A quietude perdurou por mais alguns segundos, depois da observação de Dulce, feita num tom muito alto. Por fim, uma onda de gargalhadas irrompeu na mesa atrás deles.

Alfonso viu a Anahí calma e profissional apoiar a testa no tampo e erguer a mão, gritando:

- A conta, por favor.

Anahí decidiu não ir para a revista. Ligou para lá e inventou que não se sentia bem. Como tinha um escritório montado em casa, poderia trabalhar ali mesmo.

Tudo, menos encarar o irônico Alfonso Herrera depois das revelações da boa e velha Dulce.

Assim que ligou o computador, ouviu uma batida na porta da frente. Consultando o relógio, constatou que eram quase dez horas e soube que não poderia ser Dulce, já que a amiga tinha uma entrevista de trabalho naquela manhã.

Ao espiar pelo olho mágico, esperando ver o carteiro, deparou com um lindo rapaz com covinhas no rosto.

- Não, por favor... – murmurou, encostando a testa na porta.

- Vamos, Anahí, eu ouvi você. Sei que está aí.

Resignada, abriu a porta, escondendo-se atrás dela e desejando ao menos ter vestido uma camiseta sem buracos.

- Como descobriu onde moro?

- Christopher, é claro.

Anahí imaginou-se torturando Christopher com os piores instrumentos da Inquisição.

- O que quer, Alfonso?

- Escutei dizer que está doente. – Entrou no apartamento sem esperar convite. – E trouxe comida. – Ergueu um saco de papel pardo.

- Canja?!

- Brownies.

- Você não pode ficar aqui. – Anahí pegou o saco de papel e levou-o para a cozinha.

Alfonso a seguiu.

- Está mesmo doente?

- Sim. Da cabeça, por deixa-lo entrar.

- Olhe, sinto muito sobre ontem. Mas não pode me culpar pelo que sua amiga disse.

Anahí deu de ombros, abrindo o saco de brownies. Não perdeu tempo com pratos ou guardanapos. Pegando um pedaço grande, colocou-o na boca.

- Eu sei. Não é sua culpa. Dulce é imprevisível. – murmurou, entre duas mordidas.

- Gostei dela.

- A maioria dos homens gosta.

- Falei que gostei dela, não que me senti atraído.

- Não tenho nada a ver com isso.

- Tem, sim.

Ela pigarreou, desviando o olhar.

- O que pretende?

Alfonso aproximou-se mais, até que a ponta de seu sapato tocou as unhas dos pés de Anahí, pintadas de cor-de-rosa. Erguendo o queixo dela com um dedo, obrigou-a a fita-lo e a perceber que falava sério.

- Por que você tem idéias erradas sobre quem sou. E, contrariando o que possa pensar ao ler a coluna, não sou do tipo que flertaria com a mulher a meu lado quando a que quero está a minha frente.

Virando a cabeça, ela engoliu o doce, nervosa. Alfonso percebeu o movimento, lembrando o gosto da pele naquele ponto sensível do pescoço.

- Está falando por metáforas, não é?

Ele meneou a cabeça.

- Há muito tempo não me sinto atraído por uma mulher. Exceto uma.

Anahí enrubesceu.

- Não podemos evitar isso, Anahí. Aliás, eu não quero evitar.

- Evitar, o quê?

Alfonso inclinou-se, olhando o lindo rosto, contando as sardas, perdendo-se nas íris azuis.

- Eu e você. O que aconteceu. E o que vai acontecer.